Manchete SociedadeTransmac | Novo contrato entra em vigor em Janeiro Flora Fong - 10 Set 2015 A Transmac admite que o seu novo contrato de concessão entre em vigor já a 1 de Janeiro do próximo ano e Kent Lei, da empresa, garante que as negociações estão a chegar a bom porto [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]vice-director de operações da Transmac, Kent Lei, admitiu que o novo contrato de concessão da empresa para o fornecimento de serviços públicos de transporte entre em vigor a 1 de Janeiro de 2016. Este é o novo contrato que vem substituir um considerado ilegal pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) e que a Transmac não quer alterar. Depois de esta semana o Governo ter indicado que a TCM já assinará o novo contrato, mas que a Transmac ainda não tinha concordado com a situação, o representante da empresa vem agora dizer que o consenso está perto de se alcançar. “Concordamos com a estrutura geral do contrato, estamos a negociar activamente os detalhes mais técnicos e esperamos ter o contrato em vigor no dia 1 de Janeiro do próximo ano, uma vez que o progresso está a ser positivo”, começou por dizer. Numa intervenção do programa Macau Talk, o responsável acrescentou que a Transmac está ainda em negociações com o Governo, mas que estas estão a ser frutíferas. Lei afirmou ainda que a empresa quer acelerar o andamento das negociações com o Governo para fechar o novo contrato de concessão dos serviços de transportes públicos colectivos. “Estamos a realizar reuniões de duas em duas semanas, o objectivo é renovar o contrato original, mantendo os direitos e deveres”, acrescentou. O responsável não adianta valores nem diz o que está a atrasar as negociações, porque afirma não ser adequado falar mais do assunto para “evitar colocar demasiada pressão ao Governo”. O CCAC de todos os males No entanto, deixa claro que a situação da Transmac é bem diferente das restantes empresas de transportes públicos. “As três operadoras são diferentes: uma foi criada há pouco tempo, outra opera apenas uma secção. Mas nós temos duas secções a nosso cargo e a manutenção do enquadramento jurídico até aqui empregue será benéfica para ambas as partes”, notou Kent Lei. Recorde-se que os novos contratos com as operadoras dos transportes públicos surgem na sequência de um relatório do CCAC que, em 2013, apontou anomalias ao modo como foram estabelecidos os acordos entre o Governo e as concessionárias. A Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM) já chegou a um entendimento com o Governo e, no início da semana, foi emitida uma ordem executiva para ser celebrado um novo acordo. A Nova Era, que sucedeu à antiga Reolian em Julho do ano passado, negociou condições diferentes dos contratos de aquisição de serviços, considerados irregulares pelo CCAC. A vice-directora executiva da TCM, Leong Mei Ieng, que esteve também presente no programa, disse concordar com as cláusulas do novo contrato, mas a data de assinatura será ainda anunciada pelo Governo. Sobre o impasse nas negociações dos novos contratos de concessão dos serviços, o vice-administrador delegado da Nova Era, Kwok Tong Cheong, considera errado comparar, directamente, o novo contrato da Nova Era com os antigos. “Creio que o Governo está a tentar que as três empresas tenham um novo contrato. Nós somos a única empresa que se preparou para as novas condições. Não passámos de um contrato antigo para um novo”, sublinhou o responsável da empresa. Kwok passou, a partir do momento em que fechou o contrato de operação, a receber um subsídio de 17 milhões de patacas por mês. Nova Era pede carreiras “expresso”. Outros querem mais recursos humanos A empresa de autocarros Nova Era sugeriu, no programa Macau Talk de ontem, a criação de carreiras expresso, tendo enviado a mesma sugestão para a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). “Estamos a tentar criar carreiras ‘expresso’. Isto vai ajudar a transferir alguns passageiros das rotas mais concorridas. A proposta está na DSAT e vamos tentar falar com eles”, defendeu Kwok Tong Cheong, vice-administrador delegado da empresa. “Claro que o Governo tem um ponto de vista diferente, mas vamos tentar fazer com que as coisas resultem”, afirmou. Depois de um ouvinte do programa se ter queixado da dificuldade em apanhar autocarros na zonas norte e de Seac Pai Van, o vice-administrador respondeu que o plano da Nova Era passa pela disponibilização de carreiras com menos paragens, de forma a cumprir metas de tempo mais curtas para percursos mais longos. Kwok acredita ainda que o serviço deverá ainda “ajudar” a aumentar o grau de satisfação dos passageiros. “Caso a DSAT dê luz verde ao projecto, podemos começar a circular dentro de dois ou três meses. Macau, Taipa e Coloane devem ser abrangidos pelas novas carreiras especiais”, informou. Outro ouvinte, que declarou ser condutor de autocarros, disse que já se queixou quanto ao comportamento dos passageiros, os quais também já chamou várias vezes a atenção, considerando que é alvo de injustiças. Na resposta, o responsável da Transmac, Kent Lei, afirmou que o maior problema da empresa é a falta de recursos humanos. Por isso mesmo disse esperar atrair mais pessoas para este mercado, mas frisou que a contratação de TNR está fora de questão. Leong Mei Ieng, da TCM, considera que para atrair trabalhadores jovens se deve primeiro mudar a imagem dos cidadãos para os condutores. Os dirigentes de todas as três empresas concordam com o corredor exclusivo para transportes públicos entre a Barra e a Bacia sul do Patane. Como justificação, dizem que os autocarros andam a baixas velocidades e só a fluência nas estradas consegue atrair futuros passageiros.