Macau cria pavilhão lusófono no maior centro de comércio por grosso do mundo

Macau e a província de Zhejiang, no leste da China, assinaram ontem um acordo para criar um espaço dos países de língua portuguesa no maior centro de comércio por grosso de pequenos produtos do mundo.
O acordo, assinado durante um evento dedicado à cooperação económica e comercial entre Zhejiang, Macau e os países de língua portuguesa (ver página 2), prevê o estabelecimento do Pavilhão dos Países e Regiões de Língua Portuguesa de Macau no Centro do Comércio Global de Yiwu.
Este centro, na cidade de Yiwu, conta com uma área de cinco milhões de metros quadrados, que reúne quase dois milhões de diferentes tipos de produtos em mais de 75 mil lojas.
É considerado pelo Banco Mundial o maior centro de comércio por grosso de pequenos produtos do mundo.
Yiwu, com 1,2 milhões de habitantes, é o ponto de partida de ligações ferroviárias que levam mercadorias da China, atravessam o Cazaquistão, Rússia, Bielorrússia e Polónia, entrando na Europa central através da Alemanha e chegando até Madrid.

A tal plataforma
No mesmo evento, que decorreu em Macau, o líder do Partido Comunista Chinês em Zhejiang, Yi Lianhong, disse que a província quer atrair empresas de língua portuguesa
Yi apontou como prioridades as áreas da economia do mar, biomedicina, transporte aéreo, investigação científica e formação profissional.
O dirigente acrescentou que a província, com 65 milhões de habitantes e a quarta maior economia da China, gostaria ainda de “recorrer à plataforma de Macau para reforçar a cooperação com a América Latina e a Europa”.
Na mesma sessão, o líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, sublinhou que as trocas comerciais entre Zhejiang e os países lusófonos atingiram 52,4 mil milhões de yuan nos primeiros quatro meses do ano, um aumento homólogo de 23,7 por cento.
Yi Lianhong aproveitou a sessão para convidar os representantes dos países de língua portuguesa a visitarem a capital de Zhejiang, Hangzhou, que vai receber a próxima edição dos Jogos Asiáticos, entre 23 de setembro e 08 de Outubro.
O evento multidesportivo da Ásia vai contar com intérpretes de língua portuguesa, voluntários da Universidade de Línguas Estrangeiras de Zhejiang, uma das 25 instituições de ensino superior da China continental que oferecem licenciaturas em português.
Timor-Leste é o único país de língua oficial portuguesa que vai participar nos Jogos Asiáticos. Macau, região administrativa especial chinesa onde o português continua a ser língua oficial, também vai ter atletas na competição.
Em Abril, o presidente da Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal – China, Chow Y Ping, disse à Lusa que estava a tentar criar um fundo envolvendo entidades portuguesas e a província de Zhejiang.
“Grande parte dos emigrantes em Portugal, Espanha, França e Itália são dessa região”, disse o empresário, que também lidera a Liga dos Chineses em Portugal.
A única ligação directa entre Portugal e a China parte de Lisboa com destino a Hangzhou, com uma frequência de dois voos por semana, operados pela companhia aérea chinesa Capital Airlines.

28 Jun 2023

Banco Mundial revê em alta previsão de crescimento da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Banco Mundial reviu em alta as suas previsões de crescimento para a China em 2017, de 6,5% para 6,7%, e manteve as estimativas de crescimento moderado para os anos seguintes.

Na apresentação do relatório “Actualização económica da Ásia Oriental-Pacífico”, divulgado na quarta-feira, o Banco Mundial anunciou um aumento das suas estimativas de crescimento da economia do país em relação às apresentadas em Abril: de 6,5% para 6,7% em 2017, e de 6,3% para 6,4% em 2018, escreve a agência espanhola Efe, citando o jornal Diário do Povo.

O relatório aponta que estas novas estimativas devem-se a uma melhoria das previsões também para a região asiática, onde se estima um crescimento de 6,4% este ano, acima dos 6,2% estimados em Abril, e de 6,2% em 2018, também acima dos 6,1% apontados há seis meses.

Segundo o Banco Mundial, com sede em Washington, a revisão em alta das estimativas ocorreu, em parte, graças às políticas governamentais contra o excesso de capacidade e expansão do crédito.

Também se deve às políticas seguidas por Pequim, que vai levar a cabo uma reestruturação das empresas estatais, assim como normas mais rígidas sobre o sistema bancário paralelo, tal como recomendado pelo próprio Banco Mundial em Abril.

Por outro lado, assinalou que a tensão geopolítica, o crescente proteccionismo comercial e o nacionalismo económico poderão afectar elementos como as exportações, que, até à data, recuperaram, favorecendo um maior crescimento.

O estudo indica que apesar dos esforços da China serem actualmente destinados a reequilibrar o investimento e procura externa, prevê-se que o seu crescimento económico seja moderado em 2018 e 2019, embora se mantenha superior ao de muitas economias da Ásia.

Zheijiang | Cidade vai ter eléctrica mais alta do mundo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China começou recentemente a construção de uma gigantesca torre de transmissão eléctrica que deverá ser a mais alta do mundo, informou na terça-feira a Companhia de Eletricidade de Zhejiang. Com 380 metros, a altura da torre será quatro vezes a do Big Ben, em Londres. Localizada na Província de Zhejiang, leste da China, a torre suportará cabos de electricidade entre Jintang, em Zhoushan, e as ilhas Cezi, a uma distância de 2.656 metros. A torre baterá o recorde mundial de torre eléctrica mais alta, que actualmente pertence à torre de Damaoshan, também em Zhoushan, com uma altura de 370 metros. A nova infra-estrutura faz parte do projecto de uma nova linha de ultra-alta tensão entre as cidades de Zhoushan e Ningbo que deve ser completado até o fim de 2018 e começar a funcionar em 2019.

Gás | Começam exportações do Cazaquistão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Cazaquistão e a China assinaram um acordo comercial de exportação de 5 mil milhões de metros cúbicos de gás cazaque para o gigante asiático durante um ano, o que renderá cerca de 1 US$ mil milhões ao país centro-asiático, informou nesta terça-feira a empresa JSC KazTransGas. “O contrato foi assinado pela JSC KazTransGas e PetroChina International Company Limited em 30 de Setembro em Pequim. As entregas de exportação de gás estão programadas para começar em 15 de Outubro”, disse o serviço de imprensa da companhia cazaque. Os recursos energéticos procederão dos depósitos do oeste do Cazaquistão, bem como das reservas de gás disponível nas instalações subterrâneas de armazenamento da JSC KazMunayGas. A recepção de gás por parte da China será realizada através do ponto fronteiriço de Khorgos, a fronteira comercial mais importante entre os países.

EUA | Tufões atrasam exportações de soja

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s importações de soja dos Estados Unidos pela China devem-se atrasar em pelo menos duas semanas, já que os vendedores norte-americanos estão a ter dificuldades em encontrar grãos de alta qualidade depois de os campos de cultivo terem sido danificados por furacões. “Os exportadores estão a pedir aos compradores chineses para baixarem as especificações de qualidade (da soja), mas eles não estão a aceitar”, afirmou uma fonte de uma companhia internacional, em Singapura. A China, que compra cerca de 65 por cento da soja negociada no mundo, tinha aumentado as negociações com os EUA nas últimas semanas, aproveitando a queda de quase 10 por cento nos preços desde meados de Julho. Mas a soja colhida mais cedo nos EUA, produzida perto do Delta do Mississippi, foi afectada por furacões no último mês, tornando difícil aos exportadores atingirem as especificações de qualidade acertadas com os compradores chineses, afirmaram as fontes. O problema na qualidade dos grãos está a causar atrasos nos terminais do Golfo, com tempos de espera para os navios a aumentar para 10 a 12 dias, face ao período comum de cinco dias nesta época do ano, disseram os operadores.

8 Out 2017