Raquel Moz EventosInscrições para workshop com Catarina Mourão só até amanhã [dropcap]A[/dropcap]s inscrições para o Workshop de Documentário da cineasta portuguesa Catarina Mourão, que vai decorrer de 22 a 27 de Junho na Casa Garden, estão abertas só até amanhã, sexta-feira, dia 14. A iniciativa é gratuita, para maiores de 16 anos, até um limite de 20 participantes. Organizado pela Fundação Oriente, com o apoio da Casa de Portugal em Macau, o projecto insere-se nas comemorações de “Junho, Mês de Portugal” e é aberto ao público em geral. Durante seis dias, os interessados vão poder experimentar o processo criativo de filmar um documentário, a partir de filmes que irão introduzir os tópicos de trabalho para cada sessão. Trata-se de uma oficina de produção e realização para iniciantes e amadores, intitulada “A Casa e o Mundo”, onde durante 3 horas diárias os alunos vão desenvolver obras de acordo com a sua inspiração e a orientação da realizadora. Tal como descreve Catarina Mourão, na nota de apresentação, “neste workshop vou partilhar com os estudantes o meu processo criativo na filmagem de documentários. É essencialmente um trabalho que se inicia no microcosmos da família, da casa, da rua. Começamos por viajar por entre aquilo que nos é familiar, e acabamos por encontrar estranheza e novas estórias além da nossa zona de conforto”. E especifica, “cada um dos meus filmes desencadeou um desafio diferente. E cada desafio irá estimular os participantes a trabalhar num determinado projecto de filme, para o qual deverão encontrar o seu ângulo pessoal e a sua solução”. À procura de respostas As oficinas terão um total de 18 horas. A 22 e 23 de Junho, sábado e domingo, o horário é das 14h às 17h, e nos seguintes dias, de 24 a 27, em horário pós-escolar ou laboral, das 18h às 21h. Cada sessão de workshop terá como ponto de partida a exibição de um filme: “Daguerreótipos” (1976), de Agnès Varda, o “primeiro documentário que teve um verdadeiro impacto na minha forma de filmar”, e “À Flor da Pele” (2006), “Pelas Sombras” (2010) e “A Toca do Lobo” (2015), de Catarina Mourão. O programa procurará respostas à questão sobre o que é o documentário, como género, no actual mundo da imagem. Através de exercícios práticos na escolha dos temas, personagens, localizações, roteiros e pesquisa em arquivos, os alunos irão ensaiar e discutir em conjunto técnicas de filmagem e de edição, antes da apresentação final dos trabalhos. As inscrições deverão ser feitas através do email workshopcatarinamourao@gmail.com. Mais informações podem ser solicitadas à Fundação Oriente e à Casa de Portugal.
Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | Realizador Adam Wong orienta ‘workshop’ em Maio [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]dam Wong vai estar em Macau de 11 a 15 de Maio para orientar um ‘workshop’ de cinema. O realizador de Hong Kong foi escolhido para ser cineasta residente na Cinemateca Paixão em Maio, depois de Cheung King-wai, no ano passado. Durante a sua estadia, de cinco dias, vão ser exibidas três das suas longas-metragens: “Quando Beckham Conheceu Owen” (2014), “A Nossa Dança” (2013) e “Ela Lembra, Ele Esquece” (2015). Em paralelo, o seu mais recente documentário “A Saída” (2017) e as curtas “Cata Vento” (2009), “Sabor Secreto” (2012) e “Trabalhos” (2016) vão ser apresentados pela primeira vez em Macau. Após as sessões, o público terá a possibilidade de conversar com o realizador, indicou a Cinemateca Paixão. Além de apresentar os filmes, Adam Wong vai orientar um ‘workshop’ de cinema, com quatro horas de duração, intitulado “O que filmar? Como filmar?”, no qual o cineasta vai partilhar o método de criação das suas curtas-metragens, desde a fase de encontrar ideias, passando pelo esboçar de histórias, pela pesquisa e planeamento até à escolha do elenco e ao acto de filmagem propriamente dito. O ‘workshop’ vai decorrer em cantonense com interpretação simultânea em inglês.
Hoje Macau EventosLançada biografia sobre Vergílio Ferreira [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) de Portugal vai publicar um novo título da colecção “O Essencial Sobre”, desta feita acerca de Vergílio Ferreira. Helder Godinho é o autor da obra sobre o escritor que afirmava ter “nascido para a literatura entre a Presença e o Neo-realismo”, referindo-se a dois movimentos literários que marcaram a vida cultural na primeira metade do século XX – o da Presença ligado ao Modernismo, e o Neo-realismo, muito marcado pelo pensamento marxista. Todavia, “Vergílio Ferreira cedo se virou para a questionação existencial que, a partir [do livro] ‘Mudança’ (1949), desenvolverá nos seus romances em que se repercute a reflexão presente nos seus ensaios”, escreve Godinho. Uma reflexão que o autor de “Manhã Submersa” prosseguiu nos ensaios e poemas que publicou, tendo utilizado os conceitos “romance-problema” e “ensaio poético”. “Toda a obra de Vergílio Ferreira (ficcional, ensaística, diarística e de intervenção cultural) é movida por uma mesma coerência que se estrutura como uma forma que percorre a ficção e o ensaio, e que baliza o seu ‘imaginário’”. Na biografia do autor de “Aparição”, Helder Godinho destaca o facto de ter sido “marcada pela Ausência, em dois momentos”, quando os pais emigraram da aldeia de Melo, na Beira Alta, tinha Vergílio entre dois e três anos, e quando, aos 22 anos, foi estudar para a Universidade de Coimbra. “Estas duas ausências vão estar na base de grande parte da problemática vergiliana e serão directamente evocadas em muitos dos seus livros. Elas constituem um núcleo estável e duradouro que a evolução cultural do autor irá fazendo encarnar em algumas faces diversas”, atesta Helder Godinho. Dividida em quatro partes, a obra sobre Vergílio Ferreira (1916-1996) inclui a lista de títulos publicados do autor, e ainda uma “bibliografia seleccionada” sobre o autor de “Cartas a Sandra”. A colecção “O Essencial Sobre” soma com um total de 131 títulos, abordando as mais diferentes temáticas e personalidades, nomeadamente Política da Língua, A Ópera em Portugal e personalidades como Padre António Vieira, Bernardim Ribeiro ou Eduardo Lourenço. Centro Cultural | “InspirARTE à Solta” para todos [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá marcado para o próximo dia 27 de Agosto, domingo, o evento que assinala o final dos eventos de Verão dedicados aos mais novos, organizados pelo Centro Cultural de Macau (CCM). “InspirARTE à Solta” é uma iniciativa aberta a todos, com vários espectáculos e workshops. De acordo com o Instituto Cultural (IC), que gere o CCM, os participantes do workshop de música “GoGoGo!” deste ano vão mostrar o que aprenderam nestas férias. Também os alunos do ateliê “Hora das Palhaçadas!” sobem a palco, e os “Feiticeiros de Marionetas” juntam-se aos seus instrutores para actuarem e mostrarem os novos fantoches. A festa conta ainda com a presença do Coro Infantil do CCM, que vai fazer um miniconcerto. Além da demonstração do que foi aprendido no programa de Verão, um grupo de artistas locais preparou uma série de actividades criativas. Do programa fazem parte histórias, palhaços, uma visita guiada aos bastidores, pinturas faciais e marionetas. Está também prevista a exibição de filmes. O Museu de Arte de Macau junta-se ao evento, com um desfile de máscaras e dois workshops. O IC faz ainda referência ao “Art Jamming”, que “leva as crianças a criar novas galáxias coloridas”. O público poderá também “descobrir as pinturas estreladas de Van Gogh”. O “InspirARTE à Solta” é um evento de entrada livre e começa a partir das 15h30 no CCM.
Sofia Margarida Mota EventosAlfredo Ceyna, artesão de lanternas de coelhos | Manter viva a tradição Foi professor do ensino primário nas Filipinas e agora é mestre da arte de construir lanternas. Alfredo Ceyna passa todos os anos o conhecimento da tradição a quem quiser aprender. Este ano, o workshop tem lugar de 17 a 28 de Julho Como é que aconteceu a passagem do ensino de artes industriais no seu país à mestria na construção das lanternas típicas do território? Nunca tinha pensado nisso. Quando o arquitecto Carlos Marreiros me pediu para fazer este trabalho pensei que teria de fazê-lo e não via nenhuma razão para que isso não acontecesse. Foi a partir de 2009, quando participei com o arquitecto na construção do Pavilhão da Lanterna do Coelhinho, na Expo de Xangai de 2010. Na altura, o arquitecto quis começar com o festival das lanternas em Macau por ser uma tradição local, nomeadamente com as lanternas do coelhinho. Pediu-me para aprender o ofício. Aprendi tudo o que sei com o Carlos Marreiros. Foi ele o meu mestre. Mostrou-me como se fazia, como se construía, como se podiam fazer estruturas e forrar com vários materiais. A partir daí desenvolvi as competências necessárias para poder construir as lanternas do coelhinho. Apesar de não esperar vir a tornar-me um artesão e dominar este ofício, acabei por perceber que é um trabalho muito bonito e que fazia peças também muito bonitas. Foi ainda uma prova que dei ao Carlos Marreiros que sempre me apoiou e incentivou a fazer mais e melhor. O que vê nestas lanternas? Do que sei, penso que simbolizam prosperidade. Na sua origem, acho que serviam para iluminar os caminhos quando as pessoas saíam de casa. Com o passar do tempo foram sendo desenvolvidas as técnicas e as formas: no início era usado o bambu para fazer a estrutura, e depois era unido e coberto com papel de arroz. Este método tradicional tem agora variações. Pode ser usado o arame e o ferro, por exemplo, e vários tipos diferentes de papel ou mesmo outros materiais sintéticos. Mas não há nada como a construção tradicional. O papel de arroz é um material muito frágil e delicado, mas especial quando falamos de textura e de cor. Tem um workshop marcado para o próximo mês. A iniciativa tem lugar todos os anos. Qual é a importância da sua realização? Fazer estes workshops anualmente é fundamental. As lanternas já começam a ser esquecidas em muitos locais, nomeadamente na China Continental. Em Macau, as lanternas do coelhinho são uma demonstração da cultura local que não podemos deixar desaparecer. Queremos mostrar, a quem estiver interessado, como podem fazer estes objectos. Por outro lado, é uma forma de alertar as pessoas para a importância das lanternas em Macau. Tecnicamente, ensino as competências a ter, como fazer as estruturas depois da ideia, e de como juntar e pintar o material que as vai cobrir. De facto, não é muito complicado fazer estas lanternas desde que se saibam as técnicas mais básicas. Claro que inicialmente é uma coisa difícil, principalmente a materialização da ideia em estrutura. Apesar de gostar mais do bambu, aqui aprendemos a usar o arame e penso que esta é a parte mais difícil. Porquê? É como uma escultura. As pessoas começam sem saber ao certo o que vão fazer. Tem de ser feito primeiro um plano e depois conseguir materializar a ideia em arame. Isso tem sido o mais complicado. Este workshop é dirigido a um nível avançado. Porquê? Sim. Chamamos de avançado porque não são dadas orientações. O processo é acompanhado, mas as pessoas fazem o seu próprio projecto. Fazem a sua estrutura e depois cobrem-na com o material que preferirem. É avançado porque deixo os alunos decidirem tudo o que tenha que ver com o que vão fazer. Não sou eu que controlo o resultado ou que forneço os esboços. Se assim fosse, seria tudo muito uniforme e eu quero que sejam todos diferentes. Qual é a sua opinião acerca da adesão a esta iniciativa? A adesão aos workshops vai variando de ano para ano. Às vezes temos mais participantes, outras menos. Tive uma vez uma criança, mas é uma arte muito difícil de ensinar quando as pessoas são muito novas. Do que tenho notado, é que são os mais velhos que, por vezes, se mostram mais interessados, sendo que a faixa média de idades não aparece tanto. Não sei porquê, talvez achem aborrecido. No entanto, os que frequentam os workshops terminam a formação muito satisfeitos. No final conseguem ver o produto que lhes saiu das mãos e que foi fruto de um trabalho duro. Também temos um limite de dez participantes, o que faz com que não possam integrar as formações muitas pessoas. Mas também não podem ser mais, para que seja um trabalho bem feito. Por falar em participantes, recordo uma senhora que vem todos os anos. Acho que ela gosta realmente deste ofício. Pode ser um dos últimos mestres desta arte em Macau. Como é que vê o futuro da tradição no território? Penso que esta é uma forma de manter a tradição viva. Por outro lado, o apoio de patrocinadores, especialmente para a construção de lanternas tradicionais em bambu, pode realmente ser um contributo importante para que o conhecimento e a construção se mantenham. É ainda importante o contributo do Governo. Se isso acontecer, a tradição não estará ameaçada e continuará. Macau é um lugar bonito e está cada vez mais a ter em conta o património e as tradições. Não acho que ainda esteja a ser feito tudo o que é possível para a sua preservação, mas está a ser feito um trabalho nesse sentido.
Sofia Margarida Mota EventosDistância Zero com três workshops a cargo de Larry Ng [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão 12 horas de trabalho em cada um dos três dias em que decorre o workshop “A exploração dos segredos da vida através de uma rotunda poética”. A proposta é da Cooperativa Distância Zero, que traz ao território Larry Ng, de Hong Kong, para dar um conjunto de três workshops ligados à arte da representação entre os dias 15 e 17. A promessa é uma viagem formativa que passa pela combinação de técnicas de ópera, de máscara e do teatro físico de Jacques Lecoq e Etienne Decroux. A ideia é a exploração da manipulação básica de bonecos e máscaras, e dos seus princípios estéticos. Em simultâneo, “queremos explorar a expressão física do actor e as suas possibilidades dentro do teatro físico”, explica Larry Ng ao HM. O conceito da oficina desdobra-se assim na interacção entre três aspectos: a representação, o rosto e o corpo. O tema, “A exploração dos segredos da vida através de uma rotunda poética”, pretende metaforizar todo o processo de aprendizagem. Durante os três dias, a iniciativa vai dar o palco a “um espaço nublado e mágico em que há lugar para o humano e para o não-humano, e em que um expressa o outro”. A vacilação entre a mentira da representação e a realidade da vida representa também um aspecto a ser explorado. “O uso da máscara está directamente associado à mentira ou à farsa, em suma, à própria encenação teatral enquanto representação da vida através de algo que não o é”, diz Larry Ng. O objectivo é possibilitar a criação de um espaço poético em que as pessoas possam andar entre o visível e o invisível, entre o interno e o externo. “É uma rotunda poética”, afirma, em que os participantes vão abordar as expressões da complexidade da natureza humana. Máscaras vivas Por outro lado, a técnica da máscara aborda uma estrutura viva. “As máscaras são vivas, ganham vida com a manipulação dos actores”, refere o formador. São objectos que pedem o domínio do movimento para que possam assumir expressões que levem o público a dar-lhes uma personalidade, um estado de espírito. “O movimento dá-lhes vida”, sublinha. Desta forma, o workshop terá como base o desenvolvimento de técnicas de movimento, através de exercícios ligados ao teatro físico trazidos das escolas que fazem parte da formação de Larry Ng: a de Jacques Lecoq e a de Etienne Decroux, em que máscara e mímica se aliam. Pela formação que vai abordar as leis básicas do movimento e a relação entre estrutura e movimento, é intenção do formador colocar os participantes num processo exploratório não só das possibilidades do próprio corpo, como da sua associação estética e representativa aquando do uso da máscara e mesmo da sua aplicação à ópera, por exemplo. Os conteúdos principais da oficina estão divididos em vários módulos entre eles: os princípios básicos do exercício, do corpo e do espaço; o movimento com textura e forma; o movimento do corpo com diferentes materiais e estruturas; os princípios e técnicas da utilização de marionetas; os princípios e técnicas da utilização de máscaras básicas e técnicas estéticas como a imagem, a imaginação e a poesia. Larry Ng tem a carreira marcada por formação e participações entre a Europa e Hong Kong, sendo doutorando do Departamento de Sociologia da Universidade Chinesa de Hong Kong. A iniciativa é dirigida a todos os interessados por representação e pelas suas técnicas.
Sofia Margarida Mota Eventos MancheteArmazém do Boi | Workshop e exposição para reflectir Macau Gil Mac regressa a Macau para um woprkshop no Armazém do Boi em que os participantes são convidados a trabalhar em logótipos que representem a cidade. O espaço é de criação e reflexão para que, no final, resulte uma exposição em caixas de cartão que comuniquem o território [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma semana para a criação de logótipos em caixas de cartão capazes de reflectir a cidade, é a proposta do workshop Macau™ que vai ter lugar no Armazém do Boi. Gil Mac é o responsável pelo evento. A participação do artista marca a presença portuguesa na programação de 2017 do Armazém e resultou do open call “Seed in Spring” promovido pela entidade local. A cidade não é nova para Gil Mac e a ideia, neste regresso, é pensar Macau e o branding do lugar. “A primeira vez que estive em Macau foi em 2007 com a Teatro do Frio para apresentar um espectáculo a solo no festival Fringe e apaixonei-me pela cidade. Voltei em 2014 com o colectivo (DEMO) para o mesmo festival com o projecto ‘UWAGA!’. Estivemos no Armazém do Boi várias semanas com uma oficina de arte urbana e tipografia”, recorda. Foi aí que conheceu e se surpreendeu com a criação artística “made in Macau”. “Conheci uma nova geração de artistas muito criativa, com espírito crítico e “politicamente” envolvidos. Fizemos várias intervenções no espaço público e o resultado foi muito interessante”, aponta Gil Mac. O evento, que vai ter lugar entre 12 e 19 de Março, tem como mote “a riqueza histórica e multicultural do território e a sua contemporaneidade identitária tendo em conta as particularidades”. Para Gil Mac, o território é detentor de características que se concretizam nos fluxos de turismo e de consumo, na globalização e na mudança dos espaços públicos e privados, e estes serão alguns dos temas em análise.O Macau™ aparece ainda na sequência do trabalho que, o também designer gráfico, tem vindo a desenvolver dentro do projecto pessoal “whatever ™”. Comunicar a urbe As premissas que fundamentam o evento são as necessidades da cidade e as suas representações. No entanto, não se trata de um resultado de intervenção em espaço público mas sim expositivo e com uma linguagem associada à publicidade através do uso do branding, com os olhos postos na síntese que é o logótipo. A ideia passa ainda por “fazer a desconstrução da comunicação das marcas que se encontram na cidade e a forma como se comunicam.” O objectivo inicial seria a realização de um workshop durante uma semana, mas na ausência de espaço disponível o programa foi reorientado. O evento será feito em vários momentos. Numa primeira fase, é realizado um briefing, a 12 de Março, com os participantes e onde são dadas as premissas. Segue-se uma semana de trabalho. “Este tempo é um momento em que as pessoas vão olhar para a cidade, reflectir no que ela diz e trabalhar em esboços, fotografias e ideias, para que no fim-de-semana seguinte, num terceiro momento, se faça uma síntese dos logos que foram criados no período anterior e seja criado um objecto gráfico a preto e branco”. A materialização é feita em caixas de cartão porque, afirma, “são objectos que normalmente têm em si informação acerca dos produtos que transportam e, muitas vezes, esta informação é também um logótipo”. Para Gil Mac, “o mais importante é a experiência” sendo que a discussão dos diferentes pontos de vista e opiniões sobre a cidade culminarão em trabalhos “mais ricos”. “No cerne do evento está a reflexão do que é que é Macau neste momento”, afirma. Os participantes vão procurar, de uma forma criativa, comunicar com a cidade, e, ao olhá-la com outros olhos, encontrar nela características que possam ser representadas graficamente. “[Os participantes] serão encorajados a ver a cidade de outra forma nas suas múltiplas facetas: na arquitectura, nos símbolos e dinâmicas”. O curto período de tempo do workshop também representa um desafio, considera, na medida em que permite desenvolver capacidades de trabalho sob pressão. Gil Mac é um artista multifacetado. Conimbricense, nasceu em 1975. Estudou artes gráficas, fotografia e multimédia e teve formação adicional em tipografia. Paralelamente, desenvolve projectos associados ao teatro e à música experimental. Admirador de Camilo Pessanha tem vindo a desenvolver o projecto “Inscrição” que deu o mote, no ano passado, à performance “ORACULO”, no Festival Rota das Letras. Camilo Pessanha regressa à edição deste ano, desta feita com a performance Hydra & Orpheu e o projecto DEMO. A ideia é mostrar a influência do poeta local na geração de escritores modernistas portugueses em que se inclui Fernando Pessoa.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteCreative Macau | Thomas Lim regressa para mais um workshop de cinema Entre os dias 14 e 25 de Setembro o cineasta Thomas Lim volta ao território para dar um workshop intitulado “Construir um guião de Hollywood”. Actualmente a residir em Los Angeles, Thomas Lim considera que um filme feito em Macau tem maiores possibilidades de ter sucesso e de ser difundido nos mercados asiáticos do cinema [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ode um mercado de pequena dimensão como o de Macau comparar-se à máquina cinematográfica de Hollywood? Não só pode como até apresenta vantagens. Quem o diz é Thomas Lim, cineasta radicado em Los Angeles que regressa a Macau para mais um workshop. Entre os dias 14 e 25 de Setembro, a Creative Macau acolhe o evento “Construir um guião de Hollywood”, dirigido a um máximo de 15 pessoas e com um preço de 1400 patacas. Ao HM, Thomas Lim garante que vem mostrar um pouco do que já aprendeu com a indústria do cinema norte-americano. “É difícil ter pessoas a investir um milhão de dólares num filme, na primeira vez. E o primeiro passo para ter esse investimento é ter um grande guião. Por isso é que acredito na produção de guiões e quero partilhar estas ferramentas que aprendi nos Estados Unidos da América em Macau, com o novo curso em Setembro”m explica. “Decidi viver em Los Angeles nesta altura da minha vida, porque quero conhecer e trabalhar naquilo que os EUA oferecem nestas áreas”, disse ainda ao HM. Ver de perto as grandes produções do cinema que chegam às salas de cinema de todo o mundo levou Thomas Lim a confirmar a genialidade dos americanos para o cinema. “Diria que os estúdios americanos, e não apenas de Hollywood, são mais fortes do que qualquer outra indústria do mundo em termos de conhecimento dos métodos de produção, abundância na distribuição dos canais e, acima de tudo, as suas incomparáveis capacidades para escrever histórias que captam a atenção das audiências em termos mundiais”, acrescentou. Estabelecendo uma comparação com a escala reduzida do cinema que se produz no território, Thomas Lim defende que produzir um filme em Macau e transmiti-lo nos cinemas locais pode até ser maior sinónimo de sucesso do que em Hollywood, onde se trabalha com maiores orçamentos e onde a penetração nas salas de cinema é mais difícil. “É muito mais fácil fazer um filme que tem a oportunidade de ser transmitido nos principais cinemas de Macau (e em outros países da Ásia). Uma produção de um milhão de dólares norte-americanos, ou menos, em Macau, teria muito boas oportunidades de ser comercializada e transmitida nos maiores cinemas de Macau ou mesmo noutras partes da Ásia. Com o mesmo orçamento, um filme americano quase que não tem possibilidade de ter um amplo lançamento no mercado comercial, mesmo que seja um filme multi-premiado em festivais”, exemplificou Thomas Lim. Para o cineasta, “isso deve-se à competição que existe entre os grandes filmes de Hollywood, que têm orçamentos acima dos cem milhões de dólares e que são filmes locais nos EUA”. Portanto, para o cineasta de Singapura, produzir películas no pequeno território, com muitas paisagens por explorar, só traz vantagens. “No final, o sucesso de um filme é analisado por dois resultados principais. O primeiro é pelas receitas de bilheteira que obteve e se teve um lançamento comercial noutros mercados fora de Hollywood. Um filme americano de um milhão de dólares tem mais possibilidades de ser ‘menos bem sucedido’ do que um filme de Macau com o mesmo orçamento”, rematou.