Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Kremlin rejeita plano de vitória de Zelensky O Kremlin rejeitou ontem o “plano de vitória” apresentado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao parlamento, em Kiev, argumentando que a Ucrânia “precisa de acordar”. “O único plano de paz possível é que o regime de Kiev compreenda que a sua política não tem perspectivas e que precisa de acordar”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas. O líder da Ucrânia esteve ontem de manhã a apresentar aos deputados ucranianos o seu “plano de vitória” para a guerra, depois de ter abordado o documento com alguns dos principais aliados ocidentais com o objectivo de os convencer a ajudá-lo a pôr em prática as medidas delineadas por Kiev e a derrotar a Rússia. Esta apresentação no parlamento ucraniano acontece na véspera de Zelensky ir a Bruxelas para participar, como convidado, no Conselho Europeu que decorre entre hoje e amanhã. Na ocasião, o líder ucraniano irá apresentar os pormenores do plano aos 27 do bloco europeu. O plano de Zelensky inclui uma vertente militar, prevendo-se para isso ajuda e autorizações dos aliados ocidentais – sobretudo da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos – para usar armas de longo alcance doadas para atacar alvos em solo russo. O plano prevê também que a Ucrânia continue a fazer avanços no terreno contra as forças russas, o que lhe daria argumentos para obrigar a Rússia a sentar-se à mesa das negociações, nomeadamente numa cimeira de paz. Com certeza Ontem, na intervenção no parlamento ucraniano, Zelensky rejeitou a possibilidade de ceder território à Rússia ou aceitar um “congelamento” na linha da frente, sublinhando que Moscovo vai perder a guerra iniciada em Fevereiro de 2022. “A Rússia vai perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um ‘congelamento’ [da frente]. Não pode haver qualquer troca relativamente ao território da Ucrânia ou à sua soberania”, defendeu. A Ucrânia e os seus aliados devem “forçar a Rússia a participar numa cimeira de paz e estar pronta para acabar com a guerra”, afirmou ainda o Presidente ucraniano, sublinhando que o plano de vitória foi preparado “para os ucranianos”. Ainda no parlamento, Zelensky propôs a instalação na Ucrânia de um conjunto completo de medidas estratégicas de dissuasão não nucleares que, segundo defendeu, “serão suficientes para proteger a Ucrânia de qualquer ameaça militar da Rússia”. Outra vertente do plano, mais encaminhada, é a adesão da Ucrânia à UE, indicaram esta semana funcionários europeus, que realçam os progressos ucranianos nas reformas exigidas para entrada no bloco comunitário e que servem de inspiração a outros países candidatos dos Balcãs Ocidentais, que iniciaram o processo há vários anos. A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de Fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra sectores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Zelensky considera viagem de Modi à Rússia devastadora para a paz O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou ontem devastadora para a paz na Ucrânia a viagem do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, à Rússia, destinada a reforçar os laços com Moscovo. “É uma grande desilusão e um golpe devastador para os esforços de paz ver o líder da maior democracia do mundo abraçar o criminoso mais sanguinário do mundo em Moscovo”, denunciou Zelensky nas redes sociais, poucas horas depois de um ataque russo particularmente mortífero contra cidades ucranianas. Zelensky considerou que a cordialidade demonstrada pelo Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi, para com o Presidente russo, Vladimir Putin, é uma “enorme decepção”. Nos últimos meses, a Ucrânia tem tentado obter o apoio da Índia e de outros países importantes do chamado Sul Global para a sua causa. A Índia enviou uma representação à cimeira de paz liderada por Kiev, realizada sem a Rússia, na Suíça, em meados do mês passado, mas não assinou o comunicado final por não propor uma solução “aceitável para ambos os lados da guerra”. A Índia e outros países do hemisfério sul mantêm contactos com a Ucrânia, mas continuam a manter relações estreitas com a Rússia. Bons amigos Modi chegou segunda-feira a Moscovo e afirmou esperar reforçar a “parceria estratégica privilegiada” com a Rússia na sua primeira viagem ao país desde o início da guerra na Ucrânia, em Fevereiro de 2022. “Estou ansioso por rever todos os aspectos da cooperação bilateral com o meu amigo, o Presidente Vladimir Putin, e partilhar perspectivas sobre várias questões regionais e globais”, declarou o líder indiano, acrescentando que o objectivo é apoiar “uma região pacífica e estável”. Modi foi recebido no aeroporto por uma delegação russa liderada pelo primeiro vice-primeiro-ministro russo, Denis Manturov. A deslocação de Modi, que terminou ontem, é a primeira desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro pela terceira vez, após as eleições em que a força política que lidera, o Partido do Povo Indiano (BJP), venceu, mas sem maioria absoluta as legislativas. A última vez que Modi visitou a Rússia foi em 2019. Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Vinay Kwart, anunciou que Putin e Modi iriam abordar a situação dos cidadãos indianos recrutados para servir nas fileiras do Exército russo na guerra na Ucrânia. As autoridades indianas têm apelado para se rescindirem os contratos de vários dos seus cidadãos contratados pelo Exército russo para realizar “trabalho de apoio”, embora pelo menos quatro tenham morrido em combate.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Zelensky nas Filipinas para promover cimeira de paz O Presidente da Ucrânia visitou ontem as Filipinas, um dia depois de participar num fórum de segurança regional em Singapura para promover a cimeira mundial de paz, marcada para a próxima semana, na Suíça. Volodymyr Zelensky, cuja viagem a Manila não foi anunciada oficialmente pelo seu gabinete ou pelas autoridades filipinas, reuniu-se com o homólogo, Ferdinand Marcos, que expressou todo o apoio possível para resolver o conflito no país europeu, informou a televisão filipina ABS-CBN. O líder ucraniano compareceu, de surpresa, no domingo no Diálogo de Shangri-La, o principal fórum de segurança e defesa da Ásia, para pedir apoio dos países da Ásia-Pacífico para a cimeira mundial de paz que vai decorrer, de 15 a 16 de Junho, na estância suíça de Bürgenstock. No discurso em Singapura, Zelensky manifestou “a decepção” por alguns países, como a China, não terem confirmado a presença na cimeira e acusou Moscovo de tentar “fazer descarrilar” os esforços para alcançar a paz. O Presidente ucraniano afirmou que 106 países e organizações confirmaram a participação na cimeira, que não deverá contar com a presença de representantes de Pequim e Moscovo. União de ferro À margem do Diálogo de Shangri-La, Zelensky encontrou-se com o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, a quem agradeceu o “apoio político e de defesa vital dos EUA à Ucrânia”. Esta é a segunda visita do líder ucraniano à Ásia desde o início da guerra na Ucrânia devido à invasão russa em Fevereiro de 2022, depois de ter participado na cimeira de líderes do G7 no Japão em Maio de 2023. Zelensky procura durante esta viagem impulsionar a cimeira na Suíça e exaltar “a diplomacia” como o principal instrumento para pôr fim a uma “guerra cruel” que matou dezenas de milhares de pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaZelensky acusa Pequim de tentar boicotar cimeira da paz na Suíça O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou ontem a China de tentar impedir países de participaram na cimeira de paz na Ucrânia, que se realiza a 15 e 16 de Junho, na Suíça. “Infelizmente, a China está agora a tentar impedir os países de participarem na cimeira de paz”, disse Zelensky aos jornalistas, à margem de um fórum de segurança em Singapura, citado pela agência francesa AFP. Zelensky referiu que Pequim não pode dizer que aceita a soberania e a integridade territorial da Ucrânia “e, ao mesmo tempo, ser aliado de um país que viola os princípios da Carta das Nações Unidas”, referindo-se à Rússia. Segundo Zelensky, a China está a fazer “tudo o que está ao seu alcance” para obstruir a cimeira, através de um esforço diplomático para convencer outros países asiáticos e do chamado “sul global” a absterem-se de participar. “A Ásia precisa de saber o que está a acontecer na Ucrânia. Precisamos do apoio dos países asiáticos. Precisamos muito do apoio dos países asiáticos”, afirmou, em declarações divulgadas pela agência Bloomberg. Zelensky disse que a cimeira na Suíça contará com a presença de mais de 100 países e 75 chefes de Estado e de Governo, segundo a agência espanhola Europa Press. Devo ir ou ficar A China disse na sexta-feira que seria difícil participar na cimeira se a Rússia não fosse convidada, uma declaração aprovada por Moscovo. “Existe uma clara discrepância entre os preparativos para a conferência, por um lado, e as exigências da China e as expectativas gerais da comunidade internacional, por outro, o que torna difícil a participação da China”, afirmou a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning. “Caso contrário, será difícil para a conferência desempenhar um papel substancial no restabelecimento da paz”, acrescentou Mao numa conferência de imprensa em Pequim na sexta-feira passada. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também ainda não confirmou a presença na cimeira. “Estamos desapontados com o facto de alguns líderes mundiais ainda não terem confirmado a sua participação na Cimeira da Paz”, comentou Zelensky em Singapura, sem mencionar o nome da China ou dos Estados Unidos. Portugal irá participar na cimeira da paz com uma delegação liderada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que inclui o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. A cimeira da paz na Suíça será antecedida por uma conferência sobre a reconstrução da Ucrânia, nos dias 11 e 12 de Junho, em Berlim.
André Namora Ai Portugal VozesPerguntar não ofende Na década de 1950 o Estado português ganhava muito dinheiro com a exportação total da cortiça para a União Soviética. Não existiam relações diplomáticas, mas os negócios entre os dois países eram mais que muitos. Depois do 25 de Abril de 1974 reataram-se as relações diplomáticas e a perestroika deu lugar à Federação Russa e as negociatas continuaram aos magotes. Nas mais recentes décadas assistimos à Ucrânia a permitir que no seu território existissem os mais variados grupos pró-nazis que financiavam quase todos os movimentos de extrema direita na Europa. A dada altura, a Ucrânia fez uma opção política e iniciou uma relação estreita com a estrutura militar norte-americana. Num belo dia, a espionagem russa informou o presidente Putin de que na Ucrânia existiam bases militares norte-americanas subterrâneas que continham mísseis poderosos que até podiam atingir Moscovo. Putin, não se fez de modas, chamou as chefias militares e ordenou o bombardeamento dos aeroportos ucranianos onde por perto se situavam as bases americanas. Começou a invasão russa à Ucrânia até aos dias de hoje. E a Europa juntamente com os Estados Unidos da América entraram em paranoia e começaram a defender a Ucrânia sem olhar às razões da invasão russa. Os russos passaram a ser os criminosos e os ucranianos os santos. Vem isto a propósito, do acontecimento político da semana passada em Portugal: a visita oficial do presidente ucraniano. Zelenski que foi recebido, sob uma segurança nunca vista, ao mais alto nível pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro. Com Luís Montenegro o caso foi caricato e revoltante. Porquê? Porque as duas personalidades assinaram um “acordo”, do qual apenas foi dado conhecimento público que irão mais umas centenas de milhões de euros para a Ucrânia, não falando em material militar. Mas Portugal não é um dos países mais pobres da Europa? Portugal não vive à base dos fundos europeus que lhe são oferecidos pela União Europeia? Portugal não tem cerca de quatro milhões de cidadãos a viver ao nível da pobreza? Portugal não tem o Serviço Nacional de Saúde (SNS) à beira do caos por toda a cadeia hospitalar nacional? Portugal não tem as suas Forças Armadas sem efectivos e sem dinheiro para aumentar o pecúlio dos seus militares? Portugal não tem os polícias e os militares da GNR na rua a protestar por melhores condições? Portugal não tem os médicos em greves porque não têm condições de trabalho e não lhes pagam as horas extraordinárias? Portugal não tem os enfermeiros a emigrar para Inglaterra, Alemanha e Holanda, porque aqui levam para casa menos de mil euros? Portugal não tem os tribunais entupidos porque os oficiais de justiça reivindicam há anos melhores condições e não param de fazer greves? Portugal não tem os guardas prisionais a ganhar um salário miserável e ainda por cima são agredidos pelos presos? Portugal não tem os bombeiros voluntários a pedir por melhores condições salariais, caso contrário, ameaçam não combater os incêndios que deflagrarem este ano? Portugal não tem a inflação a subir novamente? Portugal não tem um aumento todos os meses dos produtos alimentares e energéticos? Ou seja, Portugal não tem dinheiro para nada. Para construir bairros sociais, hospitais e lares com dignidade onde os idosos não sejam agredidos, mas tem milhões de euros para enviar para a Ucrânia. Este país, onde toda a população sabe falar russo, não faz parte da União Europeia nem da NATO, mas Portugal à semelhança dos países riquíssimos também envia o que não pode para aumentar uma guerra. É a hipocrisia total dos políticos que gritam com todos os decibéis que desejam a paz. Qual paz? Uma mentira vergonhosa quando se apoia com material bélico que essa guerra entre ucranianos e russos não tenha fim e que continuem a morrer milhares de pessoas, tanto de um lado como do outro. Como pode haver paz se a Bélgica anunciou a entrega à Ucrânia de 30 aviões de combate F-16? Como pode haver paz se o pobretana Luís Montenegro vai enviar, mas não o disse, material bélico de monta e drones fabricados em Portugal? Como pode haver paz se Macron teve o desplante de anunciar a ida de tropas francesas para a Ucrânia, o que já recebeu a concordância de outros países e o desplante de Portugal afirmar que as armas enviadas para a Ucrânia podem atingir território russo? Depois não se admirem que a Rússia atire com umas bombas para qualquer país da União Europeia, aliás, Zelenski, surpreendentemente, veio dizer que a III Guerra Mundial já começou… Perguntar não ofende e não podem interpretar estas linhas como um desprezo às vítimas ucranianas, porque do lado russo também tem morrido muita gente. Tivemos a visita de Zelensky e ficámos na lista negra da Rússia. O futuro é uma interrogação, mas os portugueses já podem contar que arranjaram um inimigo que não brinca em serviço, a Rússia. E onde está a preparação em Portugal se o povo for alvo do ataque russo? Onde estão as sirenes de aviso nas cidades portuguesas? Onde estão construídos os abrigos de um qualquer ataque vindo de país estrangeiro? Onde estão as nossas brigadas anti-aéreas se a Força Aérea Portuguesa nem sequer tem dinheiro para o treino dos pilotos novos? Perguntar não ofende, mas um facto concreto foi a figura triste que Portugal fez com o tal “acordo” assinado por Zelenski e Montenegro. Uma tristeza que nos leva a pensar que Portugal só é falado nos jornais espanhóis porque na Madeira um fulano constituído arguido e suspeito de corrupção grave irá voltar a governar a nossa região autónoma…
Hoje Macau InternacionalBakhmut | Zelensky nega conquista e compara destruição à de Hiroxima O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou ontem que Bakhmut não está ocupada pela Rússia e comparou o nível de destruição da cidade do leste da Ucrânia ao provocado pelo bombardeamento atómico de Hiroxima, em 1945. Bakhmut “não está ocupada pela Rússia a partir de hoje (ontem)”, disse Zelensky durante uma conferência de imprensa no Parque da Paz em Hiroxima, no final da cimeira do G7. Zelensky disse que não podia partilhar informações exactas devido a tácticas militares e que o mais grave seria as tropas ucranianas serem cercadas “se houvesse um erro táctico em Bakhmut”. Reafirmou que a Ucrânia tem tropas de apoio em Bakhmut e que testemunhas asseguram que a cidade “não está ocupada pela Federação Russa”. “Não há várias formas de interpretar isto”, respondeu, citado pela agência espanhola EFE, quando questionado sobre a confusão causada por comentários que tinha feito anteriormente em Hiroxima. No final de um encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden, Zelensky respondeu de uma forma ambígua à pergunta sobre se as tropas de Kiev ainda estavam a lutar em Bakhmut ou se a cidade tinha sido conquistada pela Rússia. “Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações”, disse também, na altura. A conquista total de Bakhmut foi anunciada, no sábado, pelo chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin. A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin. Zelensky insistiu, na conferência de imprensa, que Bakhmut está totalmente destruída após oito meses de combates, naquela que é considerada a batalha mais longa e sangrenta da guerra russa contra a Ucrânia. “Posso dizer honestamente que as imagens de Hiroxima destruída me fazem lembrar Bakhmut. Não resta absolutamente nada vivo, todos os edifícios estão destruídos (…), destruição absoluta e total”, disse Zelensky, citado pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Zelensky planeia encontro com Xi Jinping O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que planeia encontrar-se com o homólogo chinês Xi Jinping, lembrando que a China “respeita a integridade territorial” dos países e deve “fazer os possíveis para retirar a Rússia” da Ucrânia. “Antes de mais, tenho planos para me encontrar com Xi Jinping”, sublinhou Zelensky numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros em Kiev, no dia em que se assinalou um ano desde o início da invasão russa da Ucrânia. O governante considerou o encontro “positivo” para os dois países e “para a segurança do mundo”, noticiou a agência Efe. Zelensky acrescentou que “a China respeita a integridade territorial” dos países e que, “por isso, deve fazer todo o possível para retirar a Rússia” do território ucraniano. O chefe de Estado ucraniano manifestou também esperança de que a China não envie armas para a Rússia, decisão que os Estados Unidos consideram que Pequim está a ponderar, garantindo que está a trabalhar para impedir essa realidade. Sem dar detalhes sobre o local ou o momento em que este encontro pode ocorrer, Zelensky sublinhou novamente a “fórmula para a paz” apresentada pela Ucrânia, que prevê uma cessação das hostilidades que passa pela retirada russa e enfatiza o cumprimento dos princípios da Carta da ONU. Macron em Pequim O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que vai visitar a China no início de Abril e apelou a Pequim para tentar convencer a Rússia a parar a guerra contra a Ucrânia. No dia seguinte à China ter divulgado uma posição sobre o conflito, Macron disse que a paz só será possível se implicar “uma paragem da agressão russa, a retirada das tropas e o respeito pela soberania territorial e pelo povo ucraniano”. “O facto de a China estar empenhada em esforços de paz é muito bom”, disse Macron durante uma visita ao Salão da Agricultura, em Paris, citado pela agência francesa AFP. Macron apelou a Pequim “para não entregar quaisquer armas à Rússia” e para ajudar a pressionar Moscovo a nunca utilizar armas químicas ou nucleares. Pediu também que a China, que tem mantido uma posição próxima de Moscovo, ajude a convencer Rússia a parar os combates como condição prévia para negociações. Lukashenko na China entre terça e quinta-feira O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, realiza uma visita oficial à China entre terça e quinta-feira, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A convite do Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, vai realizar uma visita de Estado à China de 28 de fevereiro a 2 de março”, disse a porta-voz do ministério Hua Chunying, citada pela agência France-Presse (AFP). O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, informou o seu homólogo bielorruso, Sergueï Aleïnik, numa conversa telefónica na sexta-feira, da vontade de Pequim de trabalhar com a Bielorrússia para aprofundar a sua confiança política mútua, lê-se num comunicado do ministério chinês. Em setembro, Xi Jinping e Lukashenko anunciaram uma parceria estratégica durante uma reunião no Uzbequistão.
André Namora Ai Portugal VozesO erro da Assembleia da República Hoje é feriado aqui em Portugal. É o dia 25 de Abril, que para mim é apenas da liberdade que me acabou com a censura do que escrevia. De resto, celebram a liberdade quando durante 48 anos tem havido mais libertinagem do que liberdade. Mais corrupção do que solidariedade. Mais vigaristas do que homens de bem. Mais governantes que só pensaram em ganhar dinheiro do que beneficiar o povo. Sinceramente, já não festejo esta data. Os meus amigos dizem que sou um “anarca do caraças”. Do caraças, não. Sou anarca porque aprendi a ser independente na análise dos factos. Por esse mundo fora entendeu-se que a invasão da Rússia à Ucrânia não tinha os seus motivos, e vai daí, os russos são uns bandidos, uns nazis, uns filhos da puta. Conhecemos dezenas de russos e de ucranianos. E antes de 2014, os nazis estavam na Ucrânia e em Moscovo liderava um ditador que nunca se saberia o que podia fazer. Começou por reaver a Crimeia, que desde 1773 já era território russo após a guerra entre a Rússia e a Turquia. E o senhor Putin achou que os americanos estavam a abusar e a introduzir na Ucrânia material bélico sofisticado em bases militares subterrâneas que podiam colocar em perigo a segurança da Rússia. Em 2019 iniciou uma acção de espionagem com centenas de homens em território ucraniano para ficar com todos os pormenores militares americanos. E, quando no início de este ano o informaram de que perto da capital Kyiv estavam instalados mísseis americanos que em cinco minutos podiam desfazer Moscovo, o homem passou-se, enlouqueceu e chamou os generais para ordenar a imediata invasão da Ucrânia, começando pelo bombardeamento das bases militares onde existia material americano e pelos prédios onde residiam militares americanos disfarçados de ucranianos. Atenção, que nós não inventamos os factos como faz diariamente José Milhazes na rádio e televisão, depois de ter vivido dezenas de anos à custa dos russos e só agora é que os insulta. Obviamente, que ninguém pode concordar com a loucura de Putin que não perdoa inocentes como as crianças e os velhotes durante os bombardeamentos. Mas, daqui a muitos anos os historiadores hão-de referir estas linhas que acabámos de vos escrever sobre as razões do início da invasão russa à Ucrânia. Mas, a semana passada teve um episódio histórico: o grande erro da Assembleia da República portuguesa. Foi vergonhoso irmos na onda da moda em que o presidente ucraniano anda há meses a dizer a mesma coisa pelos parlamentos europeus. A Assembleia da República portuguesa tinha todo o direito de ouvir o presidente Volodymyr Zelensky dizendo de sua justiça. No entanto, uma guerra tem sempre duas partes em confronto e dois pontos de vista completamente diferentes. A nossa Assembleia da República, até pelo nosso passado histórico-cultural, tinha a obrigação de ser diferente dos outros e só tinha ganho encómios se tivesse convidado também o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para explicar aos deputados portugueses quais as razões do massacre que tem sido levado a efeito pelas suas tropas em terras ucranianas. Putin tinha todo o direito de falar verdade, mentir, inventar ou revoltar quem o escutasse, mas o nosso Parlamento é que não pode expandir um discurso no qual anuncia que Portugal continuará a enviar material bélico para a Ucrânia. Portugal, um país mais pequeno que uma província espanhola, que nem tem pistolas decentes para os seus agentes policiais e anuncia que vai enviar, ou que já enviou, armamento e munições para as tropas ucranianas. Discordo em absoluto e talvez por isso não critico os deputados comunistas que faltaram à sessão solene. A sessão teve os deputados presentes a aplaudir de pé as palavras de Zelensky, o qual no seu discurso relembrou o 25 de Abril. A que propósito? Vangloriando a revolta militar interna contra um regime instalado? Certamente que não. Louvando um Conselho de Revolução que chegou a mandar prender democratas? Não acredito que tivesse sido essa a sua ideia. Comparar a liberdade que o 25 de Abril proporcionou ao povo português com a liberdade que os russos estão a retirar aos ucranianos. Aí sim, creio que foi esse o motivo pelo qual Zelensky se referiu à data que hoje comemoramos. Contudo, não gostei do discurso de Zelensky porque foi fotocópia do que tem dito pelos parlamentos europeus e muito menos gostei do discurso do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. Então, a segunda figura do Estado português toma posição radical contra um país com quem mantém relações diplomáticas, a Rússia, e ameaça com a entrega de armamento ao inimigo desse país? Mas, ao que chegámos em termos oficiais. Em Portugal não se sabe ter uma posição neutra em termos oficiais? Portugal com esta atitude de Santos Silva passou a ficar na lista negra de Putin e se um dia o “maluco” russo carregar no botão nuclear, pois, podem ter a certeza que Portugal leva com uma ogiva mesmo no centro de Lisboa. A irresponsabilidade política portuguesa bateu no fundo e nem sequer sabem analisar o que uma guerra deste tipo que decorre na Ucrânia pode resultar para todos nós. A razão da nossa posição ficou bem patente na inteligência do secretário-geral da ONU, António Guterres, que amanhã irá manter um encontro com Vladimir Putin, em Moscovo, e de seguida com Zelensky, em Kyiv. Ora aí está a diferença com o nosso Parlamento. Guterres dá um exemplo de política acertada em ouvir as duas partes em confronto.
Hoje Macau China / ÁsiaVolodymyr Zelensky pede ajuda ao Parlamento sul-coreano O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ontem à Coreia do Sul que envie armas ao Exército da Ucrânia para combater os russos, num discurso transmitido por vídeo no Parlamento sul-coreano. “A República da Coreia pode ajudar a Ucrânia. O país tem meios militares que podem ajudar a deter os aviões e os mísseis russos”, disse Zelensky num discurso em ucraniano com tradução simultânea para o coreano. Zelensky saudou a ajuda material recebida até agora da Coreia do Sul, mas insistiu que o seu país precisa de armas, incluindo aviões e tanques, para resistir à invasão. “Se a Ucrânia receber essas armas, isso não apenas salvará a vida de pessoas comuns, mas representará uma oportunidade para salvar a Ucrânia, e não apenas a Ucrânia, mas também para garantir que outros países não sejam atacados pela Rússia”, acrescentou o Presidente ucraniano num discurso que durou cerca de quinze minutos. Volodymyr Zelensky insistiu que a Rússia “não planeia apenas ocupar a Ucrânia” como, “depois da Ucrânia, a Rússia certamente atacará outros países”. “Todos os países têm direito à independência. Todas as cidades têm o direito de viver em paz. Todas as pessoas têm o direito de não morrer na guerra. É por isso que estamos a lutar. É isso que lhes peço, que se unam a nós para enfrentar a Rússia”, concluiu. Após o seu discurso, foi exibido um vídeo sobre os ataques em Mariupol, que mostraram a devastação e os efeitos na população local. O discurso de Zelensky ocorreu horas após o ministro da Defesa sul-coreano, Suh Wook, insistir novamente que Seul não tem intenção de enviar armas letais, sempre citando a “situação de segurança” da Coreia do Sul. Até agora, segundo o ministro sul-coreano, o país asiático enviou cerca de 800 milhões de dólares em suprimentos militares não letais, incluindo coletes à prova de balas, capacetes, cobertores ou produtos médicos. Contas da guerra A guerra começou em 24 de Fevereiro, quando Moscovo invadiu a Ucrânia após ter concentrado dezenas de milhares de tropas no lado russo da fronteira com o país vizinho, bem como do lado da Bielorrússia, um país aliado de Moscovo. Desde então, os combates mataram milhares de civis e militares, num balanço ainda por confirmar, e destruíram várias cidades e infra-estruturas na Ucrânia. Mais 11 milhões de pessoas fugiram dos seus locais de residência, incluindo 4,5 milhões para os países vizinhos. Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária. A comunidade internacional reagiu à invasão da Ucrânia com sanções económicas e políticas contra a Rússia e o fornecimento de armas e de apoio humanitário às autoridades de Kiev.