Xinjiang | Volkswagen anuncia venda das suas operações

O construtor automóvel alemão Volkswagen anunciou ontem a venda das suas operações na região chinesa de Xinjiang, onde Pequim é acusada de violações dos Direitos Humanos.

A empresa vai vender a sua fábrica na capital de Xinjiang, Urumqi, bem como uma pista de testes em Turpan, a uma empresa chinesa, informou um porta-voz do grupo, em comunicado. A empresa invocou “razões económicas” e um “realinhamento estratégico” para justificar a sua decisão.

Desde há vários anos, governos ocidentais e organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de exercer uma campanha repressiva contra os uigures e outras minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang.

A região do noroeste da China alberga uma série de fornecedores de empresas multinacionais, incluindo grandes marcas europeias e norte-americanas. Há muito que a Volkswagen está no centro das atenções por causa da sua fábrica de Urumqi, inaugurada em 2013, na qual a empresa tem uma participação através do seu parceiro local SAIC.

No início deste ano, o diário financeiro alemão Handelsblatt afirmou que a construção da pista de testes da VW em Turpan, em 2019, poderia ter envolvido trabalho forçado. A Volkswagen respondeu que não tinha encontrado provas de violações dos Direitos Humanos relacionadas com o projecto.

No seu comunicado de imprensa, o fabricante alemão declarou que todas as suas operações na região seriam transferidas para a empresa chinesa Shanghai Motor Vehicle Inspection Center.

28 Nov 2024

Volkswagen e Xpeng desenvolvem dois carros eléctricos para o mercado chinês

A Volkswagen assinou um acordo com a chinesa Xpeng para desenvolverem dois modelos eléctricos para o mercado chinês, foi ontem anunciado, numa altura em que a fabricante alemã tenta recuperar terreno no país.
Numa declaração enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a Xpeng confirmou que o acordo inclui também um programa de aquisição conjunta de peças e plataformas utilizadas por ambas as empresas.
“Combinando as conceituadas capacidades de desenvolvimento e engenharia de veículos da Volkswagen com as tecnologias de veículos eléctricos inteligentes da Xpeng, levaremos os melhores veículos eléctricos inteligentes aos consumidores chineses”, afirmou He Xiaopeng, fundador e director executivo da empresa chinesa.
O responsável da Volkswagen na China, Ralf Brandstätter, lembrou que “no maior mercado mundial de veículos eléctricos e com as mais altas taxas de crescimento, a rapidez é crucial quando se trata de explorar segmentos de mercado promissores”.
“A fim de aumentar de forma constante a nossa carteira local, estamos a expandir as nossas próprias capacidades de desenvolvimento” no país asiático, acrescentou.
O executivo alemão considerou que a parceria com a Xpeng “não só acelera os tempos de desenvolvimento, como também aumenta a eficiência e optimiza as estruturas de custos”, o que significa um “aumento significativo da competitividade num ambiente de mercado altamente sensível aos preços”.

Foco eléctrico
De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, os dois modelos vão ser lançados no mercado chinês em 2026 sob a marca Volkswagen e o desenvolvimento conjunto vai permitir reduzir em 30 por cento os prazos de entrega.
O jornal salientou que a Volkswagen, tal como outras marcas ocidentais, está a tentar recuperar terreno na China face ao forte impulso das marcas locais. No ano passado, o grupo alemão vendeu 3,24 milhões de unidades na China, um aumento de 1,2 por cento em relação ao ano anterior, num mercado que cresceu 5,6 por cento.
No sector eléctrico, onde as empresas locais já levam um grande avanço, a Volkswagen vendeu mais 23,2 por cento de veículos eléctricos, em 2023, mas o seu total ascendeu apenas a 191.800 unidades, enquanto o mercado total – incluindo também os híbridos – atingiu 8,9 milhões de unidades na China.
A fabricante automóvel alemã Volkswagen pagou, no ano passado, 630 milhões de euros por uma participação de 4,99 por cento da marca chinesa Xpeng, visando o desenvolvimento conjunto de veículos eléctricos.

3 Mar 2024

Governo| Carros Volkswagen sem problemas em Macau

O Executivo assegura não existirem quaisquer problemas com os carros da marca Volkswagen no território, isto depois de Taiwan ter exigido à marca de automóveis alemã para retirar do mercado os veículos afectados no âmbito da adulteração da emissão de gases poluentes

[dropcap style=’cricle’]A[/dropcap]polémica com os carros adulterados da Volkswagen continua a fazer-se sentir na Ásia. Desta vez foi a Administração de Protecção Ambiental de Taiwan a pedir ao grupo alemão para retirar do mercado todos os veículos afectados pelo sistema que manipulou os dados das emissões de gases poluentes, tendo ainda exigido à marca o pagamento das devidas compensações aos proprietários. Em Macau, contudo, as autoridades continuam a frisar que os automóveis que circulam no mercado não estão afectados.
“A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) contactou de imediato os agentes locais (…). De acordo com as informações iniciais, não existem quaisquer problemas com os carros importados para Macau”, apontou o organismo ao HM.
Apesar disso, o Governo promete continuar atento. “A DSAT vai continuar a prestar atenção ao caso e dará toda a assistência aos agentes caso seja encontrado qualquer tipo de problema nos carros importados para Macau”, acrescentou.

Fora de circulação

Jay Chu, director-geral da Volkswagen Macau, já tinha referido ao diário Business Daily que em Macau não circulam os modelos afectados pelo software adulterado. “De facto só envolve os carros de passageiros a diesel. Em Macau, não temos sequer esse tipo de modelo”, frisou.
Apesar de circularem no mercado carros comerciais movidos a diesel, Jay Chu frisou ao mesmo jornal que esses veículos possuem motores turbo diesel, sendo, portanto, diferentes daqueles que foram afectados.
A decisão tomada esta semana em Taiwan visa a retirada de quase 17.800 automóveis das marcas detidas pelo Grupo Volkswagen, incluindo a própria Volkswagen, Audi e Skoda CV. A Administração de Protecção Ambiental de Taiwan referiu que é necessário efectuar modificações no sistema dos automóveis no prazo de três meses, estando já a efectuar um plano para a retirada e modificação dos veículos.
A polémica, que levou à demissão do CEO do grupo, Martin Winterkorn, e que afectou 11 milhões de veículos, levou ontem o presidente da Volkswagen na América do Norte, Michael Horn, a apresentar um pedido de desculpas ao Congresso norte-americano.
“Quero apresentar as desculpas sinceras da Volkswagen por ter utilizado um programa informático que serviu para manipular os resultados dos testes” das normas anti-poluição, declarou o presidente durante uma audição.

10 Out 2015