André Namora Ai Portugal VozesA seita espiritual e a morte de um bebé de catorze meses Ao que isto chegou em Portugal. Uma seita dita espiritual, denominada Reino do Pineal, instalada na aldeia de Seixo da Beira, em Oliveira do Hospital, no ano de 2020, comprou uma herdade de cinco hectares completamente fechada. O seu líder não acredita que a terra seja redonda ou que o homem tenha ido à Lua. Os membros são brancos e pretos e passam a maioria do tempo em danças e abraços. A seita assistiu à morte de um bebé de pouco mais de um ano, e resolveu cremá-lo e atirar as cinzas para o rio Mondego, em Abril do ano passado. Um crime hediondo, com a agravante de existirem na herdade mais crianças que estão a preocupar as suas famílias e as autoridades. O Ministério Público já começou a investigar a morte do bebé e a avó de um outro bebé de sete meses alertou as autoridades para forçarem a entrada na herdade e recuperarem todas as crianças que lá vivem. A bebé que a avó reclama nunca foi registada, não foi vacinada e nem teve qualquer assistência médica. A preocupação dos familiares das crianças deve-se fundamentalmente ao facto devido às crenças da seita ali praticadas estarem relacionadas em não ter acesso a cuidados de saúde, educação e cidadania. A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital já participou várias denúncias sobre a comunidade em causa à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e consequentemente ao Ministério Público. Os membros da seita caracterizam-se como “nómadas viajantes com uma vocação espiritual” que escolheram “restaurar, proteger e preservar os modos de vida orgânicos, naturais, espirituais, culturais e indígenas”. Um chorrilho de mentiras chocantes que levam a uma prática incivilizada sem lei e sem moral. O líder da seita, Água Aknal Pinheiro, teve o desplante de afirmar que “estamos aqui a viver em paz, cuidando respeitosamente da terra que actualmente habitamos até ao momento em que encontrarmos e estabelecermos uma casa permanente, talvez uma ilha…”. Inclusivamente, a Câmara Municipal de Coimbra já tinha feito denúncias sobre esta comunidade às várias instâncias oficiais, salientando a presença na herdade de mais crianças e com a edilidade coimbrã preocupada com a segurança dos menores e por suspeitar que os mesmos não tinham acesso a cuidados de saúde, cidadania e educação, quando a lei diz que o ensino é obrigatório até aos 12 anos de idade. A avó de uma bebé de sete meses luta na justiça pela guarda da neta – que está na seita do Reino do Pineal. A criança nascida no seio da seita está a deixar os seus familiares desesperados, sobretudo depois de terem conhecimento da morte de um bebé no ano passado. A avó da criança não consegue falar com a filha e quer urgentemente a guarda da neta. A Polícia Judiciária já está a investigar as circunstâncias da morte do bebé, mas até agora as outras crianças da comunidade seitosa continuam na quinta à guarda do chefe da seita. Toda esta prática inacreditável nos dias de hoje, poderá ser alvo de processos judiciais, especialmente devido à exposição ao abandono, maus-tratos e profanação de cadáver, crimes pelos quais a seita do Reino do Pineal pode responder judicialmente após a morte e cremação de uma criança. Vários canais de televisão, jornais e revistas têm dedicado o maior espaço à actuação desta seita em causa, salientando-se que vivem na marginalidade, que a morte da criança e a cremação decorreu completamente na ilegalidade e à margem da lei, que uma comunidade de 40 a 100 pessoas que se instalou em território português e que decretou a autodeterminação, que ao acreditarem que a terra é plana é inserir-se numa teoria de conspiração que leva a todo o tipo de pensamento depravado, que a maioria das pessoas que vivem na herdade não é portuguesa tratando-se de estrangeiros que se conheceram na internet e que ninguém sabe se estão em Portugal dentro da legalidade, que a soberania que apregoam relativamente ao Estado português é por si só uma afronta ilegal ao Direito Constitucional português, que naquele espaço se gera uma grande vulnerabilidade dos direitos fundamentais particularmente dos menores, que se trata de um abuso sobre humano possuir uma criança que morre sem registo e cremada sem certidão de óbito. Enfim, estamos perante algo idêntico ao que tem acontecido por esse mundo fora na área das teorias de conspiração e que em certos casos tem levado ao suicídio dos membros pertencentes a este tipo de seitas. O que não é aceitável é que perante tanta gravidade, as autoridades judiciais ainda não tenham tomado uma posição severa, chamado à colação os membros da seita e terminar em absoluto com este denominado Reino do Pineal.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Justiça julga membros da seita “Deus Todo Poderoso” [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m tribunal do nordeste da China começou ontem a julgar os líderes locais do grupo religioso autodenominado Quannengshen (“Deus Todo Poderoso”, em português), que se formou na década de 1990 e está proibido no país. Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, a polícia da província de Heilongjiang prendeu o líder local e os principais membros da seita em Junho de 2017. “Deus Todo Poderoso” foi criado na década de 1990, na província de Henan, centro do país, pelo professor de física Zhao Weishan, que segundo as autoridades chinesas leva agora uma vida luxuosa nos Estados Unidos. Em comunicado, a polícia afirma que a seita transferiu 140 milhões de yuan, para fora do país, entre Novembro de 2016 e Março de 2017. Centenas de pessoas estabeleceram grupos nas redes sociais chinesas para procurar familiares que se juntaram à seita e, entretanto, desapareceram. Segundo a Xinhua, o grupo proíbe aos crentes usar telemóvel, ver televisão ou ler livros que não sejam os “livros de Deus”. Os membros da seita creem que Jesus Cristo reencarnou numa mulher chinesa e são contra a governação do Partido Comunista Chinês (PCC), que designam de “grande dragão vermelho”. Em 2014, o grupo ficou conhecido após vídeos difundidos na Internet mostrarem cinco dos seus membros a espancar uma mulher até à morte, num restaurante McDonald’s, na província de Shandong, norte da China. A mulher tinha rejeitado dar-lhes o número de telefone quando estes a tentavam convencer a juntar-se à seita. Os membros do “Deus Todo Poderoso” alegaram que a jovem estava possuída por um “espírito maligno”.