Vendas de automóveis na China recuperam em junho após período de crescimento anémico

As vendas de automóveis na China registaram uma subida homóloga de 3,4% no primeiro semestre de 2022, impulsionadas por um forte aumento no mês de junho, após as autoridades terem aliviado as medidas de prevenção epidémica.

As vendas de automóveis no período entre janeiro e junho subiram para 10,4 milhões de unidades, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. Só no mês de junho aumentaram 41,2%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 2,2 milhões unidades.

Por seu lado, as vendas totais de veículos, incluindo camiões e autocarros, caíram 6,6%, em relação ao ano anterior no primeiro semestre, para 12,1 milhões de unidades, informou a mesma fonte. Mas em junho as vendas totais subiram 23,8%, para 2,5 milhões.

O declínio nas vendas totais foi menos severo do que a estimativa de contração de 7,1%, divulgada na sexta-feira pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, com base nos dados fornecidos pelas principais marcas. O crescimento nas vendas em junho foi mais forte do que a estimativa anterior de 20,9%.

As vendas de automóveis na China foram abaladas pela quebra de confiança dos consumidores, face à desaceleração económica, causada pelas medidas de confinamento restritivas, impostas em regiões importantes para a economia do país.

A produção de veículos foi também prejudicada pela escassez de semicondutores e pela interrupção nas cadeias de fornecimento. O abrandamento nas vendas é um golpe para as fabricantes globais, cujo aumento das receitas depende do mercado chinês, face a crescimentos anémicos nos Estados Unidos e na Europa.

As vendas de veículos utilitários desportivos e sedans híbridos no maior mercado automóvel do mundo aumentaram 130%, em junho, para 596.000 unidades, segundo a CAAM.

12 Jul 2022

Metas ambientais de Pequim ameaçam actividade fabril da China

Os consumidores globais enfrentam possível escassez de bens, nas vésperas da época natalícia, depois de cortes de energia na China, visando atender às metas governamentais, forçarem a suspensão da atividade fabril em algumas regiões.

Na cidade de Liaoyang, no nordeste do país, 23 pessoas foram hospitalizadas com intoxicação por gás, depois de a ventilação de uma fábrica de fundição de metal ter sido desligada, após o corte no fornecimento de energia, de acordo com a emissora estatal CCTV.

Um fornecedor de componentes para os iPhones da norte-americana Apple Inc. disse que suspendeu a produção numa fábrica a oeste de Xangai, sob ordens das autoridades locais.

A interrupção da vasta indústria manufatureira da China durante uma das suas épocas mais ocupadas reflete a campanha do Partido Comunista para equilibrar o crescimento económico com os esforços para controlar a poluição e as emissões de gases poluentes.

“A resolução sem precedentes de Pequim em impor limites no consumo de energia pode resultar em benefícios a longo prazo, mas os custos económicos a curto prazo são substanciais”, disseram os economistas Ting Lu, Lisheng Wang e Jing Wang, da empresa de serviços financeiros japonesa Nomura, num relatório publicado hoje.

Os analistas reduziram a sua previsão de crescimento da economia chinesa, para este trimestre, de 5,1% para 4,7%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

O crescimento anual foi revisto em baixa, de 8,2% para 7,7%.

Os mercados financeiros globais já estavam nervosos com o possível colapso de uma das maiores construtoras da China, a Evergrande Group, que falhou o pagamento de juros sob títulos emitidos em dólares, na semana passada.

Os fabricantes enfrentam também escassez de ‘chips’ para processadores, interrupções no transporte e outros efeitos persistentes da paralisação global de viagens e comércio, na sequência da pandemia do novo coronavírus.

Moradores no nordeste da China, onde o outono traz temperaturas baixas, relataram cortes de energia e apelaram nas redes sociais ao Governo para que restaure o abastecimento.

A crise ocorre numa altura em que os líderes globais se preparam para participar de uma conferência ambiental organizada pela ONU, por videochamada, entre os dias 12 e 13 de outubro, na cidade de Kunming, no sudoeste do país.

Isto aumenta a pressão sobre o Governo chinês para cumprir as metas de emissões e eficiência energética.

O partido no poder também se está a preparar para as Olimpíadas de Inverno em Pequim, e na província vizinha de Hebei, em fevereiro, um período durante o qual deseja registar baixos níveis de poluição do ar.

Dezenas de empresas anunciaram que o racionamento de energia pode forçá-las a atrasar o atendimento de pedidos e prejudicá-las financeiramente.

A fornecedora de componentes da Apple, Eson Precision Engineering Co. Ltd., disse no domingo que interromperá a produção na sua fábrica em Kunshan, a oeste de Xangai, até quinta-feira, “de acordo com a política de restrição do fornecimento de energia do governo local”.

A Eson disse que a suspensão não deve ter um “impacto significativo” nas operações.

O consumo de energia e as emissões industriais da China aumentaram à medida que os fabricantes acorrem para atender à procura estrangeira, numa altura em que os concorrentes em outros países ainda são prejudicados por medidas de prevenção contra a pandemia da covid-19.

A economia chinesa “está a ser mais impulsionada pelas exportações do que em qualquer altura na última década”, mas as metas oficiais de uso de energia não levam isto em consideração, disseram os economistas Larry Hu e Xinyu Ji, do Macquarie Group, num relatório.

Algumas províncias esgotaram grande parte das suas quotas oficiais de consumo de energia na primeira metade do ano e estão a reduzir o consumo energético, para ficar abaixo dos seus limites, de acordo com Li Shuo, especialista em política climática da organização ambiental Greenpeace.

As empresas públicas enfrentam também preços crescentes do carvão e do gás. Isto desencoraja o aumento da produção, porque o Governo restringe a sua capacidade de repassar os custos aos clientes, disse Li.

Os preços subiram “além da faixa de capacidade da indústria de eletricidade da China”, acrescentou.

A China lançou repetidas campanhas para tornar o consumo de energia mais eficiente e reduzir os níveis de poluição atmosférica.

A poluição foi visivelmente reduzida, mas a maneira abrupta como as campanhas são executadas interrompe o fornecimento de energia, deixando famílias sem aquecimento em casa e forçando o encerramento de fábricas.

28 Set 2021

Indústria | Governo revela conclusões de inquérito

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo reuniu com a Associação Industrial de Macau e juntos debateram as conclusões de um inquérito sobre a revitalização do sector. Manter os negócios tradicionais e apostar em produtos alimentares e de saúde foram algumas das ideias avançadas

Já são conhecidas as principais conclusões do “Questionário de consultar de opinião sobre o estudo do reposicionamento da indústria de Macau”, o qual foi promovido pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE) junto de “todas as empresas titulares de licença industrial”.

Segundo um comunicado oficial, o sector industrial de Macau deve apostar no fabrico de produtos de alta qualidade relacionados com a área alimentar, farmacêutica e electrónica, sem esquecer o sector da joalharia. Deve, assim, promover-se “a reconversão e valorização industrial em geral com base na indústria dos produtos alimentícios e de saúde, bem como a indústria do vestuário de alta qualidade”.

Deve-se “fomentar indústrias de alto valor acrescentado, incluindo a indústria farmacêutica, de joalharia e ourivesaria e a indústria de fabricação de aparelhos de jogos e dispositivos de entretenimento electrónico”.

Para que isto seja uma realidade, Governo e empresários “concordaram que poderia ser reforçada a divulgação da marca ‘Made in Macau’, combinando o sector cultural e criativo com a fabricação, por forma a consolidar ainda mais as indústrias principais”.

Os resultados mostram ainda que os empresários estão a favor de um alargamento “do espaço do desenvolvimento industrial através do impulsionamento da renovação industrial e promoção da cooperação regional”.

Cinco pontos

O mesmo comunicado aponta que o Governo está preparado para efectuar uma “reconversão e valorização industrial a partir dos cinco aspectos”, tais como a consolidação de indústrias principais, a renovação das indústrias tradicionais, o cultivo de indústrias emergentes, a promoção da renovação industrial e ainda o impulsionamento da cooperação regional.

O sector parece estar de acordo com as conclusões e com a linha de posicionamento do Executivo sobre esta matéria. “Os outros participantes concordaram com a direcção do reposicionamento industrial e as respectivas sugestões, e mostraram-se satisfeitos por terem o mesmo objectivo e a mesma direcção em matéria do reposicionamento industrial entre o sector e o Governo”, pode ler-se.

As conclusões do questionário ao sector foram debatidas num encontro entre Tai Kin Ip, director dos serviços de economia, e António Chui Yuk Lum, presidente da Associação Industrial de Macau, ocorrido na sexta-feira. O deputado Chan Chak Mo, também empresário, foi um dos presentes.

A reunião contou ainda com a presença do Presidente do Conselho Fiscal da AIM, Wong Chi Seng, vice-presidentes da AIM, Ho Teng Iat e Chan Chak Mo, entre outros.

13 Fev 2017