Secretas | Ex-funcionário norte-americano acusado de vender informações

Um funcionário dos serviços secretos militares (DIA) dos Estados Unidos foi detido e acusado na segunda-feira de vender informações confidenciais à China por mais de 800 mil dólares

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Departamento de Justiça norte-americano declarou que Ron Rockwell Hansen, de 58 anos, foi detido no sábado quando se dirigia para o aeroporto de Seattle, nordeste dos Estados Unidos, onde ia embarcar num voo para a China, transportando com ele informações confidenciais.

De acordo com a acusação, Hansen, fluente em mandarim e russo, recrutado para a DIA em 2016, tinha reuniões constantes com agentes dos serviços secretos chineses que não reportou aos superiores, e usava telemóveis fornecidos por fontes chinesas.

O Departamento de Justiça identificou ainda centenas de milhares de dívidas que o arguido contraiu entre 2013 e 2016, sendo precisamente desde 2013 que Hansen foi acusado de ter recebido mais de 800 mil dólares em pagamentos por parte das autoridades chinesas.

Esta detenção é a mais recente de uma série de casos de ex-funcionários dos serviços secretos norte-americanos que estão envolvidos em acusações criminais relacionadas espionagem para a China.

Outros casos

No início do ano, Jerry Chun Shing Lee, antigo agente dos serviços secretos norte-americanos, despedido em 2009, foi detido por suspeitas de passar informações para a China.

Em 2017, um antigo militar norte-americano, que trabalhou para o Departamento de Estado, foi detido e acusado de espionagem por ter alegadamente vendido documentos da administração dos Estados Unidos à China. De acordo com o Departamento de Justiça norte-americano, Kevin Mallory, residente em Leesburg (estado da Virgínia, leste), vendeu documentos secretos a agentes dos serviços de informações chineses, durante viagens a Xangai. Também em 2017, a diplomata norte-americana Candace Marie Claiborne, foi acusada entregar informações a agentes chineses em troca de milhares de dólares em dinheiro.

6 Jun 2018

Portugal | Novo secretário-geral do SIRP passou por Macau

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]úlio Pereira, secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP) desde 2005, vai deixar o cargo e ser substituído pelo diplomata José Júlio Pereira Gomes, também ele com um passado que inclui Macau.

O novo secretário-geral das secretas portuguesas trabalhou no território como assessor do secretário-adjunto para a Administração, como director do Serviço de Administração e Função Pública. Foi administrador do Fundo de Pensões de Macau e assessor diplomático do Governador de Macau, de 1986 a 1989.

O anúncio da substituição foi feito em comunicado pelo gabinete do primeiro-ministro, António Costa, em que se explica que Júlio Pereira já tinha solicitado oportunamente a sua saída de funções, mas que se mantém em funções até ao final da visita do papa Francisco a Portugal, sexta-feira e sábado.

O chefe do Governo anunciou também que propôs ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que Júlio Pereira seja agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique e revelou ter consultado o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, como líder do principal partido da oposição, antes de escolher José Júlio Pereira Gomes para o cargo.

No comunicado, o gabinete de António Costa sublinha que o novo secretário-geral do SIRP tem uma “vasta experiência em relações internacionais e em matérias de segurança e defesa”. José Júlio Pereira Gomes é licenciado em Direito pela Faculdade de Lisboa, trabalhou na Comissão Europeia dos Direitos do Homem do Conselho da Europa e é diplomata de carreira desde 1984.

Foi secretário de Estado da Defesa Nacional do primeiro Governo socialista de António Guterres, de 1995 a 1997, representante permanente de Portugal no Comité Político e de Segurança da União Europeia e na União Europeia Ocidental (2002–2005), embaixador de Portugal na República Checa (2008–2015) e na Suécia desde Fevereiro de 2015. Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

11 Mai 2017