ARTM | Projecto Be Cool inaugura nova sede

Apesar das pressões económicas e psicológicas da pandemia, a Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau diz que não tem dados que provem uma maior procura das drogas. Porém, teve de lidar com cortes nos apoios financeiros

 

A Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) vai inaugurar de forma oficial as novas instalações do projecto Be Cool, dedicado à prevenção do uso de drogas. Apesar de a mudança ter acontecido em Março do ano passado, a pandemia levou a que a cerimónia só agora pudesse avançar.

“No passado o projecto Be Cool estava em instalações arrendadas, mas depois o Instituto de Acção Social deu-nos umas novas, que nos permitem ter condições muito melhores”, afirmou Augusto Nogueira, presidente da ARTM, ao HM. “Com as novas instalações os nossos serviços podem ser muito melhores, temos mais capacidade de resposta e de apoio aos jovens, maiores infra-estruturas para os jovens passar o tempo no Be Cool, e mais pessoas para fazer um trabalho de prevenção na escola, rua e na comunidade”, acrescentou.

A cerimónia de domingo vai decorrer na rua de Choi Long, na Taipa, numa altura em que a economia local acusa o desgaste do impacto económico causada pela pandemia da covid-19.

A ARTM também sentiu o impacto económico, mas conseguiu manter todas as operações essenciais para a missão de prevenção no consumo de estupefacientes. Os cortes nos apoios aconteceram do lado público e privado, mas sem um impacto significativo. “Por parte do IAS apenas tivemos um corte de cerca de 50 por cento no desenvolvimento de actividades extra. Já sabíamos que isso ia acontecer. As actividades vão ser todas feitas na mesma, mas tivemos de apertar o cinto e arranjar outras formas de fazê-las, com menos apoios financeiros”, revelou.

As actividades extra envolvem torneios e eventos lúdicos realizados a pensar nos jovens. Os cortes são de cerca de 500 mil patacas. Os apoios para o funcionamento não tiveram qualquer corte do sector público.

Ruas tranquilas

Por parte dos privados, os cortes foram menos significativos com todas as operadoras a manterem as doações, à excepção da Sands China. “É uma perda que magoa, mas podemos continuar a desempenhar as nossas actividades dentro da normalidade”, indicou o presidente da ARTM.

Quanto à pressão da pandemia para os cidadãos, a associação considera que no dia-a-dia não sente que as pessoas se estejam a virar mais para os estupefacientes. “No nosso trabalho realizado na rua não sentimos que as pessoas se tenham refugiado no consumo de droga para aliviar o stress causado pelo covid-19, nem tivemos mais pessoas a pedir ajuda”, apontou. “Sei que houve outras associações que falaram num aumento, mas os nossos dados não mostram que tenha havido um aumento”, traçou como cenário.

8 Jan 2021