Hoje Macau China / ÁsiaONG | Viúva do Nobel Liu Xiaobo “de regresso” a Pequim [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]iu Xia, viúva do Nobel da Paz chinês Liu Xiaobo, que morreu em Julho, “está de regresso a Pequim”, embora sob prisão domiciliária, depois de mais de um mês “desaparecida”, de acordo com uma organização não-governamental com sede em Hong Kong. Lu Siqing, fundador do Centro de Informação para Direitos Humanos e Democracia, uma ONG com sede em Hong Kong, falou com Liu Xia ao telefone no sábado, segundo um comunicado da organização enviado ontem por fax à agência de notícias francesa AFP. Durante a conversa, de cerca de meia hora marcada por “lágrimas”, Liu Xia, de 56 anos, explicou, com uma “voz extremamente debilitada” que tem de seguir pesados tratamentos antidepressivos, segundo Lu Siqing. “Vários amigos de Liu Xia confirmaram que estava de regresso ao seu apartamento, na capital chinesa, “e que a sua casa continuava vigiada por guardas e polícias à paisana”, detalhou a ONG num outro comunicado. Liu Xia, em prisão domiciliária desde que o marido foi laureado com o Nobel da Paz em 2010, apesar de nunca ter sido acusada de qualquer crime, assistiu, em meados de Julho, ao funeral de Liu Xiaobo, segundo imagens divulgadas pelas autoridades chinesas. Contudo, familiares e amigos mais próximos não conseguiram entrar em contacto com ela durante semanas, desconhecendo igualmente onde estava a morar. Paradeiro incerto Liu Xia “foi mantida em segredo pelas autoridades chinesas em local desconhecido”, afirmou, no início de Agosto, o advogado norte-americano do casal Jared Genser, numa queixa apresentada diante da ONU. Dias depois, a viúva de Liu Xiaobo reapareceu num vídeo publicado na Internet. “Estou em convalescença no campo, fora de Pequim. Peço-vos que me dêem tempo para fazer o meu luto”, disse Liu no vídeo de um minuto publicado no YouTube. “Certamente que foi forçada pelas autoridades a fazer esse vídeo”, afirmou Hu Jia, dissidente chinês e amigo do casal. Desconhecem-se, no entanto, as circunstâncias exatas do regresso de Liu Xia a Pequim. Liu Xiaobo – que foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por “subversão” por ter apelado a reformas democráticas na China – morreu de cancro, em 13 de Julho, aos 61 anos, num hospital de Liaoning, semanas depois de colocado em liberdade condicional por motivos de saúde. Foi o primeiro prémio Nobel a morrer privado de liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938 num hospital quando estava detido pelos nazis. “Plano de urgência” após teste nuclear da Coreia do Norte [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China lançou ontem um plano de urgência para controlar os níveis de radiação ao longo da sua fronteira com a Coreia do Norte, após o sexto ensaio nuclear realizado por Pyongyang, anunciou o Ministério do Ambiente chinês. As autoridades chinesas puseram em marcha, às 03:46 locais, um « plano de urgência » para executar « medidas de controlo das radiações » nas zonas da sua fronteira do nordeste, indicou um comunicado do ministério chinês. A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, ontem uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental. O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detectado uma invulgar actividade sísmica na Coreia do Norte. Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un. O anúncio tem lugar depois de, na noite de sábado, a agência oficial norte-coreana KCNA ter garantido que a Coreia do Norte conseguira desenvolver com êxito uma bomba de hidrogénio passível de ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM). A KCNA divulgou então uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta ‘bomba H’, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.