Cinema | “Estranha forma de vida” de Pedro Almodóvar estreia-se em Cannes

A curta-metragem “Estranha forma de vida”, do realizador espanhol Pedro Almodóvar, terá estreia mundial em maio no Festival de Cinema de Cannes, em França, revelou terça-feira a organização.

O filme, que integra a seleção oficial de Cannes, é protagonizado pelos actores Ethan Hawke e Pedro Pascal, nos papéis de Silva e Jake, dois ‘cowboys’ que se reencontram mais de 20 anos depois de terem trabalhado juntos como “pistoleiros a soldo”.

Na curta-metragem entram ainda o português José Condessa (“Pôr do sol”, “Salgueiro Maia – o Implicado” e “Rabo de Peixe”), Pedro Casablanc, Sara Sálamo, Jason Fernández, George Steane e Manu Ríos.

“Estranha forma de vida”, rodado no Verão passado em Espanha, remete para um fado de Amália Rodrigues, cuja letra se encaixa na narrativa, “porque não há vida mais estranha do que aquela que se vive de costas para os próprios desejos”, referiu Almodóvar, em comunicado.

Em Junho passado, em entrevista à publicação Indiewire, o realizador revelou que o fado de Amália Rodrigues abriria o filme.

Na mesma entrevista disse que a curta-metragem é uma resposta à longa-metragem “O segredo de Brokeback Mountain” (2005), para a qual chegou a ser apontado como realizador, mas cuja rodagem acabou por ser entregue a Ang Lee.

Pedro Almodóvar volta a Cannes onde apresentou em 2004 o filme “Má Educação” e presidiu ao júri da competição em 2017. A selecção oficial do Festival de Cannes será anunciada na quinta-feira, embora já tenha sido confirmada a presença de alguns filmes, nomeadamente “Killers of the flower moon”, de Martin Scorsese, “Indiana Jones e o Marcador do Destino”, de James Mangold, e “Jeanne du Barry”, da realizadora Maïwenn, protagonizada por Johnny Depp, que abrirá a 76.ª edição. A 76.ª edição do Festival de Cannes decorrerá de 16 a 27 de Maio.

13 Abr 2023

Novo filme de Pedro Almodóvar na Cinemateca Paixão dia 26

[dropcap]D[/dropcap]or e Glória”, a mais recente película do realizador espanhol Pedro Almodóvar, estreia em Macau na Cinemateca Paixão no dia 26 deste mês, contando com vários dias de exibição. Além do novo filme, protagonizado pelo actor espanhol António Banderas, a Cinemateca vai também apresentar outros filmes do realizador.

O novo filme de Almodóvar contém vários elementos auto-biográficos e revela uma série de reencontros experimentados por Salvador Mallo, um realizador em declínio físico. Alguns ao nível da carne, outros apenas memórias: a sua infância na década de 1960, quando emigrou com a família para uma aldeia em Valência em busca de uma vida melhor; o primeiro desejo, o primeiro amor adulto na Madrid da década de 1980; a dor da separação quando esse intenso amor ainda estava vivo; a escrita como única terapia para esquecer o inesquecível; a primeira descoberta do cinema e o vazio, o vazio infinito que gera a incapacidade de continuar a fazer filmes.

Com “Dor e Glória”, Pedro Almodóvar decidiu falar da criatividade e da dificuldade de a separar da vida e das paixões que lhe dão sentido e esperança. Ao recuperar o seu passado, Salvador Mallo descobre também a necessidade urgente de o recontar e, nessa necessidade, encontra também a sua salvação.

Em entrevista ao jornal português Expresso, Pedro Almodóvar disse que o título do seu novo filme “pode ser o resumo da vida de qualquer pessoa”. “Pelo menos eu gostava que fosse. Glória soa a êxito pessoal – é verdade que se cola logo a um realizador de cinema – mas, para mim, tem outro significado, tem mais que ver com a vontade de viver. E com o que queremos fazer com as nossas vidas. Já a dor, infelizmente, é comum a todos nós. Vamos oscilando entre as duas palavras na nossa existência”, acrescentou.

Sobre o facto de este filme poder retratar a sua própria vida, Pedro Almodóvar confessou que esse caminho foi-se traçando de forma natural. “Eu não fazia a menor ideia de que este filme seria sobre mim quando comecei a escrevê-lo. E duvidei muito em levá-lo para esse caminho. Nunca em qualquer outro filme meu fiquei tão exposto”, disse. As exibições na Cinemateca Paixão decorrem até ao dia 10 de Outubro.

20 Set 2019

Almodóvar vai receber Leão de Ouro pela Carreira no Festival de Cinema de Veneza

[dropcap]O[/dropcap] cineasta espanhol Pedro Almodóvar vai receber o Leão de Ouro pela Carreira no 76.º Festival Internacional de Cinema de Veneza, que vai decorrer de 28 de Agosto a 7 de Setembro. Segundo o comunicado, a decisão foi tomada pela direcção da Bienal de Veneza, presidida por Paolo Baratta, após a proposta do director do festival, Alberto Barbera.

Pedro Almodóvar, realizador e argumentista espanhol, admite sentir-se “muito animado e honrado pelo Leão de Ouro” e recorda a sua estreia internacional no Festival de Cinema de Veneza, em 1983, com o filme “Negros Hábitos”, lê-se no comunicado.

O cineasta agradece: “Este Leão irá tornar-se no meu animal de estimação, juntamente com os meus dois gatos. Obrigada do fundo do coração por me atribuírem este prémio”, pode ler-se no comunicado.

A propósito desta atribuição, Alberto Barbera considera que “Almodóvar não é apenas o maior e mais influente realizador espanhol desde [Luis] Buñuel, mas um cineasta que oferece retratos multifacetados, controversos e provocadores da Espanha pós-franquista.”

O director acrescenta que “Almodóvar se destaca, acima de tudo, por pintar retratos femininos incrivelmente originais, graças a uma empatia excepcional que lhe permite representar o seu poder, riqueza emocional e fraquezas inevitáveis com uma autenticidade rara e comovente”.

Pedro Almodóvar, que nasceu em Calzada de Calatrava na região autónoma de Castilha-La Mancha e aos 17 anos foi para Madrid estudar cinema, realizou filmes como “Má Educação”, “A Pele Onde eu Vivo”, “Julieta”, “Volver”, entre outros, e algumas das suas produções foram adaptadas para peças de teatro e musicais.
Almodóvar voltou a ser premiado nos Óscares com “Fala com Ela”, de 2002, pelo argumento original do filme. O filme “Dor e Glória” saiu este ano e é a última produção de Pedro Almodóvar com os actores António Banderas e Penélope Cruz no elenco principal.

Recentemente a Cinemateca Paixão dedicou um dos seus ciclos de cinema ao cineasta espanhol, tendo sido exibidos em Macau filmes como “A Lei do Desejo” ou “Tudo Sobre a Minha Mãe”, entre outros.

16 Jun 2019

Cinemateca Paixão apresenta filmes de Pedro Almodóvar

O cineasta espanhol será a figura de destaque do primeiro festival da Cinemateca Paixão deste ano. “Amor Almodóvar” promete trazer os principais filmes do realizador, que serão exibidos entre 16 de Fevereiro e 3 de Março

 

[dropcap]O[/dropcap] universo louco e complexo do cineasta espanhol Pedro Almodóvar vai estar em destaque no primeiro festival do ano organizado pela Cinemateca Paixão. Os principais filmes do realizador, que venceu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com a película “Tudo sobre a minha mãe”, vão ser exibidos entre os dias 16 de Fevereiro e 3 de Março.

Além desse filme premiado, que data de 1999, o público vai poder ver “Fala com Ela”, de 2002, e “Volver”, protagonizado por Penélope Cruz, uma das musas de Almodóvar, e que data de 2006.

Além de “Julieta”, o último filme do realizador, os espectadores poderão também conhecer os primeiros filmes feitos na década de 80, tal como “A Lei do Desejo”, protagonizado por António Banderas e Eusebio Poncela, “Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos” e “Que Fiz Eu Para Merecer Isto?”, ambos protagonizados por outra das suas musas, Carmen Maura.

Na perspectiva dos gestores da Cinemateca Paixão, este festival “é uma das mais completas retrospectivas da obra de Almodóvar no universo de língua chinesa até ao momento”. Dada a importância do evento, cada filme será exibido em duas sessões.

Emoções fortes

Pedro Almodóvar nunca estudou cinema devido a dificuldades financeiras. As primeiras experiências na área começaram com uma câmara Super 8, e foi com ela que filmou o seu filme de estreia, “Pepe, Luci, Bon e as garotas de montão”, datado de 1980. Seguiu-se “O Labirinto das Paixões”, de 1982, e a partir daí o realizador começou a ser conhecido fora de Espanha.

Os responsáveis pela organização do festival consideram-no “um dos mais importantes realizadores de Espanha e Europa”, sendo que “os seus filmes são marcados pelo uso de cores fortes, radicais alterações emocionais e humor desbragado”.

Os filmes são “variadíssimos, com mulheres inteligentes e sofisticadas até famílias com complexos problemas de vida e morte e apaixonadas amantes lésbicas”. Além disso, “têm sido extraordinariamente bem recebidos pela crítica e pelo público graças aos seus característicos elementos cinemáticos, que incluem um guarda-roupa espampanante e cenários fantásticos, piadas hilariantes, envolvente música espanhola para guitarra e comoventes histórias de mulheres”.

Além da exibição dos filmes o festival conta com uma palestra onde se irá abordar a obra do realizador espanhol, protagonizada por Ka Ming, crítico de cinema de Hong Kong.

“Abram Alas a Pedro Almodóvar: O Génio Heterodoxo do Cinema Espanhol” acontece no dia 17 de Fevereiro entre as 15h00 e 16h30, e a participação do público está sujeita a uma inscrição prévia. No dia anterior acontece uma festa de abertura com música espanhola ao vivo, que se irá centrar “nos fascinantes elementos e temas cinemáticos na obra de Almodóvar” e que “abrirá o apetite do público para a louca magia cinematográfica de Almodóvar antes da película de abertura”.

17 Jan 2019