60 mil pessoas assistiram em Macau à parada militar de Pequim

Um total de 60 mil pessoas assistiu ontem à transmissão em directo da “Cerimónia Comemorativa do 80.º Aniversário da Vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista”, que decorreu no Pavilhão Polidesportivo da Universidade Politécnica de Macau e no Complexo Desportivo da Universidade de Macau, bem como outros locais.

Segundo um comunicado oficial, as 60 mil pessoas englobam estudantes e funcionários públicos. Várias ” instituições de ensino superior e não superior organizaram sessões para os estudantes assistirem à transmissão em directo nas instituições de ensino”. Além disso, “vários departamentos do Governo organizaram também sessões para os funcionários públicos assistirem à referida actividade”.

A cerimónia em questão incluiu a parada militar que decorreu em Pequim, na Praça Tiananmen, e que juntou vários chefes de Estado. Desta forma, entende-se que os 60 mil participantes de Macau “uniram-se à pátria e ao povo para recordar a história, prestar homenagem aos mártires, valorizar a paz e criar um grande futuro”.

Lembrar as lutas

André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, recordou que “há 80 anos o povo chinês alcançou vitórias significativas na guerra contra a agressão japonesa após a persistência e resiliência de 14 anos de lutas sangrentas”, sendo que as “vitórias foram um ponto de viragem histórico, em que a nação chinesa passou da humilhação para o renascimento”.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Kong Chi Meng, director da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), a transmissão em directo da parada militar em Pequim constituiu uma espécie de “primeira aula do novo ano lectivo e uma prática viva de educação patriótica”.

Por sua vez, também as concessionárias de jogo se uniram a este evento. Foi o caso da MGM China, que nos empreendimentos MGM Macau e MGM Cotai organizou a transmissão em directo da parada “nas salas de refeições dos membros da equipa e zonas de bastidores” de funcionários, dando às equipas “a oportunidade de testemunhar este momento memorável juntos e partilhar o orgulho pela prosperidade e força da nação”, refere a operadora em comunicado. Foi ainda acrescentada uma zona de visualização da parada no MGM Cotai Grande Salon.

II Guerra | Sam Hou Fai destaca “compatriotas de Macau”

O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, destacou ontem, a propósito da cerimónia de comemoração do 80.º Aniversário da Vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista, que “todos os compatriotas de Macau irão recordar a história, prestar homenagem aos mártires e valorizar a estabilidade que não foi nada fácil de alcançar”.

O evento, que se realizou na Praça Tiananmen e contou com a organização de uma parada militar que reuniu chefes de Estado de todo o mundo, teve tambem a presença do Chefe do Executivo da RAEM. Este lembrou ainda, citado por um comunicado oficial, que “durante os 14 anos de resistência contra a agressão japonesa, o Partido Comunista da China defendeu e persistiu sempre numa frente unida nacional contra a agressão japonesa, desempenhando um papel fundamental”.

3 Set 2025

Desfile de Macau regressa com artistas lusófonos após quatro anos de interregno

Artistas de Portugal, Brasil e Moçambique vão participar no Desfile Internacional de Macau, que regressa às ruas da cidade no dia 24 de Março, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, foi ontem anunciado.

Numa conferência de imprensa, o Instituto Cultural (IC) revelou que a edição deste ano vai contar com a malabarista portuguesa Dulce Duca, a artista de circo brasileira Odília Nunes e o grupo Marionetas Gigantes de Moçambique.

A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man, disse que o desfile terá cerca de 1.800 artistas, entre os quais 15 e 20 grupos vindos do exterior, nomeadamente da Itália, Espanha, Noruega, Reino Unido, França, Togo, China continental e Hong Kong. O evento deverá contar ainda com 64 grupos locais, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’, a Casa de Portugal em Macau e a Casa do Brasil em Macau.

O desfile faz parte das celebrações do 25.º aniversário da transferência de administração da região de Portugal para a China.

O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de quatro horas, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado.

 

Para aquecer

Antes do desfile, entre 17 e 23 de Março, os grupos irão participar numa série de actividades de rua e de arte na comunidade.

O orçamento para este ano é de cerca de 7 milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição em 2019 (23,3 milhões de patacas). Esta “redução significativa” deve-se à colaboração com as seis concessionárias de casinos, revelou Deland Leong Wai Man à Lusa.

O orçamento inclui um subsídio entre 10 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor interpretação e melhor design.

O IC decidiu mudar o desfile do final do ano, período que “tem muitas actividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”, disse Leong Wai Man. “Queremos fazer esta experiência, organizar um evento de grande escala na Primavera”, disse a presidente do instituto.

Leong demonstrou ainda confiança que o desfile possa atrair mais visitantes a Macau, numa estação baixa para o turismo da região, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior.

6 Mar 2024