Religião | Lançada versão portuguesa de “Evangelho Diário para Jovens 2023”

Será hoje apresentado, no Centro Diocesano Juvenil, a versão portuguesa do “Evangelho Diário para Jovens 2023”, coordenada pelo padre Daniel Ribeiro. A obra nasce da iniciativa da Congregação dos Padres Claritianos e já existe em chinês e inglês. Daniel Ribeiro afirma que a versão em português dá resposta a uma comunidade religiosa cada vez mais reduzida

 

Chama-se “Evangelho Diário para Jovens 2023” e é a versão portuguesa de um livro já editado pela Congregação dos Padres Claritianos, em inglês e chinês, e que é lançado hoje, às 18h45 no Centro Diocesano Juvenil. A obra, elaborada por quatro leigos e coordenada pelo padre Daniel Ribeiro, pretende transmitir aos mais jovens, numa linguagem simples, os evangelhos da Bíblia.

“É um texto para crianças para que haja uma maior proximidade com a Bíblia. Todos os dias a Igreja tem um evangelho diferente que é lido na missa, então o objectivo era pegar nisso e traduzir os textos do evangelho numa linguagem simples, acrescentando uma simples explicação e algumas perguntas para ajudar a reflexão. Há ainda uma tarefa e uma reza para a pessoa fazer. Há um texto diferente para cada dia do ano.”

Na visão do padre Daniel Ribeiro, esta edição acontece numa altura particularmente especial para a comunidade portuguesa. “Existe um número grande de estrangeiros que deixou Macau, com maior destaque para os portugueses. Temos brasileiros e portugueses, então a comunidade portuguesa é cada vez mais estrangeira, isto desde 1999. Agora diminuiu mais ainda. A comunidade precisa de se organizar mais e ser mais sólida, caso contrário vamos ter dificuldades em continuar os trabalhos que vínhamos fazendo. Este texto tem como objectivo fortalecer os católicos de língua portuguesa que estão em Macau e ajudar a desenvolver a sua identidade como católicos e cristãos.”

Menos na catequese

As mudanças que a comunidade portuguesa enfrenta notam-se desde logo na catequese. Actualmente, há dois serviços de catequese em língua portuguesa, na Sé Catedral, com 75 crianças, e na Igreja da Nossa Senhora do Carmo, com 60 crianças. No caso da Sé, houve uma redução de cerca de dez por cento no número de crianças portuguesas.

No entanto, a tendência é de que mais crianças chinesas frequentem este serviço religioso para aprenderem o português. “Temos alguns chineses colocados pelos pais na catequese que desejam que eles aprendam português. A língua portuguesa está estabilizada e não vejo uma tendência de mudança. Na Escola Portuguesa de Macau acontece o mesmo, já cerca de metade dos alunos não são portugueses. Há muitos locais que querem aprender a língua. O português é como uma mais-valia, e a catequese é muito procurada por causa disso.”

Com este cenário, Daniel Ribeiro não tem dúvidas de que um dos maiores desafios no trabalho religioso é a ausência de portugueses no trabalho do dia-a-dia, além das celebrações habituais como o Natal ou Páscoa.
Há ainda “um número considerável de portugueses, de África, Brasil e Portugal, que deixaram Macau”, sendo necessários mais portugueses para fazerem “actividades pastorais, como o serviço de catequese ou visitas aos hospitais”.

25 Nov 2022