Artistas contemporâneos mostram obras de luxo no Morpheus

A colecção de obras do City of Dreams, assinada por artistas de renome internacional, junta-se à iniciativa Arte Macau e vai surpreender os visitantes do Morpheus até ao final do Verão

 

[dropcap]E[/dropcap]ncontros Inesperados” é o nome do conjunto de peças artísticas que, no âmbito da iniciativa “Arte Macau”, se encontram, a partir de hoje, à disposição dos visitantes do Morpheus, na zona do Cotai. O novo hotel, desenhado pela premiada e já desaparecida arquitecta Zaha Hadid – a primeira mulher a receber o Pritzker de Arquitectura –, está a dias de celebrar o seu 1º ano de actividade, depois de ter aberto as portas a 15 de Junho de 2018.

A exposição que está patente pelos diversos espaços da unidade hoteleira, pertencente ao complexo do City of Dreams, tem o seu ponto alto na galeria Art on 23, no 23º andar do edifício envidraçado. É lá que se encontra a grande estátua de KAWS, com a conhecida figura de Companion, a primeira personagem criada pelo jovem e famoso artista norte-americano de cultura pop. A este trabalho foi dado o nome “Good Intentions”, em que a simpática figura, inspirada nos cartoons, representa aqui a relação entre pais e filhos.

Esta é uma das peças de destaque, depois do sucesso das estátuas do artista e designer Brian Donnelly – que escolheu o nome KAWS nos seus tempos de graffiter – ter chegado aos grandes museus e galerias internacionais, como o MOMA, em Nova Iorque, ou a praça Museumplein, em Amesterdão. Personalidades do show biz americano, como o produtor musical Swizz Beatz ou o rapper Pharrell Williams, também têm as suas estátuas em casa.

No mesmo piso encontra-se ainda a instalação “Cabane Éclatée” (Exploded Hut) de Daniel Buren, o conceituado artista conceptual francês, conhecido por integrar elementos arquitecturais e grafismos coloridos nas suas intervenções. Tem uma vasta obra exposta em museus como o Guggenheim e o MOMA em Nova Iorque, o Palais Royal em Paris, o Templo do Céu em Pequim, a galeria contemporânea da Casa Hermès em Bruxelas ou a Fundação Louis Vuitton em Paris.

“A City of Dreams é proprietária de uma impressionante colecção de arte de mestres contemporâneos”, como informa na nota de divulgação, onde “cada peça foi seleccionada porque proporciona um encontro único com o público”. As obras estão dispersas pelo espaço do edifício, à excepção da que foi emprestada ao Museu de Arte de Macau, “Untitled” do pintor alemão Thilo Heinzmann.

Peças para descobrir

Assim, no Lobby VIP do Morpheus, está “Wild Pansy” do artista contemporâneo francês Jean-Michel Othoniel, uma peça em espiral que apresenta movimentos e metamorfoses, escultura característica da sua conhecida obra, exibida por exemplo no Centre Georges Pompidou, no MOMA ou nos jardins de Versailles.

As restantes colecções estão localizadas em diversos pontos, para serem descobertas com surpresa, o que justifica os “Encontros Inesperados” do título. “Continuel Lumiére Au Plafond” é a instalação imersiva, com múltiplos fragmentos espelhados em suspensão, do artista argentino Julio Le Pac, que se dedica desde sempre à arte cinética e à Op Art, fundador do Groupe de Recherche d’Art Visuel e autor de muitas obras premiadas.

“9 Seas”, do designer francês Mathieu Lehanneur, é uma homenagem às cores do oceano, com imagens recriadas em cerâmica a partir de fotografias de satélite de alta definição. “Sky”, do artista conceptual chinês Zhau Zhau, é um trabalho nos mesmos tons, desta vez sobre a percepção e memórias que o artista tem do azul do céu.

O traumático encontro com um urso polar deu o mote à obra “I’m Busy Today & Look At Me!”, de Paola Pivi, a artista multimédia italiana que vive e trabalha em Anchorage, no Alasca. A peça pretende transformar o medo em afecto, ao mesmo tempo que chama a atenção para a vulnerabilidade destes animais. E “Echoes Infinity”, da artista japonesa Shinji Ohmaki, conhecida pelas suas transformações do espaço, traz coloridas flores imaginárias, inspiradas na Árvore da Vida de Leonardo Da Vinci, que se repetem em padrões e criam uma floresta de fantasia.

As peças e instalações da colecção do City of Dreams vão continuar expostas no Morpheus, diariamente das 12h às 18h, até ao dia 31 de Outubro.

13 Jun 2019

Morpheus | Edifício com assinatura de Zaha Hadid abre a 15 de Junho

Lawrence Ho, responsável da Melco Internacional, define o edifício Morpheus como “uma carta de amor a Macau”. O novo empreendimento da operadora tem abertura marcada para dia 15 de Junho e é o resultado de um investimento de 1,1 mil milhões de dólares americanos. O casino não terá mesas de jogo VIP

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] data de abertura do Morpheus está marcada para o próximo dia 15 de Junho. A informação foi dada ontem na apresentação do novo projecto aos jornalistas pelo responsável da Melco Internacional, Lawrence Ho. “Assumimos, se tudo correr bem, que o Morpheus abre a 15 de Junho”, afirmou Ho.

Assinado pela arquitecta Zaha Hadide, falecida recentemente, o novo espaço no Cotai é a primeira estrutura desta dimensão, a nível mundial, assente num exoesqueleto, em que a construção é apenas suportada pela estrutura exterior.

O novo hotel vai ter 772 quartos, que incluem suites e vilas, equipados e desenhados com o luxo de cinco estrelas. O novo edifício do City of Dreams irá albergar um restaurante chinês na primeira ponte aérea da estrutura, situado no 21º andar, no 30º andar fica um espaço lounge exclusivo para os clientes do hotel e no 40º, a 130 metros de altura, uma piscina.

De acordo com Lawrence Ho, será mais um empreendimento que vai para ter a classificação de cinco estrelas dada pela Forbes, distinção que, aliás, é transversal a todos os hotéis de que é proprietário em Macau.

No que diz respeito ao jogo, o Morpheus não vai ter mesas VIP. “O Morpheus não está centrado no mercado VIP e por isso não pedimos mesas para esse sector. É tudo para o mercado de massas”, afirmou Lawrence Ho. No que respeita a esse segmento, o responsável não sabe ainda quantas mesas vai ter autorizadas pelo Governo mas, adianta, “será com certeza em número proporcional ao do investimento feito, que totaliza 1, 1 mil milhões de dólares americanos”, apontou.

Melco

Além das mesas

Lawrence Ho não se mostrou preocupado com a renovação de licenças até porque, afirmou, está “confiante na capacidade de entretenimento e distinção pela qualidade dos seus empreendimentos”.

Por outro lado, com o Morpheus a ideia não é continuar a criar espaços que centrem exclusivamente no jogo. Segundo o responsável, “o objectivo é criar resorts capazes de ir além do jogo”. Ho considera ainda que esta meta não é apenas visível no novo projecto, mas está patente nos empreendimentos que tem vindo a desenvolver de há 15 anos a esta parte. “95 por cento dos nossos investimentos são nesse sentido desde quando começámos com o Altira, até à concepção do City of Dreams”, apontou.

Acima de tudo, sublinhou, o Morpheus “é uma carta de amor a Macau em que queremos construir um marco para a Ásia”, disse.

Com este edifício encerra-se um ciclo no projecto City of Dreams, que ainda assim não vai ficar estagnado.

Depois da inauguração do Morpheus, a contagem decrescente passa a ser para a restruturação interna do edifício do Hard Rock. “Depois do próximo ano novo chinês, vamos fechar todo o edifício, a torre Countdown, que antes era a torre do Hotel Hard Rock e vamos fazer a renovação”, referiu. O resultado vai ser o “The Libertine”. O projecto deverá estar concluído em 18 meses e o investimento não será inferior a 20 milhões de patacas.

 

 

Investimento nipónico

O responsável pela Melco Internacional, Lawrence Ho, está agora a investir também no Japão e no Chipre. “Passo grande parte do tempo no Japão para tratar dos projectos que tenho naquele país”, afirmou Ho ontem durante a apresentação do novo edifício Morpheus. O empresário fez ainda questão de fazer referência ao hotel que está a construir no Chipre. Entretanto, a Melco Internacional está presente na China, Filipinas, Rússia, Macau. A operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment, uma das seis concessionárias que operam em Macau, anunciou em Fevereiro que obteve receitas de 5,3 mil milhões de dólares em 2017, com lucros atribuíveis ao grupo de 347 milhões de dólares.

16 Mai 2018

Jogo | Morpheus sem zona VIP operado por ‘junkets’

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] hotel Morpheus, que integra o complexo do City of Dreams, não vai ter zonas VIP (de grandes apostas) operadas por ‘junkets’, revelou o presidente da Melco Resorts, Lawrence Ho, à agência Reuters. “É muito melhor desenvolvermos a nossa própria base de dados, do que depender dos ‘junkets’”, afirmou.

Lawrence Ho tinha já adiantado que o espaço dedicado ao jogo no Morpheus destinar-se-á ao segmento de massas ‘premium’, em que as apostas são na ordem dos milhares de dólares de Hong Kong. O presidente da Melco, que opera quatro casinos em Macau, afirmou ainda que há poucos detalhes relativamente ao que vai suceder após o termo dos contratos das seis concessões e subconcessões, que expiram entre 2020 e 2022. “Estamos muito interessados em [saber] como vai ser o processo de renovação e o novo concurso”, sublinhou, apontando que tanto Macau como Pequim têm mantido silêncio a esse respeito.

O Morpheus, desenhado pela arquitecta iraquiana-britânica Zaha Hadid, que morreu em 2016, resulta de um investimento de mil milhões de dólares norte-americanos. Com abertura prevista para a primeira metade do ano, o novo hotel, de 160 metros de altura, vai oferecer mais de 700 quartos.

8 Mai 2018

Obras | Trabalhadora ilegal morre após queda em altura no Morfeu

Uma mulher de 32 anos, trabalhadora ilegal, morreu no domingo na construção da torre Morfeu, do casino City of Dreams. Esta é a segunda vítima mortal nestas obras do casino da operadora Melco. A DASL promete uma investigação profunda

 

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma trabalhadora ilegal, com 32 anos, perdeu a vida, no Domingo, após uma queda em altura, quando participava nas obras da Torre Morfeu do casino City of Dreams. A informação foi avançada pela Polícia de Segurança Pública e confirmada pela Direcção para os Serviços dos Assuntos Laborais (DSAL). Segundo o comunicado da entidade que inspecciona as questões laborais, a trabalhadora estava a realizar trabalhos num tecto falso, no quinto andar, quando o tecto cedeu e a mulher do Interior da China caiu de uma altura de cerca de sete metros.

“Após uma investigação, foi descoberto que a trabalhadora não era nem residente, nem uma trabalhadora estrangeira em situação legal. A DSAL está altamente preocupada com este acidente”, afirmou a entidade, em comunicado.

“De forma a garantir a segurança dos outros trabalhadores, a DSAL ordenou, com efeitos imediatos, que a construtora pare todos os trabalhos que decorrem no quinto andar”, foi acrescentado.

A DSAL promete igualmente uma investigação rigorosa à utilização de mão-de-obra ilegal. “A DSAL vai acompanhar a situação de acordo com as suas competências e investigar de forma séria a responsabilidade das partes envolvidas”, é frisado.

A punição para a contratação de mão-de-obra ilegal vai até dois anos de prisão, no caso de haver reincidência a pena é agravada para um período que vai dos 2 aos 8 anos de prisão.

Segundo acidente

Este é o segundo acidente mortal na construção da Torre Morfeu, que pertence à Melco Resorts e Entertainment. Também no ano passado, um trabalhador de 33 anos tinha perdido a vida, depois de ter sido atingido por uma viga de aço. Ontem, em resposta às questões do HM, a Melco emitiu um comunicado a lamentar a situação.

“Confirmamos que houve acidente no local da construção do novo hotel, que está a ser gerido por um empreiteiro. Uma trabalhadora viu-se envolvida num acidente e infelizmente acabou por falecer. Neste momento, os nossos pensamentos estão com ela e com a sua família”, diz o comunicado da operadora.

“Estamos a disponibilizar a assistência necessária ao empreiteiro e vamos cooperar com as autoridades locais para garantir que uma investigação profunda é realizada”, é acrescentado no comunicado.

20 Mar 2018

Jogo | Melco a perder para a concorrência no segmento de massas

A operadora detida por Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, quase que duplicou os lucros em 2017, mas luta com o problema de ver os jogadores premium do mercado de massas fugirem para os concorrentes. A esperança está em Morfeu…

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de ter aumento os lucros em 97 por cento, de 175,9 milhões de dólares americanos, em 2016, para 347 milhões, no ano passado, a operadora Melco Entertainment admite que está a enfrentar um problema para manter os jogadores que fazem as apostas mais altas no segmento de massas. O presidente da operadora, Lawrence Ho, justificou com esta situação a decisão de ter substituído, em finais de Janeiro, Gabriel Hunterton por David Sisk, na posição de presidente do casino City of Dreams.

“A nossa conclusão é que a quebra nas receitas do mercado de massas se ficou a dever ao facto de alguns dos nossos jogadores estarem a experimentarem outros casinos. Uma pessoa que ocupa a posição de presidente de casino precisa de tirar os melhor de todos os funcionários. E isso não estava a acontecer”, disse, na sexta-feira, Lawrence Ho, sobre a saída da operadora de Gabriel Hunterton.

A justificação acabou depois por ser ainda mais elaborada pelo novo presidente do City of Dreams, David Sisk: “Precisamos de acabar com a fuga dos nossos jogadores do segmento premium de massas. É óbvio que eles estão a sair para experimentar os outros casinos, seja o Wynn Palace, MGM ou outros, e que nós não fizemos o suficiente para que eles regressassem”, apontou.

“É um problema que está ligado à motivação da nossa equipa de vendas, por isso aquilo que nos temos focado nestas primeiras semanas [após a substituição] é trazer de volta algumas pessoas da antiga chefia desta departamento”, completou.

Apesar do desafio, Lawrence Ho mostrou-se confiante que 2018 vai ser um ano positivo para a indústria do jogo, com um aumento do número de jogadores, motivado pela abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Negociações com o Governo

Ao longo deste ano, a operadora vai abrir a quinta torre no casino City of Dreams, que foi desenhada pela arquitecta Zaha Hadid e tem como nome Morpheus. Em conversa com os analistas, Lawrence Ho admitiu ter esperanças que esta torre permita ao casino ganhar uma nova vida e recuperar alguns dos jogadores VIP, que se mudaram para casinos mais modernos.

Por outro lado, os dirigentes da Melco Entertainment reconheceram que estão em negociações com o Governo de Macau para estender o período de aproveitamento do terreno do Studio City. Em causa está a construção da segunda fase do casino, que fica nas traseiras da primeira, junto aos parques de estacionamento.

“Neste momento estamos a trabalhar na segunda fase e em conversações com os respectivos departamentos do Governo, porque antes de começarmos as obras temos de estender o período de aproveitamento do terreno”, explicou Lawrence Ho.

O terreno onde foi construído o Studio City fez parte da lista de terras cujo desenvolvimento se atrasou. Contudo, o Governo admitiu ter tido culpa nos processos, e optou por não recuperar os terrenos.

Em relação à segunda fase do projecto, não foram adiantados muitos detalhes, mas o presidente da operadora sublinhou a necessidade de aumentar o número de quartos do casino.

12 Fev 2018