Hoje Macau China / ÁsiaConfrontos entre manifestantes e polícia anti-motim em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap]lguns participantes na manifestação deste domingo em Hong Kong contra um projecto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China envolveram-se em confrontos com elementos da polícia anti-motim no bairro de Mongkonk. Segundo relatos de um jornalista da agência AFP, os manifestantes defenderam-se com guarda-chuvas da carga policial, que aconteceu após um frente a frente de cerca de 20 minutos entre as duas partes, durante o qual a polícia apelou, com recurso a megafones, para que o grupo de cerca de 300 manifestantes, usando máscaras e na sua maioria jovens, dispersasse. Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo em Hong Kong contra um projecto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China, pedindo também a demissão da chefe do Governo local, Carrie Lam. O protesto atravessou, segundo as agências de notícias internacionais, o distrito peninsular de Kowloon, uma zona comercial visitada por muitos turistas, a maioria dos quais com origem na China continental. Esta é a primeira manifestação na antiga colónia britânica desde o ataque à sede do Conselho Legislativo, no dia 1 de Julho, quando o território comemorava o 22.º aniversário da transferência de soberania. Apesar de se terem realizado inúmeros protestos desde esse dia, todos têm acontecido na ilha de Hong Kong, onde fica o principal distrito financeiro. Os manifestantes, quase todos vestidos de preto, empunham cartazes com frases como “Juntos, de pé” e “Não à extradição para a China” ou “Carrie Lam, demissão”, descrevem as agências de notícias AFP e EFE. De acordo com a Associated Press, a polícia colocou grandes barricadas, bloqueando a entrada principal da estação para impedir qualquer tentativa de entrada forçada. Após o ataque ao Conselho Legislativo, que ocorreu na noite de segunda-feira, agudizou-se a crise política em Hong Kong, com várias manifestações pacíficas, mas também uma série de confrontos violentos com a polícia. Os protestos obrigaram a chefe do Governo a suspender a discussão da proposta de lei e a pedir desculpas à população. Contudo, Carrie Lam recusou-se sempre a retirar definitivamente a proposta de lei. Desde o início das manifestações, foram presas 71 pessoas, segundo avançaram à EFE fontes do movimento pró-democracia.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Manifestantes condenados a três anos de prisão por motins de 2016 [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês jovens manifestantes de Hong Kong foram condenados sexta-feira a uma pena de três anos de prisão cada devido à sua participação nos tumultos que degeneraram em violentos confrontos em Fevereiro do ano passado. Os estudantes Hui Ka-ki, de 23 anos, e Mak Tsz-hei, de 20, e o cozinheiro Sit Tat-wing, de 33, foram os primeiros a serem condenados pelos motins ocorridos na zona comercial bastante movimentada de Mong Kok em Fevereiro do ano passado por ocasião do Ano Novo chinês. Os distúrbios, que surgiram na sequência de uma operação policial contra venda ambulante ilegal de comida, resvalaram em confrontos considerados os mais violentos dos últimos anos e a maior demonstração de descontentamento popular na antiga colónia britânica desde os protestos pró-democracia do final de 2014. Mais de 100 pessoas ficaram feridas, incluindo polícias, manifestantes e jornalistas, e 65 foram detidas naquele que foi um raro surto de violência em Hong Kong. A defesa alegou que os três manifestantes agora condenados – e que incorriam numa pena máxima de dez anos de cadeia – estavam a expressar o seu descontentamento para com o governo de Hong Kong que activistas afirmam ser uma marioneta de Pequim. “Qualquer pessoa que participe nesse tipo de motins precisa de compreender que há um preço a pagar”, afirmou o juiz Sham Siu-man, apontando que “violência é violência”. A sentença tem lugar quando falta pouco mais de uma semana para as eleições para o chefe do Executivo de Hong Kong, marcadas para o próximo dia 26. O líder da Região Administrativa Especial de Hong Kong é escolhido por um comité eleitoral formado por 1.200 membros, representativos de diferentes sectores da sociedade, que é dominado por elites ou interesses pró-Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Conselho Legislativo pede inquérito a distúrbios O Conselho Legislativo de Hong Kong aprovou uma moção para estabelecer uma comissão para investigar as causas dos distúrbios do mês passado, mas o trabalho não deve começar até ao fim deste ano legislativo, em Julho. A moção, aprovada na quarta-feira e proposta por Alvin Yeung Ngok-kiu, do Partido Cívico, e Cyd Ho Sal-Ian, do Partido Trabalhista, foi apoiada por 24 deputados democratas. Yeung criticou o chefe do Executivo por classificar os distúrbios como “motins” antes de uma investigação cuidada. A expressão, repetida pela ala pró-Pequim, levou a que “conclusões não verificadas crescessem na sociedade”, disse. O deputado lamentou também que o Governo só estivesse preocupado em deter e condenar os envolvidos, recusando-se a estabelecer uma comissão para investigar as causas. “Muitos cidadãos participaram nos confrontos com a polícia”, apontou o deputado do Partido Cívico, considerando que “tal mostra que o problema não pode ser imputado a um pequeno grupo”. “Pode ter sido causado por um forte descontentamento com o Governo, que não pode ser solucionado com a detenção de umas dezenas de participantes”, frisou. Assunto para novo parlamento Os incidentes na zona de Kowloon, no primeiro dia do Ano Novo Lunar, causaram 130 feridos, vários detidos e, até à data, 50 acusados. Anteriormente, o Governo de Hong Kong rejeitou os pedidos para uma investigação independente, considerando que as investigações criminais são suficientes. Em declarações aos jornalistas, Ho admitiu que é “muito improvável” que a comissão comece a trabalhar antes de o Conselho Legislativo de Hong Kong terminar esta sessão legislativa, já que há outras duas comissões à frente. “Mas acreditamos que o campo pró-democracia tem responsabilidade de colocar a necessidade de uma investigação nos registos da reunião. Também esperamos (…) que os deputados da próxima sessão legislativa levem este registo e necessidade em consideração”, disse.