André Namora Ai Portugal VozesO labirinto da política Em Portugal os políticos ou enlouqueceram ou querem matar-se uns aos outros. Já ninguém do povinho os entende e o que é que pretendem. Houve um escriba que até se deu ao luxo de afirmar que a direita e a esquerda políticas tendem a acabar… O homem não deve ter tido conhecimento do que aconteceu na semana passada e que está a fazer correr muita tinta. O chamado “Congresso das Direitas” pode ser classificado de duas formas: por um lado a pretensão de ressuscitar dinossauros de triste memória que até percebiam imenso de submarinos e por outro, um palco onde se promoveu a extrema-direita sem que se ouvisse uma intervenção com algum conteúdo de política digna, futurista, infraestrutural, alternativa ou até, num extremo analítico, de união dessas direitas para que pudessem vencer futuras eleições. Não, aquilo pareceu mais um velório, onde o silêncio foi quebrado com baboseiras de indivíduos que escolheram a política para se manterem à tona da sociedade ou para enriquecerem. Não ouvimos um discurso com conteúdo suficientemente baseado em propostas de mudança no país, de forma a que os desprotegidos deixassem de dizer que não há justiça, que não há saúde, que não há educação, que não há combate à corrupção, que não há economia, que não há emprego e por aí fora tal como diz continuamente a vox populi. A ideia parva de juntar uns comentadores ultrapassados, os líderes do CDS, Chega, Iniciativa Liberal e PSD foi algo de absurdo porque nenhum daqueles “sábios” está interessado numa mudança social no país. Eles querem promover-se e afirmar que são de direita, sem o serem. Para serem de direita têm de assumir, em princípio, propostas conservadoras mas sérias e democráticas. Ora, ali naquela reunião chamada “Congresso das Direitas” só vimos um liberal que não tem iniciativa alguma. Um fala-barato da extrema-direita que só para rir é que se ouve o fulano a dizer que quer ser governo, um centrista que se apelida de democrata-cristão e um ex-autarca que deixou os adeptos do seu partido, dito social-democrata, de boca aberta quando afirmou que não era de direita, mas sim do centro. Mas qual centro? E assim quase que se concluiu que não há direita na política portuguesa. A palhaçada ultrapassou os limites quando levaram para a plateia o ex-primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que ao fim e ao cabo foi a vedeta da “festa” mais aplaudida. E porque teria estado ali esta figura pública ultrapassada? Alguém pretende que Passos Coelho volte a ser o número um do PSD? O próprio diz que não quer. Ou há sonhadores que o querem promover para eventual candidato a Presidente da República nas próximas eleições? Obviamente que há direita política. São todos aqueles que estiveram no denominado “congresso”. Todos são de direita e da extrema-direita. Todos querem acabar com o reinado de António Costa e aproveitarem-se das divergências existentes no Partido Socialista e restante esquerda representada pelo Partido Comunista e Bloco de Esquerda. O tal “congresso” foi um fiasco e nem uma proposta de alternativa ao actual regime socialista foi ouvida pelo auditório, de onde se conclui que afinal, o grande vencedor daquela triste iniciativa foi António Costa, o qual até já anunciou a sua recandidatura a líder do PS. Triste é vermos a luta das sanguessugas pelo poleiro na esquerda política. No PS, Pedro Nuno Santos, Fernando Medina e Ana Catarina Mendes. Três facções em que os apoiantes já começaram a “trabalhar” para que um dos três políticos possa ser o substituto de António Costa na liderança socialista. Os políticos enlouqueceram. Querem ser alguma coisa que os leve à televisão. Autarcas, deputados ou governantes, todos repetem a mesma lengalenga aos assessores para que estes os promovam na hasta pública. Sim, porque se trata de um leilão, onde por vezes aquele que tiver mais dinheiro é que coloca a coroa de diamantes na cabeça. No Partido Comunista, Jerónimo Sousa, continua com a teimosia de ver o Bloco de Esquerda como “ladrão” de votos e a partir daí não admite entendimentos à esquerda. Por sua vez, no Bloco de Esquerda as manas Mortágua estão desejosas de que Catarina Martins volte para os palcos de teatro e deixe o microfone bloquista. Temos, sem dúvidas, políticos de direita e de esquerda que não compreendem o que o povo necessita. Não são capazes de ver as miseráveis reformas que são pagas a milhares de velhos que trabalharam uma vida inteira e que imensas empresas não lhes executaram os devidos descontos para a Segurança Social. São políticos que há dois anos andam a falar de pandemia, confinamento e covid-19, três palavras que nunca tinham antes pronunciado. Estes políticos estão a desgraçar o país porque o povo está cada vez mais a optar pela abstenção de cada vez que temos eleições. E quem ganha com isto é sempre o populismo normalmente de extrema-direita, o que é perigoso. Estamos num labirinto difícil de encontrar a saída, mas onde os portugueses têm de começar a levantar a voz bem alto de modo a que o seu protesto é que tenha de mudar o paradigma de políticos que valem zero. *Texto escrito com a antiga grafia
Hoje Macau SociedadeIACM | Lotes de mel com substâncias cancerígenas não se vendem em Macau [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m artigo do jornal South China Morning Post noticiou a existência de algumas marcas de mel no mercado que continham antibióticos, substâncias cancerígenas e elevada presença de açúcar de cana. Contudo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) emitiu um comunicado onde refere que as embalagens de mel dos dois lotes afectados e verificados pela autoridades de inspecção alimentar de Hong Kong não se encontram à venda em Macau. As marcas em questão são “Hero Natural Bee Honey” e “Ta Miaw Ko Natural Honey”. O IACM esclarece que para importar mel natural para o território é obrigatório passar por um processo de inspecção, além de que o organismo promete enviar pessoal para fiscalizar os supermercados. Para já, não foi detectada qualquer anormalidade. As embalagens de mel em causa tinham uma elevada concentração de antibióticos, um nível que já não é permitido na União Europeia e na China, por exemplo.