João Santos Filipe Manchete SociedadeTelevisão | Maria Cordero promete renunciar a nacionalidade portuguesa A macaense Maria Cordero defende o encerramento da indústria do entretenimento do Interior a estrangeiros e promete abdicar da nacionalidade portuguesa para continuar a trabalhar na China A artista macaense Maria Cordero, presença assídua na televisão de Hong Kong, em particular em programas de culinária e música, prometeu abdicar da nacionalidade portuguesa para continuar a trabalhar no Interior. A promessa foi feita em entrevista a meios de comunicação chinesa, em que abordou a recente campanha do Interior contra artistas de Hong Kong com dupla nacionalidade. “Se uma pessoa que trabalhar no Interior, o correcto é renunciar a qualquer nacionalidade estrangeira. Se alguém quer trabalhar no Interior, deve ter nacionalidade chinesa e não vejo nenhum problema nisso”, afirmou a cantora de 67 anos. As declarações de Cordero surgem na sequência da partilha de uma lista com nomes de artistas em risco de serem banidos do Interior por terem dupla nacionalidade. A lista não foi confirmada pelas autoridades, mas tem nomes muito conhecidos do público como Jet Li, Nicholas Tse, Liu Yifei, Stefanie Su ou Wang Leehom. A possibilidade de exclusão de trabalhos no Interior da China foi afastada por alguns artistas, levando a agência de representa Stefanie Sun a emitir um comunicado a negar a possibilidade. Porém, Nicholas Tse declarou que irá renunciar à nacionalidade canadiana, decisão que foi aplaudida por Maria Cordero. “Vi a notícia que o Nicholas Tse iria renunciar à nacionalidade canadiana. Acredito que todos os artistas com dupla nacionalidade vão fazer o mesmo, uns atrás dos outros”, vaticinou. “A não ser que não queiram fazer dinheiro na China e não gostem de viver aqui”, vincou. O lado pragmático Segundo Maria Cordero, conhecida como Mãe Gorda, abdicar da nacionalidade estrangeira, como a portuguesa, não é apenas uma obrigação para quem quer trabalhar na China, mas também uma atitude pragmática. “Ter nacionalidade chinesa é uma garantia, se tivermos nacionalidade chinesa temos acesso a seguro, protecção laboral e às protecções das políticas sociais”, justificou. Além de cantora e de participar em programas de culinária, Maria Cordero tem assumido posições políticas com bastante frequência nos últimos anos, nomeadamente no apoio ao Governo de Hong Kong. É também uma das grandes defensoras da integração de Hong Kong e Macau na Grande Baía. Filha de pai português e mãe chinesa, Maria Cordero nasceu em Macau em 1954 e aos nove anos de idade, por volta de 1963, mudou-se para Hong Kong onde fez carreira na indústria do entretenimento.