Hoje Macau EventosLuís Represas reconhece “outra dimensão” em novo álbum sem perder identidade [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] músico Luís Represas disse à agência Lusa que o seu novo álbum, “Boa Hora”, no qual partilha interpretações com Carlos do Carmo e Ivan Lins, revela “uma outra dimensão e outro olhar” sem perder a sua “impressão digital”. “Todo o processo criativo, de produção, em todo o processo de juntar os parceiros, tudo isto levou a se destapar uma pedra e descobrir a fase em que estou e me sinto muito bem, com uma outra dimensão e um outro olhar, sem perder a minha impressão digital”, disse o músico à agência Lusa. A “impressão digital é algo que custa muito a criar”, disse o músico, referindo que “há compositores que pulam de fases para maneiras de estar, e há outros que gostam de ir evoluindo, progredindo e caminhando, mantendo essa impressão digital, que é uma coisa que leva muito tempo e custa muito a ganhar”. A “impressão digital demora tempo a criar, mas é aquilo pelo qual o artista é reconhecido, quando se ouve, mas depois pegar nela e ir evoluindo e trabalhando com ela, é a forma como eu gosto de estar”, disse Represas, reconhecendo que tendo tido, ao longo da carreira, influências latino-americanas ou do fado, “há um veio que se mantém autêntico, que é um ADN”, que, no seu caso, defendeu, vem de quando começou nos Trovante, grupo que apontou como o seu berço e a sua escola. O álbum, cuja concretização contou com o apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), é constituído por 14 temas, entre os quais “Boa Hora”, que abre e dá título ao CD, uma letra de Jorge Cruz que também assina a música com Represas. Luís Represas partilha a interpretação de alguns temas com nomes como Jorge Palma e Paulo Gonzo, em “Cinema Estrada”, Mia Rose, em “A Curva do Horizonte”, Carlos do Carmo, em “O Colo do Vento”, e Stewart Sukuma, com quem colaborou várias vezes, em “Se Achas Bem”, que inclui versos numa das línguas de Moçambique, o changana. “Cada um [desses temas] tem uma razão especial e surge da conversa amena e boa, que temos mantido ao longo do tempo, mas foram surgindo conforme o correr da composição, nenhum foi premeditado”, defendeu Represas, referindo que era “uma lacuna” não ter ainda gravado com Carlos do Carmo, de quem é amigo “há muitos anos”. Entre os autores escolhidos, há José Calvário (1951-2009). Luís Represas gravou uma composição que o maestro lhe tinha dado, que encontrou casualmente e para a qual escreveu “A Curva do horizonte”. “Depois de Ti” surge de um poema da filha, Carolina Represas, com quem já tinha colaborado, tendo assinado, por exemplo “O Aprendiz”, de um anterior CD. “Não sou um ‘pai coruja’, e a Carolina é uma parceira como os outros. E desde que me reveja na forma como ela trabalha e nas palavras e nas ideias, e se o faz bem… é uma parceira como outros”, afirmou o músico que não escondeu o “orgulho” de a filha “estar a trabalhar na música e bem”. Para o CD, produzido por Fred Ferreira, foi “fundamental” o apoio da SPA, que qualificou como “um balão de oxigénio” e “a única hipótese de os artistas fazerem os seus próprios discos”. “O capital de investimento das discográficas é cada vez menor e menos eficaz”, o que se faz mais sentir quando se trata de um solista, como foi o caso. Sobre o álbum, Luís Represas realçou que “junta várias gerações e formas, aparentemente diferentes de estar na música”, o que qualificou como “muito bom”, pois demonstra que “não há preconceitos ou ‘conflitos’ geracionais ou de estilos de música”, sendo antes “uma enorme partilha de ideias”. “A música é uma das formas de arte mais transversais e aglutinadoras e serve, essencialmente, para unir”, conclui.
Hoje Macau EventosLuís Represas edita novo álbum com participação de Carlos do Carmo e Mia Rose [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo disco de originais do cantor e compositor Luís Represas, “Boa Hora”, que inclui a participação de Carlos do Carmo, Jorge Palma, Paulo Gonzo, Mia Rose e Stewart Sukuma, é editado na sexta-feira, foi hoje anunciado. “Boa Hora”, composto por 14 temas, sucede a “Cores”, editado em 2014. De acordo com o agenciamento do artista, num comunicado hoje divulgado, os temas que compõem o novo álbum de Luís Represas “são o resultado natural de um processo de renovação que ganhou contornos de inevitabilidade”. “Em 2018, Luís Represas abre asas para a descoberta de novos tons musicais explorados e descobertos ao lado de amigos da nova música nacional, e claro, de nomes que o acompanham desde sempre”, lê-se no comunicado. Para ‘single’ de apresentação foi escolhido “Na Curva do Horizonte”, tema que “ganha ainda mais sentido com o brilho da voz de uma nova amiga: a muito especial Mia Rose”. Em “Boa Hora”, Luís Represas juntou-se também “a amigos de longa data, como o brasileiro Ivan Lins, com quem cocompõe ‘Asas de Anjo’, ou Jorge Palma e Paulo Gonzo, com quem cria uma luminosa sequela de ‘125 Azul’ [tema dos Trovante, banda da qual foi vocalista e fundados], em ‘Cinema Estrada’”. Em “No colo do vento”, Luís Represas juntou-se ao fadista Carlos do Carmo e, em “Se achas que sim”, ao músico moçambicano Stewart Sukuma. No álbum, o cantor contou ainda com o vocalista dos Diabo na Cruz, Jorge Cruz, com quem escreveu e compôs o tema “Boa Hora”. A produção do disco ficou a cargo de Fred Pinto Ferreira, com exceção de dois temas, produzidos por Francisco Faria e Manuel Faria.