João Luz EventosMúsica clássica | Conversa “musicada” sobre Chopin na Fundação Rui Cunha Amanhã ao final da tarde, Leung Hio Ming irá antecipar o recital de piano “Gradus ad Parnassum: Chopin”, que será apresentado na sexta-feira no Centro Cultural de Macau, com uma conversa ao piano na Fundação Rui Cunha. Durante a masterclass, Leung Hio Ming irá revelar as imagens e atmosferas suscitadas pela obra de Chopin A obra do compositor polaco Frédéric Chopin é um dos destaques da agenda cultural desta semana, com um recital a solo de piano “Gradus ad Parnassum: Chopin” a cargo de Leung Hio Ming, que se realizará na sexta-feira, pelas 19h45, no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau. Em jeito de antecipação da celebração da obra de um dos compositores fundamentais do romantismo do século XIX, a Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe amanhã, a partir das 18h30, uma sessão especial de “Conversas Ilustradas com Música”, intitulada “As Imagens e Atmosferas nos Études de Chopin – Na perspectiva de um pianista”, conduzida pelo aclamado professor Leung Hio Ming. “A introdução ao tema dos ‘Estudos de Chopin’, que serão tocados na íntegra no espectáculo do Centro Cultural de Macau, justifica uma conversa prévia sobre a relevância das duas composições para Piano, Op. 10 e Op. 25, de Frédéric Chopin, à semelhança dos eventos anteriormente realizados na FRC, dedicados a ‘Os Pilares da Música Romântica para Pian’, em 2021, e ao ‘Portal para o Romântico: Beethoven, o Gigante’, em 2022”, indica a organização em comunicado. Um dos tópicos da conversa será a expansão que Chopin acrescentou à composição musical, de acordo com o próprio Leung Hio Ming. “Quando Chopin publicou estes seus dois conjuntos de ‘Estudos para Piano’, a performance de piano entrou numa nova era. Nunca alguém antes imaginara que a técnica de execução pudesse ser tão inovadora. E nunca houve depois um pianista-compositor que pudesse escapar à sua influência. Acima de tudo, Chopin transformou simples exercícios de piano em formas de arte ao mais alto nível. Cada Estudo não apenas apresenta desafios técnicos de concentração, mas é também um poema de cor, atmosfera, emoção, drama, história, êxtase, etc. Ambos os conjuntos são como uma bíblia para todo o pianista. Portanto, raramente os dois são executados no mesmo concerto”, afirma Leung Hio Ming. Aula com mestria Os Études de Chopin reúnem três conjuntos de composições para piano, publicados entre 1829 e 1833. Ao todo são vinte e sete composições, sendo as duas mais importantes colecções numeradas Op. 10 e Op. 25, cada uma com doze temas separados. Sobram ainda três composições soltas, que nunca receberam título ou número de Opus. Estas criações musicais de Chopin formaram a base do que veio a ser um estilo revolucionário de tocar piano. São algumas das peças mais desafiadoras e evocativas de todas as obras do repertório para concerto de piano. Na masterclass falada e musicada, Leung Hio Ming irá revelar as imagens e atmosferas que vê nestas obras do pianista e compositor polaco. “Chopin nunca deu nome aos seus Estudos e raramente falou sobre a sua música”. Mas desde que as peças foram criadas, são consideradas verdadeiras obras-primas. “Os Études de Chopin podem ser apreciados de diferentes ângulos e dimensões para formar visões, apreensões e entendimentos completamente diferentes”. Leung Hio Meng é pianista, com Licenciatura em Música (1987), Mestrados em Performance de Piano (1989) e em Teoria Musical (1993), e Doutoramento em Artes Musicais (2000), graus obtidos pela Universidade de Kansas, nos Estados Unidos da América. Além da extensa lista de prémios e distinções de mérito académico, é hoje Professor Associado da Universidade Politécnica de Macau, onde lecciona Arte Musical desde 2018.
João Luz Manchete SociedadeCecília Tse promete analisar as necessidades de pessoal do Instituto Cultural Acabada de tomar posse como presidente do Instituto Cultural, Cecília Tse volta atrás na medida anunciada pelo seu antecessor, Leung Hio Ming, de abrir concurso público para admissão de pessoal [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]a sequência da polémica contratação de quadros do Instituto Cultural através do regime de aquisição de bens e serviços, que fez cair os dois antigos presidentes do organismo, Cecília Tse volta atrás na possibilidade de abrir concurso público no próximo para contratar pessoal. A proposta do tempo do consulado do seu antecessor, Leung Hio Ming, visava tapar o buraco de recursos humanos deixado aberto pela saída de quadros após a polémica espoletada pelo relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC). “O IC já tem um número muito grande de trabalhadores em comparação com outros departamento, mais de 800 pessoas, salvo erro. Preciso de algum tempo para fazer um levantamento e saber exactamente o que faz falta e o que não faz”, revelou a nova presidente do IC após a cerimónia de tomada de posse. Cecília Tse explicou que vai passar a pente fino as necessidades de recursos humanos dos vários departamentos do IC, não admitindo, por enquanto, se haverá necessidade de abertura de concurso público para a admissão de pessoal. Importa referir que depois do relatório do CCAC, saíram dos quadros do Instituto Cultural 70 funcionários contratados através do regime de aquisição de serviços, encontrando-se ainda 24 funcionários até Junho/Julho do próximo ano ao abrigo de uma situação de emergência. Por classificar Cecília Tse tem feito carreira na Direcção dos Serviços de Turismo, onde foi vice-presidente, assim como membro do Gabinete de Gestão de Crises do Turismo. A nova presidente, explica que apesar de não ter trabalhado no IC antes tem “estado na área do trabalho cultural e artístico”. Depois da saída de Leung Hio Ming e do seu ex-vice-presidente Chan Peng Fai, o consulado de Cecília Tse, terá como vice-presidente substituta Leong Wai Man, mantendo-se Ieong Chi Kin na posição de vice-presidente da entidade. No dia em que tomou posse, a nova presidente do IC reiterou a importância da preservação do património cultural, mantendo o respeito à lei da salvaguarda do património cultural como foi condutor para protecção do património. Cecília Tse disse que vai tentar manter o equilíbrio entre a preservação do património cultural e o desenvolvimento económico. Sobre o plano de gestão do centro histórico de Macau, a nova responsável reiterou que o IC vai “acelerar o ritmo de trabalho” para poder apresentar este plano em 2018 à UNESCO. O que diz respeito aos estaleiros de Lai Chi Vun, a presidente do IC lembrou que “os trabalhos de classificação estão em curso” e que ainda não há data definitiva para a listagem dos estaleiros. Algo que Cecília Tse vai “tentar fazer o mais rapidamente possível”. Foi ainda referido que será construído um centro de intercâmbio cultural sino-português para “aproveitar as vantagens de Macau e as suas características singulares para plataforma cultural.
João Luz SociedadeContratos | Mais de 20 trabalhadores ainda em situação irregular no IC Leung Hio Ming revelou que o Instituto Cultural ainda tem 24 trabalhadores vinculados através do regime de aquisição de bens e serviços. Por outro lado, anunciou que Macau vai ter espaços novos para a cultura, incluindo um Centro de Performances na zona A dos novos aterros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) ainda tem 24 trabalhadores em situação irregular a trabalhar nos seus quadros até ao Verão do próximo ano. A polémica continua desde o demolidor relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que trouxe à baila a forma como o (IC) recrutou pessoal. Aos ajustes no recrutamento juntaram-se os processos disciplinares contra o antigo presidente Ung Vai Meng e os actuais presidente, Leung Hio Ming, e vice-presidente, Chan Peng Fai. O relatório do CCAC indicava que o IC havia recorrido “ao modelo de aquisição de serviços para contornar sistematicamente o regime legal de recrutamento centralizado e concurso público”, sem a autorização do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. Nesse aspecto, Leung Hio Ming revela que, de um universo de 94 funcionários contratados fora do regime de concurso público, mais de 70 não terão o vínculo renovado assim que o contrato expirar. “A maior parte saiu em finais de Junho, no final do prazo dos contratos que assinaram”, explica o presidente do IC. Uma pequena percentagem destes funcionários termina o seu vínculo laboral com o IC no final de Agosto e Setembro. Restam ainda 24 trabalhadores recrutados pelo regime de aquisição de bens e serviços, que permanecem nos quadros do IC com a autorização de Alexis Tam. Esses funcionários ficam até Junho/Julho de 2018, ao abrigo de uma “situação de emergência”. De acordo com as declarações do presidente do IC, trata-se de mão-de-obra que faz “trabalhos de gestão e planeamento, por exemplo, dos festivais de Macau”. Novos espaços No que toca à admissão de novo pessoal para colmatar a saída dos trabalhadores que se encontravam em situação irregular, Leung Hio Ming revela que não existe “qualquer plano para o recrutamento”. Porém, o presidente do IC vincou que se no futuro surgir uma situação de carência que a isso exigir será utilizado o mecanismo geral de admissão, ou seja, o concurso público. Leung Hio Ming avançou ainda que está em projecto a construção de um espaço, perto do Centro Cultural de Macau, para acolher a produção artística. O presidente do IC adiantou ainda a existência de um plano de construção de um centro de performances na zona A dos novos aterros. As declarações foram prestadas à margem da apresentação do Festival Internacional de Música de Macau. Ainda no que diz respeito a espaços com capacidade para acolher criação artística, como grupos musicais locais, Leung Hio Ming salientou que há que “aproveitar instalações actuais como, por exemplo, o auditório da Universidade de Macau”.