Sofia Margarida Mota Ócios & Negócios PessoasKing’s Lobster | A lagosta secreta Na zona velha da Taipa, a lagosta tem destaque. É o prato de excelência do King’s Lobster. De acordo com o proprietário, Félix Dias, as receitas são únicas e estão guardadas no segredo dos deuses e é isso que faz com que sejam especiais. Por outro lado, há a relação qualidade preço, que é das mais apelativas no território [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] restaurante, quase escondido entre as ruelas da Taipa velha, destaca-se pelos néons que apresenta à entrada e a lagosta indica a especialidade da casa. Foi em Inglaterra que o proprietário teve o primeiro contacto com o conceito que acabou por dar o mote ao King’s Lobster. “Depois de ter contacto com um restaurante idêntico em Inglaterra, sítio onde também estudámos, viemos para Macau e trouxemos o conceito”, explica o proprietário, Félix Dias. Mas o King’s Lobster não é uma mera cópia do que foi visto e aprendido em terras de Sua Majestade até porque, diz Félix Dias, “foram feitas modificações à nossa maneira e são coisas que fazemos todos os dias para melhorar as nossas receitas”. O restaurante abriu em Janeiro deste ano, mas a inauguração foi preparada com antecedência. “No ano passado já estivemos presentes no Food Festival e usámos o evento como uma campanha de marketing para preparar a nossa abertura”, explica. Outros pitéus A prata da casa é a lagosta e as especialidades são o rolo de lagosta e a lagosta grelhada. “As lagostas são escolhidas por nós e a maneira como são cozinhadas não pode ser dita”, salienta o proprietário. Os pratos mais pedidos são as especialidades da casa que têm como estrela do prato a lagosta, mas os segredos da escolha do ingrediente também são confidenciais. “Temos um fornecedor que nos dá a quantidade diária que nós pedimos, que normalmente é mais de 100 unidades e contamos também com o nosso próprio fornecimento”, refere Félix Dias. “Temos ainda cataplana à moda portuguesa”, avança, acerca do menu. No entanto, salienta, “não deixa de ter toques da casa”. “também servimos vários burritos” e o destaque vai para o burrito com arroz e com macarrão e queijo. Apesar de poderem, à primeira vista, parecer pratos capazes de serem encontrados noutros restaurantes da cidade, Félix Dias ressalva que não é bem assim. “São pratos que não se encontram em qualquer lado em Macau, por enquanto”, aponta. Para o proprietário a melhor definição que se aplica à cozinha feita no King’s Lobster é a de “western modern cuisine”. Sucesso conquistado A expansão do espaço não está agora na mesa, mas caso venha a acontecer não será, com certeza no território, até porque “Macau é pequeno e se abrirmos mais uma loja nesta área podemos dividir os clientes”. Neste sentido Felix Dias prefere ter “uma loja especializada no território”. Os olhos estão postos no estrangeiro, e as possibilidades já são algumas. “Já tivemos sugestões no sentido de abrir portas em Hong Kong, na Coreia e mesmo na China Continental”, diz. O funcionamento não podia ser melhor. Para já os clientes estão divididos em que metade são locais e a outra metade turistas. Mas a tendência tende a mudar. “Começamos a ficar conhecidos entre os turistas coreanos e estes começam a ocupar a maioria das mesas do King’s Lobster”, explica. O segredo do sucesso tem que ver não só com a particularidade da cozinha que o King’s Lobster adopta mas também com a relação qualidade preço. “As pessoas não conseguem encontrar este tipo de cozinha no território, muito menos a este preço”, diz o proprietário. “Utilizamos só lagosta fresca e para comprar uma lagosta destas em qualquer lado no território as pessoas nunca dão menos do que 400 patacas e nós vendemos a 218 patacas no prato de lagosta grelhada”, ilustra. Para Félix Dias o facto de Macau ter sido classificada como cidade gastronómica pela UNESCO não vai trazer vantagens ao negócio. A razão, aponta, tem que ver com o facto da gastronomia local apresentar algumas falhas. “Está a faltar comida portuguesa, por exemplo”, começa por dizer. “Nos roteiros gastronómicos locais não há assim tantas receitas macaenses ou portuguesas, a maioria ainda são de comida chinesa o que não faz sentido para nós”, remata.