Hoje Macau China / ÁsiaBorrell lamenta situação em Gaza e rejeita paz “por meios militares” O chefe da diplomacia europeia disse ontem que a situação humanitária na Faixa de Gaza “não podia ser pior”, rejeitando paz imposta por Israel “apenas por meios militares” e que deve antes assentar numa solução de dois Estados. “Vamos ter hoje (ontem) um Conselho de Negócios Estrangeiros excepcional [já que] nunca antes tivemos um Conselho com tantos convidados nestas circunstâncias dramáticas” e o objectivo é envolver as partes “afectadas pela situação em Gaza […], que não podia ser pior”, declarou ontem o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell. À entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que ontem receberam em Bruxelas os seus homólogos palestiniano e israelita para discutir o conflito no Médio Oriente, o chefe da diplomacia comunitária recordou que “todos os dias há um balanço de milhares de pessoas mortas”. “Muitos ministros têm dito que são demasiados [mortos]. Agora a questão é o que significa demasiados”, acrescentou. Dar voz ao ódio Josep Borrell apontou que “a forma como [Israel] está a tentar destruir o Hamas […] está a fomentar o ódio por várias gerações” e, por isso, “a paz e a estabilidade não podem ser construídas apenas por meios militares e não desta forma específica de usar meios militares”. Para o Alto Representante da UE, urge “deixar de falar do processo de paz e começar a falar mais concretamente sobre o processo de solução de dois Estados porque a paz pode ser muitas peças diferentes”. “É importante que, a partir de agora, eu não fale sobre o processo de paz, mas sobre o processo de solução de dois Estados e estou a falar a sério sobre isso. Temos de estudar as causas subjacentes que impedem que a solução seja implementada e o Hamas é certamente uma delas”, apontou o responsável à imprensa.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Borrell reconhece “falhanço político e moral” O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros reconheceu ontem que o agravamento do conflito israelo-palestiniano é “resultado de um falhanço político e moral colectivo” e que nada foi feito para o resolver realmente. “A tragédia que está a desenrolar-se no Médio Oriente é o resultado de um falhanço político e moral colectivo, e as populações israelita e palestiniana estão a pagar um preço alto por isso. Este falhanço político e moral é resultado da nossa falta de vontade para resolver o problema israelo-palestiniano”, disse Josep Borrell, na abertura de uma conferência com embaixadores, em Bruxelas. “Sim… Comprometemo-nos formalmente com a solução dos dois Estados, mas sem um plano credível para atingir esse objectivo. A substância do problema israelo-palestiniano não é religiosa ou étnica. É um problema de duas populações que têm o mesmo direito a viver no mesmo território, por isso, precisam de partilhá-lo”, acrescentou o chefe da diplomacia europeia. Contudo, hoje “não há condições para a partilha” e não há solução. “Ou melhor, havia. Lembram-se de Oslo? Há 30 anos? Tínhamos isso, mas não o implementámos de todo! A violência aumentou, os números são dramáticos. É demasiado… O que é que aconteceu?”, questionou Josep Borrell, perante os embaixadores dos 27 Estados-membros da UE. O chefe da diplomacia europeia reconheceu que há culpados dos dois lados: “Do lado israelita, as forças extremistas na Cisjordânia querem acabar com o problema palestiniano através da submissão e exílio e na Cisjordânia o Hamas não está presente”. E citando o antigo Presidente norte-americano Barack Obama, o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros recordou que a “estratégia militar de Israel tem de obedecer à lei internacional, incluindo a que procura evitar a morte e sofrimento das populações”. “Ignorar o custo humano pode fazer ricochete”, comentou.
Hoje Macau China / ÁsiaChefe da diplomacia europeia chega hoje a Pequim, num momento quente das relações China-UE O chefe da política externa da União Europeia, Joseph Borrell, vai visitar a China ainda esta semana, numa altura em que Bruxelas tenta reduzir dependências comerciais e influenciar a posição chinesa sobre a guerra na Ucrânia. Fontes da delegação da União Europeia em Pequim disseram que a visita vai decorrer entre quinta-feira e sábado e inclui um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e um discurso na Universidade de Pequim. A deslocação foi adiada por duas vezes este ano. Em abril, quando Borrell testou positivo para a covid-19, e em julho, quando Pequim cancelou subitamente a visita, numa altura em que o anterior ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, deixou de ser visto em público. A visita surge numa altura de crescentes fricções comerciais entre a União Europeia e a China, apesar de o comércio bilateral ter ascendido a 856,3 mil milhões de euros, em 2022. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, delineou uma estratégia para reduzir riscos no comércio com a China. As empresas ocidentais podem fazer negócios com o país asiático, mas com algumas salvaguardas: vetar a venda de tecnologias críticas com potenciais utilizações militares e reduzir dependências nas cadeias de abastecimento. Bruxelas iniciou também uma investigação sobre subsídios atribuídos pelo Governo chinês aos fabricantes de veículos elétricos. O ministério do Comércio chinês manifestou, na semana passada, firme oposição, acusando a investigação de ter como base “suposições subjectivas, carecer de provas suficientes e ser contrária às regras da Organização Mundial do Comércio”. Outro assunto que deve ser abordado por Borrell é a guerra na Ucrânia. A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e “alimentar as chamas” ao fornecer à Ucrânia armas defensivas. Os líderes europeus têm instado repetidamente Pequim a usar a sua influência junto da Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia. Citado pelo Global Times, Li Haidong, professor na Universidade de Relações Externas da China, disse que a visita de Borrell deve abrir caminho à cooperação em vários domínios, incluindo economia, setor energético e intercâmbio entre pessoas. “Apesar de almejar maior autonomia em questões económicas, a UE foi raptada pelos Estados Unidos em questões de segurança”, observou. Pequim “deseja que a Europa se torne mais preponderante e influente no cenário mundial”, acrescentou. A China quer que o “padrão estratégico global seja mais equilibrado, em vez de ter a Europa como refém dos EUA”, disse. “Esse é um objectivo partilhado por Pequim e Bruxelas”. Também citado pela imprensa oficial, Cui Hongjian, professor da Academia de Governação Regional e Global da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, disse que a China espera que Borrell esclareça o conceito de “redução dos riscos” no comércio bilateral. “Considerar a China como um risco não é a forma correcta de tratar um parceiro estratégico”, realçou. A resolução da questão dos subsídios pode servir como teste decisivo, disse Cui. “Se as duas partes conseguirem resolver a questão através de consultas tecnológicas e políticas, não só resolvem as fricções económicas, como também reforçam a confiança política mútua”, apontou. “Mas, se alguns políticos europeus quiserem mudar as tradições da política da UE em relação à China ou simplesmente mostrarem força, os laços entre a China e a UE poderão permanecer instáveis durante algum tempo”.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Borrell defende relações com Pequim sem dependência excessiva O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, defendeu ontem a necessidade de falar com a China para acautelar os interesses europeus, mas alertou para os perigos de uma excessiva dependência do país asiático. “Precisamos de falar, precisamos de trabalhar, precisamos de comerciar e negociar com a China”, disse Borrell na sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), que decorreu na cidade francesa de Estrasburgo até ontem. Num debate sobre as relações UE-China, Borrell lembrou que os líderes europeus confirmaram, em Outubro, a política face a Pequim e concordaram na necessidade de haver unidade “em todos os aspectos” do relacionamento com o país asiático. “Sem unidade, perderemos tanto a credibilidade como a influência, tanto em relação à China como a nível global”, disse. O também vice-presidente da Comissão Europeia alertou, no entanto, que a dependência da UE da China não se pode tornar uma vulnerabilidade, como aconteceu com a Rússia no campo energético. Borrell disse que oito em cada dez painéis solares importados pela Europa são de fabrico chinês e que a UE troca diariamente bens no valor de 2.000 milhões de dólares com a China. “A nossa dependência da China em relação à transição verde pode ser tão importante no futuro como tem sido hoje a nossa dependência dos combustíveis fósseis da Rússia”, disse. Borrell reconheceu que a China é um país que gera opiniões divergentes, como no PE, sobretudo em matéria de direitos humanos. Defendeu, por isso, ser necessário “obter uma síntese de diferentes pontos de vista e manter uma forte unidade”. O líder da diplomacia europeia disse ainda que a atenção da UE em relação à China não diminuiu com a guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou há nove meses. Apesar de a China ainda não ter condenado a guerra, Borrell disse que o país asiático “estabeleceu linhas vermelhas claras” sobre o uso de armas nucleares e está “cada vez mais preocupado com as consequências globais” do conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaUE e China de acordo sobre necessidade de regresso da paz à Europa, diz Joseph Borrell A União Europeia (UE) e a China concordam na urgência do regresso da paz ao continente europeu, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, anunciou ontem o chefe da diplomacia dos 27, Josep Borrell, em comunicado. O comunicado, divulgado após uma reunião por videoconferência entre o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, salientou que Borrell e Wang Yi estão de acordo acerca da “urgência do regresso da paz ao continente europeu tão depressa quanto possível”. Neste sentido, os dois representantes discutiram as negociações entre a Ucrânia e a Rússia e “a necessidade de um cessar-fogo, para a criação de corredores humanitários e prevenir os riscos de uma maior escalada” no conflito. A situação da Ucrânia está na agenda da 23.ª Cimeira UE-China, marcada para a próxima sexta-feira. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Chefe da diplomacia da UE insta homólogo chinês a apoiar corredores humanitários O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) exortou ontem o seu homólogo chinês a apoiar a criação de corredores humanitários para a retirada de civis da Ucrânia, saudando ainda a “disponibilidade da China” para dialogar com a Rússia. Em causa está uma conversa telefónica hoje realizada entre o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a segunda desde o início da invasão militar da Ucrânia por parte da Rússia, na qual o chefe da diplomacia europeia “pediu ao seu homólogo chinês que apoiasse a criação de corredores humanitários, a fim de permitir a retirada da população civil”. A informação foi avançada pelo Serviço Europeu de Ação Externa, que em nota à imprensa dá também conta que Josep Borrell expressou a Wang Yi “o seu apreço pela posição da China no Conselho de Segurança e Assembleia Geral das Nações Unidas, indicando o apoio à integridade territorial, soberania das nações e inviolabilidade das fronteiras, bem como pela disponibilidade da China para apoiar a cessação das hostilidades e o diálogo”. Na ocasião, o chefe da diplomacia da UE manifestou ainda “necessidade absoluta de cessar imediatamente as hostilidades e referiu-se ao maior número de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e ao inaceitável alvo e sofrimento da população civil, incluindo graves violações do Direito Humanitário Internacional”. E, de acordo com o Serviço Europeu de Ação Externa, ambos os responsáveis “concordaram que deve ser evitada uma crise humanitária em grande escala”. Para 01 de abril está marcada uma cimeira UE-China. Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia, já que se recusou a condená-la, mas tentou distanciar-se da guerra de Putin, apelando ao diálogo e ao respeito pela soberania dos outros países. Por um lado, a China defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema. Hoje mesmo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse que Pequim “já está a mediar” o conflito na Ucrânia e que vai fazer esforços para oferecer assistência humanitária, o que “não deve ser politizado”. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaUE pede que decisão de adiar eleições em Hong Kong seja reconsiderada [dropcap]O[/dropcap] chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, lamentou hoje o adiamento das eleições legislativas em Hong Kong e a desqualificação dos candidatos da oposição, e “convidou” as autoridades do território a “reconsiderarem” estas decisões. “O adiamento em um ano proposto para as eleições para o Conselho Legislativo através do uso de poderes de emergência atrasaria a renovação do seu mandato democrático e poria em causa o exercício dos direitos e liberdades democráticas garantidos pela Lei fundamental de Hong Kong”, disse Borrell, em comunicado. Josep Borrell acrescentou que “a desqualificação dos candidatos pró-democracia, incluindo legisladores em funções anteriormente eleitos democraticamente pelo povo de Hong Kong, também mina a reputação internacional de Hong Kong como uma sociedade livre e aberta”. O chefe da diplomacia europeia considera “essencial” que as eleições para o Conselho Legislativo se realizem “num ambiente propício ao exercício dos direitos e liberdades democráticas, tal como consagrado na Lei de Hong Kong”, disse. “A UE apela às autoridades de Hong Kong para que reconsiderem estas decisões”, salientou Borrell. Em 31 de Julho, a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou o adiamento das eleições legislativas previstas para setembro devido ao aumento de casos de novo coronavírus. A decisão foi precedida pela invalidação da candidatura de 12 ativistas pró-democracia nestas eleições. No final de Junho, após uma vaga de manifestações pelas liberdades fundamentais em Hong Kong, a China aprovou a lei de segurança nacional, contrariando o estipulado no estatuto de região autónoma definido no acordo de retrocessão da antiga colónia britânica, em 1997. A nova lei prevê, entre outras medidas, punições a activistas pelo separatismo, terroristas, a actos de subversão e a ingerências estrangeiras. No mesmo dia, a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, nomeada por Pequim, anunciou o adiamento das eleições que deveriam permitir, em setembro, renovar o Conselho Legislativo. A decisão avivou os protestos do movimento pró-democracia, que acusou Carrie Lam de instrumentalizar a pandemia para se proteger de uma derrota nas urnas.