Hoje Macau PolíticaHo Iat Seng felicita a delegação de Macau pelos resultados nos Jogos Asiáticos O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, enviou ontem uma mensagem de felicitações à delegação desportiva de Macau à 19.a edição dos Jogos Asiáticos de Hangzhou, que terminaram ontem. O líder do Governo da RAEM apontou que a delegação desportiva de Macau terminou a competição com um balanço positivo no “evento multidesportivo de maior dimensão da Ásia, demonstrando o espírito desportivo chinês, a perseverança e a coragem, conquistando o melhor resultado de sempre dos Jogos Asiáticos para Macau”. A delegação de Macau traz para o território seis medalhas, uma de ouro, três de prata e duas de bronze na sequência das prestações das “equipas de artes marciais e de karaté, o que não só desperta o entusiasmo de toda a população como honra o nome da RAEM”. Ho Iat Seng argumenta que “os resultados extraordinários da delegação desportiva de Macau devem-se à atenção e apoio prestados, ao longo dos anos, pelo país à RAEM, aos esforços conjuntos do Governo da RAEM e do sector desportivo, bem como à dedicação e persistência dos atletas nos treinos árduos”. O Chefe do Executivo prometeu que o seu Governo irá continuar a desenvolver o desporto de alto rendimento de Macau em várias frentes, “incluindo a aposta em recursos, a melhoria das instalações de treino, entre outras, apoiando os atletas locais na sua preparação para participarem em mais eventos desportivos de grande dimensão e competições internacionais”. Um dos objectivos é aproveitar o potencial para tornar Macau num “cidade desportiva”, afirmou o governante, sem explicar o conceito de cidade desportiva. O futuro aqui Face aos resultados e esforços dos atletas, Ho Iat Seng dirigiu, “em nome do Governo da RAEM e da população de Macau (…), as mais calorosas felicitações a todos os atletas, treinadores e equipas técnicas da delegação desportiva de Macau, China”. Ho Iat Seng recordou ainda que os Jogos Nacionais de 2025 serão coorganizados pela província de Guangdong, Hong Kong e Macau, numa iniciativa que considera como uma “medida importante do país para reforçar o impulso da construção da Grande Baía”.
João Santos Filipe DesportoEspecial 2018 | Desporto: Entre o céu e o inferno [dropcap]N[/dropcap]o campo desportivo, o ano de 2018 teve tudo para ser de excelência na RAEM. A participação surpreendente do Benfica de Macau nas competições asiáticas de futebol e a primeira medalha de ouro para Macau nos Jogos Asiáticos, conquistada por Huang Junhua, na modalidade Wushu, foram os momentos altos do ano. Mas o ouro ficou assombrado pela abertura da caixa de pandora e a exclusão da atleta Paula Carion da competição. Começando pelo lado positivo, no futebol. É verdade o Benfica de Macau teve até aqui acesso a fundos sem paralelo no panorama da modalidade. Mas ter muito dinheiro não significa ter sucesso. Contudo, Duarte Alves conseguiu montar um projecto dominador internamente, que transpôs uma mentalidade vencedora para a realidade das competições asiáticas, nomeadamente para a Taça AFC. Em seis jogos na fase de grupos da competição, o Benfica só sofreu duas derrotas, ambas frente à equipa do 25 de Abril, que foi semi-finalista da prova e que é a espinha dorsal da selecção da Coreia do Norte. E todos sabemos que as realidades do futebol na RAEM e na Coreia do Norte não são de todo comparáveis, mesmo que as águias tenham vencido por duas vezes uma outra equipa norte-coreana. Contra tudo e todos Mas se a nível desportivo, o Benfica de Macau merece todos os elogios, o maior feito talvez até tenha sido alcançado na secretaria, principalmente na relação com a Associação de Futebol de Macau (AFM). A inscrição é sempre feita contra tudo e contra todos. Em qualquer lado, as pessoas assumem que as associações têm todo o interesse em ver os clubes locais destacarem-se e brilharem foram de portas. Mas a AFM teima, ano após ano, em provar o contrário. Goste-se ou não, a mediocridade associativa local, que fica sempre impune, faz sempre mais para afastar as pessoas e os agentes do futebol. Em 2017, o Benfica de Macau ficou fora da fase de grupos da Taça AFC porque os responsáveis da AFM “não viram a tempo” o fax para que a inscrição do clube fosse feita. E não, este episódio não é uma brincadeira. E este ano a AFM voltou a tirar o tapete ao Benfica, sem qualquer pudor. Ao contrário do ano passado, os clubes precisam de ter uma equipa do escalão sub-18 para poderem competir na Taça AFC. Dadas as particularidades dos clubes locais, o Benfica não tinha equipa. A solução foi encontrada com convites a futebolistas de equipas escolares para jogarem no escalão local de sub-18. Estes atletas iriam assim jogar no campeonato escolar, pelas respectivas escolas, e no campeonato sub-18 da associação, com as cores do Benfica. No entanto, numa decisão sem precedentes, a AFM decidiu que as esquipas escolares, que têm um campeonato próprio, também podem jogar no campeonato de sub-18 chancelado por si. Como consequência o Benfica ficou sem equipa e sem hipótese de participar na Taça AFC. Alguém acredita que esta decisão beneficiou o futebol local? A AFM deveria servir os clubes e atletas ou as escolas? Mesmo assim, em 2018 fica a memória de um clube que foi a excepção e que levou o nome de Macau mais longe, muito mais longe do que a AFM alguns vez conseguiu e, ao que parece, desejou. Huang de ouro O ano que agora termina marca igualmente a estreia de Macau entre os medalhados de ouro nos Jogos Asiáticos. Nascido em Guangxi, Huang Junhua veio para Macau atrás do sonho de uma carreira ao mais alto nível das artes marciais e levou a Bandeira da RAEM ao topo, onde nunca tinha estado. A medalha foi conquistada na vertente Nanquan do Wushu. Mesmo que a modalidade tenha pouca expressão nos países sem comunidades chinesas, a verdade é que o ouro foi conquistado contra as potências do Wushu, nomeadamente Interior da China, Hong Kong e Vietname. Mais do que um atleta local, Huang é ainda um dos melhores exemplo da essência de Macau, de um território que sempre viveu da imigração e que com ela foi crescendo. Espera-se que Huang consiga repetir por muitos e longos anos as vitórias contra as grandes potências e que continue a orgulhar Macau. Precedente aberto Se para o Chefe do Executivo, os Jogos Asiáticos foram um momento de orgulho. O mesmo não se pode dizer que tenha acontecido, principalmente para a comunidade macaense e locais com passaporte português. Pela primeira vez na história da participação de Macau nos Jogos Asiáticos, os residentes com passaporte português foram impedidos de participar. Uma discriminação que vai contra o espírito da Lei Básica. Infelizmente para todos nós, a principal vítima deste Governo fraco, que não sabe proteger os interesses dos seus cidadãos nem a singularidade de Macau, foi a macaense Paula Carion. Nascida em Macau, residente local, falante das duas línguas oficiais e medalhada com o ouro nos Jogos da Ásia Oriental disputados na RAEM, Carion foi tratada como cidadã de segunda. Sem que tenha havido o mínimo de respeito por tudo o que fez pelo território. E mais grave, foi aberto um precedente que é um ataque directo à comunidade macaense. E as imagens? Uma análise ao ano desportivo, não poderia terminar sem uma menção ao Grande Prémio de Macau. À imagem do ano passado, a prova foi um sucesso e o acidente de Sophia Flörsch, felizmente sem consequências de maior face à dimensão do impacto, fez com que o circuito de Macau fosse, mais uma vez, tema de conversa em todos o mundo No entanto, há um aspecto muito negativo que tem obrigatoriamente de ser mencionado: a ausência de imagens de vários acidentes. O evento ficou marcado por uma omissão dos impactos, que a todos pareceu propositada. E se é normal que não se queira mostrar imagens de sangue e dos pilotos em momentos de angústia, nada justifica que se vá contra a prática habitual da modalidade e que se escondam os momentos dos acidentes. Uma prova com 65 anos de história já não deveria estar envolvida neste tipo de polémicas.
Hoje Macau DesportoJogos Asiáticos | Macau conquistou cinco medalhas [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau conquistou cinco medalhas nos Jogos Asiáticos, que terminaram ontem na Indonésia. Foi, sobretudo, nas artes marciais que os atletas de Macau tiveram melhor desempenho, arrecadando duas medalhas (uma de ouro e outra de prata) no wushu e outras tantas (uma de prata e outra de bronze) no karaté. A quinta medalha (de bronze) foi conquistada no triatlo. Macau esteve representada por 109 atletas em 16 modalidades na 18.ª edição dos Jogos Asiáticos.
Hoje Macau SociedadeJogos Asiáticos | Macau conquista primeira medalha de ouro no wushu [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]atleta de wushu Huang Junhua conseguiu ontem uma medalha de ouro nos Jogos Asiáticos, a primeira para Macau, ao vencer a prova da categoria masculina da modalidade de nanquan e nangun. O Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, elogiou o atleta. “A notável marca obtida por Huang Junhua, fruto de um treino intenso e de trabalho árduo, não só enche de orgulho a população de Macau no seu todo, como também revigora o moral da nossa delegação em Jacarta”, lê-se em comunicado. O reconhecimento foi também prestado pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura que felicitou o atleta de 26 anos, elogiando o seu “extraordinário empenho e dedicação”, de acordo com um comunicado oficial. Alexis Tam, que se encontra na Indonésia, país que acolhe a 18.ª edição dos Jogos Asiáticos, também deixou agradecimentos ao chefe da equipa, Leong Chong Leng, e ao treinador dos atletas, Iao Chon In, pela sua “total dedicação” na formação dos atletas, estendendo-os ainda ao Comité Olímpico e Desportivo de Macau pela “excelente coordenação demonstrada”. O gabinete do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura indicou ainda que Alexis Tam “encorajou os demais atletas a manterem uma atitude positiva” na participação das restantes provas dos Jogos Asiáticos, “de forma a demonstrar o espírito desportivo e alcançar os melhores resultados”. A 18.ª edição dos Jogos Asiáticos, que tem lugar nas cidades indonésias de Jacarta e Palembang, termina no próximo dia 2 de Setembro. Macau encontra-se representada por 109 atletas em 16 modalidades.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogos Asiáticos | Macaense Paula Carion falha participação por não ter passaporte da RAEM A medalhada atleta de karaté Paula Carion vai falhar os Jogos Asiáticos de 2018 devido a mexidas nos regulamentos que a impossibilitam de participar por não ter o passaporte da jurisdição que vai representar. Macau pediu aprovação especial, mas a organização não aceitou [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi no início do mês, a sensivelmente duas semanas do arranque dos Jogos Asiáticos de 2018, a ter lugar na Indonésia, que a atleta macaense Paula Carion foi informada da impossibilidade de participar no evento desportivo realizado de quatro em quatro anos. Tudo porque, ao abrigo de novas regras, os atletas têm de possuir passaporte da nacionalidade do país/território que representam para serem elegíveis e Paula Carion utiliza o passaporte português. A má notícia foi-lhe transmitida pela Federação de Karaté-do de Macau que, por sua vez, foi avisada pelo Instituto do Desporto e pelo Comité Olímpico e Desportivo de Macau (CODM). Mais do que sentir pena por falhar os Jogos Asiáticos, em que era suposto terminar a carreira de atleta, Paula Carion ficou antes “chocada” porque foi apanhada desprevenida. “Não recebi qualquer alerta” relativamente à possibilidade de não ir aos Jogos Asiáticos por não ter passaporte da RAEM. A atleta macaense participou, com as cores da RAEM, nas três edições anteriores dos Jogos Asiáticos (2006, 2010 e 2014), nos quais conquistou três medalhas de bronze, utilizando o passaporte português para a acreditação. “A vida continua”, sublinhou ao HM a atleta, de 35 anos, que iniciou a sua carreira de atleta em 1998, contando com mais de duas dezenas de medalhas internacionais, incluindo a de ouro dos Jogos da Ásia Oriental de 2005, que tiveram lugar em Macau. Essa conquista valeu-lhe, aliás, o Título Honorífico de Valor, atribuído pelo Governo da RAEM. “Tenho orgulho das minhas contribuições e resultados nos últimos 20 anos”, afirmou Paula Carion, esperando “continuar a contribuir para o karaté e para o desporto de Macau”, nomeadamente a ajudar a “produzir mais atletas de alto nível”. Aprovação especial O HM contactou o Instituto do Desporto (ID), que trabalha com o Comité Olímpico e Desportivo de Macau (CODM) nesta matéria, no sentido de perceber qual foi a posição adoptada perante a mudança de regras. Em resposta, o organismo indicou que o CODM tomou diligências, após ter recebido notificação do Comité Organizador dos Jogos Asiáticos da Indonésia, dando conta de que os atletas que representam o país/região devem possuir o passaporte da mesma nacionalidade para poderem ser elegíveis. “Ao receber essa notificação, o CODM envidou esforços contínuos para comunicar e explicar os antecedentes históricos e especiais de Macau, esperando que pudessem aceitar essas razões, como tem acontecido nas edições anteriores, e ter assim a aprovação especial dos nossos atletas. No entanto, recebemos a resposta final do Comité Organizador e do Conselho Olímpico da Ásia informando que executarão [as regras] estritamente com base na nacionalidade do passaporte, e assim, respeitaremos a decisão”, diz a resposta enviada ao HM. Mais acrescenta: “Entre a nossa delegação, todos os nossos atletas estão qualificados para solicitar o passaporte da RAEM. Como tal, alguns dos nossos atletas afectados compreenderam a situação e agiram prontamente, solicitando os passaportes da RAEM. No entanto, houve também atletas que tomaram a sua decisão por motivos pessoais e entenderam não solicitá-lo”. A 18.ª edição dos Jogos Asiáticos, a decorrer nas cidades indonésias de Jacarta e Palembang, arranca no próximo sábado, dia 18, terminando a 2 de Setembro. Macau vai estar representada por 109 atletas em 16 modalidades.
Hoje Macau DesportoJogos Asiáticos | Chui Sai On com “grandes expectativas” [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hui Sai On recordou ontem à comitiva de atletas que vai representar Macau nos Jogos Asiáticos que desde o retorno à Pátria foi feito um grande investimento no desporto, pelo que há grandes expectativas em relação a participação na competição. Assim, o Chefe do Executivo define como metas para a competição um “desempenho de qualidade e criação de laços de amizade”. No discurso perante os atletas que vão representar a RAEM em Jacarta, o Chefe do Executivo vincou por várias vezes o trabalho do seu Executivo. “Diversas medidas foram sendo adoptadas para o aperfeiçoamento das instalações desportivas e aposta nos recursos humanos, reforçando-se, assim, a plataforma local para competições e eventos desportivos”, sublinhou. Apesar disso, ressalvou que os resultados não são o mais importante: “A nossa missão fundamental, neste sector, é “desenvolver o desporto para reforçar a saúde dos moradores”, apontou. Mesmo assim, o Chefe do Executivo defende que houve avanços ao nível dos resultados. “Nos últimos anos, com os esforços conjuntos do Governo da RAEM e dos representantes do sector desportivo, Macau conquistou novos avanços, quer no desporto de massas, quer ao nível competitivo”, frisou. Chui Sai On reconhece ainda os esforços feitos pelos atletas nos treinos que lhes permitiu o apuramento para as competições. “Aos atletas presentes, reconheço que todos tiveram de enfrentar treinos rigorosos, fazendo grandes sacrifícios. Gostaria de dizer que tenho confiança em cada um e estou certo de que conseguirão competir com carácter, demonstrando as vossas capacidades e esforçando-se para a glória da nossa Região”, finalizou.