Hoje Macau China / ÁsiaJilin | Cerca de 95% dos casos são assintomáticos ou têm sintomas leves Cerca de 95 por cento dos casos de covid-19 detectados na província de Jilin, parte do maior surto registado na China desde 2020, são assintomáticos ou apresentam sintomas leves, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua A província de Jilin atravessa o pior surto de covid-19 na China desde 2020, mas perto de 95 por cento das infecções são assintomáticas ou afectam pacientes que apenas apresentam sintomas ligeiros, indicou ontem a agência Xinhua. As autoridades de saúde da província, que acumula 8.506 casos activos entre os seus 26 milhões de habitantes, garantiram que a condição da grande maioria dos infectados que apresentam sintomas de gravidade leve ou média melhorou após o tratamento. “Muito poucos” desses pacientes viram a sua condição deteriorar para serem classificados como “graves” ou em “estado critico”, disse o especialista em doenças do sistema respiratório Yang Junling, segundo a agência. Nas 24 horas que terminaram ontem, a província, que faz fronteira com a Coreia do Norte e a Rússia, detectou 1.157 novos positivos, incluindo doentes assintomáticos. Desde a última segunda-feira, os habitantes de Jilin estão proibidos de sair da província. A estratégia chinesa de “tolerância zero” à covid-19 prevê o isolamento de todos os infectados e dos seus contactos próximos em hospitais e instalações destinadas para o efeito, o que aumenta a pressão sobre o sistema hospitalar nas regiões onde existem surtos. Para lidar com o aumento de casos, Jilin concluiu a construção de oito hospitais temporários com capacidade para 11.488 camas e dois centros de quarentena com 662 quartos, informou a Xinhua. Aqui mais perto A cidade de Shenzhen indicou ontem que vai apoiar as empresas para que “retomem o trabalho e a produção de forma ordenada”, sob a premissa de que continuam a colaborar nas medidas de prevenção e controlo da pandemia. Com 17 milhões de habitantes, Shenzhen decretou no último fim de semana o cancelamento dos serviços de transporte público e restrições à circulação nos bairros, devido a um surto que somou 677 casos até à data. A cidade lançou uma campanha massiva de testes de PCR para colectar amostras de todos os seus habitantes. A firma Foxconn, a maior montadora de iPhones do mundo, anunciou na quarta-feira que as suas fábricas em Shenzhen retomaram o trabalho, depois de anunciar na segunda-feira a suspensão das operações. As instalações da Foxconn funcionarão em sistema de circuito fechado, segundo o qual as entradas e saídas serão controladas para evitar o contágio. De acordo com os dados oficiais do Governo chinês, desde o início da pandemia, 123.773 pessoas ficaram infectadas no país, entre as quais 4.636 morreram.
Hoje Macau China / ÁsiaJilin | Dezenas de missionários sul-coreanos expulsos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China expulsou dezenas de missionários sul-coreanos que trabalhavam no nordeste do país, incluindo alguns que ajudavam refugiados da Coreia do Norte, informaram ontem activistas, numa altura de renovada tensão entre Pequim e Seul. Cerca de 170 sul-coreanos – incluindo 70 missionários e respectivos familiares – na província de Jilin, que faz fronteira com a Coreia do Norte, foram expulsos entre 10 de Janeiro e 10 de Fevereiro, disse à agência France-Presse o padre e activista Kim Hee-Tae. “As autoridades chinesas invadiram as casas dos missionários, com o pretexto de que o visto destes tinha irregularidades, e exigiram que saíssem”, afirmou Kim, acrescentando que a maioria estava no país com vistos de turista ou de estudante. Existem cerca de 500 missionários sul-coreanos registados na China. Activistas estimam que mais de 2.000 cristãos fazem trabalho humanitário no país, incluindo ajudar refugiados da Coreia do Norte a chegar à Coreia do Sul. Citado pela AFP, Kim disse que cerca de 20% dos missionários expulsos ajudavam refugiados da Coreia do Norte e que cerca de 40 refugiados foram repatriados em resultado da operação. Os refugiados norte-coreanos escapam primeiro para a China, a partir de onde tentam chegar à Coreia do Sul, passando por um terceiro país. Caso sejam apanhados e repatriados, sofrem castigos. Fraca tolerância O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul avisou os grupos de missionários para que tenham “cuidados extra” quando trabalham no exterior. Apesar de a China proibir a permanência de missionários no país, as autoridades tinham alguma tolerância com os grupos que operam em regiões empobrecidas do nordeste do país. Seul e Washington concordaram no ano passado em instalar o sistema antimísseis Terminal High Altitude Area Defence (THAAD), após a Coreia do Norte realizar sucessivos testes nucleares e com mísseis. A decisão levou Pequim a protestar, devido aos receios de que o THAAD seja capaz de recolher informações sobre a sua capacidade de mísseis balísticos. Pequim adoptou o que Seul considera uma série de retaliações, incluindo novas restrições à actuação de celebridades coreanas no país e um reforço das normas aduaneiras para os produtos sul-coreanos. Na semana passada o grupo Lotte Group, a quinta maior empresa da Coreia do Sul, disse que foi forçada a suspender a construção de um parque de diversões avaliado em milhares de milhões de dólares, depois de as autoridades terem levantado questões de segurança.