Pequim responde a Otava com alerta aos seus cidadãos em visita ao Canadá

[dropcap]A[/dropcap] China alertou ontem os seus cidadãos para os riscos de visitarem o Canadá, numa retaliação por um comunicado semelhante difundido por Otava, após um tribunal chinês ter condenado um canadiano à pena de morte.

“Recentemente, cidadãos chineses no Canadá foram arbitrariamente detidos por exigência de países terceiros”, lembra o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros e a Embaixada da China em Otava, recomendando aos seus cidadãos que avaliem bem os riscos associados a visitarem aquele país.

Trata-se de uma referência implícita à detenção de Meng Wanzhou, directora financeira do grupo chinês das telecomunicações Huawei. Meng foi detida em Vancouver a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Após terem ameaçado o Canadá com “graves consequências”, caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte, ambos acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”, e anunciaram a repetição do julgamento de Robert Lloyd Schellenberg, um canadiano condenado, em 2016, a 15 anos de prisão por tráfico de droga.

Na segunda-feira, a repetição do julgamento de Schellenberg ditou a sua condenação à pena de morte. Na sequência deste caso, o Canadá passou a avisar os seus cidadãos em visita à China para que tenham um “alto grau” de cautela devido ao “risco de aplicação arbitrária das leis locais”.

16 Jan 2019

Huawei | Despedido funcionário detido na Polónia por espionagem

[dropcap]O[/dropcap] gigante de telecomunicações Huawei despediu o seu funcionário chinês detido na Polónia por suspeita espionagem, num comunicado citado pelo Global Times.

O grupo explicou que “decidiu rescindir imediatamente o contrato com Wang Weijing” uma vez que “este incidente teve efeitos nefastos sobre a reputação mundial da Huawei” e disse que respeita as leis dos países em que opera.

“A Huawei sempre respeitou as leis e regulamentos em vigor no país onde está localizada (…) e exige que todos os funcionários cumpram as leis e regulamentos do país”, afirmou o grupo chinês, no comunicado, em que acrescentou que Wang Weijing foi preso por “motivos pessoais”, sem mais detalhes.

Segundo informações prestadas na sexta-feira pelas autoridades polacas, um empresário chinês e um outro polaco, ambos funcionários de “uma grande empresa de electrónica”, foram detidos, na terça-feira, por acusação de espionagem a favor do governo chinês, podendo enfrentar uma pena até dez anos de prisão.

Os média polacos e chineses apontaram então os dois empresários como sendo funcionários da Huawei.
Uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou a “grande preocupação” com este caso e diz que já pediu ao governo polaco um “tratamento justo, de acordo com a lei, e a protecção efectiva” do empresário.

14 Jan 2019

Embaixador chinês no Canadá acusa egoísmo ocidental e supremacismo branco

[dropcap]O[/dropcap] embaixador da China no Canadá acusou na quarta-feira os dirigentes de Otava e os seus aliados de “egoísmo ocidental e supremacismo branco”, ao exigirem a libertação imediata de dois canadianos detidas por Pequim, acusadas de ameaça à segurança nacional.

Em artigo publicado no The Hill Times, o embaixador da China, Lu Shaye, também acusou o Canadá pela detenção em 1 de Dezembro da directora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, que considerou “não ter fundamento”.

Dois canadianos, o ex-diplomata Michael Kovrig e o consultor Michael Spavor, estão detidos desde há um mês na China, que os acusa de actividades “que ameaçam a segurança nacional”, uma fórmula utilizada frequentemente por Pequim para se referir a alegada espionagem.

Pequim garante que estas detenções não estão relacionadas com a da directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, mas numerosos observadores veem aí uma medida de retorsão da China, irritada com a interpelação pelo Canadá da filha do fundador do grupo chinês, a pedido dos EUA.

“Compreende-se que os canadianos se preocupem com os seus próprios cidadãos. Mas manifestaram inquietação ou simpatia com Meng [Wanzhou] depois da sua detenção ilegal e a sua privação de liberdade?”, escreveu o embaixador no jornal de Otava.

“Parece que para algumas pessoas, apenas os cidadãos canadianos devem ser tratados de maneira humanitária e a sua liberdade considerada preciosa, enquanto os chineses não o merecem”, acrescentou.

Para Lu Shaye, “a razão pela qual certas pessoas estão habituadas a dois pesos e duas medidas é devido ao egoísmo ocidental e ao supremacismo branco”.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e o presidente norte-americano, Donald Trump, denunciaram, durante uma chamada telefónica, feita na segunda-feira, “a detenção arbitrária” de Kovrig e Spavor.

A Alemanha, a Austrália, a França, o Japão, o Reino Unido e a União Europeia também deram o seu apoio ao Canadá nesta crise diplomática.

Meng foi colocada em liberdade condicionada em Vancouver, Canadá, enquanto aguarda por uma decisão sobre a sua extradição para os Estados Unidos da América, que suspeitam do seu envolvimento numa fraude para contornar sanções ao Irão.

10 Jan 2019

Huawei sanciona dois funcionários que utilizaram iPhone em publicação no Twitter

[dropcap]A[/dropcap] gigante chinesa das telecomunicações Huawei sancionou dois funcionários por terem utilizado um iPhone para desejar um bom ano novo numa publicação na conta oficial da rede social Twitter da empresa, noticiou um portal online chinês.

Numa nota interna, a Huawei informou que irá despromover um dos funcionários e reduzir o seu salário, enquanto o segundo não poderá ser promovido este ano.

Embora a publicação, que indicava “via Twitter para o iPhone”, ter sido eliminado, não impediu a sua circulação nas redes sociais através de partilhas.

O erro, como explica a nota interna da Huawei, ocorreu na empresa subsidiária de marketing Sapient.

A equipa desta empresa não conseguiu ligar-se à rede privada VPN virtual – um mecanismo usado na China para contornar a censura cibernética que bloqueia páginas como Twitter, Facebook ou Google -, obrigando os funcionários a utilizarem os seus telemóveis com recurso a um cartão SIM de Hong Kong, que lhes permite aceder a essas páginas bloqueadas em território chinês.

6 Jan 2019

Canadá recusa relacionar terceira detenção na China com caso Huawei

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro do Canadá recusou hoje relacionar o terceiro cidadão do país detido na China aos dois casos anteriores, que terão servido de retaliação pela detenção da directora financeira da empresa chinesa de telecomunicações Huawei.

Segundo a imprensa canadiana, a professora Sarah McIver é a terceira nacional detida pelas autoridades chinesas, numa altura de crescente tensão entre Pequim e Otava, que deteve Meng Wanzhou, executiva da Huawei, a pedido dos Estados Unidos.

McIver trabalhava como professora no país asiático, antes de ser detida pela polícia, devido a irregularidades no seu visto.

Justin Trudeau considerou hoje, em conferência de imprensa, que o caso de Mclver “parece” ser diferente dos envolvendo o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor, que são acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”.

Trudeau afirmou que Otava tem evitado criticar publicamente a China, apesar de as detenções terem servido aparentemente como represália, para evitar agravar as tensões com Pequim.

“Por vezes, politizar ou amplificar o nível de discurso político pode parecer satisfatório a curto prazo, mas não contribuirá para o resultado que queremos, que é a segurança dos canadianos”, disse.

Canadá e China enfrentam um conflito diplomático desde a detenção, no início do mês, de Meng, quando fazia escala em Vancouver.

As autoridades dos EUA pediram ao Canadá que detivesse Meng, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal norte-americana proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas.

Na semana passada, e após advertirem Otava com “graves consequências”, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig e Michael Spavor.

20 Dez 2018

Huawei nega ligações a serviços de informação chineses

[dropcap]A[/dropcap] empresa chinesa Huawei negou ontem qualquer ligação aos serviços de informação e inteligência de Pequim, quando enfrenta uma vaga de rejeições dos seus equipamentos de telecomunicação 5G no Ocidente.

“Não há evidências de que a Huawei esteja a ameaçar a segurança nacional de qualquer país”, disse Ken Hu, responsável da empresa, em conferência de Imprensa, realizada ontem na sede do grupo, em Shenzhen.

Perante as preocupações do Ocidente em relação a potenciais actos de espionagem, a fabricante chinesa de equipamentos decidiu abrir os seus laboratórios de pesquisa à curiosidade dos jornalistas e organizar uma conferência de Imprensa para esclarecer dúvidas. Hu assegurou que a sua empresa nunca recebeu nenhum pedido do governo chinês para acesso a dados.

Esta posição de defesa por parte da Huawei acontece numa fase difícil da empresa, com os EUA preocupados com o avanço tecnológico chinês e a tentar dissuadir os aliados de usar equipamento daquela firma.

Ao mesmo tempo, a Huawei assistiu à prisão da sua directora financeira, Meng Wanzhou, considerada suspeita, pela justiça norte-americana, de cumplicidade em fraude para contornar as sanções dos Estados Unidos ao Irão, o que levou à sua recente detenção num aeroporto do Canadá.

A tecnologia 5G consiste num futuro padrão de telefonia móvel que deverá oferecer uma taxa de transferência de dados muito mais alta do que a verificada nos modelos 4G, podendo permitir a transição digital de veículos autónomos, guiados por inteligência artificial.

“Proibir uma determinada empresa não vai resolver problemas de segurança cibernética”, disse Hu, garantindo que muitos clientes da Huawei continuam a depositar confiança nos protocolos da empresa.

O grupo tenta há mais de um ano convencer clientes e governos da falta de vínculos com Pequim e lembra que a empresa é 100% propriedade de seus funcionários, não do Estado ou do Exército chinês.

A desconfiança ocidental sobre a Huawei é alimentada, em parte, por o seu fundador, Ren Zhengfei, ser um ex-engenheiro do exército chinês.

Para tranquilizar os operadores estrangeiros, a Huawei deu acesso aos seus equipamentos em laboratórios dedicados, onde podem ser totalmente desmontados, para permitir acesso ao seu código-fonte.

A Huawei já investiu milhares de milhões de dólares na investigação de tecnologia 5G e assinou 25 contratos comerciais, disse Ken Hu. O grupo tem mais de 80.000 funcionários, quase metade dos quais trabalham em pesquisa e desenvolvimento.

Estes investimentos podem, no entanto, ter sido mal sucedidos, se a empresa continuar a ser excluída dos mercados ocidentais, de acordo com especialistas.

19 Dez 2018

Mike Pompeo condena detenção de dois canadianos pela China

[dropcap]O[/dropcap] chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, considerou ontem “inaceitável” a detenção na China de dois canadianos, que ocorreu após a prisão no Canadá de uma responsável de uma empresa chinesa a pedido de Washington.

Num contexto em que a administração norte-americana é suspeita por diversos observadores de pretender utilizar o caso de Meng Wanzhou, directora-executiva do gigante chinês de telecomunicações Huawei, nas negociações comerciais com Pequim, Mike Pompeo assegurou que os Estados Unidos respeitam “o Estado de direito” e apelou à libertação dos dois canadianos.

As declarações de Pompeo foram emitidas após ter mantido, juntamente com o secretário da Defesa Jim Mattis, uma reunião com os respetivos homólogos canadianos.

Na sequência deste encontro, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Chrystia Freeland, assinalou que Pompeu concordou que a política deve estar excluída no caso da executiva chinesa detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos.

O Governo de Pequim confirmou na quinta-feira que os cidadãos canadianos Michael Kovrig e Michael Spavor, detidos na China na sequência da prisão de Meng Wanzhou, estão a ser investigados por alegado envolvimento em “actividades que põem em perigo” a segurança nacional.

“Estas duas pessoas são suspeitas de levar a cabo actividades que prejudicam a segurança nacional da China”, afirmou ontem o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang, em conferência de imprensa. Lu afirmou que as autoridades tomaram medidas de acordo com as leis e regulamentos chineses.

Segundo o porta-voz, Kovrig foi detido na segunda-feira, pelo Gabinete de Segurança Nacional de Pequim, enquanto Spavor está sob custódia do Gabinete de Segurança Nacional da cidade de Dandong, na província de Liaoning, noroeste do país.

“Os dois casos estão sob investigação”, afirmou Lu, revelando que as autoridades notificaram a embaixada do Canadá sobre os detidos, cujos “direitos legítimos e interesses estão a ser salvaguardados”. O porta-voz recusou oferecer mais detalhes sobre o paradeiro dos canadianos, justificando-se com o acordo consular assinado entre os dois países.

O Governo do Canadá tinha já manifestado a sua preocupação com o desaparecimento de Spavor, o director do Paektu Cultural Exchange, e um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un. O empresário organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte.

A confirmação sobre a sua detenção surge depois de, na quarta-feira, Lu Kang ter confirmado a detenção de Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá. Lu assegurou que a organização para a qual trabalha, a unidade de investigação International Crisis Group (ICG), “não está registada na China”.

As detenções ocorrem depois de as autoridades chinesas terem ameaçado Otava com “graves consequências” caso a responsável da Huawei, Meng Wanzhou, não fosse libertada imediatamente.

A imprensa oficial chinesa pediu na quinta-feira a Otava que rejeite a “hegemonia” de Washington e tome “decisões independentes”, apelando à libertação da directora financeira da Huawei.

16 Dez 2018

Imprensa oficial chinesa apela ao Canadá que rejeite “hegemonia” dos Estados Unidos

[dropcap]A[/dropcap] imprensa oficial chinesa pediu hoje a Otava que rejeite a “hegemonia” de Washington e tome “decisões independentes”, apelando à libertação da directora financeira da Huawei, detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos.

“O Canadá concedeu liberdade condicional a Meng [Wanzhou], o que é positivo, mas ela merece total liberdade. Otava pode acabar agora mesmo com esta crise”, apontou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

Em editorial, o jornal lembra que as “obrigações” do Canadá para com a China “devem prevalecer”, face aos compromissos para com um terceiro país.

A directora da Huawei foi detida pelas autoridades canadianas, a pedido dos EUA, por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas.

O Global Times considera que os EUA violaram o espírito do direito internacional, ao usar leis nacionais para estender a sua jurisdição, e apelou ao Canadá que actue como um “país independente e soberano, e não um Estado vassalo”.

O jornal evita ainda vincular a recente detenção do antigo diplomata canadiano Michael Kovrig, uma aparente retaliação pelo caso de Meng. O Governo chinês justificou já a detenção de Kovrig e assegurou que a organização para a qual trabalha, a unidade de investigação International Crisis Group (ICG), “não está registada na China”.

“Não há nada que evidencie uma ligação entre a detenção de Meng e a de Kovrig”, afirma o Global Times, lembrando que os dois casos são “muito diferentes”, já que Meng foi detida sem ter violado nenhuma lei do Canadá, e Kovrig foi detido pelas suas “actividades” na China.

Na quarta-feira, a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Chrystia Freeland, revelou suspeitar que outro cidadão do país foi colocado sob custódia pelas autoridades chinesas. Um funcionário do Governo canadiano revelou mais tarde à agência Associated Press, sob condição de anonimato, tratar-se de Michael Spavor, um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un.

Um outro jornal oficial chinês acusou Washington de ter um plano “bem preparado” contra a Huawei e outras tecnológicas chinesas, visando expulsá-las do mercado norte-americano.

“A China está a conter-se no caso de Meng, para que não afete as fricções comerciais com os Estados Unidos, e está a fazer todos os esforços para aliviar as tensões”, afirmou o China Daily, lembrando que é “altura de a China se preparar para o próximo golpe dos Estados Unidos”.

O tribunal de Vancouver decretou esta semana a liberdade condicional de Meng, apesar de o advogado representante do Governo canadiano se ter oposto. As autoridades dos EUA suspeitam que o grupo chinês exportou produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas.

As autoridades norte-americanas têm 60 dias após a detenção para apresentar ao Canadá um pedido formal de extradição. Caso não o façam Meng será colocada em liberdade.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o despoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Pequim e Washington anunciaram, no mês passado, uma trégua de 90 dias, para negociar um acordo que ponha o fim à guerra comercial.

13 Dez 2018

Directora financeira da Huawei libertada sob fiança

[dropcap]U[/dropcap]m juiz canadiano ordenou, esta terça-feira, a libertação, sob fiança, da directora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, horas depois da confirmação da prisão de um ex-diplomata canadiano na China, onde as autoridades ameaçam o Canadá de represálias.

De acordo com a agência France-Presse, depois de três dias de audiências judiciais no tribunal de Vancouver, e em plena crise diplomática entre Pequim, Otava e Washington, o juiz canadiano aceitou o pedido de libertação de Meng Wanzhou, detida no Canadá no início de dezembro, a pedido dos Estados Unidos da América.

A empresária saiu algumas horas depois, sob fortes medidas de segurança. Esta mãe de quatro filhos, de 46 anos, terá de cumprir várias condições: pagar um depósito de 10 milhões de dólares, entregar os dois passaportes, residir numa das duas propriedades que possui em Vancouver e usar uma pulseira eletrónica no tornozelo.

A empresária será monitorizada 24 horas por dia, a suas expensas, e não poderá sair de casa entre as 23:00 e as 06:00.

“O risco de que não se apresente em tribunal [durante o processo de extradição] pode ser reduzido a um nível aceitável, impondo as condições de vigilância propostas pelos seus advogados”, disse o juiz, provocando aplausos dos apoiantes de Meng Wanzhou.

A primeira audiência de extradição ficou marcada para 6 de Fevereiro. Entretanto, os Estados Unidos da América deverão enviar à justiça canadiana a documentação completa relativa ao pedido de extradição.

O grupo Huawei já se congratulou com a libertação da sua directora financeira. Após a detenção de Meng Wanzhou, a China convocou no domingo o embaixador dos Estados Unidos em Pequim e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição.

Pequim já tinha convocado um dia antes o embaixador do Canadá. A justiça norte-americana pede a extradição da directora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão.

Também no domingo, o conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Donald Trump desconhecia a detenção de Meng Wanzhou na altura em que jantava com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada.

A diretora financeira, de 46 anos, é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objetivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos Estados Unidos.

12 Dez 2018

Directora da Huawei detida no Canadá alega razões de saúde para ser libertada

[dropcap]A[/dropcap] directora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos, apelou ontem a um tribunal de Vancouver para que fosse libertada sob fiança, alegando razões de saúde.

A audiência acabou por ser suspensa sem que nenhuma decisão fosse anunciada, num momento em que Pequim aumentou a pressão sobre Ottawa e Washington durante o fim de semana para obter a libertação de Meng Wanzhou. A audiência será retomada na terça-feira, disse o juiz.

A filha do fundador do Huawei Group, o segundo maior do mundo em equipamentos para telemóveis e telecomunicações, também afirmou a disponibilidade para se sujeitar a rigorosas medidas de vigilância durante o processo.

Um de seus advogados, David Martin, explicou que, se a sua cliente fosse libertada, esta arcaria com todos os custos da supervisão, a qual seria atribuída a duas empresas de segurança privadas, uma das quais liderada por ex-polícias e militares canadianos.

Meng Wanzhou passaria a residir numa das duas propriedades que possui em Vancouver, entregaria o passaporte e usaria uma pulseira electrónica, para além de estar disposta a pagar uma caução de 15 milhões de dólares canadianos.

Contudo, a representante do promotor público canadiano opôs-se novamente à sua libertação, afirmando acreditar que existe o risco de Meng Wanzhou fugir para a China para escapar a uma possível extradição para os Estados Unidos.

Após a detenção da directora financeira da Huawei, a China convocou no domingo o embaixador dos Estados Unidos em Pequim e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição. Pequim já tinha convocado um dia antes o embaixador do Canadá.

A justiça norte-americana pede a extradição da directora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão.

Também no domingo, o conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Donald Trump desconhecia a detenção de Meng Wanzhou na altura em que jantava com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada.

A directora financeira, de 46 anos, é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objectivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos Estados Unidos.

11 Dez 2018

China convoca embaixador norte-americano após detenção de directora da Huawei

[dropcap]A[/dropcap] China convocou ontem o embaixador dos Estados Unidos em Pequim para protestar contra a detenção da directora financeira da operadora de telecomunicações chinesa Huawei e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição.

Pequim já tinha convocado no sábado o embaixador do Canadá, na sequência da detenção de Meng Wanzhou naquele país, a pedido dos Estados Unidos, em 1 de Dezembro.

A justiça norte-americana pede a extradição da directora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão.

Pequim manifestou já a sua “oposição firme” face à detenção da executiva e “exorta os Estados Unidos a darem mais importância à posição solene e justa da China”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado, publicado após um telefonema do vice-ministro da diplomacia chinesa, Le Yucheng, ao embaixador norte-americano, Terry Branstad.

“Le Yuncheng sublinhou que os Estados Unidos violaram os direitos legítimos e os interesses dos cidadãos chineses, e a natureza desta violação é extremamente grave”, indicou o ministério.

A China exigiu também que os Estados Unidos “tomem medidas imediatas para rectificar as más práticas e levantar o mandato de prisão contra esta cidadã chinesa”, prossegue o comunicado, advertindo para uma possível “resposta adicional” da parte de Pequim.

Também ontem , o conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Donald Trump desconhecia a detenção de Meng Wanzhou na altura em que jantava com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada.

Meng Wanzhou, 46 anos, foi detida em Vancouver, Canadá. A directora financeira é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objectivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos Estados Unidos.

O principal negociador dos Estados Unidos com a China disse ontem que a detenção da directora financeira da operadora de telecomunicações chinesa Huawei não deverá afectar muito as negociações comerciais, apesar dos fortes protestos de Pequim a exigir a sua libertação.

Além disso, Robert Lighthizer deu a entender que os Estados Unidos não pretendem prolongar a trégua de 90 dias da guerra comercial, decretada na semana passada entre Donald Trump e o Presidente chinês.

“Para mim, trata-se de uma data limite”, afirmou Robert Lighthizer, o representante norte-americano do Comércio dos Estados Unidos (USTR).

“Quando falo com o Presidente dos Estados Unidos, ele não fala além de Março. Ele fala sobre a obtenção de um acordo, se há acordo, nos próximos 90 dias”, insistiu.

10 Dez 2018

Pedida libertação imediata da directora financeira da Huawei

A filha do fundador da Huawei Technologies foi detida no sábado em Vancouver, a pedido das autoridades norte-americanas, por alegadamente ter violado as sanções impostas contra o Irão. A também vice-presidente da administração da empresa enfrenta uma possível extradição para os Estados Unidos. Representantes chineses protestam contra a detenção de Wanzhou Meng e exigem a sua libertação imediata

 

[dropcap]A[/dropcap]Embaixada da China no Canadá divulgou ontem um comunicado no qual pede a libertação imediata da directora financeira da empresa Huawei Technologies que foi detida em Vancouver, a pedido dos Estados Unidos.

Wanzhou Meng, de 46 anos, é filha do fundador da Huawei. A mulher foi detida no sábado depois de Washington ter pedido a sua extradição por supostamente ter violado as sanções impostas pelas autoridades norte-americanas contra o Irão.

Os representantes chineses protestaram contra as autoridades norte-americanas e canadianas e exigiram que estas corrigissem o erro imediatamente e devolvessem a liberdade a Wanzhou Meng.

“Acompanharemos de perto o desenvolvimento desta questão e tomaremos medidas para proteger resolutamente os legítimos direitos e interesses dos cidadãos chineses”, pode ler-se no comunicado.

Na declaração também se refere que a China “se opõe com firmeza e protesta com energia” à detenção “que prejudicou gravemente os direitos humanos da vítima”.

As autoridades canadianas anunciaram na quarta-feira que detiveram a directora financeira da chinesa Huawei Technologies, que agora enfrenta uma possível extradição para os Estados Unidos.

O porta-voz do Departamento de Justiça, Ian McLeod, disse que Meng Wanzhou foi detida em Vancouver, na Columbia Britânica, no sábado. McLeod afirmou que havia uma interdição de divulgar informação, pelo que não podia avançar mais detalhes. A interdição foi solicitada por Meng, que tem uma audiência esta sexta-feira.

O The Wall Street Journal tinha informado no início deste ano que as autoridades dos EUA estavam a investigar se a Huawei tinha violado sanções dirigidas ao Irão. Meng é também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei.

7 Dez 2018

Facebook partilhou dados de utilizadores com grupo Huawei

O Facebook admitiu ontem ter partilhado dados de utilizadores com quatro empresas chinesas, incluindo o grupo de telecomunicações Huawei, que Washington considera uma ameaça à segurança nacional, agravando a pressão sobre a política de privacidade da empresa

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s fabricantes chineses Huawei, Lenovo, OPPO e TCL estão entre as empresas com quem o grupo partilhou dados, de forma “controlada”, admitiu o vice-presidente do grupo Francisco Varela, em comunicado. A partilha fazia parte de um acordo entre o Facebook e os fabricantes para facilitar o acesso dos utilizadores aos serviços da rede social. A nota surge após uma investigação do jornal The New York Times ter revelado que o Facebook estabeleceu acordos com 60 fabricantes de dispositivos móveis, que tiveram acesso, sem o consentimento explícito, a vários dados pessoais dos utilizadores, como religião, tendências políticas, amigos, eventos e estado civil.

O Huawei esteve sob investigação pelo Congresso dos Estados Unidos, que num relatório de 2012 considerou que a firma tem uma relação próxima com o Partido Comunista Chinês.

Agências governamentais e o exército norte-americano baniram recentemente telemóveis fabricados pela Huawei devido a questões de segurança. “Queremos clarificar que toda a informação partilhada com o Huawei foi armazenada nos dispositivos e não nos servidores do Huawei”, afirmou Varela.

“Justo e transparente”

Em Abril passado, Zuckerberg esteve no Congresso norte-americano para testemunhar no caso que envolve a empresa Cambridge Analytica, que usou, indevidamente, dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook. Em Maio, Zuckerberg foi ouvido no Parlamento Europeu e pediu desculpa pelo uso indevido de dados pessoais dos utilizadores.

A Huawei tem escritórios em Lisboa, onde conta também com um centro de inovação e experimentação. Segundo a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), desde 2004, a firma chinesa investiu 40 milhões de euros em Portugal.

O Governo chinês pediu ontem aos Estados Unidos que facilitem “um ambiente justo e transparente para que as empresas chinesas operem e invistam”, em resposta à denúncia de acesso a dados do Facebook por grupos tecnológicos chineses.

A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, disse em conferência de imprensa que o ministério não comenta o caso, por se tratar de “cooperação entre empresas privadas”, mas insistiu na necessidade de que os EUA tratem de forma justa e transparente as firmas chinesas.

7 Jun 2018