Hoje Macau China / ÁsiaÍndia e China prometem manter ‘paz e tranquilidade’ em fronteira disputada Comandantes militares chineses e indianos comprometeram-se hoje a “manter a paz e a tranquilidade” ao longo da fronteira disputada, disse o ministério de Defesa da China, num aparente esforço bilateral para reduzir tensões. A declaração conjunta divulgada pelo organismo informou que a 19ª rodada de negociações entre comandantes das Forças Armadas dos dois países produziu uma “discussão positiva, construtiva e profunda”, centrada na resolução de questões relacionadas à Linha de Controlo Actual, no sector oeste da fronteira. Num comunicado, lê-se que ambos “concordaram em resolver as questões pendentes de maneira expedita”, mas não há indicação de que algum dos lados esteja disposto a fazer concessões. No entanto, os dois países parecem querer evitar o tipo de confronto entre as suas tropas que levou ao derramamento de sangue nos últimos anos. “Neste interino, os dois lados concordaram em manter a paz e a tranquilidade nas áreas fronteiriças”, apontou o comunicado. O ministério de Defesa da Índia emitiu uma declaração idêntica. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, elogiou as negociações, realizadas no posto do exército indiano na cidade de Chushul-Moldo, e destacou o compromisso dos dois lados em “manter o ímpeto de comunicação e diálogo por meio de canais militares e diplomáticos”. A Linha de Controlo Real separa os territórios controlados por chineses e indianos de Ladakh, no oeste, até ao estado de Arunachal Pradesh, no leste da Índia, que a China reivindica na totalidade. Índia e China travaram uma guerra nas suas fronteiras em 1962. Segundo a Índia, a fronteira de facto tem 3.488 quilómetros de extensão, mas a versão da China é um número consideravelmente menor. Ao todo, a China reivindica cerca de 90.000 quilómetros quadrados de território no nordeste da Índia, incluindo Arunachal Pradesh, cuja população é principalmente budista. A Índia diz que a China ocupa 38.000 quilómetros quadrados do seu território no planalto de Aksai Chin, que a Índia considera parte de Ladakh, onde confrontos ocorreram nos últimos anos. A China, entretanto, começou a consolidar as relações com o principal rival da Índia, o Paquistão, e a apoiar Islamabade na questão da disputada Caxemira. Tiroteios eclodiram novamente em 1967 e 1975, levando a mais mortes em ambos os lados. Desde então, Pequim e Nova Deli adotaram protocolos, incluindo um acordo para não usar armas de fogo. Um confronto ocorrido há três anos com paus e pedras na região de Ladakh matou 20 soldados indianos e quatro chineses. Índia e China retiraram tropas de algumas áreas nas margens norte e sul de Pangong Tso, Gogra e Galwan Valley, mas continuam a manter tropas extra, como parte de uma implantação de vários níveis.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Índia anunciam retirada de tropas em área disputada China e Índia anunciaram hoje a retirada de todas as tropas localizadas junto ao lago Pangong, na região oeste dos Himalaias, onde no verão passado ocorreram confrontos sangrentos entre soldados dos dois países. Em comunicado conjunto, os Ministérios da Defesa dos dois países explicaram que os comandantes dos dois exércitos se reuniram, no sábado, e “avaliaram positivamente a retirada final tranquila das tropas colocadas na área do lago Pangong”. A mesma nota indicou que a desaceleração das tensões naquela área é uma “boa base” para resolver outras disputas fronteiriças ao longo da zona oeste da chamada Linha Real de Controlo, que separa China e Índia nas áreas onde mantêm reivindicações territoriais. Os dois comandantes comprometeram-se a manter o diálogo para “estabilizar e controlar” a situação no terreno, e encontrar uma solução “aceitável para ambas as partes” que permita “paz e tranquilidade nas áreas fronteiriças”. A Índia anunciou este mês o início do processo de retirada das tropas da região, onde há cerca de oito meses houve um confronto entre soldados dos dois lados com paus e pedras. Nova Deli indicou que 20 soldados morreram, enquanto Pequim reconheceu quatro mortos, condecorando-os por “se sacrificarem para defender a soberania” chinesa. Os dois países reagiram ao confronto, reforçando a presença militar nas áreas disputadas, enquanto tentavam resolver a crise por via diplomática, que resultou num acordo para travar a escalada de tensões de forma “gradual, coordenada e verificada”. O tenso impasse nas montanhas Karakoram começou no início de maio, quando soldados indianos e chineses ignoraram os repetidos avisos verbais uns dos outros, desencadeando uma disputa, através do lançamento de pedras e lutas corpo a corpo, na margem norte do Lago Pangong, que é marcado por oito cumes contestados. Em junho, os atritos agravaram-se e espalharam-se para o norte, em Depsang e no vale de Galwan, onde a Índia construiu uma estrada militar ao longo da fronteira disputada. As relações entre os dois países têm sido tensas, em parte devido àquela fronteira não demarcada. China e Índia travaram uma guerra na fronteira em 1962, que terminou com uma trégua incómoda marcada por confrontos adicionais. Desde então, as tropas protegeram a fronteira indefinida enquanto os soldados se envolviam em confrontos ocasionais. Os dois países concordaram em não se atacar com armas de fogo. A linha de controlo contestada separa territórios controlados por chineses e indianos em Ladakh, no oeste, e no estado indiano de Arunachal Pradesh, que a China reivindica na totalidade. De acordo com a Índia, a fronteira de facto tem 3.488 quilómetros de comprimento, enquanto a China disse ser consideravelmente mais curta.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHimalaias | Pequim intensifica advertências à índia Pequim está a intensificar as advertências à Índia para que retire as tropas de uma zona disputada com o Butão, nos Himalaias, ao afirmar que a contenção da China tem limites. A realização de exercícios com fogo real surge também como uma forma de pressão. [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Índia disse que as suas tropas entraram no planalto de Doklam (ou Donglang, em chinês), em Junho passado, depois de o Butão, aliado de Nova Deli, ter reclamado que uma equipa do exército chinês estava a construir uma estrada dentro do seu território. Pequim afirmou que a disputa não tem a ver com a Índia e exigiu que as tropas indianas deixem a região unilateralmente, como precondição para o diálogo. A televisão estatal CCTV difundiu sexta-feira um vídeo que mostra uma unidade do exército chinês a conduzir exercícios com fogo real numa parte do Tibete não identificada. As imagens sugerem uma tentativa de aumentar a pressão sobre a Índia, na linha de comentários recentes das autoridades e imprensa de Pequim Esta semana, os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa chinês e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês já avisaram que a China não vai recuar. O porta-voz do Ministério da Defesa chinês Ren Guoqiang afirmou na quinta-feira que embora as tropas chinesas tenham demonstrado “extrema boa vontade” e “muita contenção… a contenção tem limites”. “Nenhum país deve subestimar a confiança das forças chinesas e a sua capacidade para salvaguardar a paz e a sua determinação e vontade em defender a soberania, segurança e interesses do desenvolvimento nacionais”, afirmou Ren, em comunicado. Apesar de China e Butão terem negociado, durante décadas, as fronteiras sem incidentes sérios, o pequeno reinado dos Himalaias pediu, desta vez, ajuda a Nova Deli, que enviou tropas através da fronteira, a partir do estado de Sikkim. O Butão teme que a construção de uma estrada afecte as negociações sobre a sua fronteira. Nova Deli afirmou que o envio de tropas visa mostrar às forças chinesas a necessidade de não se alterar o ‘status quo’ e que qualquer construção teria “sérias implicações para a segurança da Índia”. Triplas preocupações Na quinta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros indiana, Sushma Swaraj, disse que a Índia está preocupada que as ações da China afectem a tripla fronteira entre o Butão, a China e Índia, assim como a fronteira entre a Índia e a China. A responsável garantiu que a Índia “vai continuar a empenhar-se junto com a China para resolver a disputa”. “A guerra não é solução para nada”, afirmou Swaraj. “Paciência, controlo nos comentários e diplomacia podem resolver os problemas”. Especialistas indianos apontaram que ao construir a estrada, a China poderá ganhar acesso a uma faixa estreita no território da Índia, conhecido como “corredor siliguri” (ou “pescoço da galinha”). Caso consiga bloquear esse corredor, o nordeste da Índia passa a estar isolado do resto do país. Na quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês publicou um documento sobre “os factos” sobre as tropas indianas “invadirem” território chinês, apelando à Índia para que retire imediata e incondicionalmente. A mesma nota indicou que Pequim vai trabalhar com o Butão para resolver a questão fronteiriça. O documento afirmou que, no final de julho, mais de 40 soldados indianos continuavam na região, menos do que quando, em 16 de junho passado, mais de 270 tropas indianas armadas avançaram, com escavadoras, até 100 metros dentro da fronteira da China. Em editorial publicado a semana passada, o jornal oficial Diário do Povo acusou a imprensa e funcionários indianos de “inventarem todo o tipo de desculpas esfarrapadas” para a sua acção. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos. Justiça | Antigo chefe do PC Chinês condenado a prisão perpétua [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou sexta-feira a prisão perpétua um antigo chefe do Partido Comunista da China (PCC) numa província atingida por fraude eleitoral, por aceitar subornos no valor de 18,5 milhões de euros. Wang Min, antigo chefe do PCC na província de Liaoning, foi também condenado por corrupção e negligência no exercício de funções, além de suborno, noticiou o jornal oficial Diário do Povo. Wang foi acusado de aceitar dinheiro e bens num valor superior a 146 milhões de yuan e abuso de poder, enquanto exercia funções nas províncias de Jilin e Liaoning, entre 2004 e 2016, segundo a imprensa estatal. O antigo alto quadro comunista foi ainda considerado culpado de negligência, por responsabilidades numa “grave fraude eleitoral, incluindo compra de votos”. As alegações de fraude eleitoral levaram à destituição de muitos dos membros da assembleia de Liaoning, no ano passado. A assembleia supervisiona as decisões a nível provincial, apesar de decisões-chave serem tomadas pelo Governo central. Após ascender ao poder em 2013, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou a mais ampla campanha anticorrupção de que há memória na China. Só em 2016, foram abertos processos contra 48 funcionários com o estatuto de vice-ministro ou superior. Em Junho passado, o antigo responsável pelas estatísticas chinesas foi condenado a prisão perpétua, por aceitar subornos num valor superior a 22 milhões de dólares, ao longo de duas décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina lança avisos à Índia em defesa do território [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina avisou a Índia para não subestimar a sua determinação em salvaguardar o que considera território seu, numa altura de renovada tensão entre os dois países vizinhos, em torno de uma área disputada nos Himalaias. O ministro chinês da Defesa, Wu Qian, disse ontem que a China continua a exigir a retirada das tropas indianas do planalto de Doklam (Donglang, em chinês), uma área também reclamada pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança, e onde a China está a construir uma estrada. A determinação de Pequim em defender o seu território é “inabalável” e é “mais fácil fazer tremer uma montanha do que fazer tremer o Exército de Libertação Popular”, afirmou Wu, usando o nome oficial do exército chinês. “Aqui está um lembrete para a índia: não abusem da sorte e não se agarrem a fantasias”, disse. Do outro lado A Índia defende que os dois lados devem retirar as suas tropas da região e negociar. Nova Deli enviou tropas para o outro lado da fronteira depois de equipas de construção chinesas terem iniciado a expansão para sul da estrada de Yadong, no Tibete. Enquanto os dois lados têm optado, até à data, por se conter, a retórica adotada em Pequim e Nova Deli suscita preocupações de que as hostilidade resultem num conflito, como o ocorrido em 1962, que causou milhares de mortos. A China e a Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Pequim é um importante aliado e fornecedor de armas do Paquistão, país rival da Índia. A crise deverá ser abordada durante a visita do Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, a Pequim, esta semana, para participar num fórum do grupo de economias emergentes BRICS, dedicado à segurança. Pequim vai continuar a repatriar desertores norte-coreanos A China vai continuar a repatriar desertores norte-coreanos, aos quais não reconhece o estatuto de refugiados, disse ontem um porta-voz do Governo chinês, numa resposta a um pedido feito por um alto funcionário da ONU. “As pessoas que entram ilegalmente na China não são refugiados”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang. “Vamos tratar quem entra ilegalmente na China de acordo com a lei”, acrescentou. O enviado especial da ONU para os direitos humanos na Coreia do Norte, Tomas Ojea Quintana, exortou na sexta-feira Pequim a parar de enviar de volta os norte-coreanos que desertam para a China. Quintana disse que muitos são submetidos a tortura ou executados pelas autoridades norte-coreanas. Numa conferência de imprensa em Seul, Quintana afirmou estar “alarmado por um aumento das prisões e repatriamento forçado de norte-coreanos” presos na China. Em Junho passado, a organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch disse que pelo menos 51 norte-coreanos foram presos na China, desde julho de 2016, entre os quais 13 foram repatriados, enquanto os restantes continuam detidos no país. A organização explicou que os desertores retornados são considerados “uma ameaça para o sistema político e para a cúpula” do poder político, que pretende através da tortura evitar que o “povo tenha contacto com o mundo exterior. A China é o principal aliado da Coreia do Norte.