João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Turista detido por fazer gravações de menores O homem foi apanhado em flagrante por uma estudante menor que estava a ser gravada. Para dissimular as gravações, o turista colocava a câmara dentro de uma mala, o que lhe permitia obter ângulos de debaixo das saias das vítimas Um turista japonês foi detido quando tentava deixar o território, através do Aeroporto Internacional de Macau, depois de ter sido descoberto a captar imagens de debaixo da saia de uma estudante menor. O caso foi apresentado na sexta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), após a detenção. Segundo o relato das autoridades, o homem terá circulado por vários locais da cidade durante a estadia em Macau, a captar imagens de estudantes menores, com recurso a uma câmara que estava escondida numa mala e que lhe permitia gravar imagens por baixo das saias das estudantes. No entanto, na segunda-feira, por volta das 18h, quando tentava captar mais imagens de outra menor, junto de uma paragem de autocarros, na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, o homem acabou por tocar com a mala na perna da jovem. Face ao insólito da situação, a estudante ficou desconfiada e baixou-se para perceber o que se tinha passado. Foi dessa forma que conseguiu ver que a mala tinha um buraco onde estava instalada a lente de uma máquina. Por sua vez, o homem percebeu que a estudante tinha ficado desconfiada e fugiu do local, para evitar ser apanhado. A situação levou a menor a contactar as autoridades para relatar o sucedido. Parado no aeroporto Depois de ter sido apresentada a queixa, as autoridades conseguiram identificar o suspeito, embora nessa altura ainda não soubessem do seu paradeiro. Contudo, no dia seguinte, de manhã, o homem tentou deixar o território, para voar de regresso ao Japão. Nessa altura, foi identificado e a polícia foi chamada ao local, para lidar com o caso, e interrogar o homem. Questionado pelas suas acções no dia anterior, o turista confessou que tinha entrado em Macau no dia 7 de Setembro e que desde essa data tinha utilizado o mesmo método para fotografar as partes privadas de várias mulheres, uma prática que confessou ser recorrente, não só em Macau. Além disso, as buscas realizadas ao telemóvel do suspeito permitiram às autoridades detectarem a existência de cerca de 30 vídeos gravados em Macau, entre os quais também se encontrava o realizado no dia anterior na paragem de autocarros da Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues. O caso do turista que afirmou ser um empresário foi entregue ao Ministério Público, e o homem está indiciado pela prática do crime de devassa da vida privada, punido com uma pena de prisão que pode chegar aos dois anos.
Sofia Margarida Mota SociedadeJustiça | Bombeiros com demissão anulada vão ter novas punições Os dois funcionários dos bombeiros que viram a sua demissão anulada pelo Tribunal de Última Instância – depois de terem sido acusados da prática de crimes de gravações ilícitas e uso ilegítimo de dados informáticos – vão ter uma nova punição, apontou ontem o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak [dropcap]J[/dropcap]á existe uma nova punição para os dois funcionários do Corpo de Bombeiros (CO) despedidos depois do Tribunal de Última Instância (TUI) ter decidido que a demissão era uma “uma pena excessiva”. A informação foi avançada ontem pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, à margem da cerimónia de inauguração da exposição “Educação sobre a Segurança Nacional” no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau. “Com a decisão do TUI recorremos a outro procedimento disciplinar para estes dois agentes. Como o TUI não concordou tomámos outra decisão”, disse. Apesar da nova punição já estar definida, para já o secretário afirma não poder adiantar mais pormenores porque “o processo está em curso” e “os envolvidos ainda poderão recorrer”. No entanto, Wong Sio Chak reitera que os procedimentos adoptados pela comissão das forças de segurança que ditaram a demissão destes funcionários foram todos “dentro da lei”. “Esses casos ocorreram quando eu não era ainda secretário e na altura as autoridades procederem de acordo com a legislação”, apontou. “As diferentes forças de segurança que participaram na comissão disciplinar tiverem o mesmo parecer que era a demissão. Por isso achámos que se devia conceder a demissão e tudo foi feito dentro da legislação”, acrescentou o secretário. Mau exemplo “Com a decisão do TUI recorremos a outro procedimento disciplinar para estes dois agentes.” Wong Sio Chak, secretário para a Segurança O facto dos funcionários implicados serem “agentes de segurança” confere-lhes uma maior responsabilidade devendo “ser os primeiros a cumprir a legislação”, pelo que “tendo cometido estas infracções, e considerados culpados, na nossa óptica achamos que se deve considerar a decisão da comissão”, acrescentou Recorde-se que um dos funcionários despedidos era sub-chefe do CB e foi condenado pela prática de três crimes de gravações ilícitas. O segundo funcionário era chefe assistente e foi condenado pela prática de um crime de obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos e também pelo crime de devassa da vida privada. O TUI considerou as penas de demissão excessivas e apontou que as forças de segurança devem encontrar outras penas a aplicar, mais adequadas ao interesse público.