ANIMA | Encontrados mais três gatos mortos no bairro do Iao Hon

A ANIMA encontrou ontem mais três gatos mortos na Rua Seis do bairro de Iao Hon, na zona norte da península de Macau. A associação ligada à protecção dos direitos dos animais adiantou nas redes sociais que um dos corpos já se encontrava em decomposição.

Tanto a polícia como os responsáveis do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foram chamados ao local, onde também foram resgatados sete outros felinos, reencaminhados para as instalações do IAM. Esta segunda-feira foram encontrados, no mesmo bairro, mas na Rua Dois, outros três gatos mortos. A entidade liderada por José Tavares afirmou que, neste caso, uma gata estava grávida e que não se registaram sinais de traumas ou fracturas nos animais. Foi, por isso, excluída a possibilidade de maus tratos ou de queda. No entanto, o IAM afirmou também que há indícios de morte em circunstâncias suspeitas pelo que o caso foi qualificado como crime de crueldade contra animais, estando a ser investigado pelas autoridades.

Segundo a lei de protecção dos animais em vigor, o crime pode levar a uma pena de prisão de até um ano ou pagamento de uma multa de 120 dias. Desde Dezembro que foram encontrados 11 gatos mortos, cinco deles nos últimos dias só na zona do Iao Hon.

A ANIMA tem neste momento a decorrer uma campanha de angariação de fundos dadas as dificuldades financeiras que enfrenta. Segundo informação divulgada pela associação, a campanha começou há 20 dias e já permitiu pagar os salários de todos os funcionários relativos ao mês de Janeiro, o que corresponde a 370 mil patacas. No total, a ANIMA conseguiu 809 mil patacas. A campanha vai continuar até o apoio concedido pela Fundação Macau ficar garantido.

10 Fev 2021

Autoridades investigam caso que resultou na morte de três gatos

Segundo massacre de animais em menos de três meses resulta em oito mortes. ANIMA diz “BASTA!” e apela às autoridades que se empenhem nas investigações dos crimes e levem os responsáveis à Justiça

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) está a investigar a morte de três gatos, cujos corpos apareceram na tarde de sábado na Rua Dois do Bairro Iao Hon. O alerta para a situação partiu de residentes da zona e da ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau.
Horas depois do caso ser relatado, o IAM emitiu um comunicado, em chinês, com os resultados das investigações preliminares levadas a cargo com a polícia. De acordo com o conteúdo da mensagem, entre os corpos estava uma gata que se encontrava grávida e ainda dois gatos, mais novos. No entanto, o IAM indicou que não houve sinais de traumas ou fracturas, o que levou as autoridades a excluir imediatamente a possibilidade dos animais terem caído de uma altura elevada ou ter havido maus-tratos. No entanto, o IAM afirmou que há indícios de morte em circunstâncias suspeitas pelo que o caso foi qualificado como crime de crueldade contra animais e está a cargo da polícia. O crime tem uma moldura penal que pode chegar a um ano de prisão ou multa de 120 dias.

No mesmo comunicado, o IAM apontou ainda que a decomposição dos corpos dos animais apresenta diferentes graus, pelo que se acredita que apesar de terem sido abandonados no mesmo local que os felinos morreram em ocasiões diferentes.

Pelo fim da impunidade

O caso de sábado é o segundo massacre de felinos tornado público na RAEM em menos três meses. Em Janeiro tinha sido revelado pelo condomínio do prédio dos Jardins do Oceano que um morador tinha atirado cinco gatos da janela. O caso teria ocorrido em Dezembro e os corpos ficaram abandonados nas áreas comuns até serem removidos pela administração.

Como o massacre de Dezembro ainda não teve acusação conhecida, até porque as provas foram destruídas, a ANIMA vem agora pedir um fim à impunidade perante a crueldade contra animais. “Perante os sucessivos encerramentos de processos sem apuramentos de responsabilidades, desta vez a ANIMA vem dizer BASTA!”, afirmou Albano Martins, presidente honorário vitalício, em declarações ao HM.

A posição da ANIMA surge também na sequência do assassinato de uma cadela de rua decapitada em 2017 e deixada perto das instituições da associação. A ANIMA acredita que se tratou de uma mensagem política, uma vez que era responsável pelo animal. Apesar de ter sido apresentada queixa contra o crime atempadamente junto da autoridades, o caso nunca conduziu a qualquer acusação.

Quem se juntou às críticas foi o deputado Sulu Sou, ligado à associação democrata Novo Macau. O legislador condenou o caso e apontou que a lei de protecção animal está a ser mal executada, uma vez que as condenações pelo crime de crueldade contra animais são quase nulas.

8 Fev 2021