Economia | PM confiante em alcançar objectivos para 2023

A China encontra-se no bom caminho para alcançar o objectivo de crescimento traçado para este ano, afirmou ontem o primeiro-ministro do país, Li Qiang.
O produto interno bruto (PIB) chinês cresceu 3 por cento no ano passado, uma das taxas mais lentas das últimas quatro décadas e valor aquém do objectivo oficial de 5,5 por cento.
Para 2023, o governo fixou o objectivo para o crescimento do PIB em “cerca de 5 por cento “.
“Este ano, temos esperança de conseguir atingir [este] objectivo de crescimento”, afirmou o primeiro-ministro chinês, responsável pela economia da nação asiática.
Li Qiang, a segunda figura mais importante do país, falava na abertura do Fórum Económico Mundial, em Tianjin, no norte chinês.

Pedras no caminho
As declarações surgem numa altura em que a segunda maior economia do mundo enfrenta várias dificuldades. A recuperação após a pandemia, na sequência do levantamento das restrições sanitárias no final de 2022, perdeu fôlego nos últimos meses.
A economia está a ser penalizada pelo sobre-endividamento do sector imobiliário – pilar tradicional do crescimento – pelo fraco consumo devido à incerteza do mercado de trabalho e pelo abrandamento da economia mundial, que está a afectar a procura de produtos chineses.
Para estimular a actividade, o banco central estabeleceu a redução de taxas de juros nas últimas semanas, numa altura em que muitos economistas defendem um plano de estímulo.
Para já, as autoridades parecem estar a excluir esta opção a favor de medidas específicas.

28 Jun 2023

Pequim revela planos da sua política económica em Davos

Uma necessidade chave, uma tarefa principal e diversas batalhas críticas constituem o caminho traçado pela China para a sua economia. Incluindo uma cada vez maior abertura

 

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]iu He, director do Gabinete Geral do Grupo Dirigente Central para Assuntos Financeiros e Económicos, divulgou o planeamento da política económica da China para os próximos anos no Fórum Económico Mundial realizado em Davos. “Numa palavra, esta política concentra-se numa necessidade chave, uma tarefa principal e três batalhas críticas”, disse Liu, que também é membro do Comité Central do Partido Comunista da China. Liu prometeu ainda que a China se abrirá ainda mais ao mundo de forma geral.

NECESSIDADE CHAVE

No seu discurso, Liu enfatizou a necessidade de que a economia chinesa transite de uma etapa de rápido crescimento para uma de desenvolvimento de alta qualidade. “Temos que mudar nosso enfoque de “Está suficiente?” para “Está suficientemente bom?”, disse. Liu assinalou que tal transição é o contexto no qual a China formulará as suas políticas macroeconómicas, estruturais, sociais e de reforma nos próximos anos.

“A receita per capita da China está a subir dos actuais US$ 8 mil para US$ 10 mil e ainda mais. Em tal etapa de desenvolvimento, a China precisa dar mais ênfase à melhoria estrutural em vez da expansão quantitativa”, disse.

Com a maior abertura da China ao mundo, esta transição para um novo modelo de desenvolvimento criará enormes oportunidades para muitas indústrias novas. “Isto significa oportunidades não só para empresas chinesas, como também para todo o mundo”, disse Liu.

Liu também mencionou alguns dos benefícios tangíveis já obtidos. Neste sentido, a procura interna da China expandiu-se e o consumo contribui com 58,8% do crescimento económico, cerca de 4% mais que cinco anos atrás. O valor agregado do sector de serviços representa 60% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de cinco pontos percentuais que cinco anos atrás.

TAREFA PRINCIPAL

A principal contradição no desenvolvimento económico da China, disse Liu, é a má combinação estrutural pelo facto de a oferta não evoluir no mesmo ritmo da procura. Este aspecto da política económica da China deve ser resolvido com urgência, disse.

Liu enfatizou que no momento a prioridade é eliminar a capacidade nos itens necessários, reduzir o sector imobiliário, diminuir o nível da alavancagem, reduzir os custos de forma geral e fortalecer os elos fracos da economia, desde os serviços públicos até às infra-estruturas e as instituições. “Com estas medidas, esperamos tornar o lado da oferta mais adaptável e inovador. Já obtivemos alguns avanços iniciais”, afirmou Liu.

Desde 2016, a China reduziu a sua produção de aço em 115 milhões de toneladas, eliminou outras 140 milhões de toneladas em capacidade de aço de baixa qualidade e cortou de forma gradual mais de 500 milhões de toneladas de carvão em capacidade. Embora estas medidas de limpeza do mercado tivessem causado uma alta dos preços em certos sectores, o crescimento da produtividade total dos factores deixou de diminuir e começou a aumentar em 2016, indicou Liu. “O resultado positivo da nossa reforma estrutural no lado da oferta começou a ser sentido pelo mundo. Na realidade, esta é a reforma com que devemos continuar até o final”, acrescentou.

BATALHAS CRÍTICAS

De acordo com Liu, a China tem que realizar três batalhas críticas nos próximos anos: a prevenção de riscos, a redução da pobreza e o controlo da poluição. “Para a China construir uma sociedade economicamente ajustada em todos aspectos, devemos resolver o ponto mais fraco em nosso desenvolvimento com a vitória nestas batalhas”, disse.

Primeiro, embora o sistema financeiro da China esteja basicamente saudável com altas taxas de depósito, a China tem que continuar a evitar e a resolver grandes riscos financeiros, disse Liu. “Os bancos clandestinos e o endividamento oculto dos governos locais são problemas graves que temos enfrentar”, especificou. Desde o quarto trimestre de 2017, a China reduziu levemente o ritmo de crescimento da taxa de alavancagem, que é um bom sinal, assinalou Liu.

Segundo, a China continuará a fazer esforços mais inteligentes e mais específicos para tirar mais pessoas da pobreza. “Planeamos eliminar a pobreza absoluta em três anos”, indicou. Em 2018, a China tirará dez milhões de pessoas da pobreza, incluindo 2,8 milhões que serão recolocadas das áreas que sofrem condições severas.

A terceira batalha é combater a poluição de forma constante. “O desenvolvimento verde e de baixo carbono é o que o povo chinês quer mais em ruptura com o modelo de crescimento tradicional”, disse Liu. A China cumprirá sua promessa de combater as mudanças climáticas e respeitar o Acordo de Paris, disse.

REFORMA E ABERTURA

Este ano marca o 40º aniversário da política de reforma e abertura da China, a razão do robusto crescimento do país nas últimas quatro décadas. “A China tem que impulsionar a reforma e abertura a um ritmo mais veloz”, disse Liu. “A China continuará a integrar as regras internacionais de comércio e a facilitar o acesso ao seu mercado. Também abrirá de forma significativa o sector de serviços, e criará um ambiente de investimento mais atractivo”, acrescentou.

O vasto mercado interno da China, com uma classe média de 400 milhões em rápido crescimento, a maior do mundo, contribuirá de forma significativa para o desenvolvimento mundial, indicou Liu. O funcionário também advertiu que a economia mundial ainda tem de resolver problemas arraigados e pediu pela realização de esforços conjuntos a nível mundial.

“Os múltiplos riscos e a considerável incerteza se manifesta em forma de grandes dívidas, borbulhas de activos, proteccionismo e escalada dos conflitos regionais e internacionais”, acrescentou Liu.

Com o tema “Criando um futuro compartilhado num mundo fragmentado”, o fórum deste ano reúne um número recorde de chefes de Estado, chefes de governo e directores de organizações internacionais junto com líderes empresariais, civis e académicos.

26 Jan 2018

Macau apadrinha Fórum Económico entre China e países lusófonos

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 80 responsáveis de Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde vão participar no Fórum Económico sobre Cidades Sustentáveis, em Outubro, em Macau, foi ontem anunciado.
A cooperação económica e monetária entre a China e os países de língua portuguesa (PLP) vai ocupar os debates do fórum, organizado no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF), de 19 a 21 do próximo mês, e onde Angola será o “país de referência”.
O Fórum Económico Cidades Sustentáveis Macau – Guangzhou – Hong Kong realiza-se a 20 de Outubro, com duas conferências: “Como melhorar a capacidade de financiamento de projectos entra a China, Macau e os Países de Língua Portuguesa” e “Cidades sustentáveis e inteligentes, perspectivas para uma cooperação económica global, tendo em conta o desenvolvimento local”.
De acordo com o programa provisório a que a agência Lusa teve acesso, vão intervir na sessão de abertura o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, o Chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, o governador da província de Guangdong, Ma Xingrui, o presidente da comissão executiva da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, o presidente do Fórum de Empresários de Língua Portuguesa (FELP), Francisco Viana e o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho.
Estão ainda por confirmar as presenças do governador da província de Luanda e presidente da assembleia-geral da UCCLA, general Higino Carneiro, segundo o mesmo programa.

Olhos em Angola

A conferência “Como melhorar a capacidade de financiamento de projectos entre a China, Macau e os Países de Língua Portuguesa” vai contar com a participação de responsáveis de várias instituições bancárias e financeiras, como os bancos EuroBic, Sol, Industrial e Comercial da China, BNU, Banco da China, Instituto de Formação Financeira e Fundo China África.
Na segunda conferência de dia 20, “Cidades sustentáveis e inteligentes, perspectivas para uma cooperação económica global, tendo em conta o desenvolvimento local”, a mesa-redonda estará ocupada por autoridades locais e municipais de Cascais, Lisboa, Almada, Maputo e Cabo Verde.
Em Abril decorreu em Luanda a edição anterior do fórum económico sobre cidades sustentáveis, que contou com mais de 200 convidados, entre os quais responsáveis do Centro de Apoio Empresarial de Macau do IPIM.
A escolha de Angola para ser o país de referência na MIF foi tomada em Junho, aquando de uma visita a Macau de uma delegação da UCCLA.
De acordo com o presidente da Confederação Empresarial de Angola (CEA) e da FELP, Francisco Viana, mais de meia centena de empresas angolanas vão estar presentes na 22.ª edição da MIF.
O crescente interesse nos produtos e serviços dos países lusófonos levou à criação de um espaço individualizado na MIF, designado como PLPEX (Exposição dos Países de Língua Portuguesa), anunciou à Lusa, em Julho, Gloria Batalha, administradora do IPIM.
Glória Batalha esclareceu que esta decisão de individualizar e colocar a PLPEX ao lado da MIF é o resultado de um trabalho estratégico de reforçar o papel de Macau como plataforma de cooperação entre a China e o bloco lusófono, como definido por Pequim.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Educação | Centro de Ciência de Macau reabre esta semana

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois dos estragos provocados pela passagem do tufão Hato pelo território, o Centro de Ciência de Macau volta a abrir portas ao público na próxima sexta-feira. Como os trabalhos de reparação ainda estão em curso, nomeadamente na cobertura de alumínio, estará disponível para os visitantes, por questões de segurança, uma entrada temporária. O Centro de Ciência de Macau tem um conjunto de actividades no calendário, como o Festival do Outono e o Dia da Implantação da República Popular da China. Também o Planetário terá três espectáculos adicionais entre 1 e 8 de Outubro.

26 Set 2017