Diana do Mar EventosFestival Internacional de Música de Macau de 28 de Setembro a 28 de Outubro O Festival Internacional de Música de Macau está de volta com um cartaz que oferece 16 propostas para diferentes gostos musicais ao longo de um mês [dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] com a obra intemporal “L’Elisir D’Amore” que abre o 32.º Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) que assinala assim o 170.º aniversário da morte do compositor italiano Gaetano Donizetti. A produção da Ópera de Zurique conta com o célebre encenador alemão Grischa Asagaroff, o tenor Arturo Chacón-Cruz, aluno de Plácido Domingo, e a aclamada soprano Laura Giordano. A ópera cómica em dois actos sobe ao palco nas primeiras três noites do FIMM, cujo cartaz foi ontem apresentado. Já “Il Signor Bruschino” foi escolhida para celebrar o 150.º aniversário da morte de Gioachino Rossini, com a farsa em um acto a expor o humor e sagacidade do genial compositor italiano. A obra, uma das primeiras de Rossini, chega pela mão da L’Opéra de Chambre de Genève (Suíça). Os espectadores interessados em assistir a “Il Signor Bruschino” devem reservar os dias 12 e 13 de Outubro. O FIMM encerra com a orquestra alemã Staatskapelle Dresden, uma das melhores e das mais antigas do mundo. Dirigida pelo maestro Christian Thielemann, a orquestra vai apresentar, em dois concertos, as sinfonias completas de Schumann, o mais romântico compositor alemão do século XIX, com “Primavera”, “Renana” e “Sinfonia n.º4” no programa. Outro dos destaques vai para a Camerata Salzburg, proveniente da cidade natal de Mozart e descrita como intérprete por excelência das obras do compositor austríaco. A Camerata Salzburg vai unir-se ao francês Renaud Capuçon, descrito como um dos melhores violinistas da actualidade, em dois concertos de Mozart para violino e duas sinfonias de Haydn, considerado o “pai da sinfonia”. Do Brasil vem o reputado violoncelista Antonio Meneses, que tocou com orquestras de renome como a Filarmónica de Berlim e a de Nova Iorque ou a Sinfónica de Londres, bem como em grandes salas e festivais. O repertório do concerto, marcado para 14 de Outubro, inclui a interpretação de “Suíte para Violoncelo”, de Bach, o teste definitivo para qualquer violoncelista. Dois quartetos, que têm em comum o facto de integrarem membros da mesma família, figuram entre outros dos pontos fortes do FIMM. O Quarteto Hagen, de Salzburg, traz clássicos alemães e austríacos, incluindo obras representativas de Haydn, Schubert e Berg; enquanto Los Romero, conhecidos como a “família real da guitarra”, apresentam os seus próprios arranjos de música clássica espanhola, tocando obras de grandes compositores como Albéniz, Granados e Lorente, clássicos brasileiros, bem como suítes de Carmen, de Bizet. Num género musical diferente surge o pianista de jazz Monty Alexander (Jamaica), com mais de 50 anos de carreira, conhecido pelo improviso, que vai mostrar o seu talento através de “Uma Vida no Jazz”. De Portugal chega-nos Sangre Ibérico, um grupo que ganhou notoriedade nos concursos “Got Talent” em Portugal e em Espanha. Composto por três jovens músicos, o grupo vai proporcionar uma noite de música latina, combinando rumba flamenca com fado, no concerto intitulado “Portugal Encontra Espanha”, marcado para 5 de Outubro. O Stile Antico, grupo coral do Reino Unido aclamado como um dos melhores do mundo e com a particularidade de actuar sem maestro, tem dois programas diferentes: o concerto “Rainha das Musas”, uma selecção de música britânica renascentista composta durante o reinado de Isabel I, e “Responsórios Tenebrae”, um conjunto de 18 motetes para a Semana Santa, da autoria do compositor renascentista espanhol Tomás Luis de Victoria. Diálogos musicais Oriente-Ocidente O cartaz do FIMM também apresenta propostas que juntam o Oriente e o Ocidente. Lu Jia, director musical da Orquestra de Macau, vai juntar-se à Orquestra Filarmónica de Xangai para apresentar a Sinfonia n.º 8 em Dó Menor, a “magnum opus” de Anton Bruckner, a versão original (1887) esquecida durante muito tempo. Já Liu Sha, director musical e maestro da Orquestra Chinesa de Macau, vai associar-se a Guo Yazhi, uma lenda da suona da China para apresentar “Caminho Nostálgico”, enquanto a Orquestra Nacional de Cantão irá apresentar “Rima Cantonense na Rota da Seda”. A música electrónica também não foi esquecida, com as bandas EVADE (de Macau) e FM3 (de Pequim) a protagonizarem uma noite de “Batida Electrónica” nas Oficinas Navais n.º2, um espaço que vai acolher pela primeira vez um espectáculo do FIMM. De regresso está o concerto “Bravo Macau!”, que oferece a jovens locais a oportunidade de mostrarem o seu talento e que, este ano, vai levar ao palco dois percussionistas (Hoi Lei Lei e Raymond Vong). Os bilhetes para o FIMM, que vai decorrer entre 28 de Setembro e 28 de Outubro sob o tema “Viver – o Momento da Música”, vão ser colocados à venda no próximo dia 5 de Agosto, estando o cartaz disponível no sítio de internet do Instituto Cultural. O orçamento do “mais antigo festival de grande envergadura na região da grande China”, ronda os 30 milhões de patacas, valor idêntico ao da edição anterior, indicou o presidente substituto do Instituto Cultural (IC), Ieong Chi Kin, na conferência de imprensa de apresentação do evento. Além das 16 propostas diversificadas, num total de 22 actuações, o FIMM oferece, como tem sido hábito, um programa extra composto por 13 actividades paralelas. A título de exemplo, o violoncelista brasileiro Antonio Meneses vai conduzir uma ‘masterclass’, estando também prevista uma visita aos bastidores da ópera de abertura do FIMM que permitirá ao público ver como os cenários de uma vila italiana no século XIX são criados através do guarda-roupa, decoração e adereços.
João Luz EventosConcertos | Festival Internacional de Música de Macau arranca a 29 de Setembro Está à porta o início do maior evento musical do ano em Macau. O Festival Internacional de Música de Macau abre em grande com uma performance operática da obra de Umberto Giordano “Andrea Chénier”. A música vai tomar conta da cidade até ao final de Outubro e o HM mostra-lhe alguns concertos a não perder [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma história de amor durante a Revolução Francesa é o pano de fundo para o espectáculo que abre o 31º Festival Internacional de Música de Macau (FIMM). No dia 29 de Setembro, o palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) recebe a ópera “Andrea Chénier”, uma obra escrita pelo compositor italiano Umberto Giordano e produzida pelo Teatro Regio Torino. O espectáculo, que se repete no dia 1 de Outubro, conta uma apaixonada história de amor cheia de idealismo e espírito de sacrifício que tem como pano de fundo a Revolução Francesa. Repleta de explosões dramáticas, “Andrea Chénier” centra-se em torno de um poeta imbuído de espírito patriótico que se enamora pela filha de uma condessa. À medida que os tumultos avançam, a aristocrata é condenada à guilhotina e o poeta decide seguir a amada no fatídico destino a que havia sido sentenciada. O concerto insere-se na celebração dos 150 anos do nascimento de Umberto Giordano, o compositor romântico que marcou o mundo da ópera da segunda metade do século XIX. O programa do festival vai proporcionar ao público visitas aos bastidores do espectáculo. Outro dos destaques do cartaz do FIMM é o concerto da The Deutsche Kammerphilharmonie Bremen, que ocorre também no grande auditório do CCM no dia 20 de Outubro. A prestigiada orquestra traz a Macau a música do imortal Ludwig van Beethoven, por ocasião do 190º aniversário da morte do compositor alemão. A The Deutsche Kammerphilharmonie Bremen, sob a direcção do maestro Paavo Järvi, vai interpretar a dramática “Abertura de As Criaturas de Prometeu”, a clássica “Sinfonia n.º 1” e a “Sinfonia n.º 3”. Música na cidade Parte do cartaz do FIMM vai transbordar para a cidade, com espectáculos ao ar livre. Um dos exemplos disso é a interpretação de “Orfeu e Eurídice” pela Ópera de Israel, que se realiza na Fortaleza do Monte nos dias 21 e 22 de Outubro às 20h. Esta versão operática de Christoph Wilibald Gluck, do século XVIII, é uma das mais conceituadas, desta feita apresentada de uma forma vanguardista em termos de guarda-roupa e abordagem conceptual. A interpretação da Ópera de Israel rompe com os cânones clássicos das tragédias baseadas na mitologia grega. No dia 26 de Outubro, a Fortaleza do Monte será tomada pelo poder das vozes do Soweto Gospel Choir. O famoso grupo sul-africano apresenta ao público de Macau um concerto vibrante e exuberante, que junta ao canto a dança e o ritmo das percussões africanas. O coro de gospel que celebra 15 anos tem como temas das suas interpretações o elogio da liberdade, algo que lhes valeu dois grammys e um emmy. O grupo que nasceu da explosão de popularidade da Igreja Cristã Zionista na África do Sul tem como influências notórias na sua sonoridade a música de Bob Marley e a forma como a espiritualidade e a música confluem numa só expressão africana. Para fechar em grande, o FIMM propõe mais uma noite dedicada a Beethoven. No dia 30 de Outubro, pelas 20h, sobe ao palco do CCM a Filarmónica de Viena para deslumbrar a plateia com a 7ª Sinfonia do compositor alemão. O concerto será conduzido pelo jovem maestro Andris Nelsons e irá percorrer também as composições de Wagner para encerrar com chave de ouro a edição deste ano do FIMM.