Armazém do Boi | 15º Festival Internacional de Artes Performativas continua amanhã

Depois de um primeiro evento no último fim-de-semana, o 15º Festival Internacional de Artes Performativas, organizado pelo Armazém do Boi, continua amanhã e sábado no edifício do Antigo Tribunal. Um total de 20 artistas expõem os seus trabalhos num evento que celebra 15 anos de existência. O corpo humano como meio de comunicação é o tema principal de workshops, palestras e exposições

 

O edifício do antigo tribunal recebe, já a partir de amanhã, dia 26, a continuação da 15ª edição do Festival Internacional de Artes Performativas (MIPAF, na sigla inglesa), organizado pelo Armazém do Boi, depois do arranque do evento no passado fim-de-semana.

A edição deste ano marca o 15º aniversário daquele que é um dos eventos mais importantes da associação de cariz cultural. Um total de 20 artistas, oriundos de Macau, Hong Kong, Chongqing ou Shenzhen, entre outras cidades, participam no festival cujo cartaz apresenta workshops, exposições, palestras e performances ao vivo. O programa divide-se em três áreas distintas, “MIPAF Talk”, “MIPAF Live Performance Art” e “MIPAF Fórum”. A curadoria do evento está a cargo de Ng Fong Chao, presidente do Armazém do Boi.

O “corpo humano como um meio de comunicação aberto” é o tema do evento, que se centra “nos elementos do teatro experimental como o tempo (processo/curso), espaço (lugar), ocasionalidade (incerteza) e interactividade (fluidez)”. Esta edição pretende, acima de tudo, “observar e examinar o novo meio ambiente partilhado, com o foco na exploração de ideias únicas e da essência da arte corporal”, explica o Armazém do Boi.

A organização observa ainda que o MIPAF “promove a arte conceptual que se foca na performance individual através do uso do corpo, criada através da integração de técnicas artísticas e formatos que incluem performance, som, instalação, internet, imagens e multimédia”. “Ao misturar vários meios de comunicação, materiais e elementos de uma forma aberta para a apresentação final, traz maior diversidade aos trabalhos, ao mesmo tempo que se desvanecem os limites da criação artística”, acrescenta ainda a organização.

Dois artistas de Macau

O festival teve início no último sábado e domingo, dias 20 e 21, com um workshop no espaço Art Garden. Para amanhã está agendada uma performance ao vivo, no edifício do antigo tribunal, entre as 19h e as 21h. Este espectáculo repete-se no domingo, no mesmo local, mas entre as 15h e as 18h. O evento “Forum” tem lugar no sábado entre às 20h e às 22h, também no edifício do antigo tribunal.

De Macau participam artistas como Luciano Ho e Judy Lei Iok Kuan. Nascida em Macau, Judy Lei Iok Kuan formou-se no Instituto de Artes Plásticas da Universidade Nacional de Tainan. “O foco central do meu trabalho é explorar o interior das pessoas e a sua relação externa com os outros, centrando-me na opressão da vida diária e também nos meus próprios pensamentos sobre a vida”, declarou a artista.

Para Judy Lei, a sua geração “está cheia de violência”, algo que “causa opressão no nosso corpo e na nossa mente”. A artista tem como objectivo, com o seu trabalho, “realizar cenas ficcionais através de performances ao vivo, provocando o público para participar, a fim de ver o que vai acontecer e experimentar os momentos actuais de cada tempo e espaço específico com esse mesmo público”.

Luciano Ho, que também revela o seu trabalho este fim-de-semana, formou-se em literatura chinesa e história na Universidade Nacional Cheng Kung. Mais tarde fez um mestrado em Administração Pública na Universidade de São José. Luciano Ho escreve para o jornal All About Macau sobre temas tão diversos como cinema, teatro e literatura.

As suas atenções viram-se também para a música, uma vez que toca os instrumentos Naamyam e Banhu, associados à cultura cantonense, além de ter tentado aprender saxofone. Neste momento Luciano Ho está a trabalhar num texto de ficção com o nome “Classes Do Not Dismiss”.

A 15º edição do MIPAF conta também com artistas oriundos de algumas cidades da China e também de Hong Kong. Ren Qian, natural de Chongqin, é um deles. Nascido em 1971, Ren Qian formou-se em pintura a óleo em Sichuan, sendo que actualmente trabalha e vive entre as cidades de Chogqin e Nova Iorque.

Desde 1999 que o artista chinês se dedica ao trabalho artístico revelado em diversas plataformas, onde se incluem performances ao vivo, instalação, som e vídeo, sem esquecer a fotografia. O trabalho de Ren Qian também será revelado este fim-de-semana no edifício do antigo tribunal.

Destaque ainda para o trabalho de yuenjie MARU, nascido em Hong Kong. Yuenjie MARU é um bailarino que trabalha sobretudo com a arte do improviso, embora aposte também em outros meios artísticos como o desenho, a escrita, o teatro e a instalação.

A 15ª edição do MIPAF conta também com a participação de Shi Ke, He Libin e Xu Tan, responsáveis pelo trabalho de observação académica.

25 Fev 2021

Armazém do Boi | Festival Internacional de Artes Performativas este fim-de-semana

Decorre este fim-de-semana o Festival Internacional de Artes Performativas no Armazém do Boi que tem como tema “Poemas Sem Título”. Mais de uma dezena de artistas, oriundos da China, Europa e América Latina, vão mostrar o seu trabalho durante três dias numa tentativa de revelar um pluralismo ao nível das artes plásticas, sempre com a humanidade como tema central

 

[dropcap]A[/dropcap]quele que é considerado um dos maiores eventos anuais do Armazém do Boi acontece este fim-de-semana, entre 18 e 20 de Outubro. O Festival Internacional de Artes Performativas (MIPAF, na sigla inglesa) contém um cartaz com 18 artistas vindos de países tão diferentes como a China, Suíça ou Chile, que vão revelar o seu trabalho lado a lado com artistas de Macau.

A exposição, intitulada “Poemas Sem Título”, tem como objectivo “adoptar a troca de abordagens artísticas com uma manifestação de distintas personalidades”. “É objectivo do MIPAF revelar uma nova geração de artistas, com os seus personagens idiossincráticas e disposições para as práticas criativas”, acrescenta a mesma nota.

A curadoria desta mostra está a cargo de Noah Ng, que seleccionou trabalhos que resultam de “diálogos multifacetados que invocam transformações culturais, teorias sociais realizadas de forma dinâmica, psico-análise e ecologia política”. A diversidade cultural dos artistas visa levar o público a estimular a imaginação, graças às “profundas preocupações sobre a humanidade” reveladas pelos trabalhos expostos.

Humanidade em foco

Na mesma nota, os promotores do MIPAF esclarecem que a humanidade é o tema central destes trabalhos, com uma ligação à poesia chinesa tradicional. “A poesia chinesa tradicional enfatiza a verdadeira essência da literatura clássica, e numa nota curiosa alguns poemas foram deixados ‘sem título’. Os trabalhos ‘sem título’ podem indicar que é melhor deixar algumas coisas sem nome, ou significa que o seu autor não quis contextualizar o que viu, ao revelar o tema da poesia. Deixar algo por dizer pode ser uma poderosa ferramenta.”

“Poemas Sem Título” é, acima de tudo, uma mostra que visa apresentar “uma visão compreensiva de trabalhos regionais e internacionais ligados a questões humanitárias”.

As performances podem ser vistas esta sexta-feira, entre as 19h00 e 22h00, sábado, entre as 14h00 e as 18h00, e domingo das 13h00 às 20h00. A entrada é gratuita. Além dos artistas individuais, o Armazém do Boi vai também contar com a presença do colectivo PRINZpod, oriundo da Áustria, composto pelos artistas Brigitte Podgorschek e Wolfgang Podgorschek. Do Chile chega o projecto DEFORMES, com Gonzalo Rabanal, Valeria León Ibánez e Teresa Catalina Varas Reyes.

O Armazém do Boi conta com o apoio da Fundação Macau para esta iniciativa, além de outras entidades internacionais.

17 Out 2019

Armazém do Boi | Festival Internacional de Artes Performativas este fim-de-semana

Decorre este fim-de-semana o Festival Internacional de Artes Performativas no Armazém do Boi que tem como tema “Poemas Sem Título”. Mais de uma dezena de artistas, oriundos da China, Europa e América Latina, vão mostrar o seu trabalho durante três dias numa tentativa de revelar um pluralismo ao nível das artes plásticas, sempre com a humanidade como tema central

 
[dropcap]A[/dropcap]quele que é considerado um dos maiores eventos anuais do Armazém do Boi acontece este fim-de-semana, entre 18 e 20 de Outubro. O Festival Internacional de Artes Performativas (MIPAF, na sigla inglesa) contém um cartaz com 18 artistas vindos de países tão diferentes como a China, Suíça ou Chile, que vão revelar o seu trabalho lado a lado com artistas de Macau.
A exposição, intitulada “Poemas Sem Título”, tem como objectivo “adoptar a troca de abordagens artísticas com uma manifestação de distintas personalidades”. “É objectivo do MIPAF revelar uma nova geração de artistas, com os seus personagens idiossincráticas e disposições para as práticas criativas”, acrescenta a mesma nota.
A curadoria desta mostra está a cargo de Noah Ng, que seleccionou trabalhos que resultam de “diálogos multifacetados que invocam transformações culturais, teorias sociais realizadas de forma dinâmica, psico-análise e ecologia política”. A diversidade cultural dos artistas visa levar o público a estimular a imaginação, graças às “profundas preocupações sobre a humanidade” reveladas pelos trabalhos expostos.

Humanidade em foco

Na mesma nota, os promotores do MIPAF esclarecem que a humanidade é o tema central destes trabalhos, com uma ligação à poesia chinesa tradicional. “A poesia chinesa tradicional enfatiza a verdadeira essência da literatura clássica, e numa nota curiosa alguns poemas foram deixados ‘sem título’. Os trabalhos ‘sem título’ podem indicar que é melhor deixar algumas coisas sem nome, ou significa que o seu autor não quis contextualizar o que viu, ao revelar o tema da poesia. Deixar algo por dizer pode ser uma poderosa ferramenta.”
“Poemas Sem Título” é, acima de tudo, uma mostra que visa apresentar “uma visão compreensiva de trabalhos regionais e internacionais ligados a questões humanitárias”.
As performances podem ser vistas esta sexta-feira, entre as 19h00 e 22h00, sábado, entre as 14h00 e as 18h00, e domingo das 13h00 às 20h00. A entrada é gratuita. Além dos artistas individuais, o Armazém do Boi vai também contar com a presença do colectivo PRINZpod, oriundo da Áustria, composto pelos artistas Brigitte Podgorschek e Wolfgang Podgorschek. Do Chile chega o projecto DEFORMES, com Gonzalo Rabanal, Valeria León Ibánez e Teresa Catalina Varas Reyes.
O Armazém do Boi conta com o apoio da Fundação Macau para esta iniciativa, além de outras entidades internacionais.

17 Out 2019