Hoje Macau China / ÁsiaPequim acusa EUA de ser o maior perturbador da paz no mundo A China acusou ontem os Estados Unidos de serem o “maior elemento perturbador da paz e da estabilidade” no mundo, numa reação a um relatório do Pentágono sobre a crescente expansão militar do país asiático. O relatório anual, exigido pelo Congresso norte-americano, é uma forma de o Pentágono avaliar as capacidades militares da China, que o governo dos Estados Unidos considera como a principal ameaça na região Ásia-Pacífico e o maior desafio de segurança a longo prazo. Em comunicado, o ministério da Defesa chinês qualificou as conclusões do relatório do Pentágono como “falsas” e atacou as recentes acções dos EUA em apoio a Israel e à Ucrânia, assim como a construção de instalações militares em todo o mundo. “Os EUA enviaram munições de urânio empobrecido e bombas de fragmentação para a Ucrânia, enviaram porta-aviões de combate para o Mediterrâneo e armas e munições para Israel. É este o ‘evangelho’ que o ‘defensor dos Direitos Humanos’ está a trazer para a região?”, questionou Wu Qian, porta-voz do ministério da Defesa chinês. O relatório do Pentágono indicou que a China está a expandir rapidamente a sua força nuclear, em consonância com o crescimento geral das Forças Armadas. Num aviso emitido anteriormente, o Pentágono indicou que Pequim deve quadruplicar o número de ogivas que possui, para 1.500, até 2035. O principal diplomata da China, Wang Yi, vai visitar os Estados Unidos esta semana, antes de um possível encontro entre os líderes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, em Novembro.
Hoje Macau China / Ásia“EUA prontos para conversar com a China”, aponta embaixador norte-americano O embaixador norte-americano na China, Nicholas Burns, garantiu na terça-feira que os Estados Unidos da América (EUA) estão “prontos para conversar” com a China, embora admitindo a necessidade de melhores canais entre os dois Governos. “A nossa visão é que precisamos de melhores canais entre os dois Governos e canais mais profundos e estamos prontos para conversar. É particularmente importante fazer isso quando se tem grandes problemas e grandes desentendimentos no relacionamento”, disse o diplomata numa entrevista ao The Stimson Center, um ‘think tank’ sem fins lucrativos com sede em Washington. “Nunca tivemos vergonha de falar e esperamos que os chineses se encontrem connosco a meio do caminho”, acrescentou Burns, que assumiu o cargo em Dezembro de 2021. Num balanço do seu trabalho desde que chegou a Pequim, Nicholas Burns admitiu que o relacionamento entre os dois países continua complicado. “Acho que desde que cheguei à China, há 14 meses, vimos uma continuação de todo aquele relacionamento difícil em que tentamos estabilizar os laços entre nós, aprofundar os canais entre nós. E, claro, eu represento o Presidente Joe Biden. Temos uma política muito clara. E o que estamos a tentar fazer desde que o Presidente assumiu é investir na força do nosso próprio país, nessa competição de longo prazo com a China no campo económico, tecnológico e de segurança militar”, disse. O diplomata garantiu que Washington não procura conflitos com Pequim e acredita que um maior diálogo seria construtivo para as relações entre ambas as potências. “Não queremos um conflito com a China. Não queremos voltar a uma Guerra Fria com a China. Precisamos de maior estabilidade nesta relação. (…) Queremos estabilidade no relacionamento”, insistiu. Da turbulência Os comentários de Burns surgem quando o executivo de Biden procura restaurar um diálogo mais amplo com a China num momento em que as tensões permanecem conturbadas devido a questões como Taiwan, comércio e alegada espionagem, após um balão chinês ter entrado no espaço aéreo norte-americano e que levou ao cancelamento de uma viagem do secretário de Estado, Antony Blinken, à China em Fevereiro passado. Sobre a viagem de Blinken, Burns reiterou que será remarcada “quando as condições forem apropriadas para a sua visita”, acrescentando que os EUA estão prontos para “um envolvimento mais amplo”. “É difícil para mim prever, neste momento, quando esse tipo de envolvimento vai ocorrer novamente, mas nunca apoiamos o congelamento desse relacionamento”, disse Burns. No entanto, o diplomata afirmou que, depois do Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, conseguiu ter “boas” reuniões com autoridades chinesas, e apontou ainda o encontro de Joe Biden com o homólogo chinês, Xi Jinping, em Bali, como “um intercâmbio muito bom e produtivo”. Laços reafirmados Burns enfatizou que nas últimas semanas tem conseguido manter uma comunicação consistente com altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, considerando isso “um bom sinal”. O embaixador disse que a política de Washington em relação a Taiwan – uma fonte crescente de tensão com Pequim – não mudou. Mas pediu à China que renuncie ao uso da força nas suas negociações com a ilha autónoma. Sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, Nicholas Burns afirmou que a imprensa chinesa responsabiliza diariamente os Estados Unidos e a NATO pelo conflito, algo que considera “obviamente um absurdo”. “O que precisamos ver da China é que pressione a Rússia a retirar as suas tropas, para que a Ucrânia possa ter todo o seu território de volta e ser totalmente soberana novamente em todos os aspectos dessa palavra. Seria útil se a China pressionasse a Rússia a parar de bombardear escolas, hospitais e apartamentos ucranianos”, disse. “Vimos tremendas perdas de vidas apenas nos últimos dois meses por ataques aéreos russos e ataques de drones contra civis ucranianos. Então, é isso que gostaríamos e tenho a certeza que é isso que os países europeus gostariam, é isso que a Ucrânia quer da China. Certamente gostaríamos de ver a China ser muito mais dura em relação aos russos”, acrescentou o diplomata veterano.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Ida de Blinken e duas secretárias à China em equação Os EUA pretendem que o chefe da diplomacia norte-americana retome a visita à China, suspensa em Fevereiro, e estão a “discutir activamente” com Pequim a visita de dois ministros para realizar um diálogo económico, adiantou fonte da Casa Branca. John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da presidência norte-americana, explicou ontem que a secretária das Finanças, Janet Yellen, e a secretária do Comércio, Gina Raimondo, esperam visitar a China para “discutir questões económicas”. O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, cancelou em Fevereiro, ‘em cima da hora’, uma viagem à China, após a descoberta de um balão chinês a sobrevoar território norte-americano, e que, segundo Washington, estava a realizar operações de espionagem. “Esta visita foi adiada, não cancelada”, garantiu ontem John Kirby, acrescentando que o Governo de Joe Biden pretende que Blinken “vá a Pequim”. O chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, tinha indicado recentemente que manteria um encontro com o seu homólogo chinês, mas este ainda não foi oficializado até ao momento, adiantou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Maus momentos As relações entre os EUA e a China passaram por um período de tensão durante o governo de Donald Trump (2017-2021), quando ambas as nações se envolveram numa guerra comercial com a imposição mútua de taxas. Estas tensões pareceram diminuir depois de uma reunião em Novembro que Biden e Xi realizaram à margem do G20 em Bali, na qual concordaram em trabalhar juntos em algumas áreas, incluindo as alterações climáticas. No entanto, as relações bilaterais voltaram a ‘azedar’ em Fevereiro, depois dos EUA terem derrubado um alegado balão espião chinês que sobrevoava território norte-americano e que levou ao cancelamento da viagem de Blinken. Washington está a acompanhar de perto a visita do Presidente Xi Jinping à Rússia e o anúncio sobre a disponibilidade de governantes norte-americanos visitarem a China ocorre durante esta viagem. Vários membros do governo dos EUA, incluindo Blinken e o próprio Kirby, demonstraram cepticismo sobre esta reunião e expressaram dúvidas sobre o papel que a China pode desempenhar na guerra na Ucrânia. Em conferência de imprensa, Blinken acusou ontem Xi de não querer que Putin responda pela invasão da Ucrânia, depois do Tribunal Penal Internacional (TPI) ter um mandado de detenção contra o líder russo na sexta-feira. Já Kirby, tal como fez na sexta-feira, expressou ontem a oposição dos Estados Unidos a um cessar-fogo na Ucrânia, considerando que isso “consolidaria” os avanços que a Rússia tem feito no campo de batalha. Além disso, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional encorajou Xi a falar por telefone com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, para obter a perspectiva de Kiev sobre o conflito e não apenas a de Putin.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | EUA voltam a criticar China por continuar sem condenar a invasão russa Os Estados Unidos voltaram a criticar esta segunda-feira a posição da China, por ainda não ter condenado a invasão “brutal” da Ucrânia pela Rússia, visando também alguns responsáveis chineses por repetirem a “propaganda do Kremlin”. “Não só não vimos a China condenar, como todos os países devem, a brutalidade que as forças russas estão a empregar na Ucrânia contra o povo ucraniano”, começou por referir o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, durante uma conferência de imprensa onde abordou novamente a posição de Pequim, aliada de Moscovo. “Na verdade, ouvimos alguns altos funcionários chineses repetirem algumas das propagandas mais perigosas que emanam do Kremlin [presidência russa]”, acrescentou. Washington tem alertado repetidamente a China sobre as consequências de oferecer apoio militar ou económico a Moscovo e tem instado a potência asiática a desempenhar um papel mais ativo em impedir a invasão militar russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro. Ned Price sublinhou que este “é um momento” em que todos “os países responsáveis” têm a “obrigação de deixar claro onde se posicionam sobre questões onde as nuances não se encaixam”, dando como exemplo “o massacre de civis e os abusos gratuitos dos direitos humanos” pelas forças russas na Ucrânia. Na semana passada, o Presidente dos EUA, Joe Biden, comunicou ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o envio de um pacote adicional de assistência militar de 800 milhões de dólares, com armas mais letais, para enfrentar a Rússia na nova fase do invasão mais focada no Donbass, no leste da Ucrânia. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Embaixador nos EUA considera “genocídio uma mentira absoluta” Qualquer tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, por uma força estrangeira intervencionista, nunca será consentida, explica embaixador chinês nos EUA “A China não consentirá com nenhuma tentativa externa de desestabilizar Xinjiang, ou mesmo de fragmentar a China e impedir a revitalização da nação chinesa”, disse o embaixador chinês, Cui Tiankai. Durante a reunião online “Xinjiang é uma Terra Maravilhosa”, organizada pela embaixada e pelo governo da Região Autónoma Uigur de Xinjiang, Cui afirmou que os assuntos de Xinjiang são assuntos internos da China e que, os 1,4 mil milhões de chineses de vários grupos étnicos não permitirão que nenhuma força intervencionista impeça o desenvolvimento da China. “Nos Estados Unidos e em outros países ocidentais, as mentiras sobre Xinjiang ainda prevalecem. Calúnias sistémicas e sanções unilaterais contra a China são frequentes”, disse o embaixador, “mas tais mentiras não suportam o escrutínio dos factos”, acrescentou. “O chamado ‘genocídio’ é apenas uma mentira absoluta”, assinalou Cui, citando números da população uigur em Xinjiang, que dobrou de 5,55 milhões para mais de 12 milhões nos últimos 40 anos. Descrevendo o “trabalho forçado” como “sem fundamento”, Cui enfatizou que “os trabalhadores em Xinjiang escolhem os seus empregos, incluindo os da indústria de colheita de algodão, por sua própria vontade. Eles assinam contratos de trabalho de forma livre e igualitária, seus direitos e interesses estão bem protegidos e recebem remuneração integral”. “Se ganhar a vida decentemente é ‘trabalho forçado’, então eles deveriam merecer apenas a ”pobreza forçada’ e o ”desemprego forçado”?” indagou o embaixador. “Suscitando preocupações com os direitos humanos de Xinjiang, pretendem usar Xinjiang para conter a China”, disse o embaixador, convidando esses países ocidentais a ouvir o que dizem os 25 milhões de habitantes de Xinjiang de variados grupos étnicos e os 1,4 mil milhões de chineses, e “falar a verdade partindo da falsidade, e o certo partindo do errado”. Shohrat Zakir, presidente do governo regional, afirmou que Xinjiang gasta mais de 70% de seus gastos anuais com o orçamento público geral para proteger e melhorar a subsistência de todos os seus grupos étnicos. “Não houve nenhum ataque terrorista violento em Xinjiang por mais de quatro anos”, destacou Zakir, acrescentando que a região obteve conquistas sem precedentes no desenvolvimento económico e social e na subsistência da população. “As pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang são inabaláveis na sua determinação de salvaguardar a unidade e a segurança nacionais, assim como a solidariedade étnica e a prosperidade e estabilidade do país”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaMike Pompeo levanta “todas as restrições” às relações de responsáveis dos EUA com Taiwan O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, anunciou no sábado que os EUA decidiram levantar “todas as restrições” impostas a responsáveis e representantes do país nas suas relações com Taiwan. “Hoje, anuncio que estou a levantar todas estas restrições auto-impostas”, afirmou o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, acrescentando que as representações do executivo norte-americano devem “considerar nulas todas as ‘diretrizes de contacto'” relativas às relações com Taiwan anteriormente emitidas pelo Departamento de Estado, lê-se no comunicado divulgado pelo Departamento de Estado. Além disso, toda e qualquer secção do Manual de Negócios Estrangeiros que tenham “a intenção de regular o envolvimento do ramo executivo com Taiwan, através de qualquer entidade que não seja o Instituto Americano em Taiwan (AIT), são também anuladas por este meio”, especifica o secretário de Estado norte-americano. “As relações […] com Taiwan devem ser tratadas pela organização sem fins lucrativos AIT, tal como estipulado na Lei de Relações de Taiwan”, frisa. Segundo Pompeo, o governo dos Estados Unidos mantém relações com parceiros não oficiais em todo o mundo “e Taiwan não é exceção”. “As nossas duas democracias partilham valores comuns de liberdade individual, o Estado de direito, e o respeito pela dignidade humana. A declaração de hoje reconhece que a relação EUA-Taiwan não precisa, e não deve, ser restringida por restrições autoimpostas da nossa burocracia permanente”, conclui Pompeo. Ainda de acordo com o comunicado, Pompeo considera que “Taiwan é uma democracia vibrante e um parceiro fiável dos Estados Unidos”. No entanto, há várias décadas que o Departamento de Estado tem criado restrições internas, complexas, para os seus diplomatas, membros de serviços, e outros funcionários nas suas relações com os seus homólogos de Taiwan, sublinhou Pompeo. Pompeo explica que o governo dos Estados Unidos tomou “estas medidas unilateralmente, numa tentativa de apaziguar o regime comunista de Pequim”. A decisão de hoje foi anunciada depois de a China ter advertido na quinta-feira os Estados Unidos de que vão pagar “um preço alto” se a embaixadora norte-americana na ONU visitar Taiwan nos próximos dias, como anunciado pelo Departamento de Estado dos EUA. “Os Estados Unidos pagarão um preço alto pela má ação” e “a China insta os Estados Unidos a pararem com a sua provocação louca, a deixarem de criar novas dificuldades para as relações sino-americanas e para a cooperação dos dois países no seio das Nações Unidas”, de acordo com uma declaração da missão chinesa junto da ONU, divulgada na quinta-feira. A China “opõe-se firmemente” a esta visita de Kelly Craft e apelou aos Estados Unidos para “deixarem de ir mais além no caminho errado”, reiterando a posição de Pequim de que existe uma só China e Taiwan é apenas uma província. A data precisa da viagem da Kelly Craft ainda não foi divulgada. A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, vai visitar Taipé entre 13 e 15 de janeiro, nas vésperas de o presidente eleito Joe Biden tomar posse. A Missão dos Estados Unidos nas Nações Unidas afirmou naquela quinta-feira que a visita “reforça o forte e contínuo apoio do Governo dos Estados Unidos ao espaço internacional de Taiwan”. Um porta-voz do gabinete presidencial de Taiwan apontou que o território, que funciona como uma entidade política soberana, apesar da oposição de Pequim, “saúda sinceramente” a visita, e que as discussões finais sobre a viagem ainda estão em andamento. Esta visita é um “símbolo da sólida amizade entre Taiwan e os EUA e ajudará a aprofundar a parceria EUA – Taiwan”, disse o porta-voz. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou na quinta-feira que a viagem de Craft visa demonstrar o que “uma China livre poderia alcançar”. Trata-se de mais um movimento da administração Trump visando intensificar os contactos oficiais com a ilha, mas que arrisca exacerbar as tensões entre Washington e Pequim, já no ponto mais alto em décadas, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos em torno das questões de Hong Kong ou do mar do Sul da China. Craft foi nomeada pelo presidente Donald Trump para o cargo em 2019. Sob a administração Trump, altos funcionários do Executivo norte-americano passaram a visitar Taiwan. Pequim continua a rejeitar Taiwan como uma entidade política soberana e ameaça usar a força para reunificar o território, se necessário. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Taiwan, que se autodesigna República da China, tornou-se, entretanto, uma democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força. Pequim critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, trocas que considera um apoio ao separatismo de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaJoe Biden pretende manter “de momento” a política dos EUA em relação à China [dropcap]J[/dropcap]oe Biden pretende manter “de momento” as tarifas impostas à República Popular da China pelos Estados Unidos, incrementadas pela administração de Donald Trump no quadro da guerra comercial entre Washington e Pequim. “Não vou tomar nenhuma ação imediata, e isso diz respeito igualmente às tarifas alfandegárias”, disse o presidente eleito ao jornal New York Times, numa entrevista publicada ontem. “Não vou comprometer as minhas opções”, acrescentou Joe Biden. As relações entre os dois países estão atualmente marcadas pela guerra comercial iniciada por Donald Trump, apesar das tréguas acordadas em janeiro entre Washington e Pequim. Por outro lado, Joe Biden mostrou-se bastante crítico contra Pequim em matérias relacionadas com direitos humanos. Após a vitória nas presidenciais de novembro, Biden deu a entender que a futura administração vai procurar a renovação da política comercial de Washington com a Europa e os países da Ásia Pacífico no sentido de formar uma unidade capaz de enfrentar a República Popular da China. No princípio do ano, Biden não poupou críticas ao Presidente chinês Xi Jinping. “É uma pessoa (Xi Jinping) que não tem um osso democrata em todo o esqueleto”, afirmou Joe Biden no princípio do ano. A equipa que liderou a campanha eleitoral do Partido Democrata qualificou de “genocida” a campanha das autoridades da República Popular da China contra a minoria muçulmana uigur da província de Xinjiang.
Hoje Macau China / ÁsiaSecretário de Estado norte-americano realiza périplo anti-China nas nações do Índico [dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, levou hoje a retórica anti-China do Governo de Donald Trump a duas nações insulares do Oceano Índico que Washington considera estarem em risco de ficar reféns de Pequim. Mike Pompeo está a visitar o Sri Lanka e as Maldivas, para pressionar os dois países a ficarem atentos contra potenciais “armadilhas do endividamento” e investimentos predatórios da China. A visita ocorre a uma semana das eleições nos Estados Unidos, em que a China é um dos principais temas, com Donald Trump a acusar o candidato rival, Joe Biden, de estar comprometido com Pequim. Pompeo planeia pressionar o Sri Lanka, as Maldivas e a Indonésia, que visita na quinta-feira, a resistir ao aumento da expansão chinesa no Indo-Pacífico, particularmente através de projetos de desenvolvimento e infraestrutura insustentáveis e suscetíveis de causar um excesso de endividamento, permitindo a Pequim ganhar influência sobre estes países. No início deste mês, a China anunciou a doação ao Sri Lanka de 90 milhões de dólares para apoiar o desenvolvimento rural. A China considera o Sri Lanka um elo crítico na sua iniciativa ‘uma faixa, uma rota’, um mega projecto de infra-estruturas que abrange Ásia, Europa e África, e que visa redesenhar o mapa da economia mundial. O país emprestou milhares de milhões de dólares para a construção de infra-estruturas no Sri Lanka nos últimos dez anos. Os projetos incluem portos, um aeroporto, rodovias e centrais elétricas. Críticos dizem que os projetos financiados pela China não são financeiramente viáveis e que o Sri Lanka terá dificuldades para pagar os empréstimos. Em 2017, o Sri Lanka teve de arrendar um porto construído pela China, localizado perto de rotas de navegação estratégicas no Índico, a uma empresa estatal chinesa, por um período de 99 anos, face às dificuldades em reembolsar o empréstimo concedido por Pequim. Pompeo chegou ao Sri Lanka na terça-feira, depois de uma visita à Índia, onde, em conjunto com o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, intensificou a mensagem anti-China do governo Trump, numa altura de crescente rivalidade entre Pequim e Nova Deli. “Os Estados Unidos estarão ao lado do povo da Índia enquanto este enfrenta ameaças à sua liberdade e soberania”, afirmou Pompeo. “Os nossos líderes e cidadãos veem claramente que o Partido Comunista Chinês não é amigo da democracia, do Estado de Direito, da transparência, nem da liberdade de navegação – a base de um Indo-Pacífico livre, aberto e próspero”, disse. Poucas horas depois de Pompeo e Esper aterrarem na Índia, o Governo de Donald Trump notificou o Congresso norte-americano sobre os planos de venda a Taiwan de sistemas de mísseis Harpoon, por 2,37 mil milhões dólares. Os dois territórios separaram-se em 1949, depois de as forças nacionalistas terem fugido para Taiwan, após a derrota na guerra civil chinesa contra os comunistas. A relação entre a China e os Estados Unidos deteriorou-se também rapidamente, nos últimos dois anos, com várias disputas simultâneas entre as duas maiores economias do mundo, em torno do comércio, tecnologia, a soberania do mar do Sul da China ou questões de direitos humanos. Em Pequim e em Washington, referências a uma nova Guerra Fria são agora comuns.