Funcionário da DICJ detido por gerir rede de prostituição

A Polícia Judiciária desmantelou uma rede de prostituição que operava há mais de 10 anos através da internet e que já havia resultado em detenções no final de Setembro. Os homens agora detidos são um gestor de restauração e um funcionário da DICJ com quase 30 anos de casa. Ao longo de mais de uma década, o esquema rendeu mais de 12 milhões de patacas

 

 

Um funcionário público, dos quadros da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) há quase 30 anos, foi detido por suspeitas de gerir uma rede de prostituição através de fóruns e sites de internet. O funcionário, de 58 anos de idade, tinha como cúmplice um gestor de um restaurante, com 38 anos, que foi igualmente detido.

Segundo informação veiculada ontem pela Polícia Judiciária, a rede operava há mais de 10 anos e terá rendido mais de 12 milhões de patacas de lucros ilegais.

A investigação das autoridades policiais culminou no ano passado, com a detenção de 19 pessoas e a deportação de 54 alegadas prostitutas oriundas do Interior da China.

A PJ adiantou ontem que o grupo criminoso operava o website onde publicitava serviços de prostituição desde 2009, que incluía um fórum de discussão onde os clientes podiam fazer os seus pedidos.

A DICJ reagiu prontamente, através de comunicado. “A DICJ foi informada pela Polícia Judiciária de que um funcionário da DICJ terá praticado actos que violam a lei”. A direcção liderada por Adriano Ho vincou prestar “elevada atenção às suspeitas de violação da lei por parte do seu pessoal, reiterando que as mesmas serão tratadas de acordo com a lei e punidas severamente”.

Mais adianta que foi instaurado “um processo disciplinar interno contra o funcionário envolvido e aplicada a suspensão preventiva, no sentido de efectivar a responsabilidade disciplinar do infractor nos termos da lei”.

 

História repete-se

As detenções anunciadas ontem foram feitas na sequência de uma investigação cujo primeiro capítulo aconteceu há menos de seis meses. No final de Setembro de 2022, a PJ resultou deteve nove pessoas, entre as quais dois agentes da Direcção de Serviços Correccionais (DSC).

Segundo informação veiculada pelas autoridades na altura, a rede de prostituição terá gerado mais de 15 milhões de patacas, através de uma plataforma online onde prostitutas promoviam os seus serviços pagando 300 patacas por cada anúncio. Valor que destoa do anunciado ontem de 12 milhões de patacas.

À altura, a DSC respondeu de forma semelhante à DICJ reiterando que “se forem constatados actos por parte do pessoal que violem a lei e a disciplina”, estes serão tratados “severamente nos termos da lei”.

8 Fev 2023

Agente promete estar atento a atletas de Macau

O canadiano Graham Heydorn é o responsável pela empresa de intermediação de jogadores 10 Management, que assinou uma parceria com o Sporting de Macau para colocar três jogadores no território. Ao HM, reconheceu esperar com o acordo catapultar atletas para ligas mais desenvolvidas, como a chinesa, coreana, japonesa e mesmo tailandesa

 

 

[dropcap style≠‘circle’]P[/dropcap]orque decidiu fazer esta parceria com o Sporting de Macau, numa liga que está longe de ser das mais desenvolvidas?

GH: É o facto da liga não estar totalmente desenvolvida que a torna interessante. Macau é um local cheio de oportunidades para os jogadores e o Sporting de Macau é o clube ideal, é muito organizado e, ao longo do processo das negociações, foi sempre muito profissional.

 

Não está Macau longe de ser o local ideal para promover os atletas?

Não considero isso. Aqui, os jogadores podem ser reconhecidos e facilmente despertar a atenção de ligas mais profissionais, como no Interior da China, Japão, Coreia do Sul ou mesmo de clubes da Tailândia. Também não há nada que impeça os jogadores que se destaquem em Macau de se mudarem para os escalões inferiores da Europa. Macau é um bom local de adaptação para os atletas que querem fazer uma carreira na Ásia.

 

Mas existe mesmo essa visibilidade nesta liga?

O que eu aprendi nesta área é que tudo é possível, desde que o jogadores tenham qualidade. É possível darem o salto para a China, Coreia do Sul e Japão. No entanto, temos pensar passo a passo, não é fácil para um atleta que está a começar alcançar tudo de um dia para o outro. O salto pode acontecer para as ligas secundarias desses países.

 

Qual é a duração da parceria com o Sporting de Macau?

No mínimo dois anos, mas vai ser tudo feito passo a passo. Dois anos é um prazo que nos parece razoável para no final fazer um balanço rigoroso. Antes disso não faz sentido porque estes acordos precisam de tempo para crescer e desenvolver-se. Vamos começar por colocar três jogadores, mas no futuro queremos colocar mais.

 

A parceria é uma forma da 10 Management entrar no mercado asiático?

Não, até porque já temos uma parceria na China, que nos permite acompanhar os jogadores na Ásia. Representamos jogadores no Interior da China, mas por vezes as regras limitam aquilo que queremos fazer porque há um limite no número de estrangeiros que podem ser inscritos. Nesse sentido, colocar jogadores em Macau é um bom início para se adaptarem à cultura, linguagem e comida. São aspectos essenciais para jogadores que querem fazer carreira na Ásia.

 

Faltam agentes de jogadores em Macau que possam promover o jogador local em mercados mais profissionais?

Sim e por isso vamos estar atentos aos jogadores locais. Há exemplos em todo o mundo de jogadores de ligas mais pequenas ou clubes de menor dimensão que conseguem dar o salto, contra todas expectativas, e acabar nas grandes ligas. Não há razões para que um jogador talentoso que passe por Macau não chegue a uma grande liga. Contudo reconheço que quanto mais alto é o nível da liga, maior é a probabilidade disso acontecer.

 

Quantos jogadores representa?

Nesta altura entre 40 e 50 jogadores. São atletas que estão a jogar em Portugal, França, Inglaterra, Espanha, República Checa, entre outros. Em todos estes países temos jogadores nas principais ligas.

 

Entre os jogadores que representa está Jean Michael Seri do Nice, que tem sido associado a grandes clubes como Manchester United ou Chelsea. Em que situação está uma futura transferência?

Ainda durante o mercado de Inverno ou no próximo Verão acredito que vai ser transferido. No último Verão o Barcelona apresentou uma proposta de 40 milhões de euros por ele, mas o Nice rejeitou.

 

 

Aposta em África

O recrutamento de atletas em África é uma das principais apostas da 10 Management, que nos últimos anos tem feito esses atletas entrarem na Europa principalmente através das ligas portuguesa e espanhola. O FC Porto tem sido um dos clubes mais utilizados por Graham Heydorn que já fez passar pela cidade invicta Christian Atsu, agora no Newcastle, Jean Michael Seri, que está no Nice, e Chidozie Awaziem. O último jogador representa o Nantes de França, por empréstimo do FC Porto.

23 Jan 2018