Comércio | DiDi investirá 320 ME na sua filial de entregas no Brasil

O grupo chinês DiDi vai investir dois mil milhões de reais (320 milhões de euros) na expansão da plataforma de entregas 99Food no Brasil, anunciou ontem a Presidência brasileira. A aplicação, que visa competir com a brasileira iFood e a colombiana Rappi, já opera em São Paulo (sudeste) e Goiânia (centro-oeste).

Com o novo investimento, a empresa pretende estender os serviços a pelo menos 15 capitais regionais até ao final de 2025 e atingir 20 até Janeiro de 2026, informou o grupo, após uma reunião entre o presidente da DiDi, Will Cheng Wei, e o chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o comunicado, os fundos servirão também para apoiar a criação de infra-estruturas para estafetas, com pelo menos 50 milhões de reais (oito milhões de euros) destinados à construção de postos físicos em várias cidades, com casas de banho, locais de descanso, carregadores de telemóveis e fornecimento de água. Está igualmente previsto um programa de crédito para a compra ou aluguer de motas eléctricas das empresas Galgo, Riba e Vammo, que poderá beneficiar até 600 mil estafetas ao longo de cinco anos.

O montante total deste programa, de até seis mil milhões de reais (967 milhões de euros), não está incluído no investimento de dois mil milhões de reais anunciado.

A DiDi também assinará uma parceria com o fabricante chinês de motas eléctricas Yadea, que possui uma fábrica em Manaus (norte), para produzir veículos a serem oferecidos em condições preferenciais aos entregadores da 99Food. “Esse investimento reforça o papel central do Brasil na estratégia global da DiDi. Poucos mercados combinam escala, inovação e oportunidades como o brasileiro”, declarou Cheng, citado no comunicado.

O mercado de entregas por aplicação no Brasil é atualmente dominado pela iFood, com cerca de 50 milhões de utilizadores, enquanto a Rappi afirma contar com 20 milhões.

17 Set 2025

Empresa de transporte Didi multada em mais de oito mil milhões de yuan

As autoridades chinesas multaram hoje a empresa de serviços de transporte partilhado Didi, o ‘Uber chinês’, em mais de oito mil milhões de yuans, por violar leis de segurança do ciberespaço.

A investigação apurou que a empresa violou a lei de segurança da rede da China, a lei de segurança dos dados e uma lei que protege informações pessoais, disse a Administração do Ciberespaço da China, em comunicado.

Um outro comunicado apontou que as “operações ilegais” do grupo geraram riscos “sérios” para a segurança nacional, afetando a infraestrutura de informação e a segurança de dados do país.

O presidente do Conselho de Administração do Didi, Cheng Wei, e o presidente Jean Liu, foram multados em um milhão de yuans cada, pois foram responsabilizados pelas violações da empresa, disseram os reguladores.

O Didi armazenou ilegalmente quase 12 milhões de capturas de tela e 107 milhões de dados de reconhecimento facial dos passageiros e mais de 167 milhões de registos de dados de localização, entre outras informações, disseram os reguladores. As violações da empresa começaram em junho de 2015. A empresa disse, em comunicado, que aceitou “sinceramente” a decisão.

“Tomaremos isto como um aviso e persistiremos em prestar igual atenção à segurança e ao desenvolvimento”, disse o grupo Didi, acrescentando que trabalhará para um desenvolvimento “seguro, saudável e sustentável” dos seus negócios.

A decisão ocorre mais de um ano depois de o Didi ter estreado na Bolsa de Nova Iorque. Os reguladores, que alegadamente não aprovaram a entrada em bolsa, iniciaram a investigação dois dias depois, levando a que as ações do grupo afundassem.

A empresa está entre uma série de grupos tecnológicos que enfrentaram escrutínio minucioso durante uma campanha regulatória, que começou em 2020, quando os reguladores interromperam a entrada em bolsa da empresa de tecnologia financeira Ant Group, afiliada ao grupo de comércio eletrónico Alibaba.

21 Jul 2022

China | Didi prepara-se para transportar o mundo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] principal aplicação de serviços de transporte chinesa, Didi Chuxing, completou em 2017 um total de 7.430 milhões de viagens e foi utilizada por 450 milhões de pessoas, anunciou a empresa, equivalente à Uber, em comunicado.

Entre o número total de viagens, mais de 1.100 milhões foram percorridas por taxistas, o que permitiu à empresa “melhorar a eficiência operativa da indústria do táxi”, notou. Em comunicado, o Didi revelou que está a construir uma plataforma que “cobrirá integralmente a cadeia do sector do transporte” e que poderá prever a procura por transporte em algumas áreas da China, com 15 minutos de antecedência, e uma taxa de precisão superior a 85%.

Em termos de segurança, no ano passado, a empresa lançou uma série de iniciativas que permitiram reduzir em 21% o volume de acidentes registados na plataforma, até um nível “muito menor do que o sector tradicional dos transportes”. Entre as medidas para promover a segurança dos condutores e passageiros, o Didi criou o Sistema de Condução Segura, que deteta o nível de fadiga do condutor e controla o seu comportamento. Durante o ano passado, a empresa conseguiu também aumentar de 2,5% para 10% o uso do cinto de segurança na parte traseira dos veículos.

A empresa endureceu ainda o sistema que permite avaliar o historial dos seus condutores, estabelecendo acordos com as autoridades, para verificar os documentos de identidade, carta de condução e licença de veículos. O Didi destaca ainda a sua contribuição na melhoraria da sinalização em várias cidades do país, através da análise do ‘big data’ – os dados acumulados pelos motoristas e utilizadores.

A principal aplicação de transporte chinesa comprou, em meados de 2016, as operações da Uber na China, assumindo controlo total do mercado do país, o primeiro a aprovar uma lei para regular este modelo de negócio. Na semana passada, deu o primeiro passo para a internacionalização, ao comprar uma participação na brasileira 99Taxis, aplicação de transporte privado líder do mercado em São Paulo e Rio de Janeiro.

9 Jan 2018