Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Country Garden admite que pode entrar em incumprimento A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, anunciou ontem que poderá não conseguir pagar todos os empréstimos que contraiu, numa altura em que o sector imobiliário chinês enfrenta uma grave crise de liquidez A construtora, até há pouco considerada financeiramente saudável, foi apanhada nos últimos meses pela crise no imobiliário na China, que ameaça agora a sobrevivência de várias empresas do sector. Uma entrada em incumprimento seria catastrófica para este sector-chave da economia chinesa, que representa um quarto do produto interno bruto (PIB) do país. A empresa, que já esteve formalmente em risco de incumprimento em Setembro, acabou por conseguir reembolsar 22,5 milhões de dólares referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais (‘offshore’), no limite de uma prorrogação de 30 dias. O grupo, que negociou então com os credores novos prazos para o pagamento de vários empréstimos, devia ter efectuado um reembolso referente a uma obrigação na segunda-feira, mas não conseguiu efectuar o pagamento, no valor de 470 milhões de dólares de Hong Kong. O grupo dispõe agora de um período de carência de 30 dias para evitar entrar em incumprimento. No entanto, a Country Garden admitiu “não poder honrar todos os reembolsos das suas obrigações junto dos investidores estrangeiros”. “Um incumprimento podia levar os credores em causa a exigir uma aceleração” dos reembolsos que lhes são devidos ou a iniciar um processo judicial, advertiu o grupo. A empresa pediu paciência aos investidores e disse que está a “avaliar as dificuldades actuais”. Do majongue ao dominó A Country Garden disse ter contratado consultores financeiros “para avaliar a estrutura de capital e a liquidez” das filiais. “A empresa pretende continuar a cooperar e a dialogar com todos os credores para chegar a uma solução realista o mais rapidamente possível”, referiu o comunicado. Um eventual incumprimento ia provocar ondas de choque nos mercados e agravar a crise no sector imobiliário chinês e o abrandamento da economia da China. No final de 2022, a Country Garden tinha uma dívida avaliada em 180 mil milhões de euros. No final de Junho, a empresa dispunha de 147,9 mil milhões de yuan em caixa, destinados sobretudo a concluir habitações já pagas pelos proprietários antes mesmo de serem construídas. A Country Garden “não dispõe de fontes de tesouraria suficientes” para fazer face aos pagamentos futuros, afirmou, no mês passado, a agência de notação financeira Moody’s. A agência baixou o ‘rating’ do grupo em três níveis, para “Ca”, sinónimo de “em incumprimento, com alguma esperança de recuperação”. Há muito que os grupos imobiliários chineses recorrem a pré-vendas como modelo de financiamento. Em 2021, no entanto, os reguladores chineses restringiram o acesso do sector ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, não resistiu. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das dívidas. A Country Garden tem quatro vezes mais terrenos para construção do que o grupo Evergrande, cujo incumprimento em 2021 provocou protestos dos compradores, alguns dos quais se recusaram posteriormente a pagar as prestações mensais. Na terça-feira da semana passada, a Country Garden afirmou que a “prioridade operacional (…) é assegurar a entrega” de casas. Qualquer paragem na construção pode suscitar instabilidade social. A China tem já um grande número de construções inacabadas. Outro construtor chinês sobre-endividado, o grupo Kaisa, admitiu ontem numa audiência em Hong Kong que está “insolvente em termos de liquidez”, depois de não ter conseguido pagar as dívidas em 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaCountry Garden | Evitado incumprimento com dívida paga no limite Após ver as suas accões subirem na segunda-feira mais de 15%, a gigante do imobiliário chinês saldou a dívida de 22,5 milhões de dólares a tempo e evitou entrar numa situação de incumprimento A Country Garden, a maior construtora da China, pagou ontem 22,5 milhões de dólares referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais (‘offshore’), no limite de uma prorrogação de 30 dias. A empresa conseguiu assim evitar incorrer em incumprimento, avançou a imprensa local. O pagamento devia ter sido realizado, originalmente, no dia 6 de Agosto, aos titulares de duas obrigações, com um valor combinado de 990 milhões de dólares e maturidades em 2026 e 2030, indicou o jornal de Hong Kong South China Morning Post, que cita fontes próximas da empresa. A Country Garden evitou anteriormente entrar em incumprimento, após negociar a restruturação da sua maior obrigação, um título emitido no mercado chinês, no valor de 3,9 mil milhões de yuan, que vai agora ser pago até Setembro de 2026. As acções da promotora tinham subido quase 15 por cento na segunda-feira, devido ao acordo de restruturação e a medidas de apoio anunciadas por Pequim ao sector imobiliário. A Country Garden foi excluída esta semana do índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, após as suas acções terem perdido quase 95 por cento do seu valor desde o pico, que remonta ao início de 2018. Em 2021, os reguladores chineses restringiram o acesso do sector ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, colapsou. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das suas dívidas. Queda a pique A Country Garden está a tentar não entrar em incumprimento em nenhuma das suas obrigações, o que poderia traduzir-se num risco para o sector financeiro chinês, ainda maior do que o suscitado pela Evergrande em 2021, uma vez que a Country Garden tem quatro vezes mais imóveis e 60 por cento das suas vendas provêm de cidades de terceiro e quarto níveis, onde o mercado imobiliário foi mais afectado do que nas principais cidades do país. A Country Garden, até recentemente considerada uma das promotoras mais bem geridas no contexto da crise imobiliária, anunciou na semana passada perdas de 48.932 milhões de yuan no primeiro semestre e alertou que enfrenta “falta de liquidez”. No final do semestre, o passivo total da construtora fixou-se em cerca de 1,36 biliões de yuan. No total, de acordo com estimativas do banco norte-americano JPMorgan, citadas pelo South China Morning Post, a Country Garden poderá enfrentar mais de 2,5 mil milhões de dólares em vencimentos de obrigações, tanto na China como no estrangeiro, até ao final do ano.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Country Garden tenta negociar restruturação da dívida A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, está a negociar com credores a restruturação da sua dívida, visando evitar a entrada em incumprimento, o que teria consequências muito graves para a segunda maior economia mundial. O grupo, há muito considerado financeiramente sólido, não conseguiu no início do mês pagar o cupão de dois títulos obrigacionistas, correndo assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias. Isto ocorre numa altura em que o sector imobiliário atravessa uma crise sem precedentes na China. A construtora, que está presente sobretudo em cidades de pequena e média dimensão e emprega dezenas de milhares de funcionários, tem ainda de pagar uma obrigação no valor de 3,9 mil milhões de dólares, que vence em dez dias. A Country Garden está em negociações com os credores desde quarta-feira para adiar o prazo para 2026. Os credores tiveram até às 22:00 de sexta-feira para votar ‘online’, segundo a agência de notícias Bloomberg. Um acordo permitiria que a Country Garden evitasse a entrada em incumprimento. Seria a maior dívida na China desde a da Evergrande, há dois anos. A situação da Country Garden está a causar nervosismo nos mercados porque o grupo tinha uma dívida de cerca de 176 mil milhões de euros, no final de 2022, segundo cálculos da Bloomberg. A Country Garden foi a maior construtora na China no ano passado. Tem quatro vezes mais projectos que a Evergrande, cuja paralisação das obras gerou protestos em todo o país. O grupo consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua líder, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia.
Hoje Macau China / ÁsiaCountry Garden | Acções afundam após construtora falhar pagamentos A crise do imobiliário na China conheceu mais um episódio com a queda colossal das acções da Country Garden na praça financeira de Hong Kong As acções da Country Garden, uma das maiores construtoras da China, afundaram ontem mais de 15 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong, numa altura em que a precária saúde financeira da empresa preocupa os mercados. A situação da Country Garden é consequência directa de uma crise de liquidez sem precedentes no imobiliário da China, suscitada por uma campanha lançada por Pequim para reduzir os níveis de alavancagem no sector, que representa um quarto do PIB chinês. A Country Garden está presente sobretudo em cidades de pequena e média dimensão e emprega dezenas de milhares de funcionários. O grupo consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua líder, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia. Mas a Country Garden não conseguiu na segunda-feira passada cumprir com o pagamento do cupão de dois títulos obrigacionistas. O grupo corre assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias. A empresa estimou a sua dívida em cerca de 150 mil milhões de euros, no final de 2022. A agência Bloomberg estima que a dívida ascende a cerca de 176 mil milhões de euros. As acções da Country Garden tombaram 16,3 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong, a meio da sessão de ontem. Crise geral A dona da Country Garden admitiu na sexta-feira passada numa carta que a empresa enfrenta as “maiores dificuldades” desde a sua criação por causa da conjuntura económica. Yang Huiyan, que se tornou bilionária aos 25 anos ao herdar as acções do grupo fundado pelo pai, disse, no entanto, que a Country Garden vai lutar pela sua sobrevivência. Tal como no caso da Evergrande, cujo passivo supera os 300 mil milhões de euros, qualquer colapso da Country Garden teria repercussões catastróficas no sistema financeiro e na economia chinesa. O grupo, que deve publicar os seus resultados semestrais ainda este mês, diz esperar um prejuízo líquido entre 5,6 e 7 mil milhões de euros. Segundo a agência de ‘rating’ Moody’s, 3,9 mil milhões de euros em títulos de dívida emitidos pela empresa vão vencer em 2024. A Moody’s baixou na quinta-feira a classificação da dívida do grupo para “Caa2”, sinónimo de “risco de crédito muito alto”. A reforma habitacional na China, no final da década de 1990, levou a um ‘boom’ no sector, alimentado pelas normas sociais. A aquisição de casa própria é muitas vezes pré-requisito para casar. No entanto, em 2021, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. A falta de liquidez no sector fez com que várias obras em todo o país fossem obrigadas a parar, o que resultou, no Verão passado, num “boicote às hipotecas”, que se estendeu a mais de uma centena de cidades, com os compradores de apartamentos inacabados a deixarem de pagar a prestação mensal aos bancos. Nos últimos meses, o Governo mudou de rumo e anunciou várias medidas de apoio, inclusive a abertura de linhas de crédito, cujo objectivo prioritário é finalizar empreendimentos cujas obras ficaram por completar.