CTT | Investigado alegado plágio em concurso de postais

Um concurso para criar bilhetes postais de comemoração dos 140 anos dos CTT originou polémica online com acusações de plágio de um trabalho submetido há cinco anos numa competição organizada por uma entidade privada. Face às queixas, os CTT decidiram investigar as alegações

 

Tudo parecia correr bem, com a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) a afirmar que o Concurso de Criação de Bilhetes Postais – Conto Bem as Estórias de Macau por Bilhete Postal “foi realizado com sucesso”. Pelo menos até a Internet se fazer ouvir. Pouco depois de publicados os resultados do concurso organizado para celebrar o 140º aniversário dos CTT, era partilhado nas redes sociais publicações a alegar que o trabalho classificado em segundo lugar no “grupo geral”, intitulado “Cultura diversificada de Macau em diferentes perspectivas”, teria sido plagiado de um trabalho submetido em 2019 num concurso organizado pelo Macao Education Centre for Culture and Arts.

Na página de Facebook dos CTT, a publicação que anunciou os resultados do concurso foi comentada por um internauta que pediu aos serviços para lidarem correctamente com as alegações de plágio. Os CTT responderam ontem, afirmando que “vão investigar o incidente”.

Uma das publicações que maior visibilidade deu ao caso foi da autoria de uma advogada em Hong Kong, que mostrou o seu desagrado no Facebook começando por declarar que conhece a menina que pintou o postal original e que é amiga da mãe.

“A criadora original do trabalho até participou no concurso, mas não foi seleccionada. Porém, o trabalho que ficou em segundo lugar é um plágio de um desenho que fez em 2019. Se o plágio for confirmado, os CTT vão manter o prémio do segundo lugar?”, questiona. A advogada faz ainda uma ressalva sobre direitos de autor. “O problema complicado é que o plágio é encarado de perspectivas diferentes quando se fala de obras artísticas. No mundo das artes, copiar um conceito é plágio”, aponta a jurista.

 

É preciso ver

Comparando as imagens, ambas têm as Portas do Cerco como “moldura” para a composição que reúne vários elementos com edifícios emblemáticos da cidade. Apesar de não serem totalmente idênticos, ambos têm no topo o Farol da Guia, uma representação do Grande Prémio com o Mercado Vermelho por baixo e a Torre de Macau à esquerda iluminada por fogo-de-artifício. As semelhanças na distribuição de elementos não ficam por aqui, com distribuição de cores e pequenos detalhes semelhantes.

O concurso decorreu entre 18 de Setembro a 15 de Novembro e os resultados foram revelados na passada terça-feira. No total, foram recebidos 383 trabalhos, incluindo 353 trabalhos do Grupo Estudante (para alunos do ensino primário e secundário) e 30 trabalhos do Grupo Geral (aberto a residentes maiores de 18 anos).

Os dois primeiros lugares do grupo estudante ganham 2.000 e 1.200 patacas de prémio, enquanto no grupo geral os prémios monetários para o primeiro lugar são de 3.000 patacas e o segundo lugar 2.000 patacas.

Nas regras do concurso, os CTT declararam que “se um trabalho premiado for produto de plágio, qualquer prémio entregue deve ser devolvido”.

5 Mar 2024

Função Pública | Mais de metade dos candidatos falha na prova de avaliação

Sessenta por cento dos candidatos ao concurso de avaliação de competências integradas do regime de gestão uniformizada da função pública chumbou na prova de avaliação escrita. O resultado foi ontem divulgado em Boletim Oficial

[dropcap]D[/dropcap]os 9225 candidatos ao concurso de avaliação de competências integradas do regime de gestão uniformizada da função pública, 70 por cento compareceram na prova escrita. Destes, 60 por cento reprovaram, ou seja, tiveram classificação inferior a 50 valores, avançou ontem a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) em comunicado. A prova realizou-se no passado dia 20 de Janeiro.

Os candidatos aprovados podem, dentro de 3 anos, ou seja, até 12 de Março de 2022, concorrer a concursos de avaliação de competências profissionais ou funcionais para técnico superior, médico veterinário, meteorologista, intérprete-tradutor e letrado.

Trata-se do segundo concurso de avaliação de competências integradas tendo por referência a habilitações académicas, realizado após a revisão do Regulamento Administrativo n.º 23/2017, aponta a mesma fonte.

 

Uniformização em crise

Recorde-se que em Julho de 2016 entrou em vigor o novo sistema de recrutamento, selecção e formação para acesso à Função Pública. O sistema inclui regulamentação para a avaliação de competências integradas nos concursos de gestão uniformizada em que a selecção dos trabalhadores dos serviços públicos é efectuada sob orientação da SAFP.

O concurso de gestão uniformizada está dividido em duas fases. A etapa de avaliação de competências integradas, assegurada pelos SAFP e a etapa de avaliação de competências profissionais ou funcionais que fica a cargo dos serviços interessados no recrutamento dos trabalhadores, depois da qual são realizadas as entrevistas de selecção.

Em Julho de 2018, o Governo admitiu a revisão do regime de recrutamento uniformizado à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública. Em causa estava a preocupação do Governo com o facto de muitos dos candidatos que ingressam nos concursos públicos acabarem por desistir e não comparecer nas provas de avaliação.

 

 

 

14 Mar 2019

Turismo | Airbnb cancela concurso para dormir na Grande Muralha

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]plataforma electrónica de arrendamento de casas Airbnb suspendeu um concurso que oferecia uma noite numa atalaia da Grande Muralha, o símbolo mais expressivo da China, devido às críticas dos internautas chineses, que temiam danos.
Segundo a imprensa local, a empresa informou que não avançará com o seu plano original de oferecer a oito vencedores de um concurso uma noite numa das maiores maravilhas da arquitectura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O concurso, designado Noite na Grande Muralha, foi permitido pelas autoridades chinesas, assegura a Airbnb, mas suscitou críticas entre a opinião pública chinesa. “A Grande Muralha é património histórico sob protecção, como é possível que permitam a sua conversão para alojamento”, reagiu um internauta na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China. “Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro”, questionou outro.
O alojamento envolvia a conversão de uma atalaia da Grande Muralha, monumento com 2.600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem electricidade, ligação à internet, ar condicionado ou televisão.
Não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas leis que visam a protecção e conservação do monumento, que se estende ao longo de 21.000 quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a conservação deste

9 Ago 2018

Ensino | IPM vence concurso mundial de chinês-português

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s equipas da Universidade de Comunicação da China e do Instituto Politécnico de Macau ganharam o primeiro e o segundo prémios gerais, respectivamente, da segunda edição do Concurso Mundial de Tradução Chinês-Português, foi ontem anunciado. O terceiro prémio geral foi para uma equipa da Universidade de Estudos Internacionais de Xian, enquanto o IPM conquistou o primeiro e o segundo lugares na categoria de prémios especiais para equipas de instituições de ensino superior de Macau, de acordo com um comunicado agora divulgado.
Os cinco prémios de menção honrosa foram entregues a equipas do Instituto Politécnico de Leiria, da Universidade Jiaotong de Pequim, da Universidade de Minho, da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim e da Universidade de Estudos Internacionais de Sichuan.
Aos participantes da próxima edição deste concurso, organizado pelo IPM e pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), o presidente do IPM disse esperar “novos contributos para o desenvolvimento e prosperidade cultural sino-lusófona”.
As equipas concorrentes, compostas por dois ou três alunos e um professor orientador, tiveram cerca três meses para traduzir um texto de português para chinês, contendo mais de cinco mil frases e sem ultrapassar as dez mil. O primeiro prémio é de 140 mil patacas (14,7 mil euros), o segundo de 105 mil e o terceiro de 75 mil. Cada equipa que ganhar uma menção honrosa receberá 25 mil patacas. O prémio especial para as equipas das instituições de ensino superior de Macau é de 68 mil patacas para o primeiro lugar e de 35 mil para o segundo.

8 Ago 2018

Concurso | Minho com o melhor chinês

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês alunos da Universidade do Minho venceram ontem o “concurso mundial de tradução chinês-português”, uma iniciativa que pretende desenvolver o intercâmbio de técnicas de tradução das duas línguas entre estudantes de ensino superior. O segundo lugar foi atribuído à equipa do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e o terceiro aos representantes da Universidade Jiaotong de Pequim.

O concurso contou com 87 equipas, constituídas por dois a três estudantes universitários e um professor-orientador, de 27 instituições de ensino superior do Brasil, Portugal, China e Macau, indicou a organização a cargo do Gabinete de Gabinete de Apoio ao Ensino Superior e do IPM.

A organização recebeu um total de 58 traduções para língua portuguesa de dez mil frases em chinês, extraídas pela organização de artigos ou livros. As equipas entregaram os trabalhos três meses depois de terem recebido os originais.

Na cerimónia de entrega dos prémios, o presidente do IPM, Lei Heong Iok, felicitou os participantes e anunciou que o concurso vai continuar no próximo ano, de acordo com um comunicado da organização.

A organização criou “prémios especiais” para apoiar a participação de equipas de instituições de ensino superior de Macau, sendo o primeiro lugar atribuído aos representantes do IPM e o segundo à Universidade de Macau.

A comissão honorária da competição é presidida pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, o vice-presidente é Huang Youyi, vice-presidente executivo da Associação de Tradutores da China, e integra também académicos da Universidade de Lisboa, da Universidade de Coimbra e do Instituto Politécnico de Leiria.

Plano de apoio ao empreendimento vai ser alterado

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uase metade dos empréstimos que o Governo concedeu a jovens para abrirem negócios nos últimos quatro anos foi utilizada para comércio a retalho, afirmou ontem o Conselho Executivo. O Plano de Apoio a Jovens Empreendedores, que vai ser actualizado, existe desde Agosto de 2013 e, desde então, atribuiu 246 milhões de patacas a 1037 projetos, o que significa que cerca de dois terços dos pedidos apresentados foram aprovados.

Destes, 533 ou 48 por cento correspondiam a actividades de comércio a retalho, num total de 118 milhões de patacas. Se às lojas juntarmos o comércio por grosso (6,9 por cento), o número de projectos sobe para 605.

Os restaurantes e hotéis são a segunda actividade mais popular neste programa de financiamento, com 101 (12 por cento do total) projectos aprovados em quatro anos com 29,5 milhões de patacas. Em terceiro lugar ficam os serviços prestados às empresas, 104 ou 7,2 por cento do total, com 17,8 milhões de patacas.

O Plano de Apoio a Jovens Empreendedores concede uma verba de apoio, sem juros, no valor máximo de 300 mil patacas a jovens com idades entre os 21 e os 44 anos que queiram abrir o seu próprio negócio, mas não disponham de capital suficiente.

Ontem, foram apresentadas algumas alterações a este programa, pelo Conselho Executivo, incluindo alargamento do âmbito de beneficiários que passa também a abranger, além de jovens que querem abrir um primeiro negócio, outros que já tenham experiência.

Deixa também de ser possível receber este apoio quem já recebeu verbas do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização.

No entanto, entra em vigor um novo requisito, que obriga o beneficiário a concluir um curso de formação relacionado com o empreendedorismo com duração não inferior a 42 horas. O curso pode ser dispensado se o beneficiário já tiver um grau académico na área de gestão de empresas.

10 Ago 2017

Cultura | FIC só apoiou 30% das candidaturas

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o final de dois anos de funcionamento, o Fundo para as Indústrias Culturais (FIC) apresentou ontem os resultados das candidaturas a apoio financeiro, sendo que a percentagem de aprovações surpreende por ser baixa. Apenas 26,79% dos projectos viram luz verde do FIC, ou seja, 62 de um total de 321 candidaturas. Estes dados dizem respeito a 2014, sendo que este ano o FIC só aprovou oito projectos, os quais deverão representar 15 milhões de patacas em apoio concedido.
Com um investimento de 89 milhões de patacas por parte do Governo, os projectos aprovados prometem criar 413 postos de trabalho, dirigindo investimentos num valor total de 460 milhões de patacas. Tratam-se sobretudo de candidaturas na área do design criativo, exposições e espectáculos culturais, colecção de obras artísticas ou media digital, entre outras.
Citado pela Rádio Macau, o presidente do FIC, Leong Heng Teng, frisou que não é objectivo da entidade reduzir os apoios financeiros, por culpa da austeridade imposta pelo Executivo. “Não se pretende reduzir a força do apoio financeiro às empresas. Temos um determinado nível de autonomia na concessão do apoio”, garantiu.
Davina Chu, vogal do conselho de administração do FIC, explicou que os projectos candidatos a apoio o ano passado não tinham muito conhecimento das regras de candidatura. “Apesar de o número de candidaturas ser um pouco inferior ao ano passado, a qualidade dos projectos está a subir”, explicou.

Projectos na calha

Daqui para a frente, o FIC afirma estar a estudar novas hipóteses de financiamento às Pequenas e Médias Empresas (PME). “O FIC pretende, ainda, lançar, a título experimental, apoio financeiro a projectos específicos, sendo os destinatários projectos nas áreas das marcas de moda, exposições e espectáculos culturais locais e da indústria cultural da economia comunitária, aumentando o nível de apoio”, pode ler-se no comunicado cedido à imprensa.
Para o próximo ano será ainda lançada a “medida das indústrias culturais, mediante a cooperação entre as três partes do Governo, indústrias e académicos, encarregando estabelecimentos de ensino superior locais de proceder a análises e estudos”.
Tais análises serão feitos com os dados apresentados até agora pelas empresas candidatas, por forma a traçar planos até 2018.

6 Nov 2015