Covid-19 | Autoridades chinesas criticam baixa vacinação de Macau

Macau recebeu uma visita de quatro dias da delegação da Comissão Nacional de Saúde da China, que deixou recomendações sobre a baixa taxa de vacinação no território, por comparação ao elevado número de doses administradas no Interior do país

 

A baixa taxa de vacinação em Macau foi um dos pontos criticados pelas autoridades chinesas no final de uma visita de quatro dias, que começou a 28 de Agosto e terminou ontem. Na habitual conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Tai Wa Hou, coordenador do programa de vacinação, explicou que, na opinião do grupo de oito especialistas, “Macau está ainda muito distante do [nível atingido] pelo Interior da China”, tendo em conta que, nesta região do país, já foram administradas 2.040 milhões de doses de vacinas.

Além disso, os especialistas defenderam “medidas mais pró-activas para promover a vacinação”, e que passam por “conseguir a inoculação de um maior número possível de pessoas e procurar saber as razões pelas quais alguns grupos de pessoas não querem ser vacinados”.

Tai Wa Hou adiantou apenas que “há experiências que podemos aproveitar”, sendo que agora será feito um relatório escrito e balanço sobre a visita.

Uma volta por Macau

A visita dos especialistas da Comissão Nacional de Saúde da China foi feita a convite da RAEM e incluiu também a passagem por vários locais onde se realizam testes e acções de monitorização da pandemia.

“Falaram de assuntos como os testes de ácido nucleico e foram feitas sugestões ao pessoal dos postos fronteiriços, instituições médicas e todos os que asseguram a logística e a entrega de bens”, referiu o responsável.

Na opinião dos especialistas, poder-se-ia equacionar a possibilidade de classificar as pessoas envolvidas nestes trabalhos para definir o número de testes de despistagem à covid-19 a realizar, “consoante se o nível de risco [de infecção] é alto ou baixo”.

Relativamente ao início de um novo ano lectivo, foi adiantado que, até ontem, 11 mil alunos e docentes estavam inscrito para o teste de ácido nucleico antes do arranque das aulas. Em relação às eleições, foram anunciadas regras de votação para residentes que se encontram em quarentena.

“Os eleitores devem fazer o teste antes da eleição e depois seguem do seu quarto, um a um, para votar, evitando o contacto próximo uns com os outros. Exige-se o uso de máscara quando saírem do quarto e devem usar luvas e álcool-gel. Os trabalhadores das assembleias de voto, incluindo os trabalhadores que vão contar os votos, devem vestir os fatos de protecção”, disse a médica Leong Iek Hou.

3 Set 2021

China administrou 74,96 milhões de doses de vacinas contra a covid-19

A China administrou, até ao momento, 74,96 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus entre os seus habitantes, informou ontem o porta-voz da Comissão Nacional de Saúde da China, Mi Feng.

Em conferência de imprensa, Mi Feng disse que, em menos de uma semana, foram fornecidas quase 10 milhões de vacinas, em linha com o objectivo do país de acelerar a imunização dos seus 1.400 milhões de habitantes, e vacinar cerca de 40% da população até Junho. O porta-voz disse que Pequim considera implementar políticas diferenciadas na emissão de vistos e de controlo de viajantes que chegam à China desde o exterior, em função do progresso de vacinação nos países de origem.

O vice-director do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, Feng Zijian, disse que, de momento, não está contemplada a possibilidade de excluir os vacinados das rigorosas medidas de quarentena, aplicadas em cidades como Pequim, aos cidadãos que chegam do exterior.

A China prestará atenção aos progressos do passaporte internacional de vacinas, de onde quer que seja emitido, e poderá ajustar as medidas de controlo do vírus, assim que a população alcance um alto nível de imunidade, disse.

Na mesma conferência de imprensa, o porta-voz da farmacêutica chinesa Sinovac indicou que 70 milhões de doses da sua vacina foram administradas a nível global, embora não tenha precisado quantas delas foram fornecidas na China.

Segundo Mao Junfeng, do Ministério da Indústria, a produção prevista para 2021 neste país asiático pode atender completamente às necessidades da China.

De acordo com a imprensa local, em algumas zonas do país, como a capital, Pequim, já foram vacinados os moradores com mais de 60 anos, depois de concluída a campanha de vacinação dos grupos considerados de risco, como funcionários, empregados portuários e de transportes, de acordo com a imprensa local.

A China ofereceu-se para, na próxima semana, vacinar os jornalistas estrangeiros destacados no país, assim como os membros das delegações diplomáticas, com uma das vacinas da farmacêutica estatal, a Sinopharm.

Segundo o responsável do Centro para o Controlo de Doenças do país, Gao Fu, numa entrevista recente na televisão estatal CGTN, a China espera vacinar entre 70% e 80% da sua população, para finais deste ano, meados do próximo, e alcançar então a imunidade de grupo.

Para isso, o país devia vacinar entre 900.000 e um milhão de pessoas, segundo Gao Fu. Até ao momento, as autoridades chinesas autorizaram a comercialização de quatro vacinas contra a covid-19: duas da Sinopharm, uma da Cansino e outra da Sinovac.

Além disso, um total de 16 vacinas desenvolvidas na China já começaram testes clínicos, revelou um funcionário do Governo em finais de Janeiro. Por enquanto, as autoridades de Pequim não deram luz verde à comercialização no território chinês de nenhuma vacina desenvolvida no estrangeiro, apesar de, por exemplo, a farmacêutica Fosun Pharma ter assinado um acordo para distribuir em exclusivo a vacina da Pfizer e BioNTech na China.

22 Mar 2021