Hoje Macau China / ÁsiaResponsável pelo Tesouro da Austrália visita Pequim O responsável pelo Tesouro da Austrália, Jim Chalmers, vai visitar Pequim esta semana, na primeira deslocação de nível ministerial do governo australiano à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas tensas relações bilaterais. Chalmers parte para Pequim na quinta-feira para uma visita de dois dias. O último responsável pelo Tesouro australiano a visitar a China foi Scott Morrison, em 2017. Chalmers disse ontem que o principal objectivo da sua visita é co-presidir o Diálogo Económico Estratégico Austrália-China com He Lifeng, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planificação económica do país asiático. As discussões centrar-se-ão no crescimento do comércio e do investimento com a China e nas oportunidades de cooperação entre as empresas australianas e chinesas, segundo documentos governamentais. “Este é outro passo muito importante para estabilizar a nossa relação económica com a China”, disse Chalmers, citado pela imprensa australiana. “Fará parte dos esforços metódicos e coordenados do governo de Albanese para restabelecer o diálogo com a China, o maior parceiro comercial da Austrália”, acrescentou Chalmers. O diálogo foi realizado pela última vez em 2017. Tempestade e bonança As relações bilaterais atingiram o seu ponto mais baixo em 2020, depois de o governo de Morrison ter apelado a uma investigação independente sobre as origens da covid-19. Em 2020, a China impôs uma série de proibições oficiais e não oficiais aos produtos australianos, incluindo carvão, algodão, vinho, cevada, carne de bovino, lagostas e madeira, que custaram aos exportadores australianos até 20 mil milhões de dólares australianos, por ano. A maior parte desses obstáculos comerciais foram eliminados desde que o governo conservador foi destituído, após nove anos de mandato. Em Novembro, Albanese tornou-se o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos. Em Junho, Li Qiang tornou-se o primeiro primeiro-ministro chinês a visitar a Austrália em sete anos. A Austrália tem um acordo de comércio livre com a China desde 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália | “Fase positiva” na relação comercial com a China O ministro do Comércio australiano elogiou esta sexta-feira “a fase positiva” que a Austrália regista nas relações com a China, após uma viagem a Pequim com o objectivo de encerrar anos de tensões comerciais entre os dois países. Don Farrell que manteve um encontro com o seu homólogo chinês, Wang Wentao, naquela que foi a primeira reunião a este nível desde 2019, sublinhou que os dois países “concordaram em intensificar o diálogo sobre o acordo de livre comércio e através de outros canais para resolver questões pendentes”. Os dois países “continuarão a desenvolver esta fase positiva para [as suas] relações comerciais”, durante uma futura visita à Austrália que Wentao concordou em realizar, acrescentou Farrell, em conferência de imprensa citada pela agência France-Presse (AFP). Em 2020, a China impôs tarifas significativas sobre exportações australianas cruciais, como carne bovina, vinho ou cevada, no auge de um episódio grave de tensões com o Governo conservador na altura no poder em Camberra. Pequim agiu em retaliação a uma lei australiana contra influências estrangeiras, que privou a empresa chinesa Huawei de realizar contratos na área da rede 5G. O Governo chinês também protestava contra os repetidos apelos das autoridades de Camberra para lançar uma investigação independente sobre as origens da pandemia de covid-19. A China deixou ainda de comprar matérias-primas importantes, incluindo carvão, da Austrália, privando o país de biliões de dólares em receitas. Durante a conferência de imprensa, o ministro australiano não mencionou um plano chinês para suspender estas restrições imediatamente, mas disse esperar que algumas das questões pendentes possam ser resolvidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China suspende acordo económico com Austrália As relações entre a China e a Austrália continuam trajectória descendente. Em resposta à revogação de Camberra, em Abril, de um acordo sobre a “Nova rota da Seda”, Pequim anuncia agora a suspensão de todas as actividades relacionadas com o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” firmado entre as duas nações A China anunciou ontem a suspensão um pacto de cooperação económica com a Austrália, depois de Camberra ter anunciado, no mês passado, a intenção de revogar um acordo relativo à iniciativa chinesa da “Nova rota da seda”. Esta atitude da Austrália “visa perturbar as trocas e a cooperação normais com a China, numa mentalidade de ‘guerra fria’ e de discriminação ideológica”, acusou a agência de planeamento chinesa, em comunicado. Pequim decidiu suspender indefinidamente o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” e “todas as actividades” relacionadas, acrescentou. Desde 2018 que as tensões entre os dois países se têm agravado, devido a divergências sobre um crescente número de temas, da tecnologia das redes móveis de 5G a acusações de espionagem, Hong Kong ou ainda a origem do novo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19. Neste contexto de tensão, o Governo australiano anunciou, no mês passado, que ia rescindir um acordo assinado pelo estado de Victoria (sudeste da Austrália) para se juntar à “Nova rota da seda”. Lançado em 2013 por iniciativa do Presidente chinês, Xi Jinping, o projecto visa melhorar os laços comerciais entre Ásia, Europa e África, através da construção de portos, ferrovias, aeroportos ou parques industriais. Pequim tinha então denunciado uma “medida pouco razoável e provocatória” tomada por Camberra. Maus indícios As relações entre Pequim e Camberra têm sido particularmente tensas desde que o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison pediu, no ano passado, uma investigação internacional sobre as origens da covid-19. A China, o primeiro país afectado pela pandemia, considerou este pedido como hostil e politicamente motivado. Como resultado, Pequim tomou, no ano passado, uma série de medidas de retaliação económica contra mais de uma dúzia de produtos australianos, incluindo cevada, carne de vaca e vinho. Por seu lado, Camberra aprovou, também em 2020, novas leis que lhe permitem cancelar qualquer acordo entre representantes de um estado australiano e países terceiros que seja considerado como uma ameaça ao interesse nacional. De acordo com a Constituição australiana, o Governo federal é responsável pelos Negócios Estrangeiros e pela Defesa e os estados e territórios por áreas como Saúde e Educação.