Hoje Macau China / ÁsiaNATO, UE, sanções e acordo sobre cereais dominaram reuniões na Arábia Saudita A integração da Ucrânia na NATO e na UE, as sanções à Rússia e a prorrogação do acordo sobre os cereais estiveram em destaque nas reuniões na Arábia Saudita, anunciou o Governo ucraniano. No encontro com o representante europeu, o principal conselheiro para a política externa do presidente do Conselho Europeu, “foi dada especial atenção aos progressos realizados pela Ucrânia na via da adesão à UE e aos progressos registados na aplicação das sete recomendações da Comissão Europeia, que vão constituir a base para o lançamento das negociações de adesão”, de acordo com um comunicado, divulgado no domingo. “A adesão da Ucrânia à UE é parte integrante das garantias de segurança para o nosso país e uma garantia de paz duradoura no continente europeu. O chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia [Andriy Yermak] apelou aos parceiros europeus para que desenvolvam o próximo 12.º pacote de medidas restritivas da UE contra a Rússia”, indicou na mesma nota. No encontro que juntou, em Jeddah, conselheiros de segurança nacional e representantes internacionais sobre o conflito na Ucrânia, Yermak e o conselheiro para a Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos “chegaram a acordo sobre acções conjuntas no contexto da aplicação da Fórmula de Paz e dos preparativos para a Cimeira Mundial da Paz”. Kiev acrescentou que os interlocutores “trocaram igualmente pontos de vista sobre os resultados da Cimeira da NATO em Vilnius e sobre as novas medidas para a integração da Ucrânia na Aliança”, sendo que “Andriy Yermak avaliou positivamente o início das negociações com os Estados Unidos sobre um acordo bilateral relativo a garantias de segurança para a Ucrânia”. Outras matérias Com os representantes do Qatar e da Arábia Saudita, a discussão centrou-se nos contributos que estes dois países podiam ter para a libertação dos prisioneiros ucranianos e para a segurança alimentar, incluindo o prolongamento do acordo sobre os cereais, o tema que mereceu também um sublinhado na reunião entre Yermak e o representante turco: “a tónica foi colocada nas medidas conjuntas para assegurar o funcionamento da Iniciativa para os Cereais do Mar Negro”. Por fim, com a Polónia “os interlocutores debateram em pormenor a questão de assegurar a exportação de cereais ucranianos por via terrestre para os países da UE no contexto do bloqueio contínuo dos portos ucranianos”, com o chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a manifestar “a esperança de que os países vizinhos da Ucrânia se abstenham de impor medidas restritivas unilaterais à exportação de produtos agrícolas ucranianos após 15 de Setembro”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | EUA questionam subsídios atribuídos a produtores de cereais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s apoios atribuídos pela China aos produtores de milho, trigo e arroz “respeitam” as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), garantiu ontem Pequim, após Washington ter apresentado queixa sobre o que considera incentivos comerciais “injustos”. Os Estados Unidos da América alegam que a China, o maior produtor mundial de trigo e arroz, distribuiu “apoios aos preços de mercado”, no total de 100.000 milhões de dólares, um valor superior ao permitido pela OMC. O apoio estatal “torna os produtores chineses mais competitivos nos mercados internacionais”, acusou Washington. O Ministério do Comércio chinês disse entretanto, que já recebeu o pedido de consulta por parte dos EUA, através do mecanismo de resolução de litígios da OMC, mas insistiu que os apoios são “legais”, avançando ainda que, “agricultura é uma indústria essencial em qualquer país e é fundamental para os interesses económicos dos produtores agrícolas”, segundo comunicado difundido na terça-feira. O apoio dado pelo Governo ao sector é uma “prática internacional comum”, refere. Segundo as autoridades norte-americanas, a China tem atribuído subsídios ao sector acima do valor de 8,5% dos preços de referência dos grãos, definido pela OMC. O Secretário da Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, afirmou que “se a China estivesse disposta a operar segundo o regime estipulado pela OMC”, as exportações norte-americanas para o país no sector agrícola estariam acima do nível actual, de 20.000 milhões de dólares por ano, que correspondem a 200.000 postos de trabalho. Muitos destes empregos são em Estados como Iowa ou Kansas, que devido às particularidades do sistema eleitoral norte-americano têm um papel muito importante nas eleições presidenciais do país. Tanto Donald Trump como Hillary Clinton, ambos candidatos, dos partidos Republicano e Democrata respectivamente, coincidem na opinião de que os EUA devem rever a sua política comercial com a China, mostrando-se favoráveis a um maior proteccionismo. A queixa contra alegados subsídios atribuídos aos produtores de grãos é a 14.ª iniciada pelos EUA contra a China, desde que o Presidente Barack Obama assumiu funções, sendo que Washington ganhou todos os casos durante este período. Mas a China garante que “irá sempre proteger activamente os seus interesses industriais e comerciais”, aponta o comunicado do ministério do Comércio chinês.