Hoje Macau China / ÁsiaFrança | Pequim pede empenho para eliminação das taxas europeias sobre eléctricos O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, pediu ontem à ministra do Comércio Externo francesa, Sophie Primas, que “desempenhe um papel activo” para que as taxas impostas pela Comissão Europeia sobre veículos eléctricos chineses sejam removidas. Wang pediu à ministra que “mostre sinceridade” e procure uma “solução intermédia” com Pequim, durante uma reunião no domingo na megalópole oriental de Xangai, onde a sétima Exposição Internacional de Importação da China (CIIE) será inaugurada hoje, segundo um despacho da agência noticiosa oficial Xinhua. A investigação levada a cabo pelas autoridades europeias “afectou seriamente” a cooperação entre a União Europeia (UE) e o sector automóvel chinês, disse o ministro, que reiterou o seu apelo ao “diálogo e consulta” para resolver as fricções comerciais. Segundo a Xinhua, as equipas técnicas da UE e da China estão actualmente a realizar uma segunda ronda de consultas sobre as taxas alfandegárias aplicáveis sobre os automóveis eléctricos oriundos da China. Wang assegurou que as investigações anunciadas pela China em retaliação contra estas taxas – sobre brandy, produtos lácteos e carne de porco da UE – “cumprem as regras da Organização Mundial do Comércio”, e reiterou a sua oferta à Comissão Europeia para “procurar uma solução a este respeito”. De acordo com a Xinhua, Primas expressou a preocupação de Paris relativamente às investigações da China sobre o brandy e outros produtos, e garantiu que a França não quer que as tensões comerciais entre a China e a UE aumentem ainda mais. A França é considerada uma das principais defensoras da imposição de taxas sobre veículos eléctricos chineses, que entraram em vigor a 30 de Outubro e que prevêem taxas adicionais até 35,3 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaOMC | Pequim apresenta queixa contra tarifas do Canadá a eléctricos chineses As disputas comerciais entre a China e o Canadá continuam a provocar queixas de Pequim junto da Organização Mundial do Comércio. Pequim acusa o Canadá de seguir orientações dos Estados Unidos e de violar os princípios da economia de mercado e da concorrência leal A China disse ontem que apresentou uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelo Canadá aos veículos eléctricos e ao aço e alumínio vindos do gigante asiático. Em Agosto, o Canadá impôs uma sobretaxa de 100 por cento às importações de veículos eléctricos chineses, bem como uma tarifa de 25 por cento sobre o aço e o alumínio do gigante asiático, que entraram na terça-feira em vigor. O Ministério do Comércio da China anunciou a apresentação da queixa e acusou o Canadá de “ignorar factos objectivos, normas económicas e comerciais internacionais, objecções e desânimo de muitas partes”. O comunicado divulgado no portal do ministério na Internet criticou ainda o Canadá por “insistir em seguir certos países para tomar medidas de contenção unilateral medidas contra a China”, em referência aos Estados Unidos. As tarifas do Canadá são idênticas às impostas pelos Estados Unidos para contrariar o afluxo de automóveis subsidiados por Pequim. A China argumentou que as acções canadianas “violam os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, prejudicam gravemente a cooperação económica e comercial normal entre as empresas chinesas e canadianas, afectam gravemente as relações económicas e comerciais entre os dois países e perturbam a cadeia industrial global e a cadeia de abastecimento”. O ministério instou o Canadá “a considerar a cooperação económica e comercial bilateral de uma forma racional e objectiva”, “a respeitar os factos e a cumprir as regras da OMC” e “a não se afastar cada vez mais do caminho correcto”. “A China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, referiu o comunicado. Mundo eléctrico Na quarta-feira passada, a vice-primeira-ministra canadiana Chrystia Freeland disse que o país estava a ponderar seguir o exemplo dos Estados Unidos e proibir a venda de veículos conectados que incorporam tecnologias chinesas, apontando riscos para a segurança nacional. A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos, que podem ser ligados a dispositivos pessoais, outros veículos, infra-estructuras e aos seus fabricantes – incluindo automóveis eléctricos e automóveis autónomos. Questionada em conferência de imprensa sobre a decisão do Departamento de Comércio dos EUA de proibir ‘software’ chinês nos veículos, Freeland destacou que o Canadá também tem “preocupações reais de segurança” sobre a tecnologia. No início de Agosto, Freeland indicou também que o Canadá estava a considerar impor novos impostos sobre produtos minerais críticos, baterias, produtos de energia solar e semicondutores chineses. Também a União Europeia impôs sanções provisórias, de até 36 por cento, sobre as importações de veículos eléctricos chineses e que podem tornar-se definitivas até ao final de Outubro.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEléctricos | Estudo sugere novos subsídios para incentivar compra O trabalho de três académicos da Universidade Politécnica de Macau (UPM) defende que os incentivos na compra de veículos eléctricos devem ser mais específicos e beneficiar quem adquire as viaturas menos poluentes O Governo devia lançar um novo subsídio para a aquisição de veículos eléctricos com maiores apoios para a compra de viaturas com maior eficiência energética, menos emissões ou para uso comercial. Esta é uma das conclusões de um estudo elaborado por Cai Rongjiang, Li Lue e Lei Wenchang, académicos da Universidade Politécnica de Macau (UPM), com o título “Estão os residentes dispostos a pagar por veículos eléctricos?”, publicado na revista World Electric Vehicle Journal. Actualmente, a compra de veículos eléctricos em Macau está isenta do Imposto sobre Veículos Motorizados. Os automóveis ligeiros, motociclos e ciclomotores eléctricos também não precisam de pagar o Imposto de Circulação Anual. No entanto, o estudo sugere que se fosse criado um modelo de subsídio com diferentes escalões e maiores benefícios para os veículos com maior eficiência energética e menos emissões, a redução do impacto ambiental dos veículos seria maior. Nas conclusões, sobre a disponibilidade para adquirir uma viatura eléctrica, é ainda indicado que nesta fase a criação de incentivos financeiros é “crucial para promover a adopção de veículos eléctricos”. Mais acesso As sugestões dos autores para aumentar o número de veículos eléctricos a circular em Macau passam também por investir em redes de carregamento nas “áreas mais densamente povoadas” e “nos grandes centros de infra-estruturas e transportes”. Em relação aos investimentos na rede de carregamentos no território, o estudo sugere a criação de mais parcerias com o sector privado para acelerar o processo de instalação, ao mesmo tempo que se reduzem os custos. De acordo com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, no final de 2023, havia cerca de 1200 postos de carregamento públicos para automóveis eléctricos ligeiros, disponíveis em auto-silos ou na via pública. Além disso, havia um total de 550 postos de carregamento para motociclos e ciclomotores. Até 2030, o Executivo definiu como meta a instalação de 4.000 postos de carregamento. Por último, é indicada a necessidade de promover mais activamente campanhas de consciencialização da população para os benefícios das viaturas eléctricas. Segundo as sugestões deixadas, as campanhas devem focar questões como “a redução das despesas com os veículos” ou o melhor “custo-benefício” e passar pela realização de mais test drivers.
Hoje Macau China / ÁsiaEléctricos | Pequim soma mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos O desenvolvimento da indústria de carros eléctricos no país segue a bom ritmo com um aumento de estações de carregamento na ordem dos 53 por cento, face ao mesmo período do ano passado A China tem agora mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos eléctricos em todo o país, entre os quais 3,2 milhões são estações públicas, de acordo com dados oficiais ontem divulgados. No total, a China concluiu a instalação de 10,60 milhões de estações de carregamento até ao final de Julho, o que representa um aumento de 53 por cento, em termos homólogos, informou ontem a televisão estatal CCTV, que citou dados da Administração Nacional de Energia do país. Entre estes, 3,209 milhões são pontos de carregamento públicos e os restantes 7,394 milhões são privados. De acordo com a CCTV, nas cidades do leste do país, incluindo Hangzhou e Xangai, as autoridades estão a tentar expandir a utilização de estações de carregamento partilhadas, “o que permite aumentar a eficiência destes pontos em três vezes”. Foram também construídas estações de carregamento ultra-rápido nas auto-estradas que ligam as cidades centrais de Chengdu e Chongqing, enquanto o país está agora a tentar acelerar a instalação de pontos de carregamento nas zonas rurais. Aposta eléctrica Segundo Zou Peng, secretário-geral executivo da Aliança para a Promoção de Infra-estruturas de Carregamento de Veículos Eléctricos da China (EVCIPA), o país tem “a maior rede de serviços de carregamento e partilha do mundo”. “A potência total de carregamento e partilha ultrapassou os 160 milhões de quilowatts, que podem actualmente satisfazer as necessidades de carregamento de mais de 24 milhões de veículos de energia nova”, afirmou. Numa tentativa de promover este tipo de energia automóvel e reduzir a grave poluição nas cidades chinesas, as autoridades de várias províncias anunciaram, nos últimos anos, todo o tipo de medidas, incluindo medidas fiscais, para promover a utilização de carros eléctricos. A taxa de penetração dos veículos eléctricos no mercado atingiu 25 por cento em 2023 na China, em comparação com 15 por cento na Europa e 8 por cento nos EUA, de acordo com um estudo publicado no ano passado pela empresa de consultoria global Bain & Company.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Isenções fiscais 90% dos eléctricos até 2024 Mais de 90 por cento dos modelos eléctricos na China vão continuar a beneficiar de isenções fiscais, visando impulsionar as vendas, revelou ontem o ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação chinês. Em comunicado, o ministério afirmou que a decisão é motivada, entre outros factores, pela intenção de estabilizar o mercado automóvel, uma vez que os carros eléctricos continuam a ser mais caros do que os veículos tradicionais. “As políticas de redução e isenção de impostos para os consumidores vão ajudar a orientar as expectativas das empresas e a estabilizar e expandir o consumo de veículos eléctricos”, indicou o documento. Em Junho passado, as autoridades chinesas anunciaram um regime de incentivos fiscais de 520 mil milhões de yuans para o sector dos veículos eléctricos, até 2027, encorajando as marcas chinesas a olharem também para os mercados externos. Ao abrigo do programa, os compradores vão ficar isentos do pagamento de impostos na compra de carros elétricos até um máximo de 30.000 yuan em 2024 e 2025, enquanto em 2026 e 2027 pagarão apenas metade do imposto total. Pequim anunciou pela primeira vez este tipo de incentivos para os veículos eléctricos em 2014, e já os tinha prolongado em 2017, 2020 e 2022. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaUnião Europeia abre investigação à China por apoios aos carros eléctricos Apoios e linhas de crédito de bancos estatais para empresas que produzem carros eléctricos são, no entender da EU, ilegais. Pequim responde: “o inquérito baseia-se em suposições subjectivas, carece de provas suficientes e é contrário às regras da OMC”. A Comissão Europeia abriu ontem formalmente uma investigação à China por alegadas ajudas “ilegais”, como auxílios directos e créditos, no sector sensível e com importância estratégica dos carros eléctricos, com Bruxelas a salientar ter provas suficientes contra Pequim. A informação foi publicada ontem no Jornal Oficial da União Europeia (UE), cerca de três semanas após o anúncio da instituição, indicando a Comissão Europeia que, “por sua própria iniciativa”, inicia uma investigação “com base no facto de as importações de novos veículos eléctricos a bateria, concebidos para o transporte de passageiros, originários da República Popular da China estarem a ser objecto de subvenções, causando assim prejuízo à indústria da União”. “Após uma análise aprofundada da recente evolução do mercado e tendo em conta a natureza sensível do sector dos veículos elétricos e a sua importância estratégica para a economia da UE em termos de inovação, valor acrescentado e emprego, a Comissão obteve informações sobre o mercado a partir de várias fontes independentes”, que “indiciam a existência de práticas de subvenção ilegais”, acrescenta Bruxelas na argumentação. O executivo comunitário garante ainda ter “prova suficientes de que as importações do produto objecto de inquérito, originário da República Popular da China, beneficiaram de subvenções passíveis de medidas de compensação concedidas pelo governo”, o que levou ao rápido crescimento das marcas chinesas no mercado europeu. Em concreto, a Comissão Europeia adianta ter provas de diversos auxílios directos, empréstimos, créditos à exportação e linhas de crédito concedidos por bancos estatais ou ainda benefícios fiscais. O inquérito abrange alegadas práticas ilegais entre 1 de outubro de 2022 e 30 de setembro de 2023. Bruxelas avisa ainda Pequim de que “caso uma parte interessada recuse o acesso às informações necessárias, não as faculte no prazo estabelecido ou impeça de forma significativa a realização do inquérito, podem ser estabelecidas conclusões provisórias ou definitivas, positivas ou negativas, com base nos dados disponíveis”. Segundo dados da Comissão Europeia, os carros elétricos chineses, que entraram recentemente na UE, já representam 8% do mercado total, sendo 20% mais baratos face à concorrência europeia. A dimensão do mercado chinês e fortes apoios estatais propiciaram a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng. A resposta de Pequim O governo de Pequim foi lesto na resposta: “O inquérito anti-subvenções da UE sobre os veículos de nova energia nova (VNE) chineses baseia-se em suposições subjectivas, carece de provas suficientes e é contrário às regras da OMC”, afirmou o Ministério do Comércio da China (MOFCOM) na quarta-feira, em resposta à decisão da UE de realizar o inquérito. “Manifestamos uma forte insatisfação e uma firme oposição à decisão da EU”, afirmou o MOFCOM numa declaração publicada na quarta-feira. “A China acompanhará de perto o procedimento de investigação da Europa e salvaguardará firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, afirmou o MOFCOM. “A UE exige negociações com a parte chinesa num prazo extremamente curto e não forneceu materiais efectivos para a negociação, o que infringiu gravemente os direitos da China”, aainda segundo o ministério. O ministério chinês observou ainda que, no 10.º Diálogo Económico e Comercial de Alto Nível China-UE, realizado no final de Setembro, a parte chinesa afirmou claramente que o inquérito proposto pela UE é um proteccionismo flagrante e visa proteger a indústria da UE sob o pretexto de “comércio justo”, cujas medidas irão perturbar e distorcer seriamente as cadeia global da indústria automóvel, da qual a UE faz parte, e resultar em impactos negativos no comércio e nos laços económicos China-UE. “A China exortou a UE a ser cautelosa na aplicação de medidas de correção comercial, tendo em conta o objetivo geral de manter a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento mundiais e a parceria estratégica global China-EU”, afirmou o MOFCOM. “A UE deve encorajar o aprofundamento da cooperação na nova indústria energética, que tem os veículos eléctricos novos como uma das suas pontas de lança, e criar um ambiente de mercado justo, não discriminatório e previsível para o desenvolvimento comum da indústria de veículos eléctricos China-UE”, afirmou o MOFCOM. Nos últimos anos, a indústria de veículos eléctricos da China registou um rápido desenvolvimento graças à sua incessante inovação tecnológica e à construção de uma cadeia industrial e de abastecimento completa. E os veículos eléctricos chineses têm sido preferidos pelos consumidores, incluindo os da UE. De acordo com a consultora automóvel Inovev, 8% dos novos veículos eléctricos vendidos na Europa em Setembro deste ano eram chineses, contra 6% em 2022 e 4% em 2021. Em 2022, as montadoras chinesas exportaram 545.244 VNEs para a Europa, respondendo por 48,66% de todas as exportações de VNE, mostram dados da Associação de Veículos da China.
Hoje Macau China / ÁsiaUE/Eléctricos| Pequim adverte para impacto de investigação sobre subsídios A questão dos veículos eléctricos, levantada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é mais uma pedra no caminho das relações entre a China e a o velho continente. Pequim avisa que a investigação em curso vai ter consequências negativas O Governo chinês alertou ontem para o “impacto negativo” nas relações China – União Europeia suscitado pela investigação lançada sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes chineses de veículos eléctricos, que as autoridades na Europa consideram gerar concorrência desleal. Esta medida, “tomada em nome da ‘concorrência leal’”, é “abertamente proteccionista” e “vai ter um impacto negativo nas relações económicas e comerciais entre a China e a União Europeia”, advertiu um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação sobre os subsídios que a China concede aos seus fabricantes de veículos eléctricos, cujos preços são “artificialmente baixos”, devido a estes apoios públicos, o que causa prejuízos às empresas europeias. “Os mercados mundiais estão inundados de veículos eléctricos chineses mais baratos e o seu preço é mantido artificialmente baixo graças a enormes subsídios estatais”, explicou Von der Leyen, num discurso sobre o Estado da União. O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, responsável pelo comércio, anunciou no mesmo dia que se deslocará à China na próxima semana para discutir a questão dos subsídios atribuídos aos veículos eléctricos. Nos últimos meses, a França, em particular, tem vindo a defender uma Europa mais assertiva face às práticas da China. Outros Estados-membros da União Europeia, incluindo a Alemanha, cuja indústria automóvel tem na China o seu principal mercado, estão preocupados em estragar a relação com Pequim. As empresas europeias “são frequentemente batidas no preço por concorrentes que beneficiam de enormes subsídios públicos. Não podemos esquecer-nos o quanto a nossa indústria de painéis solares sofreu com as práticas comerciais desleais da China”, afirmou o Presidente da Comissão Europeia. A diplomacia chinesa frisou que a vantagem competitiva do país foi “obtida através de trabalho árduo” e é “resultado de inovação tecnológica ininterrupta”. Explosão de vendas As exportações de veículos eléctricos pela China mais do que duplicaram (+110 por cento), entre Janeiro e Agosto, segundo dados da Associação de Fabricantes de Automóveis da China (CAAM) difundidos na quarta-feira. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Cinco das dez marcas de veículos eléctricos mais vendidas no mundo são agora chinesas. A maior é a BYD, que fica apenas atrás da norte-americana Tesla. O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias. As chinesas CATL e BYD são os maiores fabricantes mundiais. Pequim mantém ainda forte controlo no acesso a matérias-primas essenciais, incluindo terras raras. Ainda desconhecidas da maioria do público europeu, as marcas chinesas estiveram presentes em grande número no Salão Automóvel de Munique, na Alemanha, no início deste mês. As fabricantes de automóveis chinesas têm vindo a travar uma guerra de preços nos últimos meses, numa altura em que os chineses estão a reduzir as suas despesas, devido ao abrandamento da economia do país, colocando ainda mais pressão sobre as marcas europeias.
Hoje Macau China / ÁsiaBYD | China insta Índia a estabilizar laços após chumbo de investimento O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, instou ontem Nova Deli a estabilizar os laços bilaterais, para “benefício de ambos os lados”, após a Índia ter chumbado um investimento multimilionário da fabricante de automóveis chinesa BYD. Wang, que é director do Gabinete da Comissão para as Relações Externas do Partido Comunista da China (PCC), reuniu com Ajit Doval, conselheiro de Segurança Nacional da Índia, à margem de uma reunião entre altos funcionários do bloco de economias emergentes BRICS, em Joanesburgo. O responsável chinês pediu medidas políticas para “aumentar a confiança mútua estratégica” e “focar no consenso e na cooperação”, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A forma como a China e a Índia se relacionam vai afectar directamente o respectivo desenvolvimento dos dois países e o cenário internacional, notou Wang. Acrescentou ainda que ambos os países devem aderir ao “julgamento estratégico” de que não representam uma ameaça um ao outro, mas antes oportunidades para o seu próprio crescimento. Nova Deli ainda não divulgou um comunicado sobre o encontro. De acordo com a nota divulgada pela diplomacia chinesa, Doval reconheceu que o “destino dos dois lados está intimamente ligado e é necessário reconstruir a confiança mútua estratégica e buscar o desenvolvimento comum”. “O lado indiano está disposto a trabalhar com o lado chinês para encontrar uma maneira fundamental de resolver a situação na fronteira, num espírito de compreensão e respeito mútuos”, disse Doval. Ultrapassar conflitos As relações entre os dois países vizinhos deterioraram-se, nos últimos anos, após lutas, com paus e pedras, terem despoletado, em 2020, ao longo da disputada fronteira, na região da Caxemira. Pelo menos 20 soldados indianos e quatro chineses morreram durante os confrontos. Pequim e Nova Deli mantiveram o diálogo. No início do mês, Wang reuniu com o homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, à margem de uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Jacarta. A Índia recusou esta semana uma proposta da fabricante de veículos eléctricos chinesa BYD para construir uma fábrica avaliada em mil milhões de dólares, em parceria com uma empresa local, de acordo com a imprensa indiana. O governo indiano rejeitou o plano da BYD e da Megha Engineering and Infrastructures Ltd., com sede em Hyderabad, por questões de segurança nacional, segundo a mesma fonte. China e Índia são ambos membros dos BRICS, juntamente com Brasil, Rússia e África do Sul. Os conselheiros de Segurança Nacional dos países membros do bloco estiveram reunidos segunda e terça-feira em Joanesburgo. Os funcionários estão a avaliar um mecanismo de cooperação de segurança coordenado, num período de crescentes fricções geopolíticas. O bloco defende um modelo alternativo aos blocos liderados pelo Ocidente. Na segunda-feira, os conselheiros de segurança nacional da Bielorrússia, Burundi, Cuba, Egipto, Irão, Cazaquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos participaram de uma discussão dos “amigos dos BRICS”, sobre cibersegurança e inteligência artificial. A reunião precede uma reunião entre os líderes dos países membros, marcada para Agosto, para a qual 55 nações africanas foram convidadas, no que deverá ser uma das maiores reuniões entre líderes do Sul Global.
Hoje Macau China / ÁsiaSalão Automóvel | Apresentados 70 modelos eléctricos em Xangai Os fabricantes automóveis apresentaram 70 modelos eléctricos no Salão Automóvel de Xangai, entre os quais a Volkswagen, que revelou um veículo com autonomia de 700 quilómetros, quando o sector atravessa transformações profundas, com a emergência de concorrentes chineses. A Auto Shanghai 2023, a maior exposição de automóveis do mundo, que se realiza em Xangai, a “capital” económica da China, reflecte a intensa competição no mercado de veículos elétricos, que atravessa um período de rápido crescimento na China, depois de o Partido Comunista Chinês ter investido milhares de milhões de dólares em subsídios e na construção de infraestruturas. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. Marcas como a General Motors, BMW e Nissan e as rivais chinesas BYD e NIO revelaram dezenas de novos veículos eléctricos no Centro de Exposições de Xangai. As marcas realçaram a crescente rapidez no carregamento das baterias, o aperfeiçoamento nos sistemas de navegação e entretenimento via satélite e a possibilidade futura de tecnologia de condução autónoma. As fabricantes mundiais dependem da China para impulsionar o crescimento das vendas, num período de fraca procura nos mercados norte-americano e europeu. Isto exige, no entanto, que invistam no desenvolvimento de novos modelos, para sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais de veículos eléctricos, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas constructoras alemãs, japonesas e norte-americanas. A China está a “desempenhar um papel de liderança na transformação eléctrica e digital da indústria”, disse o chefe executivo da norte-americana Ford Motor, Jim Farley, numa mensagem em vídeo exibida durante o evento.
Hoje Macau China / ÁsiaTesla vai construir em Xangai a primeira fábrica fora dos EUA [dropcap]A[/dropcap] fabricante norte-americana de carros elétricos Tesla revelou que vai construir a sua primeira fábrica em Xangai, na China, a primeira fora dos Estados Unidos, numa altura de crescentes disputas comerciais entre Washington e Pequim. O grupo, que tem sede no estado norte-americano da Califórnia, assinou um acordo para a transferência dos terrenos onde vai ser construída a fábrica. As novas instalações foram anunciadas em Julho passado, depois de Pequim ter-se comprometido a eliminar os limites de propriedade para fabricantes de veículos eléctricos, e a Tesla manteve os planos, apesar das crescentes disputas comerciais entre EUA e China, motivadas pelas ambições chinesas para o sector tecnológico. O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas do país asiático. Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, nomeadamente o plano “Made in China 2025”, que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. A China é o maior mercado automóvel do mundo e o segundo maior para a Tesla, a seguir aos EUA. General Motors, Volkswagen ou Nissan são outros grandes fabricantes de automóveis que estão a investir milhares de milhões de dólares no fabrico de veículos elétricos na China. A produção local elimina os riscos do aumento de taxas alfandegárias e outras barreiras às importações. “É um importante marco para o que será o nosso próximo local de fabrico desenvolvido de forma sustentável e sofisticado”, afirmou o vice-presidente da Tesla Robin Ren, em comunicado. A Tesla afirmou antes que a produção em Xangai vai arrancar dentro de dois a três anos após concluída a construção da fábrica e, eventualmente, aumentar para 500.000 veículos por ano.
Hoje Macau InternacionalEnviado de Trump vai a Moscovo para negociações sobre Ucrânia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, disse ontem que a administração de Donald Trump acordou enviar o seu representante especial para as negociações sobre a Ucrânia e que a viagem a Moscovo deverá ocorrer em breve. Após o seu primeiro encontro ontem em Manila com o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, desde as novas sanções americanas, Lavrov surgiu com uma avaliação optimista no encontro de pontos comuns sobre a Ucrânia, a Síria e outras questões. Lavrov disse que concordaram em manter um canal diplomático de alto nível que a Rússia suspendeu em protesto face às sanções dos EUA. “Sentimos que os nossos homólogos americanos precisam manter o diálogo aberto”, afirmou Lavrov. Sergey Lavrov referiu que o representante especial do Presidente Donald Trump para as negociações da Ucrânia, Kurt Volker, fará em breve a sua primeira viagem a Moscovo e que se encontrará com Vladislav Surkov, o enviado russo para a crise da Ucrânia. Na quinta-feira o Presidente dos EUA, Donald Trump, definiu como “muito perigoso” o actual estado das relações com a Rússia e atribuiu as responsabilidades ao Congresso, que aprovou o reforço das sanções económicas contra Moscovo. “As nossas relações com a Rússia estão no mais baixo nível histórico e muito perigoso. Podem agradecer ao Congresso, a essas mesmas pessoas que se mostram incapazes de aprovar uma reforma da Saúde”, divulgou no Twitter. Donald Trump promulgou na quarta-feira novas sanções adoptadas por uma esmagadora maioria de deputados norte-americanos para punir Moscovo, designadamente pela sua alegada ingerência na eleição presidencial e o seu envolvimento no conflito na Ucrânia. Baixo nível O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, advertiu em diversas ocasiões que as relações entre as duas potências estão “no nível mais baixo desde o final da Guerra Fria” e poderiam “ainda deteriorar-se”. Na quarta-feira, Moscovo denunciou uma “declaração de guerra económica total contra a Rússia” após a promulgação das novas sanções, ironizando com a “fraqueza total” da administração Trump face ao seu Congresso. Sem aguardar, a Rússia já ripostou na semana passada, ao anunciar uma redução drástica do pessoal diplomático norte-americano no seu território. Toyota e Mazda juntam-se para investir em carros eléctricos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Toyota e a Mazda juntaram-se para apostar na tecnologia de carros eléctricos e investir 1,6 mil milhões de dólares numa unidade nos EUA, criando quatro mil empregos, anunciaram sexta-feira as empresas nipónicos. Os dois fabricantes automóveis decidiram avançar com uma aliança para desenvolver em conjunto tecnologia para carros elétricos e construir uma nova fábrica nos EUA, que deverá começar a laborar em 2021 com uma produção anual estimada em 300 mil veículos, refere um comunicado conjunto sexta-feira divulgado. A nova unidade, que vai receber um investimento de 1,6 mil milhões de dólares para fabricar os novos modelos ‘crossover’ da Mazda e o Corolla da Toyota – o segundo em vendas nos EUA – destinados ao mercados norte-americano. A Toyota tinha previsto produzir aquele modelo nas instalações que está a construir em Guanajuato, México, decisão que teve o desacordo do Presidente dos EUA, Donald Trump, conforme transmitiu nas redes sociais. A Toyota anunciou que na fábrica de Guanajuato vai ser produzida a sua camioneta Tacoma. Apesar da mudança, o fabricante japonês garante que “não haverá qualquer impacto substancial no plano de investimento e emprego da Toyota” na unidade mexicana. O acordo de cooperação entre as duas empresas também inclui a aquisição por parte da Toyota de 5,05% das acções da Mazda, que por sua vez ficará com 0,25% dos títulos da sua concorrente, de modo a terem ambas uma participação equivalente do sócio, operação que vai concretizar-se em 2 de Outubro.