Fundador de grupo que queria o Novo Banco recorre de pena

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] fundador do grupo Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, recorreu da pena de 18 anos de prisão a que foi condenado este mês por fraude, anunciou ontem um dos seus advogados.

Em 10 de Maio, Wu Xiaohui, que fundou a Anbang em 2004, foi considerado culpado por um tribunal de Xangai de ter enganado investidores e abusado do seu cargo em benefício próprio. O tribunal ordenou ainda a confiscação dos seus bens, no valor de 10.500 milhões de yuan (1.400 milhões de euros).

Chen Youxi, advogado da Capital Equity Legal Group, anunciou ontem nas redes sociais que Wu recorreu da pena.

O magnata foi detido em 2017 e, em Fevereiro passado, o regulador chinês assumiu as operações do Anbang Insurance Group, depois de uma vaga de aquisições por todo o mundo ter suscitado dúvidas sobre a origem do dinheiro e a sustentabilidade do grupo. Em Março passado, surgiu na televisão estatal chinesa a declarar-se culpado, apesar de ter inicialmente negado as acusações, segundo documentos do tribunal.

O magnata possuía e controlava mais de 200 empresas que detinham participações na Anbang, de forma a assegurar um “controlo absoluto” sobre o grupo.

Em 2011, por decisão de Wu, a seguradora lançou um novo produto para investidores e falsificou documentos para obter a aprovação da Comissão Reguladora de Seguros da China. O regulador impôs limites às vendas daquele produto, com base no estado financeiro da Anbang, mas Wu emitiu relatórios de contas falsos para convencer os investidores da sustentabilidade do grupo.

Até Janeiro passado, aquele produto captou 724 mil milhões de yuan (mais de 93 mil milhões de euros) a partir de 10,6 milhões de investidores, superando os limites de capital estipulados pelos reguladores.

Segundo o tribunal, Wu usou 65.200 milhões de yuan (mais de oito mil milhões de euros) para investir em projectos, saldar dívidas e “levar um estilo de vida luxuoso”.

31 Mai 2018

Vice-director da agência para a energias acusado de corrupção

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] vice-director da agência chinesa encarregue da política energética foi demitido e acusado de receber subornos, anunciou hoje o órgão anticorrupção do Partido Comunista (PCC), parte de uma campanha que atingiu já centenas de responsáveis do regime. A Comissão de Inspecção e Disciplina do PCC informou que Wang Xiaolin, que durante muitos anos trabalhou no sector estatal do carvão, é suspeito de “graves violações da disciplina”, utilizando a terminologia que descreve habitualmente os casos de corrupção. O caso transitou, entretanto, para as instâncias judiciais, detalhou.

Wang entrou para a Administração Nacional de Energia em 2015, depois de ter trabalhado muitos anos no grupo Shenhua Group, um dos maiores produtores de carvão do mundo. Após ascender ao poder, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de mais de um milhão de membros do PCC.

Centenas de altos quadros do regime, incluindo o antigo chefe da segurança da China ou altas patentes do exército chinês, foram condenados à prisão perpétua por corrupção. Críticos apontam que a campanha anticorrupção de Xi serviu para afastar rivais políticos, promovidos por outras cliques internas do PCC, argumentando que esta é gerida por um órgão interno do partido e não uma entidade independente.

24 Jan 2018