Tânia dos Santos Sexanálise VozesJogar “Badminton” em Hong Kong O badminton tornou-se um nome de código para sexo entre os jovens em Hong Kong. Aprendi isto num evento de comédia em Hong Kong, um Comedy Game Show Panel (se quiserem saber mais podem procurar por Hong Kong as F*ck) que, em inglês, satirizam as notícias da semana aos sábados à noite. A associação entre sexo e badminton tem origem numa iniciativa governamental. Tudo começou com um manual sobre adolescentes e relações íntimas lançado para auxílio dos professores nas aulas de educação sexual com os jovens do secundário. O objetivo do manual é claro: prevenir sexo pré-marital a todo o custo. Lá se explanam as consequências do sexo pré-marital como uma gravidez indesejada, as consequências legais quando se trata de menores de 16 anos, e até o desconforto emocional que pode surgir da experiência. Se os jovens sentirem a vontade de ter sexo, o manual sugere que eles procurem alternativas, como jogar badminton. Todo o aconselhamento escolar é feito no sentido de identificar os estímulos e circunstâncias que levam à excitação e aconselhar os jovens a evitá-las ao máximo. Em sala de aula, o professor e alunos discutem possíveis cenários para melhor compreender o percurso que vai do estímulo ao comportamento. Por exemplo, analisam o impacto de estímulos ambientais, visuais e sensoriais de quando ela optou por vestir uma blusa com os ombros à mostra, quando estavam sozinhos em casa, que levou a uma excitação indesejada. De seguida, debatem-se as estratégias para lidar com essas situações: 1) evitar (por exemplo, sair de onde se está) ou 2) criar atividades alternativas que consumam energia de modo a criar uma distração, como irem jogar badminton. O manual está repleto de “pérolas” que tanto servem de material para comédia como como são extremamente explícitas e utilitárias. A cereja no topo do bolo é a minuta de contrato que é sugerida como atividade para que os jovens definam, por escrito, com os seus parceiros, as condições para a sua intimidade, e as estratégias que irão utilizar para que não tenham fantasias e comportamentos “inapropriados” antes do casamento. O contrato pede assinatura de uma testemunha para verificar o compromisso de ambas as partes. A formalidade e o decoro são, claramente, elementos fundamentais no processo. Em reposta, os jovens, os grandes contribuidores para a contra-cultura, começaram a usar emojis de badminton para falar sobre sexo. É um clássico exemplo de resignificação que nos indica como estes conteúdos estão a ser reinterpretados e disseminados por uma audiência mais complexa, com outras opiniões e experiências. Um manual para jovens para a abstinência não é o pior dos problemas. Ao folheá-lo, percebe-se que aborda questões importantes, como os limites que os jovens podem querer traçar no seu próprio caminho da intimidade. No entanto, várias secções são motivo de desconforto. A constante responsabilização das raparigas pela excitação masculina, sugerindo que não devem vestir-se de forma “provocatória”, ou a repressão sistemática da masturbação, impede a discussão de outros temas fundamentais que os jovens precisam de abordar. Além disso, não se encontram no manual conteúdos sobre contraceção, prazer ou consentimento explicados de forma aprofundada, nem qualquer tentativa de desafiar o discurso heteronormativo predominante na abordagem à sexualidade e à intimidade. Os jovens em Hong Kong aprendem essencialmente a dizer “não”, mas não recebem ferramentas ou espaço para compreender as formas saudáveis de vivenciarem a sua sexualidade e as transformações do seu corpo, não só neste período crítico, como ao longo da sua vida. O “sim” não é uma ode à libertinagem sexual. O “sim” pressupõe um leque de nuances que envolve informação, reflexão e espaços seguros de discussão, algo que muitos jovens não têm oportunidade de explorar — nem em Hong Kong, nem, atrevo-me a dizer, noutras partes do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaBadminton | Jogador de 17 anos morre durante torneio na Indonésia Um jogador chinês de badminton, de 17 anos, morreu no domingo depois de ter caído em campo durante um jogo de um torneio asiático, na Indonésia, anunciaram ontem os organizadores. “O jogador chinês Zhang Zhijie teve um colapso durante um jogo ao fim da tarde”, informou a Confederação de Badminton da Ásia e a Federação Indonésia de Badminton (PBSI) num comunicado conjunto. Zhang Zhijie desmaiou quando defrontava o japonês Kazuma Kawano, no Campeonato Asiático de Badminton Júnior em Yogyakarta, na ilha indonésia de Java. “Foi tratado pelo médico do torneio e pela equipa médica e foi transportado na ambulância de emergência em menos de dois minutos e enviado para o hospital”, referiu o comunicado. O jovem jogador foi “levado para o hospital onde morreu às 23:20” de domingo, lê-se na mesma nota. “De momento, o hospital local ainda não identificou a causa da morte”, declarou a Federação Chinesa de Badminton, que se juntou às duas organizações por detrás do comunicado para expressar as suas “mais sinceras condolências aos pais e à família” do jogador. Zhang Zhijie começou a jogar badminton cedo, e integrou a equipa nacional de juniores da China no ano passado. No início deste ano, ganhou o título de singulares no Dutch Junior International, um prestigiado torneio juvenil realizado em Haarlem, nos Países Baixos. Ontem, foi observado um minuto de silêncio no torneio por equipas em Yogyakarta e a equipa chinesa usou braçadeiras pretas em sinal de respeito. A jogadora indiana Pusarla Venkata Sindhu, que ganhou a prata e o bronze olímpicos em 2016 e 2021, respectivamente, descreveu a morte de Zhang como “absolutamente desoladora”. “O mundo perdeu hoje um talento notável”, escreveu na rede X, oferecendo as suas “mais sinceras condolências” à família do jovem jogador chinês.