Corrupção | Ex-director executivo do gigante bancário chinês Everbright detido

A campanha anti-corrupção, contra ‘tigres’ (altos quadros) e ‘moscas’ (funcionários públicos) lançada por Xi Jinping aquando da sua chegada ao poder, em 2012, continua a fazer vítimas

 

Um antigo chefe do gigante bancário estatal chinês Everbright foi formalmente colocado sob prisão por suspeitas de corrupção, informaram ontem as autoridades. Após a conclusão de uma investigação preliminar, a Procuradoria Popular Suprema anunciou, em comunicado, que ordenou a detenção de Tang Shuangning, antigo presidente do conselho de administração do grupo, “nos últimos dias”.

A agência anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC) já tinha anunciado a sua expulsão do partido no início de Janeiro, acusando-o de uma longa lista de irregularidades, incluindo a importação de livros políticos não autorizados para a China. A agência acusou-o também de “abandonar as suas funções”, de se aproveitar do cargo para promover as suas obras de caligrafia, de utilizar fundos públicos para viajar e de aceitar vários presentes e subornos.

Acusado de “se entregar a uma vida de prazer e conforto”, Tang Shuangning também “falhou na prevenção e resolução de riscos financeiros, violando assim a linha organizacional do PCC”, afirmou a mesma fonte. O sucessor de Tang como director do Grupo Everbright, Li Xiaopeng, foi detido no mês passado por acusações de corrupção.

Sem tréguas

Desde que chegou ao poder em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma vasta campanha anti-corrupção contra funcionários públicos (“moscas”) e gestores de empresas estatais (“tigres”). O sector financeiro está cada vez mais na mira da agência nacional anti-corrupção e dos tribunais.

No mês passado, um antigo director do banco central chinês, Sun Guofeng, foi condenado a mais de 16 anos de prisão e acusado de divulgar informações em troca de subornos de 21 milhões de yuan.

Em Novembro, Sun Deshun, antigo presidente de um dos principais bancos estatais chineses, o Citic Bank, foi condenado a prisão perpétua por ter recebido ilegalmente bens num valor estimado em 980 milhões de yuan, durante um período de 16 anos. Também em Novembro, o PCC anunciou a abertura de uma investigação por corrupção contra Zhang Hongli, um antigo alto funcionário de um dos maiores bancos do país, o ICBC (Banco Industrial e Comercial da China).

16 Jan 2024

Xi apela à reforma do PCC e reforça campanha anticorrupção

O Presidente chinês, Xi Jinping, instou ontem o Partido Comunista da China (PCC) a reformar-se e a intensificar a luta contra a corrupção, durante a sessão plenária do poderoso órgão anticorrupção do Partido. Numa análise dos resultados da luta contra a corrupção na última década, Xi destacou uma “vitória esmagadora”, mas alertou para o facto de a situação ser ainda “grave e complexa”, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.

O secretário-geral do PCC sublinhou a necessidade de abordar as raízes e as condições da corrupção para garantir o desenvolvimento saudável do país.

Reforçou ainda a importância de 2023 como o primeiro ano de implementação dos princípios estabelecidos durante o 20.º Congresso do PCC, durante o qual foi eleito para um terceiro mandato sem precedentes entre os seus antecessores nas últimas décadas, e realçou que a reforma do Partido é essencial para escapar ao “ciclo histórico de expansão e recessão”.

De acordo com a Xinhua, cerca de 470.000 casos de corrupção foram apresentados pelas agências de supervisão e disciplina nos primeiros nove meses do ano passado. Isto resultou na abertura de investigações a 45 funcionários do Comité Central do PCC, a liderança máxima do Partido, o número mais elevado dos últimos dez anos.

Campanha intensificada

As declarações de Xi foram feitas depois de a Comissão Central de Supervisão e Disciplina, o braço anticorrupção do Partido Comunista da China ter anunciado, na segunda-feira, que vai aumentar a pressão e as punições contra casos de corrupção em sectores como as finanças, tabaco ou desporto, como parte da sua estratégia para prevenir e resolver “riscos sistémicos de corrupção”.

A luta contra a corrupção no sector financeiro, que está activa há vários anos, resultou até agora na acusação de vários funcionários de organismos reguladores e de quadros superiores de empresas. A indústria do tabaco, de grande importância económica nas províncias produtoras de tabaco do centro e do sul do país, tem sido alvo de actividades ilícitas.

As autoridades anunciaram em Outubro passado que Ling Chengxing, antigo presidente da Administração do Monopólio do Tabaco do Estado chinês, está a ser investigado por alegadas “violações graves” da lei. O desporto não foi poupado em 2023. Vários membros da Associação de Futebol da China e até o antigo seleccionador chinês Li Tie foram acusados de corrupção.

O presidente da Superliga Chinesa, Liu Jun, também foi afastado por “violações regulamentares”. Após ascender ao poder, em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, considerada a mais persistente e ampla na história da República Popular. 

10 Jan 2024

Vice-ministro chinês encarregue de Hong Kong investigado por corrupção

[dropcap]O[/dropcap] vice-ministro de Segurança Pública da China, que está encarregue da região semi-autónoma de Hong Kong, palco de protestos pró-democracia, foi colocado sob investigação pelo órgão máximo de inspecção e disciplina do Partido Comunista Chinês. Sun Lijun, de 51 anos, é suspeito de “graves violações da disciplina e da lei”, eufemismos normalmente usados para casos de corrupção, mas também de violar regras internas do Partido.

O comunicado de imprensa, publicado no domingo à noite pela Comissão de Inspecção e Disciplina, não avançou com mais detalhes. Sun estava, desde Dezembro de 2017, encarregue de supervisionar os assuntos do ministério relacionados com Hong Kong, Macau e Taiwan.

Hong Kong foi, no ano passado, palco de manifestações motivadas por um projeto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental. O projecto de lei foi, entretanto, retirado, mas o protesto transformou-se num movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território. Os protestos assumiram contornos violentos, com atos de vandalismo e confrontos com as forças de segurança.

A campanha anti-corrupção, lançada há cinco anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping, puniu já mais de um milhão e meio de membros do Partido Comunista e investigou centenas de altos quadros do regime. Críticos apontam que a campanha anti-corrupção de Xi serviu para afastar rivais políticos, promovidos por outros grupos internos do PCC.

Sun Lijun foi visto pela última vez em público em março passado, em Wuhan, cidade com 11 milhões de habitantes onde começou a epidemia do novo coronavírus. Sun também visitou Hubei, província da qual Wuhan é capital, em fevereiro passado, para incentivar o trabalho da polícia local, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

A investigação sobre Sun Lijun ocorre três meses depois de Meng Hongwei, ex-presidente da Interpol e também ex-vice-ministro de Segurança Pública da China, ter sido condenado a 13 anos de prisão por corrupção.

20 Abr 2020

Vice-director da agência para a energias acusado de corrupção

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] vice-director da agência chinesa encarregue da política energética foi demitido e acusado de receber subornos, anunciou hoje o órgão anticorrupção do Partido Comunista (PCC), parte de uma campanha que atingiu já centenas de responsáveis do regime. A Comissão de Inspecção e Disciplina do PCC informou que Wang Xiaolin, que durante muitos anos trabalhou no sector estatal do carvão, é suspeito de “graves violações da disciplina”, utilizando a terminologia que descreve habitualmente os casos de corrupção. O caso transitou, entretanto, para as instâncias judiciais, detalhou.

Wang entrou para a Administração Nacional de Energia em 2015, depois de ter trabalhado muitos anos no grupo Shenhua Group, um dos maiores produtores de carvão do mundo. Após ascender ao poder, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de mais de um milhão de membros do PCC.

Centenas de altos quadros do regime, incluindo o antigo chefe da segurança da China ou altas patentes do exército chinês, foram condenados à prisão perpétua por corrupção. Críticos apontam que a campanha anticorrupção de Xi serviu para afastar rivais políticos, promovidos por outras cliques internas do PCC, argumentando que esta é gerida por um órgão interno do partido e não uma entidade independente.

24 Jan 2018

China | “Posição firme” contra a corrupção

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] órgão nacional anti-corrupção da China manterá uma posição firme contra a corrupção, consolidando e desenvolvendo o “ímpeto decisivo” nessa luta. “Continuaremos a provar que não há zonas proibidas, que nada se passa por cima, e que não haverá tolerância para a corrupção”, adverte um comunicado aprovado na segunda sessão plenária da 19ª Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCID) do Partido Comunista da China (PCC), que se realizou da quinta-feira ao sábado.

A CCID indicou que a luta contra a corrupção se focará nos funcionários que não se controlaram e persistiram em sua má conduta depois do 18º Congresso Nacional do PCC, realizado no final de 2012 e dará prioridade aos casos que envolvem grupos de interesses que tenham problemas políticos e económicos, indica o comunicado. A CCID lutará contra a corrupção nas eleições e nomeações de funcionários, as permissões e a supervisão governamentais, o uso ilícito de recursos, as finanças e outras áreas chave propensas à corrupção.

A comissão sublinhou a importância das medidas por lidarem com a corrupção que ocorre próximo do cidadão, especialmente nos esforços contra a pobreza. Os funcionários que trabalham no controle e supervisão disciplinar devem ser leais, resolutos, responsáveis e manter a disciplina e a lei, garantindo que não se abusa do poder outorgado pelo Partido e o povo, de acordo com o comunicado.

16 Jan 2018

China | Nova comissão anti-corrupção criada em 2018

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim vai activar, em 2018, uma comissão anti-corrupção, paralela à do Partido Comunista da China (PCC) que puniu um milhão e meio de altos funcionários por más práticas nos últimos cinco anos, informou ontem o jornal Global Times.

A comissão nacional, que vai depender do governo em vez de estar adstrita ao PCC, vai alargar a todo o território chinês sistemas já aplicados de forma experimental em Pequim e nas províncias de Shanxi (norte) e Zhejiang (leste), de acordo com o jornal em inglês do grupo Diário do Povo, órgão central do PCC.

O anúncio da nova ferramenta anti-fraude foi feito depois da primeira reunião, no domingo, da comissão de inspecção e disciplina do PCC sob a nova liderança de Zhao Leji, em substituição de Wang Qishan que, nos últimos cinco anos, foi um dos líderes mais influentes do regime.

Zhao Leji afirmou no primeiro acto público como chefe do órgão máximo anti-corrupção do partido que a campanha vai continuar durante o seu mandato, com vista à conquista de uma “vitória total” contra a fraude no seio da formação.

Zhao, de 60 anos, também se converteu na semana passada num dos sete membros do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China, encabeçada pelo Presidente do país e secretário-geral do PCC, Xi Jinping.

31 Out 2017