Hoje Macau EventosLiteratura | “ALUA”, livro bilingue, lançado domingo Será apresentado no próximo domingo, a partir das 15h, na Casa Nostalgia das Casas-museu da Taipa, o livro bilingue “ALUA”. O lançamento está integrado na Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português do 6.º “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. A edição é publicada pelo Instituto Internacional de Macau (IIM), com o patrocínio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. O livro destina-se a um público mais jovem, “ALUA” é uma adaptação de “O Sapo de Pedra de Láp-K’âp”, publicado no antigo jornal português “Notícias de Macau” e também na edição chinesa do IIM, “Lendas Chinesas de Macau”, da autoria de Luís Gonzaga Gomes, autor, sinólogo e docente. A obra, que inclui a história contada em chinês e traduzida para português, foi elaborada por Chloe Wong, autora, licenciada em Educação Básica pela Universidade de Macau. A autora trabalha na área da educação artística, recorrendo a diferentes métodos de comunicação que inspiram a expressão e criatividade artísticas nas crianças. Por sua vez, a ilustradora Mira Lau possui trabalhos já publicados com livros ilustrados. Chloe Wong espera assim expressar uma história dedicada a uma das lendas chinesas de Macau, onde procura passar uma mensagem de bondade, companheirismo e amor, refere o IIM, em comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaSonda descola da Lua com amostras da face oculta A sonda chinesa Chang’e 6 descolou ontem com êxito da superfície lunar, transportando amostras do lado mais afastado da Lua, um feito considerado inédito, noticiaram os meios de comunicação estatais. A “sonda chinesa Chang’e-6 descolou da superfície lunar na manhã de ontem, transportando amostras recolhidas no lado mais distante da Lua, um feito sem precedentes na história da exploração lunar humana”, disse a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, citando a Administração Espacial chinesa. A Chang’e 6, lançada no início de Maio do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na ilha tropical chinesa de Hainão (sul), pousou como planeado na imensa bacia Aitken, no polo sul lunar, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no sistema solar, afirmou a Administração Espacial chinesa. Esta missão é a sexta do programa chinês de exploração da Lua Chang’e, nomeado em homenagem à deusa chinesa da Lua, e será a segunda a trazer amostras lunares de volta à Terra, após uma primeira no lado próximo do corpo celeste, em 2020. Na nova missão, o módulo irá usar um braço mecânico e um perfurador para recolher até dois quilogramas de material de superfície e subterrâneo, a enviar de volta à Terra numa cápsula que está actualmente a orbitar a Lua. À espera A cápsula deve regressar à Terra e aterrar nos desertos da região da Mongólia Interior, no norte da China, por volta de 25 de Junho. As missões para o lado distante da Lua são consideradas mais difíceis porque exigem um satélite de retransmissão para manter as comunicações. Entre as recentes conquistas espaciais da China estão a exploração de Marte e a construção da estação espacial Tiangong, para onde regularmente envia tripulações. A ambição espacial da China continua a crescer, com a possibilidade da Tiangong se tornar na única estação espacial em funcionamento, depois de a Estação Espacial Internacional, tal como previsto, ser retirada em 2031. A China tem como objectivo colocar uma pessoa na Lua antes de 2030, o que a tornaria a segunda nação a fazê-lo depois dos Estados Unidos.
Andreia Sofia Silva EventosPatrimónio intangível | Confecção do Aluá na nova lista do Instituto Cultural O Instituto Cultural decidiu acrescentar 55 novas manifestações na lista de património cultural intangível. A confecção do Aluá, uma das mais conhecidas sobremesas macaenses, faz agora parte da lista. Esta inclui também manifestações culturais portuguesas como a confecção dos pastéis de nata, o fabrico e pintura de azulejos portugueses e as danças folclóricas lusitanas, entre outras [dropcap]A[/dropcap] gastronomia macaense obteve ontem mais um reconhecimento oficial. Isto porque o Instituto Cultural (IC) decidiu incluir a confecção do Aluá, uma sobremesa, na lista das 55 novas manifestações do património cultural intangível. O Aluá é uma sobremesa que se faz a partir do côco ralado juntando-se manteiga e açúcar mascavado, bem como pinhões e amêndoas. Ao HM, a chefe de gastronomia macaense, Florita Morais Alves, explicou que todos os ingredientes são depois cozidos em lume brando, com farinha. “É uma receita antiga e requer uma técnica caseira. Nunca faria isso com máquinas, tem de ser cozido à mão, em lume brando, até formar uma massa homogénea. Quando ganha forma, fica cristalizado e corta-se aos quadrados”, adiantou. Esta sobremesa, de difícil preparação, traz uma lenda consigo. “É uma guloseima que transmite a tradição macaense. As pessoas antigas contam que o Aluá é o colchão do menino jesus. Come-se sobretudo nas épocas festivas, no Natal, no Inverno.” Para Florita Morais Alves, é importante esta distinção do Governo. “Para as pessoas mais antigas de Macau é uma coisa muito apreciada. Acho que o Aluá é uma das iguarias macaenses com maior representatividade e importância, tal como o minchi.” Também Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, se congratula com esta distinção. “É importante incluir este prato e também outros, como o Ladu. Mas se calhar é necessário que o Ladu venha a ser mais popularizado. Mas o Aluá é um dos doces muito populares de Macau, eu adoro. A minha avó fazia sempre e as minhas tias também. Era uma coisa importantíssima pela altura do Natal”, contou ao HM. Miguel de Senna Fernandes destaca o facto de, nos dias de hoje, a comunidade chinesa fazer também a sua própria versão do Aluá. “É uma versão mais adocicada, com mais gordura. O nosso Aluá típico é diferente, é uma coisa trabalhosa que requer arte. Felizmente continuamos a ter hoje pessoas que o fazem.” O facto de a comunidade chinesa pegar em receitas macaenses é, para Miguel de Senna Fernandes, importante para divulgar ainda mais a gastronomia da sua comunidade. “Os chineses também se interessaram por isso e é interessante por uma questão de divulgação. Os pratos macaenses não podem ficar reféns da comunidade. Têm de ser divulgados e apreciados por Macau inteiro e só isso é que faz sentido para ser considerado património intangível.” Cultura portuguesa presente Além da confecção do Aluá, o IC decidiu incluir muitas manifestações que fazem parte da cultura portuguesa que permanece em Macau, como é o caso da confecção dos pastéis de nata ou o fabrico e pintura de azulejos portugueses. Ao nível das manifestações ou celebrações religiosas, destaque para a inclusão do Arraial de São João, que todos os anos se realiza no bairro de São Lázaro por ocasião do 24 de Junho, Dia de São João Baptista. O IC decidiu também incluir outras manifestações da religião católica como é o caso da Procissão de Santo António, Procissão do Senhor Morte, Procissão do Senhor Roque, Festa de São Martinho ou Festa da Imaculada Conceição. Ao nível dos espectáculos ou artes performativas, o IC incluiu também na lista as danças folclóricas portuguesas. Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM) é importante o destaque dado a estes elementos pois eles são a prova viva de um território culturalmente diverso. “É importante o reconhecimento do que é da cultura chinesa e outras culturas, em especial a portuguesa, por causa do tempo e do peso que teve na formação das características de Macau.” A presidente da CPM destaca o facto de ser necessário “trabalho” para que estes elementos se possam manter vivos além da distinção feita pelo IC. No caso da CPM, há muito que promove cursos na área do artesanato a fim de manter vivas algumas das tradições portuguesas. “As coisas devem ser promovidas e divulgadas e também ensinadas, que é aquilo que a CPM tem feito ao longo dos anos. Quando abrimos as nossas oficinas, incluindo as oficinas de cerâmica e de pintura de azulejo, foi uma das nossas preocupações, tal como a oficina de joalharia, uma coisa que é também bastante portuguesa”, rematou Amélia António. No que diz respeito à cultura chinesa, foram incluídos elementos como as danças do dragão e do leão, o festival das lanternas e da Primavera, o festival dos barcos dragão (Tung Ng) e a regata dos barcos dragão, entre outras. Na área do artesanato, de frisar a inclusão do fabrico de pivetes, a confecção de vestidos de casamento chineses, o fabrico de porcelana chinesa ou a confecção de pastelaria chinesa, entre outras iguarias.