Hoje Macau China / ÁsiaEmirados Árabes Unidos | Quase um milhar de filipinos repatriados Cerca de um milhar de trabalhadores filipinos vítimas de abusos laborais e de exploração foram repatriados dos Emirados Árabes Unidos desde o início do ano, anunciou ontem o Departamento de Assuntos Exteriores das Filipinas [dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]esde Janeiro regressaram ao arquipélago do Sudeste Asiático 969 filipinos, dos 777 que se refugiaram na embaixada do país em Abu Dhabi e no consulado no Dubai. “Condeno firmemente os abusos que estão a sofrer os nossos trabalhadores no exterior às mãos dos seus empregadores”, disse o secretário de Assuntos Exteriores filipino, Alan Peter Cayetano, em comunicado. De acordo com dados oficiais, 643 mil filipinos trabalham nos Emirados Árabes Unidos, a maioria dos quais em Abu Dhabi e no Dubai. O número real deve ser mais elevado se forem tidos em conta milhares de trabalhadores em situação irregular. Nesses países, as mulheres trabalham como empregadas domésticas e os homens na construção, em condições frequentemente precárias e sem garantias laborais. “Quando ocorrerem estes abusos, o Departamento de Assuntos Exteriores actuará de maneira decisiva para proteger os nossos cidadãos e para os trazer de volta a casa”, indicou Cayetano. Na passada segunda-feira, no discurso anual sobre o Estado da Nação, o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, sublinhou que “o bem-estar dos filipinos no estrangeiro é a principal política externa” do Governo. Falso emprego A polémica sobre os abusos e maus-tratos sofridos pelas empregadas domésticas filipinas no estrangeiro subiu de tom em Fevereiro passado, quando se encontrou o cadáver de Joana Demafelis, de 29 anos, há já um ano desaparecida, no congelador da casa dos seus empregadores no Kuwait. O caso levou Duterte a proibir o envio de trabalhadores para o Kuwait, que retaliou com a expulsão do embaixador filipino. Em Maio, os dois países normalizaram a situação e a restrição foi levantada. Para travar estes abusos e a proliferação de ofertas falsas de emprego, as autoridades filipinas lançaram agora uma plataforma ‘online’ para que cerca de três mil emigrantes, que saem diariamente do país possam classificar o tratamento das agências de emprego. Cerca de dez milhões de filipinos são trabalhadores emigrantes e o envio das remessas é fundamental para a economia do arquipélago.