Flora Fong SociedadeSJM não pretende abrir salas VIP no Cotai [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] deputada e administradora da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Angela Leong, garantiu, citada pelo Jornal do Cidadão, que a operadora não tem planos para a abertura de salas VIP no projecto Lisboa Palace, no Cotai. “Apenas 10% da área esta ligada ao Jogo, e ainda não considerámos abrir salas VIP no Lisboa Palace. Mas tudo depende do desenvolvimento e das necessidades do mercado”, apontou ao jornal de língua chinesa. Para além disso, Angela Leong explicou que vão ser criados mais elementos não ligados ao Jogo, os quais ainda não foram desenvolvidos no território, com vista a promover a cultura entre o ocidente e oriente. O Jornal do Cidadão questionou ainda Angela Leong sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano. A deputada disse esperar que o Governo apoie mais o sector do Jogo, pedindo maior cooperação com o desenvolvimento, com vista a uma diversificação económica. A administradora da SJM apontou que as receitas dos casinos não irão voltar a subir de forma rápida, mas defende que “já é muito bom existir um desenvolvimento estável”.
Leonor Sá Machado SociedadeJogo | Estudo prevê aumento da procura de pessoal especializado [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] procura de pessoal especializado na área do Jogo vai aumentar 30%, revelam estudos feitos por quatros instituições de ensino, requisitados pela Comissão de Desenvolvimento de Talentos. De acordo com um comunicado do organismo, os próximos três anos vão representar um aumento na procura destes profissionais. “No sector do jogo haverá um aumento de cerca de 30% na procura de gestores e quadros especializados”, esclarece a Comissão. Também a área de Hotelaria deverá fruir com a criação de mais 27 mil novos postos de trabalho, enquanto a Restauração se prepara para dar trabalho a mais 16 mil pessoas. A procura no sector da venda a retalho deverá aumentar 25%, especialmente na área de produtos de luxo. Tudo isto, explica a Comissão, deve-se à abertura de casinos e complexos de resort integrados em construção e ainda por abrir. A área de convenções e exposições também deverá aumentar o número de funcionários especializados. “Nos sectores de hotelaria e restauração prevê-se, respectivamente, a criação de mais de cerca de 27 mil e 16 mil empregos; a procura de emprego no sector de venda a retalho será de cerca de 25%, sobretudo haverá uma maior procura de empregados de venda a retalho de produtos de luxo, e, a procura no sector de convenções e exposições para o futuro terá um aumento para o dobro quando comparado com a procura actual”, destaca o comunicado. O mesmo documento define a futura procura como “relativamente grande” e com grande maleabilidade para a promoção de pessoal. A Comissão de Desenvolvimento de Talentos é constituída por uma série de grupos e subgrupos que estiveram todos presentes na segunda e mais recente reunião com Chui Sai On. Esclarecimentos precisos No entanto, parece que nem tudo está bem clarificado entre os membros do colectivo e o Governo: “mais de dez membros [da Comissão] mencionaram que o Governo deve clarificar quais as profissões com falta de talentos”, mas não só. Estes pediram ainda que fosse melhorada a base de dados sobre estas pessoas especializadas, que se reforçasse o desenvolvimento das escolas técnico-profissionais, que se crie medidas de fomento ao regresso de residentes de Macau a viver no estrangeiro e que se faça com que mais pessoas ingressem na área profissional das convenções e exposições. Um dos problemas com que o Governo actualmente se depara é a saída de jovens residentes em busca de trabalho no estrangeiro. É para combater isso mesmo que foi criada, no seio da Comissão de Desenvolvimento de Talentos, um outro grupo que se dedica a traçar medidas de “incentivo ao regresso de talentos” locais à cidade. A mais recente reunião do grupo, que teve lugar em meados de Outubro, teve como assunto principal a criação de uma “plataforma de serviços/informações online” de forma a que os “residentes ultramarinos” tivessem acesso às necessidades de recursos da RAEM.
Flora Fong Manchete SociedadeLai Man Wa | Novo Macau pede investigação profunda A ANM quer que o Governo investigue mais e melhor a morte de Lai Man Wa. A associação acusa o Executivo de não ser claro e de não ter em consideração todas as hipóteses à volta do caso. Também Agnes Lam acusa o Governo de colocar em causa a relação entre as autoridades e o direito à informação [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação Novo Macau (ANM) pede ao Governo uma investigação aprofundada relativamente à morte da directora geral dos Serviços de Alfândega, Lai Man WA. Admitindo espanto e surpresa, a associação considera que as autoridades competentes não investigaram todas as possibilidades na morte da directora. Numa declaração emitida ontem à comunicação social a ANM apresentou as suas condolências à família da vítima e apelou a que o caso não seja esquecido. Para a associação é inacreditável a definição e publicação de suicídio, avançado pelo Governo. “A rapidez da realização de uma conferência pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, após apenas quatro horas do descobrimento da morte” é estranha, diz a associação. O grupo destaca ainda a insistência, por parte do Governo, em frisar que a vítima não estaria envolvida em casos suspeitos. Para o grupo pró-democrata, o Governo não investigou todos os ângulos possíveis, não investigou todas as possibilidades, e resolveu tirar conclusões dentro de um curto espaço de tempo, ignorando todos os pontos dúbios da situação. “Se um alto funcionário do Governo morre em circunstâncias tão anormais e o Governo de Macau decide encerrar o caso em apenas quatro horas, como é que os cidadãos comuns podem sentir que estão protegidos pela segurança e justiça?”, questionou Scott Chiang, presidente da ANM. Com isto, o associação pede que seja elaborada uma investigação exaustiva sobre o caso e que sejam divulgadas as informações obtidas desse trabalho, mantendo sempre o respeito pela vítima. É preciso, alega, que o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, conjuntamente com o Ministério Público (MP) investiguem e publiquem as informações. Aviso selectivo Também para Agnes Lam, docente de Comunicação na Universidade de Macau (UM), há algo de muito errado em todo o caso. A começar pelo tempo em que aconteceu o caso e a chegada da informação aos meios de comunicação. Numa linha cronológica a morte de Lai Man Wa é apontada para as 15h30, tendo sido confirmada pelas 17h40, as só às 19h30 é foi convocada uma conferência de imprensa. Wong Sio Chak explicou, na altura, que esta diferença de horas aconteceu porque o prioritário era o socorro e não as entrevistas. Para Agnes Lam esta justificação é “errada e irracional”. A docente considera que uma coisa não invalida a outra. “Avisar os meios de comunicação nunca iria impedir o socorro, são duas coisas que não entram em conflito. Esta diferença de horas prejudica o direito à informação que o público tem. Quando os jornalistas chegaram o corpo já tinha sido transportado, só o local é que estava disponível para investigar”, defendeu. Agnes Lam acha que o caso é muito sensível e de muito interesse para o público, daí ser necessário a notificação imediata. “O mecanismo de notificação é a confiança mútua entre as autoridades e os meios de comunicação. Pode ser estar em causa e ser destruída caso haja uma selecção na informação”, argumentou. Com 56 anos, Lai Man Wa, era casada e mãe de dois filhos. Licenciada em Ciências Policiais, pela Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, e mestre em Administração Pública, pela Universidade de Zhongshan, iniciou a carreira profissional em Abril de 1985, na Polícia Marítima e Fiscal. As cerimónias fúnebres começaram na quarta-feira em que milhares de pessoas e membros do Governo prestaram a sua homenagem. O funeral decorreu ontem onde apenas familiares e amigos mais próximos puderam estar presentes. O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, marcou também presença.
Filipa Araújo SociedadeSociedades | Capital social subiu mais de 85% [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre Julho e Setembro do presente ano, o capital social das sociedades do território aumentou 87,4%, fixando-se nos 377 milhões de patacas. Os dados são da Direcção dos Serviços de Estatísticas de Censos, que indicam que ainda assim, no terceiro trimestre de 2015, constituíram-me menos 149 sociedades, quando comparadas com o período homólogo de 2014. Um total de 1226 sociedades foram constituídas durante os últimos três meses. O documento indica ainda que relativamente aos ramos de actividade, 447 sociedades dizem respeito ao comércio por grosso e retalho e 302 no ramo de serviços prestados às empresas. “No trimestre em análise dissolveram-se 150 sociedades e o montante do capital social destas alcançou 127 milhões de patacas”, indica o documento. Relativamente ao montante, 881 sociedades, 71,9%, dizem respeito ao escalão de capital social inferior a 50 mil patacas, sendo que o montante de capital social destas foi de 23 milhões de patacas. “Constituíram-se 22 sociedades, com um capital social igual ou superior a um milhão de patacas e o montante do capital destas alcançou 316 milhões de patacas”, ou seja, 83,8% do total do capital social. Um total de 95 milhões de patacas do capital social das sociedades formadas eram “oriundas das nove províncias do Grande Delta do Rio das Pérolas, dos quais 94 milhões de patacas pertenciam à província de Guangdong. “Quanto à composição de sócios das sociedades, 834 constituíram-se com sócios só de Macau e 126 formaram-se como sócios de Macau e de outros países ou territórios”, pode ler-se no documento. Feitas as contas finais, no terceiro trimestre deste ano estavam registadas um total de 52,179 sociedades, isto é mais 4862 em termos anuais.
Leonor Sá Machado SociedadeArtes Visuais | Seleccionados 83 trabalhos para exposição anual em 2016 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) seleccionou um total de 83 trabalhos de uma centena de artistas locais para a Exposição Anual de Artes Visuais de Macau do próximo ano. No entanto, foram submetidas quase o dobro, ou seja, 361 obras. Estas foram entregues ao IC entre os dias 10 e 11 de Outubro no edifício do Antigo Tribunal. A Exposição Anual de Artes Visuais de Macau tem como objectivos promover os trabalhos de artes visuais de Macau, encorajar a inovação e cultivar talentos locais em diversos campos artísticos”, adiantou o IC em comunicado. Foram premiados os residentes Lee On Yee, Sam Pak Fai, Wu Hin Long, Cheong Hang Fong, de Leong Wai Lap, Chan Un Man, de Chan Hin Io, de Mak Kuong Weng, Ieong Man Pan, entre outros. De entre as 28 pinturas, 22 fotografias, 14 gravuras, sete peças de cerâmica, três esculturas, sete trabalhos com técnicas mistas e dois vídeos, todas as obras se focam na cultura chinesa, nas mudanças da cidade de Macau e na natureza humana. O painel de júris integrou o Presidente da Associação de Artistas Shangyuan de Pequim, Li Xiang Ming, o professor da Academia de Belas Artes de Guangzhou, Yang Xiao Hua e a artista malaia Kuik Ching Chieh. As obras seleccionadas serão exibidas durante o XXVII Festival de Artes de Macau.
Andreia Sofia Silva SociedadeCultura | FIC só apoiou 30% das candidaturas [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o final de dois anos de funcionamento, o Fundo para as Indústrias Culturais (FIC) apresentou ontem os resultados das candidaturas a apoio financeiro, sendo que a percentagem de aprovações surpreende por ser baixa. Apenas 26,79% dos projectos viram luz verde do FIC, ou seja, 62 de um total de 321 candidaturas. Estes dados dizem respeito a 2014, sendo que este ano o FIC só aprovou oito projectos, os quais deverão representar 15 milhões de patacas em apoio concedido. Com um investimento de 89 milhões de patacas por parte do Governo, os projectos aprovados prometem criar 413 postos de trabalho, dirigindo investimentos num valor total de 460 milhões de patacas. Tratam-se sobretudo de candidaturas na área do design criativo, exposições e espectáculos culturais, colecção de obras artísticas ou media digital, entre outras. Citado pela Rádio Macau, o presidente do FIC, Leong Heng Teng, frisou que não é objectivo da entidade reduzir os apoios financeiros, por culpa da austeridade imposta pelo Executivo. “Não se pretende reduzir a força do apoio financeiro às empresas. Temos um determinado nível de autonomia na concessão do apoio”, garantiu. Davina Chu, vogal do conselho de administração do FIC, explicou que os projectos candidatos a apoio o ano passado não tinham muito conhecimento das regras de candidatura. “Apesar de o número de candidaturas ser um pouco inferior ao ano passado, a qualidade dos projectos está a subir”, explicou. Projectos na calha Daqui para a frente, o FIC afirma estar a estudar novas hipóteses de financiamento às Pequenas e Médias Empresas (PME). “O FIC pretende, ainda, lançar, a título experimental, apoio financeiro a projectos específicos, sendo os destinatários projectos nas áreas das marcas de moda, exposições e espectáculos culturais locais e da indústria cultural da economia comunitária, aumentando o nível de apoio”, pode ler-se no comunicado cedido à imprensa. Para o próximo ano será ainda lançada a “medida das indústrias culturais, mediante a cooperação entre as três partes do Governo, indústrias e académicos, encarregando estabelecimentos de ensino superior locais de proceder a análises e estudos”. Tais análises serão feitos com os dados apresentados até agora pelas empresas candidatas, por forma a traçar planos até 2018.
Flora Fong SociedadeImobiliário | Preço médio caiu 40% . Pedida revisão de medidas [dropcap style=’circle’]A[/drocap] Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau queixou-se ontem da queda de 40% do preço dos imóveis, alegando que esta tendência está a fazer com que vários proprietários estejam a obter capital negativo. A Associação apela assim à revisão das medidas de controlo do mercado do imobiliário. Segundo o Jornal Ou Mun, Chong Sio Kin, presidente da Associação culpa a queda das receitas de Jogo destes últimos 17 meses por consequências negativas em vários sectores. O presidente citou informações da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) de Abril de 2014. Estas indicam que foram efectuadas 998 transacções de imóveis, o preço médio era de cerca de 131 mil patacas por metro quadrado. Comparando com os dados do passado mês de Setembro, o número de transacções quase desceu para metade, tendo-se efectuado apenas 446. Estas custaram cerca de 83 mil patacas, registando-se uma queda de 53% nas transacções e de 36,5% no preço. Chong Sio Kin acrescentou que os proprietários que adquiriram os imóveis quando o mercado estava com preços muito altos passam agora a ter capital negativo devido à queda do preço e à falta de procura de arrendamento. O especialista acusa as medidas de controlo do mercado imobiliário de não fazerem jus à realidade actual, considerando que o Governo deve alterá-las. O responsável sugere que sejam diminuídos os impostos adicionais de investidores estrangeiros, bem como canceladas as instruções sobre a hipoteca de habitação de bancos para que estas instituições possa optar por hipotecas mais flexíveis.
Leonor Sá Machado Manchete SociedadeUber | Deputados falam de zona cinzenta e discordam de legalização [dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Uma zona cinzenta”. É aí mesmo que um dos deputados da Assembleia Legislativa posiciona a empresa de transportes por chamada Uber. Esta chegou há menos de duas semanas ao território e já está a causar estragos. É que segundo o Governo, a sua actuação em Macau não é legal e não pode ser um substituto ao serviço de táxis oferecido. No entanto, o feedback da população nas redes sociais tem sido positivo. Entre comentários de congratulação pela chegada do serviço norte-americano ao território a comparações com a atitude dos taxistas locais, os comentários vão fluindo. E a Uber vai mirrando. É que o Governo já prometeu dar início a um “combate” a este serviços nas ruas da cidade. Só o tempo resolve O HM quis saber a opinião dos deputados sobre a chegada do serviço. Três deles discordam, alegando que este não substitui nem vem acrescentar nada ao serviço de táxis. Ng Kuok Cheong vê a questão de outra perspectiva: “a actividade [da Uber em Macau] é uma zona cinzenta, tal como em todos os outros países onde deu início à sua actividade”, começou por dizer. Para o deputado, o serviço não vem colmatar a falta de um bom serviço de transportes além dos autocarros públicos. Não só por não estar legislado, mas também por ser preciso, na óptica do democrata, que o serviço geral de transportes públicos melhore. “Isto não é uma coisa que o Governo possa simplesmente solucionar, é preciso que se resolva através de outras vias”, acrescentou. Problemas a mais Definitivamente ilegal, declarou Melinda Chan ao jornal Ou Mun. Ao periódico local, a deputada refere que a ilegalidade não tem que ver com a aplicação de telemóvel mas com a natureza dos próprios automóveis. “Se os automóveis chamados forem privados, são ilegais e é injusto para os veículos que só podem operar com licenças”, disse. Chan questiona uma outra premissa: se os condutores não detiverem uma identificação clara pode transformar-se num problema para a segurança. A deputada afirma que tem acompanhado um serviço de transportes semelhante que opera na China e que, diz, “era uma confusão”. No Ou Mun, deixa até uma sugestão: “a empresa que vai operar as licenças de táxis especiais pode criar uma aplicação de chamada de transporte por telefone [como a Uber] para responder à tendência”. Melinda Chan defende, além do mais, que o serviço de pagamento com cartão de crédito não está devidamente licenciado. Lau Veng Seng está do lado de Melinda Chan e Ng Kuok Cheong. O deputado considera que o serviço não devia operar em Macau, já que o regime jurídico que regulamenta o transporte de passageiros não inclui tal modelo de negócio. “Podemos ver que o Governo tem emitido licenças de táxi e vai rever o respectivo regime jurídico para que a qualidade do serviço melhore. Até ao momento, não devemos permitir o funcionamento da Uber no território”, disse. Questionando sobre como avalia a opinião positiva expressa por alguns cidadãos, – de que a Uber vem colmatar a falta de um bom serviço de transportes – o deputado partilha do argumento de Ng Kuok Cheong. A rede de transportes públicos é “muito importante” e precisa de ser resolvida, mas não com um serviço alternativo que não esteja legislado. Além disso, considera que o serviço dos táxis melhorou e espera que o metro ligeiro entre rapidamente em funcionamento.
Leonor Sá Machado SociedadeEstudo | População menos confiante no Governo Os residentes da RAEM sentem-se menos positivos em relação ao futuro de Macau e a culpa, mostra um estudo, é dos acontecimentos que tiveram lugar em 2014. Os inquiridos confessam ter também menos confiança nos Governo local e da China [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] sociedade de Macau está menos confiante sobre o futuro positivo da região e sobre o desempenho dos Governo de Macau e da China. É, pelo menos, isso que avança um estudo publicado este ano, pela equipa do Programa de Opinião Pública da Universidade de Hong Kong (HKU na sigla inglesa). “Comparando com dados do ano passado, a confiança das pessoas nos Governos local e Central desceu cerca de 33%”, revela o inquérito realizado este ano. Quanto aos indicadores relativos ao futuro da cidade, da China e do sistema “Um País, Dois Sistemas”, todos se revelaram positivos, ainda que com uma queda acentuada, com ênfase para a credibilidade do sistema em vigor na RAEM, parâmetro que “não atingia valores tão baixos desde” 1999. No mesmo documento, a HKU determina que também a identificação dos cidadãos locais com a cultura e cidadania chinesa está em vigor. O estudo conclui “o aumento tendencial da falta de confiança da população de Macau” na performance do Governo e no desenvolvimento da cidade. Ao questionário, feito de forma aleatória por telefone, responderam mais de 500 residentes. Ricos e desconfiados A mesma investigação inclui uma série de indicadores relativos à confiança da população no Governo e no futuro da região. A desconfiança da população face ao destino de Macau aumentou 11% desde 2011. No entanto, mais de metade dos inquiridos assegura confiar no Executivo local, contra os 21% que não expressam confiança face à liderança da região. No que diz respeito ao Governo Central, o mesmo estudo mostra que 19% não tem confiança nos líderes de Pequim, o que demonstra, comparando com o ano de 2011, que este indicador sofreu um acréscimo de 6%. A HKU também analisou as considerações da população em relação aos níveis de estabilidade, de liberdade, de democracia e da credibilidade dada aos media locais: todos os indicadores sofreram uma descida, ainda que residual. No entanto, permanecem, como no ano anterior, positivos. É o da credibilidade para com os media que menos pontos recebeu, situando-se nos 5,20 numa escala de zero a dez. Preocupações invertidas Olhando para as inquietações da população residente, a HKU determina que continuam a ser, como há vários anos, os problemas sociais que mais preocupam os cidadãos. No entanto, o questionário mais recente revela o aumento de um outro indicador de preocupação: a população está, desde Dezembro do ano passado, mais preocupada com o estado da Economia local do que em anos passados. A razão não se encontra no estudo, mas a queda constante das receitas do Jogo pode ser uma delas. Os resultados de 2011 mostram um nível de 21% de preocupação com o estado da economia, face aos 24% deste ano. “O inquérito mais recente mostra que 69% dos inquiridos estão mais preocupados com problemas sociais, 24% com problemas económicos e 4% determinaram os problemas políticos como a fonte das suas principais preocupações”, revela o estudo.
Joana Freitas SociedadeIC | Instituto alvo de criticas em programa de rádio [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m ouvinte do programa Macau Talk, na Rádio Macau, aproveitou a presença de Guilherme Ung Vai Meng, presidente do Instituto Cultural (IC), para apresentar as suas criticas ao pouco trabalho efectuado na protecção do património cultural, sendo que, defende o participante, deve o organismo sair do edifício actual na praça do Tap Seac. O presidente respondeu que o edifício não serve apenas de escritório mas também é um ponto importante na recepção de oficiais, de diplomatas e conselheiros culturais estrangeiros, frisando que a localização do IC é importante. “Se o IC estivesse situado num edifício industrial ou comercial, podia mostrar a valorização da cultura de Macau?”, questionou. Livros a bater à porta No mesmo programa, Guilherme Ung Vai Meng afirmou ainda que a obra de construção da Biblioteca do Patane já está basicamente concluída. No que toca ao planeamento da futura Biblioteca Central, construída no antigo tribunal, o responsável referiu que já concluiu o plano, indicando que a área total desta Biblioteca vai ser dez vezes maior do que a da Taipa. O organismo precisa de organizar com cautela devido ao número grande das instalações. Prevê-se que o espaço seja inaugurado em 2019 a 2020. Leong Wai Man, chefe substituta do Departamento do Património Cultural do IC, explicou que a parte exterior do Quartel São Francisco demolida e reconstruída não pertence ao património cultural, mas é uma construção datada dos anos 50. Apesar disso, defende que tanto a fortaleza do quartel como as árvores dentro devem ser salvaguardas. Estoril sem data Guilherme Ung Vai Meng, presidente do Instituto Cultural, explicou, em declarações à Rádio Macau, que o processo de avaliação do Hotel Estoril está a ser analisado por especialistas, não havendo ainda data para apresentar os resultados. “Convidámos peritos da área para fazerem análises e também os membros do Conselho do Património Cultural para que seja feita uma avaliação da situação”, indicou o presidente ao meio de comunicação. Sem datas, o caso do Hotel Estoril continua a ser uma incógnita, apesar de, conforme indicou Ung Vai Meng, a maioria das opiniões apoio o novo projecto como destino do Hotel Estoril. Ainda assim, reforçou, é preciso “respeitar a voz de todos”. Nas mesmas declarações à rádio, o presidente falou sobre o polémico assunto do hotel projectado para a Doca de Pescadores, que segundo a empresa Macau Legend Development, presidida por David Chow, terá 90 metros. Ung Vai Meng indicou que o Governo atribui uma “sugestão – de 60 metros – sobre a altura”, frisando que não passa de uma opinião. A decisão final cabe, explica, aos outros departamentos que não o IC. “Só demos uma opinião”, reforçou. HM/Rádio Macau
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUber | David Chow lança alerta para agências de viagens [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m dia depois da Uber ter anunciado que vai apresentar uma queixa formal ao Governo contra a actuação da PSP, eis que o empresário David Chow, na qualidade de presidente da associação geral das agências de viagens de turismo, resolveu lançar o alerta. A associação e o próprio empresário da área do turismo são membros da Comissão para o Desenvolvimento de Turismo, órgão consultivo governamental que discutiu ontem a entrada da Uber no mercado. “Estou aqui para dar o alerta às agências de viagens, porque hoje o Governo foi muito claro ao dizer que a lei não tem essa disposição em relação ao sistema da Uber, especialmente neste trabalho de parceria com as agências”, disse ontem David Chow em conferência de imprensa. Actualmente a associação representa cerca de 80% do sector, sendo que as restantes agências de viagens não estão inscritas nesta federação. “É minha responsabilidade, como presidente, de fazer este anúncio, para relembrar a todas as agências que não podem trabalhar com a Uber”, apontou. O proprietário de empreendimentos como a Doca dos Pescadores e o Landamark lembrou que a lei que está em vigor visa apenas o uso do transporte das agências por turistas. “Pensam (a Uber) que têm áreas cinzentas na lei, mas esta manhã os representantes do Governo disseram que é contra a lei. A regulação das agências de viagens é apenas para os turistas, os residentes não podem usar esse serviço de transporte. Os cidadãos têm de ter uma melhor compreensão”, frisou. Igual ao jogo online O também antigo deputado à Assembleia Legislativa (AL) frisou que “antes da Uber fazer o seu anúncio, algumas associações tentaram melhorar o serviço de táxis, para que este tipo de serviços não sirva de arma para atacar a lei de Macau”. David Chow chegou a comparar a aplicação de telemóvel com a legalização do jogo online. “Mesmo se no futuro mudarmos a lei, ou implementarmos algum tipo de regulação, não é impossível criar uma espécie de sistema online ou ter algum tipo de tecnologia. Mas dou um exemplo: se a Uber puder operar em Macau, isso significa que o jogo online também poderia ser uma realidade em Macau. Então penso que é uma mensagem muito importante a passar também para os cidadãos”, referiu. O HM tentou chegar à fala com Harold Li, porta-voz da Uber para Macau, mas não foi possível estabelecer contacto. Na conferência de imprensa desta terça-feira, onde os responsáveis da empresa deram a cara pela primeira vez, a Uber garantiu que contactou advogados locais antes de entrar no mercado, por forma a garantir a maneira legal de operar no território. “As parcerias que estabelecemos possuem licenças para os serviços que têm vindo a providenciar para as pessoas de Macau e turistas, hotéis e casinos, e até negócios. O negócio não mudou, mas a única diferença é que adicionámos uma plataforma extra, através da aplicação de telemóvel”, disse Hon Ng, conselheiro da Uber para a zona da Ásia-Pacífico. Apesar de ter falado na qualidade de presidente da associação geral das agências de viagens, David Chow está ligado ao sector dos táxis. Não só é proprietário de algumas licenças como em 2012 apoiou a criação da Liga dos Táxis. Esta entidade, que reúne cinco associações do sector, pretendia na altura a criação de um fundo de seguro para os taxistas, o qual incluiu injecções de capital da parte do empresário.
Filipa Araújo SociedadeFundação Macau | Doações de terceiro trimestre chorudas [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão mais de 530 milhões de patacas que a Fundação Macau concedeu no terceiro trimestre do presente ano a associações, federações, instituições, entre outras entidades. Cerca de 537 milhões de patacas foram distribuídas por mais de 350 grupos. Sem grandes surpresas, pouca ou muito pouca alteração às quantias atribuídas foram registadas. O hospital privado Kiang Wu, a Fundação Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, Fundação Católica de Ensino Superior Universitário e a Associação Geral das Mulheres de Macau ocupam a lista das maiores contribuições, segundo publicação em Boletim Oficial. Foi esta última associação que recebeu a maior fatia do bolo, amealhando 128 milhões de patacas, destinadas à construção de um novo edifício escolar. A seu lado está a Fundação Católica de Ensino Superior com um total acumulado de 101 milhões, maioritariamente destinado às obras da segunda fase do novo campus da Universidade de São José, na Ilha Verde. Com 80 milhões de patacas, ocupando o terceiro lugar, está a Fundação da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, que para além de serem destinados à aquisição de novos equipamentos, vão para a construção de uma residência de estudantes. Neste trimestre, o hospital Kiang Wu não se destacou como de costume, mas ainda assim, recebeu 20 milhões de patacas para aquisição de sistemas informáticos e equipamentos clínicos. Fundo da tabela Também na casa dos 20 milhões está a União Geral das Associações dos Moradores com 17,5 milhões de patacas. Abaixo dos 10 milhões de está a Aliança de Povo de Instituição de Macau, Casa de Portugal, Associação Promotora das Ciências e Tecnologias de Macau, a Associação Intercambio da Cultura Chinesa, a Associação Promotora de Instrução de Macaenses, Instituto Internacional de Macau e a Santa Casa da Misericórdia.
Filipa Araújo SociedadeSaúde | ATFPM apela a melhores condições a CE [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]um encontro com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, que aconteceu na semana passada, a Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), presidida por José Pereira Coutinho, apelou ao líder de Macau por melhores condições na área da saúde. Acusando o Governo de não cumprir aquilo que devia, a ATFPM aponta o dedo a várias falhas no sistema de saúde de Macau. O aumento do orçamento da saúde de mil milhões para cinco mil milhões não resolveram os vários problemas que se fazem sentir no território, prejudicando em forte escala a vida dos residentes. A contratação da pessoa especializada seja na área de medicina ou enfermagem foi também outro ponto criticado. Considera a associação que este problema está longe de estar resolvido, sendo necessário apostar na contratação de mão-de-obra especializada de não residentes, “a fim de formar mais quadros qualificados dentro de cinco a dez anos, de modo a diminuir a pressão da falta de profissionais e elaborar a calendarização para o recrutamento e formação de pessoal”. Acessos às consultas de especialidade e longos períodos de tempo de espera, que trazem problemas aos diagnósticos, pertencem também à lista entregue em mãos a Chui Sai On. Na proposta era ainda avançada a possibilidade de construção de um hospital para idosos, permitindo que estes sejam transferidos do hospital público. Mecanismo que viria, defende, resolver o longo problema de falta de camas do território. No mesmo documento a ATFPM propunha ainda a construção de um centro de distribuição de medicamentos para reduzir o tempo de espera que este processo implica, assim como a abertura de alguns centros de saúde por 24 horas para reduzir a carga das salas de emergência dos próprios hospitais. Tam no poder Em reacção, o Chefe do Executivo afirmou que é Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, a pessoa encarregue dessa temática. “Ele [Chui Sai On] disse que vai falar com Alexis Tam para fazer uma análise sobre a situação”, explicou ao HM, Rita Santos, membro da direcção da associação, que também marcou presença no encontro. Em cima da mesa esteve ainda a “necessidade de construção de mais casas económicas e sociais”, assunto que despertou a dedicação de Chui Sai On, que reforçou uma vez mais que nos novos aterros está prevista a construção deste tipo de habitação. “Também falámos da necessidade, o mais rápido possível, da construção de asilos para os nossos idosos. A verdade é que a taxa de envelhecimento é cada vez mais alta. O Chefe do Executivo confirmou e concordou que não podemos obrigar os idosos de Macau a viverem longe das suas famílias. Portanto se as famílias vão para os novos aterros, os idosos também. Garantiu por isso que serão construídos asilos, creches e outras infra-estruturas de lazer”, rematou. Relativamente ao Hospital das Ilhas, um projecto marcado por atrasos, Rita Santo indicou que Chui Sai On está na fase de abertura de concurso público e, por isso, é preciso esperar.
Leonor Sá Machado SociedadeEnsino superior | Aprovada abertura de novos mestrados em 2016 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto de Enfermagem do Kiang Wu vai cooperar com a Western Sydney University num novo curso de mestrado de Enfermagem, que irá abrir em Janeiro de 2016. A abertura deste curso vem dar boas novas aos jovens que completaram a licenciatura em determinados cursos que recentemente os Serviços de Saúde vieram dizer que não estavam equiparados à função de enfermeiro. Estes terão, eventualmente, a possibilidade de ingressar neste mestrado e exercer funções na área da Enfermagem. Este mestrado, realizado à distância com o apoio do Instituto de Enfermagem do Kiang Wu, compreende cadeiras de Cuidados de Saúde, Liderança da Prática Clínica, Promoção da Saúde e Enfermeiros, entre outras. A notícia vem publicada em Boletim Oficial (BO), tal como a abertura de um outro curso de mestrado de Administração Pública no Instituto Politécnico de Leiria, em parceria com o Instituto Politécnico de Macau (IPM). Esta não é a primeira edição do mestrado, que tem vindo a ser leccionada há alguns anos. O futuro currículo sofreu, no entanto, algumas alterações. O curso é composto por 11 cadeiras e também abrange políticas locais, como a disciplina de Direito da Administração Pública de Portugal e de Macau, de Políticas Socioeconómicas na Ásia-Pacífico e Contratação Pública nos dois territórios.
Filipa Araújo SociedadeUSJ | Construtora acusa empresa subcontratada de incumprimento Empresa contratada por USJ reage às acusações recebidas por parte da empresa subcontratada Iao Sang. Esta última terá violado o contrato, segundo defende, e por isso o mesmo ficou sem efeito [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Hsin Chong, empresa responsável pelo projecto de construção do novo campus da Universidade de São José, na Ilha Verde, reage às acusações de falta de pagamento por parte da empresa subcontratada, a Iao Sang, acusando-a de incumprimento do contrato. Em causa estão as acusações da Iao Sang contra o grupo de construção Hsin Chong. O gerente do projecto, Hoi, explicou ao HM que a empresa que assinou contrato com a USJ não realizou qualquer pagamento do acordado ao longo do ano de 2015 e fechou as portas do estaleiro, atitude que não permite que os trabalhadores tenham acesso à obra e aos materiais. Num anúncio colocado no jornal OuMun, ontem, a empresa contratada Hsin Chong refutou qualquer acusação por parte da Iao Sang. “É uma declaração falsa e o conteúdo tem descrição difamatória”, escrevem. O anúncio indicava ainda que a cessão de contrato foi de acordo com as cláusulas do próprio contrato. “Quando uma parte viola o contrato de forma grave, podemos decidir cessar o contrato para assegurar o direito da nossas empresa e do proprietário do projecto”, escreve. Questionado sobre que violação de contrato terá levado a cabo a empresa subcontratada, a Hsin Chong não prestou qualquer esclarecimento, até ao fecho desta edição. O caso segue agora para tribunal, sendo a Iao Sang acusa de difamação. Com Flora Fong
Flora Fong Sociedade13º plano quinquenal | Governo Central quer reforçar papel de Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s sugestões do 13º plano quinquenal sobre o Desenvolvimento Social e Economia Nacional, elaborado pelo Governo Central, incluem, pela primeira vez, a “promoção das funções e papéis de Hong Kong e Macau em relação à abertura ao Mundo e o desenvolvimento económico do país”, bem como um “reforço das vantagens espectaculares” das regiões. O documento foi publicado na terça-feira, e no capítulo especializado sobre as duas regiões administrativas especiais, apresenta a ideia de aprofundamento da cooperação e desenvolvimento entre o continente, Hong Kong e Macau. “Implementar plenamente os princípios ‘Um País, Dois Sistemas’, ‘Macau governado pelas suas gentes’ e ‘Alto Grau de Autonomia’, permite aproveitar as vantagens espectaculares, apoiando Hong Kong e Macau na melhoria da vida da população e na promoção da democracia” lê-se no documento. Além de apoiar a transformação da cidade vizinha em centro financeiro internacional, de transporte aéreo e de comércio, o plano suporta o território de Macau na construção de um centro mundial de turismo e lazer e de uma plataforma de serviços de cooperação comercial entre a China e os países da Língua Portuguesa, promovendo a diversificação da economia. A aceleração da cooperação de Hong Kong e Macau com Qian Hai, Nansha e a Ilha de Montanha deverá “aprofundar” o intercâmbio da população nas áreas das ciências, cultura, educação e protecção ambiental entre as RAE e a China.
Filipa Araújo Manchete SociedadeConstrutora do campus da USJ falha pagamento a empresa sub-contratada. Obras estão paradas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] obra do novo campus da Universidade de São José (USJ) muita tinta tem feito correr. Atrasos nas obras e falta de dinheiro são apenas alguns dos entraves com que Peter Stilwell, reitor da instituição, se tem deparado. Desta vez o caso muda de figura. “A obra atingiu os 60% de conclusão mas está neste momento parada. Nós não estamos a trabalhar, nem sequer conseguimos ter acesso ao estaleiro. A empresa que nos contratou, a Hsin Chong, fechou tudo, inclusive com o nosso material lá dentro e recusa-se a falar connosco”. As declarações são de Hoi, gestor do projecto da empresa local subcontratada pela construtora de Hong Kong, a Iao Sang. Por partes. O projecto com um custo total de 500 milhões de patacas, em que 50% pertencia ao Governo, foi entregue à construtora Hsin Chong, que por sua vez subcontratou a empresa local Iao Sang, impondo, claro, algumas condições. “Tudo o que fosse relacionado com a electricidade, cabos telefónicos, por exemplo, os azulejos e os aparelhos de ar condicionado seriamos nós os responsáveis, mas era a empresa, que nos contratou, que definia quem seriam os nossos fornecedores. Em contrapartida os 300 trabalhadores necessários para a obra eram escolhidos por nós e era a própria empresa que retirava parte do nosso pagamento para lhes pagar os ordenados”, explicou o responsável. Em números, o contrato com a empresa subcontratada iria render um total de 450 milhões de patacas, pagos mensalmente. “Só aqui, a empresa já estava a ganhar 50 milhões de patacas sem fazer absolutamente nada”, continua, indicando que por norma este tipo de contratos definem que o pagamento é feito por tranches consoante a conclusão da obra. “Normalmente pagam por piso, quando o primeiro está terminado pagam uma percentagem e assim sucessivamente. Neste caso não aconteceu isso, o nosso contrato estava feito para que o pagamento fosse mensal”, rematou. Tio patinhas O primeiro pagamento aconteceria então em Janeiro de 2014. “No início do ano passado pagaram-nos 16 milhões de patacas, depois durante todo o resto de 2014 recebemos mais 40 milhões, perfazendo um total de 56 milhões de patacas”, esclarece, frisando que numa reunião com a empresa da região vizinha lhes foi dito que em material, até ao momento, tinham sido gastos 20 milhões e que por isso o total já liquidado era de 75 milhões de patacas. “Estranhámos porque nem sequer nos foram apresentados recibos de qualquer material. O material chegava, é certo, mas quem nos garante que custou o que custou? Ainda assim nada dissemos e continuámos a obra”, indica. No final de Dezembro do ano passado a construção começou a acusar sinais de fragilidade no que toca a gestão de recursos humanos. Várias trabalhadores foram despedidos e 150 protestaram reivindicando o pagamento dos salários que estavam atrasados desde Setembro, um total de cerca de seis milhões de patacas. Questionado sobre o pagamento dos salários, Hoi garantiu que todos os trabalhadores receberam o seu pagamento até ao mês de Outubro deste mesmo ano, altura em que tudo mudou. Matrimónio terminado “Começámos a estranhar quando, desde Janeiro de 2015, deixou de haver comunicação com a empresa e os pagamentos mensais deixaram de existir”, conta. Em termos práticos, até Outubro passado a obra atingiu os 60% de conclusão, sendo que a empresa subcontratada deveria ter sido paga em 270 milhões de patacas, destes, apenas recebeu os tais 76 milhões, como anteriormente referido. “Um dia, no mês passado, fomos contactados pelo advogado da empresa convocando-nos para uma reunião com o director financeiro, o senhor Wong Thomson”, explica o gestor. Acompanhado por mais membros da administração da Iao Sang, Hoi conta que o ambiente era hostil e rapidamente o advogado informou que apenas tinham direito a cinco perguntas. “Achámos tudo estranho, coisa boa não podia vir dali”, remata. Aproveitando o tempo de antena, a empresa questionou porque é que os pagamentos não estavam a ser feitos e como se justifica a ausência de recibos e comprovativos de pagamentos de material e, até, aos outros fornecedores. “Pedimos ainda que nos mostrassem o contrato que a empresa tem com a USJ, porque a verdade é que nós nunca o vimos, soubemos dos 500 milhões, em que 250 milhões são dos contribuintes pelas notícias nos meios de comunicação”, relata, adiantando que lhes foi recusado o pedido. Durante a reunião, conta, a administração quis ainda esclarecimentos sobre as subcontratações feitas pela Hsin Chong sem qualquer autorização por parte da Iao Sang. “A empresa disse que tinha gasto dinheiro com novas subcontratações, quisemos saber quanto é que tinham gasto e até quem eram, afinal somos nós que estamos responsáveis pela obra. Ou éramos”, argumentou. “O nosso erro, foi acreditar e não ficar com um contrato”, lamenta, adiantando que a “empresa fez o contrato e ficou com ele”. Naquela reunião, relembra, o director financeiro nada dizia, no fim levantou-se da mesa e disse-lhes que “já tinham ganho muito” fechando a porta e abandonando o encontro. “Desde aí nunca mais conseguimos uma comunicação com a empresa. Tentamos contactar e a única coisa que nos dizem é que não comentam”, informa. Portas fechadas Com um contrato sem efeito a maior surpresa estava ainda para vir. “Um dia chegámos ao estaleiro e não pudemos entrar. Estava tudo trancado e o nosso material estava lá. Da empresa só soubemos que a obra tinha parado e que não podíamos entrar”, relembra. As tentativas para pedido de explicações foram muitas. “Tentámos diariamente saber o que se passava, do outro lado da linha só percebemos que o nosso contrato tinha sido cancelado. Exigimos entrar para que nos dessem as nossas coisas, foi-nos sempre recusado. Tivemos que chamar a polícia que nos explicou que nada podia fazer”, aponta. “Não temos saída”, é assim que termina a conversa com o HM. Sem capacidade monetária para seguir com um processo judicial, que levaria a média empresa “à ruína”, Hoi vê-se com o maior problema que alguma vez lhe passou nas mãos na sua área. “O tempo que poderá demorar em tribunal, e os seus custos, poderão levar-nos à ruína. Não temos forma de aguentar um processo tão complexo. Eles cancelaram o nosso contrato, sem nada nos dizer, sem justificações. Recusam-se a falar connosco e está muito dinheiro em dívida”, termina, frisando que neste momento a única prioridade é “reaver o material” Dinheiro que é nosso “Conflitos entre empresas internas poderiam não ser notícias ou de interesse da sociedade caso não dissessem respeito a erário público. Neste caso a 250 milhões de contribuições dos residentes de Macau”, começa por defender o deputado José Pereira Coutinho, quando questionado sobre o conflito interno das empresas. “Sei o que se está a passar e já falei com o reitor Peter Stilwell, que pouco me parece poder fazer. A verdade é que o Governo tem de saber onde está o dinheiro e neste caso não sabe. Não sabe que o dinheiro, que é de todos nós, foi atribuído a este projecto não pagou o trabalho. Quem é que ficou com este dinheiro se a empresa que estava a trabalhar não está a ser paga? Quem?”, argumentou. No ponto de vista do deputado e também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) o Governo tem, “é a sua obrigação”, de avançar com uma investigação e encontrar uma solução para o problema. “Quem trabalhou não pode ficar sem o seu pagamento, e quem o pagou, nós todos, não podemos estar a dar dinheiro a uma empresa sem que ela cumpra a sua função”, remata. Questionado sobre a questão, Peter Stilwell confirmou estar ao corrente de toda a situação. “Mantemo-nos a par e informados de tudo o que se passa no projecto, mas a responsabilidade é das próprias empresas”, explicou ao HM, reforçando que o problema terá de ser resolvido entre as próprias empresas. “Não podemos interferir nessas coisas”, rematou. O reitor garantiu ao HM que a obra não está parada. “Estivemos lá a semana passada, por outras razões tivemos uma reunião em que foi necessário fazer o ponto de situação e estivemos lá a inspeccionar a obra”, frisou, adiantando não saber se foi ou não subcontratada uma nova empresa. “A USJ tem um contrato com a Hsin Chong e só com ela”, rematou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUber promete queixa formal contra acção da PSP [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o final de cerca de uma semana e meia de operação no território, os responsáveis da Uber em Macau pretendem apresentar uma queixa formal contra as actuação das autoridades, a qual deverá ser feita junto da própria PSP ou do Comissariado contra a Corrupção (CCAC). “A acção da PSP foi injustificada e temos estado em contacto com os nossos parceiros no sentido de apresentar uma queixa. A Uber proporciona mais uma plataforma a estas agências que têm vindo a trabalhar em Macau”, disse Harold Li, porta-voz da Uber no território. “As parcerias que estabelecemos possuem licenças para os serviços que têm vindo a providenciar para as pessoas de Macau e turistas, hotéis e casinos, e até negócios. O negócio não mudou, mas a única diferença é que adicionámos uma plataforma extra, através da aplicação de telemóvel”, apontou Hon Ng, conselheiro da Uber para a zona da Ásia-Pacífico. Hon Ng confirmou ainda que a Uber está a analisar a actuação das autoridades. “Gostaríamos de continuar a trabalhar com os nossos parceiros, que nos apoiam a cem por cento. Temos estado atentos a algumas irregularidades nos procedimentos, que incluiem, por exemplo, a apreensão de objectos dos nossos condutores, que foram ainda informados que podiam incorrer no crime de desobediência. Não foram presos, por isso essa informação não é verdadeira. Estamos a investigar isso”, confirmou. Harold Li não avançou o número de agências com as quais a Uber actualmente trabalha. Sam Gellman, director da Uber para o continente asiático, garantiu que a empresa não possui quaisquer carros no território, comprados ou alugados. “Não vamos comprar carros, vamos apenas trabalhar com veículos que já trabalham com hotéis e que servem a comunidade local. As mesmas empresas que têm servido as pessoas de Macau e os turistas, e que ajudam a indústria a mover-se, são exactamente as mesmas com as quais a Ubber trabalha.” Uma grande aposta Há muito que Macau era um mercado apetecível para a Uber. Sam Gellman, coordenador da Uber para a Ásia, revelou que o ano passado a aplicação de telemóvel já era bastante procurada, e não apenas por residentes. “Trazer o serviço para Macau era uma grande prioridade para nós. Segundo as estatísticas, vimos que mais de 127 mil pessoas abriram a aplicação em Macau à procura do serviço. Isso significa que pessoas de 70 cidades já procuravam o serviço antes de o lançarmos. Fizemos um lançamento mais calmo e já vimos pessoas de mais de 40 cidades a usar a Ubber em Macau, em pouco mais de uma semana e meia. Por isso o serviço é muito bem-vindo”, apontou. A funcionar em mais de 340 cidades de 63 países, a Uber é um verdadeiro sucesso na Ásia, aponta Sam Gellman. “Descobrimos que as cidades da Ásia cada vez mais procuram a Uber, devido aos elevados congestionamentos. Estamos muito satisfeitos pela forma como temos sido recebidos na Ásia e como temos vindo a colaborar com os governos deste lado do mundo”, rematou. Ella Lei e Larry So apoiam Uber A deputada Ella Lei considera que as multas aplicadas pela PSP aos condutores da Uber por violação da Lei do Trânsito Rodoviário representa uma “lógica estranha”, esperando que este serviço seja regulamentado, incluindo a cobrança de tarifas e a qualificação dos condutores. Ao Jornal do Cidadão, Ella Lei disse ainda que é importante ter mais uma oferta de transporte do território. “A lei permite que as agências de viagens tenham o negócio de automóveis de aluguer. Os automóveis da Uber estão registados nas agências, os condutores não procuram clientes na rua, acho que não existem ilegalidades”, defendeu. Para o académico Larry So, o Governo deve ter o “pensamento aberto” para a Uber. “Se o Governo combater as coisas novas que beneficiam a comunidade e os cidadãos, isso pode trazer uma influência negativa. O Governo tem falado em apoiar os sectores inovadores, mas depois quer combater a Uber. Espero que o Executivo ausculte opiniões dos cidadãos para resolver esta questão”, rematou. Flora Fong
Flora Fong Manchete SociedadeLai Man Wa | Autoridades continuam a negar homicídio Com Andreia Sofia Silva [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] morte da directora dos Serviços de Alfândega, Lai Man Wa, que foi encontrada numa casa de banho pública junto ao edifício Ocean Gardens, continua envolta em mistério. Apesar da autópsia ainda não estar concluída, por serem precisos “mais testes, mais pormenores”, as autoridades continuam a afirmar que Lai Man Wa se suicidou. “A Polícia Judiciária e os médicos forenses não encontraram quaisquer outras provas fortes que possam indicar que a morte não foi através de suicídio”, indicou o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, citado pela Rádio Macau. Numa conferência de imprensa, as autoridades descreveram os últimos passos dados pela directora dos Serviços de Alfândega antes da morte. Lai Man Wa regressou a casa no dia 31 por volta das 13h24, fazendo-se acompanhar pelo seu motorista. Para esse dia estava agendada uma reunião em Zhuhai, assunto que Lai Man Wa discutiu com o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun. Às 14h35 as câmaras de videovigilância captaram imagens da sua saída do prédio. Depois de ter entrado na casa-de-banho pública, foi encontrada por uma mulher com um saco de plástico na cabeça, com o qual, segundo as autoridades, terá causado a morte por asfixia. O corpo tinha ainda golpes de faca, na zona dos pulsos e pescoço, e havia sangue no local. O alerta só seria dado às 15h30, sendo que Lai Man Wa ainda foi para o hospital, onde acabaria por ser declarada morta às 16h41. Num comunicado posteriormente divulgado, o Governo nega alguns rumores vindos a público. “Quanto aos rumores de pancadaria de elementos dos Serviços de Alfândega devido à Sra.Lai ter conhecimento de assuntos relacionados com os casinos, tornando-se um alvo de assassínio, isso não corresponde à verdade”, pode ler-se. O Executivo frisa ainda que “as investigações sobre este caso estão de acordo com as práticas, directivas internas e com a lei. É injusto e infundado criticar a polícia por não querer apurar a veracidade do caso e não deixar os media fazer uma visita ao local. É de salientar que, tanto ao Governo da RAEM, as Autoridades de Segurança como os Serviços de Saúde nunca tentaram encobrir o caso.” Apesar do óbito de Lai Wan Ma ter sido decretado às 16h41, o comunicado aponta que esta “não tinha na sua posse qualquer documento de identificação, pelo que se desconheceu a sua identidade até às 17h30”. Para além disso, “a família da Senhora Lai verificou que ela deixou os seus documentos de identificação em casa, apontando esses indícios para um caso de suicídio”. Só às 17h38 é que o cadáver da directora dos Serviços de Alfândega seria identificado. As autoridades afirmam, com base na investigação da Polícia Judiciária (PJ) e análise do médico-forense que “considerámos preliminarmente que não haviam suspeitos, podendo-se excluir a possibilidade de crime”. Contudo, “no dia a seguir aos acontecimentos, 31 de Outubro, obtivemos ainda mais fundamentos de facto e científicos sobre a conclusão que aponta para um suicídio”. Quanto à tese de alegados envolvimentos em corrupção, o Comissário do CCAC interveio, segundo o Executivo, voluntariamente no caso, negando qualquer investigação. Imprensa questiona suicídio A morte de Lai Man Wa foi noticiada pelos jornais e pelas agências noticiosas próximas do Governo Central, que apontaram que a tese de suicídio “é estranha” e que “esperam (mais resultados) da investigação”. A edição chinesa do jornal Global Times, que pertence ao grupo do Diário do Povo, escreveu que a morte de Lai Man Wa foi o primeiro caso de alegado suicídio cometido por um alto dirigente em Macau, em funções, desde a transferência de soberania. O mesmo jornal escreveu que o alegado suicídio “já levantou suspeitas de estar envolvido num caso de corrupção”, tendo citado o jornal de Hong Kong Economic Times sobre o facto do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ter referido que a directora não estava a ser investigada. A agência Xinhua escreveu que a morte se deveu a asfixia, com cortes nos pulsos e pescoço causados por uma faca, mas que a alegada “origem do suicídio precisa de ser investigada de forma avançada”. O Jornal de Investimento de Hong Kong escreveu que Lai Man Wa tinha por hábito diário tirar os ingredientes do frigorifico para que a sua empregada fizesse a sopa habitual, algo que fez no dia da sua morte. Este jornal avançou ainda que a família de Lai Man Wa tem ligações com o Partido Comunista Chinês (PCC), com pais “patrióticos” e irmãs com trabalhos em empresas próximas desta linha política. “Uma fonte interna revelou que Lai Man Wa conseguiu progredir no trabalho porque o Governo Central procurou descendentes com ligações de esquerda na década de 90 para gerir a RAEM. Lai Man Wa beneficiou dessa oportunidade da sua geração”, escreveu o Jornal de Investimento de Hong Kong. Em Macau, o jornal Today Macau publicou que Lai Man Wa tinha um jantar marcado com as colegas de trabalho para o fim-de-semana seguinte, apresentando também dúvidas sobre a tese de suicídio. As cerimónias fúnebres de Lai Man Wa começam hoje na casa mortuária Kiang Vu, seguindo, na quinta-feira, para o cemitério de S. Miguel Arcanjo.
Leonor Sá Machado SociedadeTransportes | Mais veículos na rua. Menos carros comprados [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]té final de Setembro passado, circulavam nas estradas da cidade mais de 246 mil veículos, incluindo motociclos e carros. O número, publicado num relatório dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), revela um aumento de quase 5% no número de veículos em circulação face ao mesmo mês de 2014. Só em Setembro foram atribuídas 1635 novas matrículas, “o que representa um aumento de 12 veículos” em termos anuais. Nos nove primeiros meses deste ano, puseram-se à estrada mais 14,7 mil veículos, o que mostra uma diminuição de 12,6% de automóveis ligeiros. No que diz respeito ao número de veículos a circular nos postos fronteiriços, a DSEC aponta para um aumento de 5% face a Setembro do ano passado. Só no nono mês de 2015 passaram entre Macau e a China cerca de 418 mil veículos. A esmagadora maioria opta pelas Portas do Cerco. Quanto ao número de ferry em circulação, verifica-se também um aumento de 3,8% em termos anuais, tendo viajado entre Macau, o continente e Hong Kong cerca de 109 mil embarcações. Pelos ares Também no Aeroporto de Macau se começa a ver melhorias no número de passageiros e voos efectuados. Só em Setembro foram realizados 4131 voos comerciais, valor que aumentou 5,6% face ao mesmo mês de 2014. Os destinos mais requisitados este ano foram a China continental, Taiwan e a Tailândia. Novamente, a DSEC determina o acréscimo no peso de carga transportada em contentores: “o peso bruto da carga contentorizada entrada e saída do Território por via marítima atingiu 25,1 mil toneladas em Setembro, tendo crescido 35,8% em termos anuais”. O que continua a diminuir de ano para ano é o número de pessoas com telefones fixos em casa, tendo-se registado um total de 148 utentes deste tipo de linha. No entanto, o número de pessoas portadoras de telemóvel cresceu 7,6%, o que totaliza 1,8 milhões de pessoas. A maioria dos utilizadores têm cartões pré-pagos.
Andreia Sofia Silva SociedadeCentro de língua portuguesa do IPM faz três anos com mais de 100 docentes formados Esta sexta-feira o Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau comemora três anos de existência. Com mais de cem docentes chineses de português formados, o centro assiste à publicação do livro “Português Global” no continente e planeia mais cursos [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á três anos o Instituto Politécnico de Macau (IPM) dava os primeiros passos na criação de um centro específico para a formação de docentes de português no continente. Mais de uma centena de formandos depois e com muitas visitas a universidades chinesas realizadas, o balanço do funcionamento do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa é “francamente positivo”, disse ao HM o seu director, Carlos André. “Partimos sem um conhecimento da realidade com a qual teríamos de lidar, e foi preciso fazer uma análise prévia. Contactámos mais de 30 universidades chinesas onde há cursos de português, 22 com cursos de graduação. O nosso centro já visitou quase todas essas universidades. Já fizemos acções de formação em oito universidades chinesas, com mais de uma centena de formandos nessas acções. Estamos permanentemente a desenvolver acções de formação para professores de português como língua estrangeira. Fazemos no mínimo seis por ano, e tudo isto é muito positivo”, apontou. Outra vitória do Centro do IPM é a publicação no mercado chinês do livro “Português Global”. “O nosso manual de ensino do português a chineses estava editado em Macau e está neste momento a terminar de ser editado pela Commercial Press, em Pequim. A edição de um livro por uma editora chinesa, em Pequim, significa colocá-lo no mercado chinês sem nenhuma dificuldade. Vai estar disponível em todo o lado. Vai permitir uma replicação fantástica dos nossos instrumentos de trabalho”, apontou Carlos André. Mudança em breve Ao fim de três anos, as pequenas instalações do Centro na zona do Nape já não são suficientes para dar resposta. A mudança para um dos edifícios do antigo campus da Universidade de Macau (UM) deverá estar para breve. “A decisão está tomada, mas os edifícios precisam de obras e de trabalhos de adequação. As obras estão em curso, e segundo o que me disse o presidente do IPM, não irá demorar muito”, disse Carlos André. “Nós não temos dimensão suficiente e sobretudo não podemos acolher cursos em Macau. Gostaríamos de começar a acolher cursos, e a única coisa que estamos a fazer é a realização de um curso anual para professores de português de língua estrangeira, numa altura em que o IPM e residências estão mais disponíveis”, adiantou o director do Centro, que avançou ainda a possibilidade de criar cursos de verão para estudantes. “Podemos encarar, e o IPM está a estudar isso, com a nova Lei do Ensino Superior, criar formações pós-graduadas. Mas além disso não excluiremos dar cursos pontuais a estudantes, como cursos de Verão. Há uma sede enorme por cursos dessa natureza no interior da China”, rematou Carlos André. O terceiro aniversário do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa celebra-se esta sexta-feira com uma conferência protagonizada pelo escritor Germano Almeida, intitulada “Literatura e Identidade”.
Hoje Macau SociedadeJogo | Receitas da SJM caíram 37,9% no terceiro trimestre [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem receitas de 11,243 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 37,9% do que no mesmo período de 2014. Num comunicado, a SJM, fundada por Stanley Ho e a operadora de jogo de Macau com mais mesas no território, revelou ainda que nos primeiros nove meses do ano teve receitas de 37,562 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 39,6% do que em 2014. Já o EBITDA ajustado da SJM (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) no terceiro trimestre deste ano (Julho a Setembro) baixou 49,5%, em comparação com o período homólogo de 2014, situando-se nos 884 milhões de dólares de Hong Kong. No mesmo comunicado, o grupo disse que as receitas do terceiro trimestre lhe deram 21,3% do mercado do jogo em casino de Macau, quando no mesmo período de 2014 tinha 22,5%. Contra o pessimismo O presidente do Conselho de Administração da SJM, Ambrose So, citado no mesmo comunicado, disse que num momento de “condições desafiantes” para o jogo de Macau, em que as receitas dos casinos do território registam quedas há seis trimestres consecutivos (desde Junho de 2014), o grupo que lidera tem controlado custos e melhorado os serviços prestados aos clientes. “Continuamos optimistas em relação ao futuro”, disse ainda Ambrose So, referindo a boa situação financeira da SJM, apesar das quedas das receitas, e que o grupo mantém o propósito de concluir o “Lisboa Palace”, o seu primeiro ‘resort’ no COTAI (a zona de casinos de Macau situada nos aterros que agora unem as ilhas da Taipa e de Coloane), no prazo previsto, ou seja, em 2017. As receitas dos casinos em Macau, pilar da economia do território, registam quedas mensais homólogas consecutivas desde Junho de 2014, tendo em Setembro descido para níveis de há cinco anos (17,13 mil milhões de patacas, cerca de 1,91 mil milhões de euros). Em Outubro, manteve-se a tendência de queda, mas a descida homóloga de 28,4% nas receitas brutas dos casinos foi a de menor dimensão desde Fevereiro. Por outro lado, as receitas brutas dos casinos voltaram em Outubro a superar a fasquia dos 20 mil milhões de patacas, barreira que levou o Governo da região a adoptar medidas de austeridade (cortes em despesas da Administração) que entraram em vigor a 1 de Setembro. Lusa
Leonor Sá Machado SociedadeDSAL | TNR “não podem injustificadamente” recusar-se a trabalhar [dropcap style=’circle’]A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) disse ontem que os trabalhadores TNR “não podem injustificadamente recusar a prestação de trabalho”, sem indicar, no entanto, que consequências poderia ter esta acção. “Os empregadores devem assegurar os legítimos direitos e interesses dos seus trabalhadores, e estes, por seu lado, não podem injustificadamente recusar a prestação de trabalho”, declara a DSAL. A afirmação, feita em jeito de advertência num comunicado publicado ontem, refere-se ao pedido de apoio que 130 trabalhadores fizeram à DSAL. Em causa estava um conflito laboral que data de 26 do mês passado e envolve cerca de 200 trabalhadores não residentes da construção civil. Nesse dia, dirigiram-se à sede do organismo para pedir ajuda à DSAL, que garante ter aberto “imediatamente” um processo. No entanto, a entidade afirma que alguns deles exigiram “outras compensações não contempladas” na legislação. “A DSAL também esclareceu detalhadamente as disposições legais em causa, mas parte dos trabalhadores manifestaram-se várias vezes pouco cooperativos, afectando em certa medida o acompanhamento do caso e o normal funcionamento da DSAL”, lamenta a Direcção de Serviços em comunicado. No documento, a DSAL apelou ainda “ao bom senso” dos TNR, sem mencionar a entidade empregadora.
Flora Fong SociedadeIACM | Grossistas de aves criticam consulta “falsa” [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s grossistas de aves de capoeira de Macau criticaram a falta de explicação por parte do Instituto para Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em decidir avançar agora com uma consulta pública sobre a importação directa de aves congeladas, sem, defende, ter colocado a possibilidade de abate centralizado nos mercados. Pela postura apresentada pelo IACM, os profissionais colocam em causa as verdadeiras intenções do Governo, deixando em aberto a possibilidade de “consulta falsa” por parte da Administração. Desde domingo passado que o IACM está a realizar uma consulta pública relativamente à proposta de terminar com o abate de aves de capoeira nos mercados, passando a importar directamente do continente as aves congeladas. Segundo o Jornal do Cidadão, Chao Wa Seng, representante dos grossistas de aves de capoeira de Macau, defende que actualmente as medidas de inspecção de aves tem sido eficazes, considerando que o Governo deve manter o direito da escolha de aves vivas ou congeladas. O representante avançou que já foi sugerido ao Governo a hipótese de centralizar o abate das aves de capoeira em cada mercado, antes de ser vendidos pelos próprios vendedores. No entanto, explicou que o IACM não respondeu e avançou de imediato com a consulta pública sobre a importação de aves congeladas. “É uma consulta pública falsa, os vendedores e grossistas não têm condições de negociar”, explicou. Chao Wa Seng duvida ainda que o Governo não está a avaliar o efeito negativo, até a nível de saúde, que o consumo de aves congeladas da China continental pode trazer.