China | Lançada campanha de combate ao excesso de peso

A China, onde mais de metade dos adultos tem excesso de peso ou é obesa, anunciou ontem uma campanha de três anos para “reforçar a gestão do peso” e incentivar “estilos de vida saudáveis”.

A Comissão Nacional de Saúde e os ministérios da Educação e dos Assuntos Civis, entre outros departamentos governamentais, delinearam uma série de medidas destinadas a “criar um ambiente favorável à gestão do peso”, “melhorar significativamente a consciência e as técnicas de controlo do peso na sociedade” e encorajar a “adopção de estilos de vida saudáveis”, informou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

A iniciativa surge na mesma semana em que Pequim aprovou a venda no país asiático do medicamento injectável Wegovy, produzido pelo gigante dinamarquês Novo Nordisk e utilizado para a perda de peso.

A iniciativa oficial procura igualmente abordar a questão do peso anormal em certos grupos demográficos e insta os empregadores a “fornecer infra-estruturas e comodidades que promovam a actividade física” entre os seus trabalhadores.

O plano prevê ainda a promoção da construção de cantinas e restaurantes saudáveis nos estabelecimentos de ensino, evitando a venda de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura.

A iniciativa irá também implementar um plano de acção para melhorar a aptidão física dos estudantes, garantindo pelo menos uma hora de actividade física diária dentro e fora da escola, informou a agência. A campanha prevê ainda esforços para “transformar as técnicas de processamento dos alimentos, reduzindo razoavelmente o teor de óleo, sal e açúcar nos produtos processados”.

O peso das massas

Os níveis de peso estão intimamente relacionados com a saúde das pessoas, sendo o peso anormal, particularmente o excesso de peso e a obesidade, um importante factor de risco para doenças crónicas como as doenças cardiovasculares, diabetes e certos tipos de cancro, afirmaram as autoridades do país asiático.

Durante a segunda Conferência sobre Obesidade da China, realizada em Agosto, estimou-se que mais de metade da população adulta da China tem excesso de peso ou é obesa, condições que, até 2030, representarão 22 por cento do total das despesas médicas do país.

O fórum também destacou a distribuição geográfica desigual da obesidade no país asiático, com uma maior prevalência de excesso de peso no norte em comparação com o sul, atribuível a factores como a dieta e o clima.

28 Jun 2024

PCC | Sessão plenária sobre política económica em meados de Julho

O encontro, que define linhas de orientação económica para o futuro e que junta mais de 370 membros do Comité Central do PCC, acontece este ano no próximo mês de Julho, ao contrário da habitual realização no Outono

 

O Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou ontem que a terceira sessão plenária do 20.º Comité Central, reunião que tradicionalmente define a orientação da política económica da China, vai decorrer em meados de Julho.

Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, a reunião vai analisar principalmente questões relacionadas com o esforço global para aprofundar a reforma da China e fazer avançar a modernização do país.

Mais de 370 membros do Comité Central do PCC vão participar na cimeira, que é considerada a mais importante das sete realizadas pela organização política durante os cinco anos de mandato do órgão dirigente.

A realização desta sessão plenária tem sido marcada pela incerteza, uma vez que, nas últimas quatro décadas, tem sido habitualmente realizada em Outubro e Novembro. Esta é a primeira vez desde 1984 que não se realizou no ano seguinte ao congresso do PCC, que se realiza a cada cinco anos.

O 20.º Congresso decorreu em 2022, quando o Presidente do país, Xi Jinping, conquistou um terceiro mandato sem precedentes entre os seus mais recentes antecessores.

A 30 de Abril, as autoridades anunciaram que a sessão plenária se realizaria em Julho, sem dar qualquer explicação para o atraso. Os estatutos do PCC prevêem a realização de pelo menos uma reunião deste tipo todos os anos.

Prioridades definidas

Um ano e meio após a China abolir a política ‘zero covid’, que penalizou fortemente a actividade empresarial, a tão esperada recuperação pós-pandemia foi breve e menos robusta do que o previsto. Tem sido prejudicada por um clima económico incerto que está a deprimir as despesas das famílias, enquanto uma crise imobiliária e o elevado desemprego dos jovens estão a pesar sobre o poder de compra.

Em Maio, Xi Jinping apelou a que o desemprego dos jovens passasse a ser uma “prioridade absoluta”. Para além do conteúdo económico, a terceira sessão plenária foi utilizada no passado para dar detalhes sobre investigações a altos quadros do regime afastados.

A atenção está virada para a divulgação de informações sobre Qin Gang e Li Shangfu, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa destituídos, que não são vistos em público desde Junho e Agosto de 2023, respectivamente, e que perderam todos os seus cargos governamentais.

No entanto, ambos continuam a ser membros do Comité Central, uma vez que a expulsão exige uma resolução formal em sessão plenária.

28 Jun 2024

Ilhas Salomão reconhecem interesse estratégico de Camberra e de Pequim na região

O primeiro-ministro das Ilhas Salomão reconheceu ontem que Austrália e China “têm interesses estratégicos em matéria de segurança” no Pacífico Sul, observando que a parceria do arquipélago com Pequim centra-se na segurança interna.

“As nossas parcerias de segurança, incluindo com a China, centram-se no plano interno. Estamos a tentar resolver problemas de segurança interna”, afirmou Jeremiah Manele, numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, em Camberra.

“É claro que reconhecemos e apreciamos o facto de os nossos parceiros – China e Austrália – também terem interesses estratégicos em matéria de segurança”, acrescentou Manele, insistindo que o país vê a segurança “através do prisma do desenvolvimento” e, por conseguinte, procura trabalhar com todos os parceiros.

As Ilhas Salomão tornaram-se um actor-chave na competição estratégica na região do Pacífico em 2022, depois de o anterior governo de Manasseh Sogavare ter assinado um acordo de segurança com a China, que foi negociado de forma opaca e inclui a possibilidade de destacamento de forças de segurança chinesas a pedido de Honiara.

Apesar de o governo das Ilhas Salomão ter afirmado que era “amigo de todos e inimigo de ninguém”, o acordo levou os Estados Unidos e a Austrália a redobrarem a sua cooperação nesta região negligenciada, que há anos clama por uma resposta a exigências relativamente à crise climática que está a afectar fortemente os territórios insulares do Pacífico.

Melhores amigos

Semanas depois de ter tomado posse, no início de Maio, Manele afirmou que a Austrália é o parceiro de eleição das Ilhas Salomão.

O governante disse ontem, em Camberra, que discutiu com Albanese formas de “elevar a actual relação (…) através de uma parceria transformadora”, incluindo o investimento em infra-estruturas, mobilidade laboral ou crise climática.

“Estou empenhado em garantir que a nossa relação com a Austrália seja cada vez mais forte”, afirmou Manele.

“A Austrália e as nações do Pacífico estão bem posicionadas para responder às necessidades de segurança da nossa região”, afirmou Albanese, insistindo que “a segurança é uma tarefa da nossa família do Pacífico”.

As Ilhas Salomão, uma nação com cerca de 700.000 habitantes, são consideradas pela ONU como um dos países mais pobres do Pacífico e dependem fortemente da cooperação internacional, especialmente da Austrália e da China.

A economia das Ilhas Salomão, que registou uma forte contracção entre 2020 e 2022 devido ao impacto da pandemia da covid-19 e, posteriormente, à invasão russa da Ucrânia, cresceu 2,5 por cento em 2023.

27 Jun 2024

Reino Unido | Imperador do Japão em banquete oferecido por rei Charles

O imperador Naruhito e a imperatriz Masako, do Japão, participaram, na terça-feira à noite, num banquete no Palácio de Buckingham como parte da visita oficial ao Reino Unido.

O jantar foi oferecido pelo rei Charles e pela rainha Camilla. O imperador Naruhito usou uma medalha da Ordem de Garter, ou Ordem da Jarreteira, a mais antiga e mais nobre ordem de cavalaria do Reino Unido. A distinção foi recebida pelo imperador japonês no almoço de boas-vindas mais cedo no mesmo dia.

Cerca de 170 pessoas do Japão e do Reino Unido participaram no banquete. O rei Charles inclusive usou algumas frases em japonês ao fazer seu discurso de recepção. “Bem-vindo de volta ao Reino Unido. No âmago de nossa parceria está uma estreita amizade”.

O imperador Naruhito respondeu ao discurso do rei dizendo que espera que a visita ao Reino Unido permita que a amizade que existe entre os dois países seja transmitida aos jovens e às crianças, para que eles a aprofundem ainda mais.

“É meu sincero desejo que tanto o Japão quanto o Reino Unido, como amigos sem igual, continuem a fazer esforços incansáveis para uma verdadeira compreensão mútua através do intercâmbio do nosso povo, construindo assim um relacionamento duradouro baseado em amizade, boa vontade e cooperação”, acrescentou.
Esta é a terceira vez que um imperador e uma imperatriz do Japão realizam uma visita de Estado ao Reino Unido.

26 Jun 2024

Coreias | Balões do Norte interrompem tráfego aéreo no Sul

Pyongyang continua a provocar Seul com o envio de balões carregados de lixo. O tráfego aéreo no principal aeroporto internacional do país esteve interrompido durante cerca de três horas

 

Uma nova vaga de balões com lixo enviados pela Coreia do Norte para o Sul obrigou ontem à interrupção do tráfego aéreo durante cerca de três horas em Incheon, o principal aeroporto internacional do país. As descolagens e aterragens de voos nacionais e internacionais foram afectadas entre a 01:46 e as 04:44, disse o consórcio que opera o aeroporto.

A decisão foi tomada devido ao receio de que os balões pudessem ser sugados pelos motores dos aviões, disseram responsáveis do aeroporto de Incheon, que serve a capital sul-coreana, Seul.

O aeroporto está agora a funcionar normalmente, uma vez que não foram detectados mais balões nos céus sul-coreanos desde o nascer do sol. A Coreia do Norte enviou mais de 250 balões carregados de lixo para o Sul durante a madrugada, no sexto lançamento no espaço de um mês.

A partir do final de Maio, Pyongyang lançou uma série de balões com estrume, pontas de cigarro, trapos, pilhas gastas e vinil sobre várias zonas da Coreia do Sul. Não foram encontrados materiais altamente perigosos. A Coreia do Norte afirmou que a campanha de balões é uma acção de retaliação contra activistas sul-coreanos que lançaram panfletos políticos críticos da liderança norte-coreana.

Aumento de testes

O novo lançamento de balões surge num contexto de aumento das tensões transfronteiriças. A Coreia do Norte disparou um míssil hipersónico em direcção ao mar, adiantou na terça-feira a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, citando os militares de Seul.

O Estado-Maior Conjunto (JCS) da Coreia do Sul disse ter detectado o lançamento, mas não forneceu detalhes, destacando que está em andamento uma investigação.

De acordo com um responsável do JCS, citado pela agência de notícias France-Presse, Pyongyang parece ter testado um míssil hipersónico, embora o disparo tenha falhado depois de um voo de cerca de 250 quilómetros que terminou com uma explosão.

O Japão também confirmou o lançamento e a guarda costeira nipónica referiu que o míssil acabou por cair no mar do Japão. O último lançamento de mísseis da Coreia do Norte tinha acontecido a 30 de Maio, quando Seul acusou Pyongyang de disparar uma salva de cerca de dez mísseis balísticos de curto alcance.

No dia seguinte, a imprensa estatal norte-coreana divulgou imagens do líder Kim Jong-un a participar nos testes de um sistema de lançamento múltiplo de foguetes.

Analistas sugerem que a Coreia do Norte pode estar a aumentar a produção de mísseis para os fornecer à Rússia como parte da guerra na Ucrânia, de acordo com um relatório divulgado no mês passado pelo Departamento de Defesa dos EUA.

26 Jun 2024

Changan | Empresa quer abrir fábrica na Europa e vender 300 mil carros até 2030

O construtor automóvel chinês Changan vai abrir este ano uma subsidiária na Europa para estudar a abertura de uma fábrica no continente, onde espera vender 300 mil veículos até 2030, informou ontem a imprensa chinesa.

De acordo com documentos para os investidores, citados pelo portal de notícias económicas Yicai, a Changan vai lançar as suas marcas eléctricas Deepal, Changan Qiyuan e Avatr na Europa este ano.

A empresa, sediada em Chongqing, no centro da China, iniciou no ano passado uma estratégia global para desenvolver o seu negócio internacional e construir fábricas no estrangeiro.

Enquanto a sua estratégia na Europa se centrará nos veículos eléctricos, os planos da Changan para a América Central e do Sul são para os veículos com motor de combustão, com planos para vender cerca de 200 mil unidades até 2030.

A informação surge poucos dias depois de a Comissão Europeia ter anunciado taxas alfandegárias adicionais sobre os carros eléctricos chineses, o que, segundo analistas, poderá impulsionar a abertura de fábricas na Europa por parte dos construtores chineses, uma vez que os veículos de marcas estrangeiras produzidos localmente não seriam contabilizados como importados e não estariam sujeitos a estas tarifas.

Outros fabricantes de automóveis chineses, como a SAIC, a BYD e a Chery, anunciaram planos para abrir fábricas na Europa, enquanto a Leapmotor utilizará as fábricas europeias da Stellantis, que detém 51 por cento da sua divisão internacional.

26 Jun 2024

Shimao | Construtora consegue adiar pedido de liquidação em Hong Kong

A Shimao, uma das maiores construtoras imobiliárias da China, conseguiu ontem adiar a primeira audiência num tribunal de Hong Kong sobre um pedido de liquidação apresentado em Abril, após ter entrado em incumprimento.

De acordo com o jornal South China Morning Post, o juiz responsável pelo caso marcou a próxima sessão para 31 de Julho, dando à empresa quatro semanas para obter o apoio dos credores para o plano de reestruturação que apresentou em Março para a dívida emitida nos mercados internacionais no valor de 11,7 mil milhões de dólares.

A Shimao disse que iria “opor-se vigorosamente” ao pedido de liquidação, apresentado pela filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank, relativamente a uma obrigação financeira equivalente a cerca de 202 milhões de dólares.

Várias construtoras chinesas enfrentam possíveis ordens de liquidação dos tribunais de Hong Kong, com processos também abertos contra a Country Garden – a empresa número um do sector entre 2017 e 2022 – e a Kaisa. Esta última também obteve uma suspensão esta semana, embora o juiz tenha avisado que poderia ser a última.

Em Janeiro, foi ordenada a liquidação do gigante endividado Evergrande, uma decisão que deu início a um longo e incerto processo devido a dúvidas quanto ao reconhecimento do processo na China continental, onde o grupo detém a maior parte dos seus activos, uma vez que o sistema judicial de Hong Kong está separado do da China ao abrigo do estatuto de semi-autonomia da antiga colónia britânica.

No início deste mês, outro dos 100 maiores promotores imobiliários, a Dexin China Holdings, também recebeu uma decisão desfavorável num outro processo de liquidação em Hong Kong.

As vendas comerciais de habitações na China, medidas por área útil, caíram 24,3 por cento, em 2022, e mais 8,5 por cento, em 2023, de acordo com dados oficiais.

26 Jun 2024

Diplomacia | China trabalhará com Hungria para manter laços bilaterais

A China está pronta para trabalhar com a Hungria para implementar o importante consenso alcançado pelos líderes dos dois países e manter as relações China-Hungria na vanguarda das relações China-Europa, disse na terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.

Wang fez as declarações através de um telefonema com o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros e Comércio, Peter Szijjarto.

Wang disse que, durante a bem-sucedida visita recente do Presidente chinês, Xi Jinping, à Hungria, ele e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciaram conjuntamente a elevação das relações China-Hungria a uma parceria estratégica abrangente para a nova era, injetando forte impulso no desenvolvimento das relações bilaterais, indica a agência Xinhua.

Felicitando a Hungria pela sua próxima presidência rotativa da União Europeia (UE), Wang sublinhou que a China sempre apoiou a integração europeia e a independência estratégica da UE, e considera o lado europeu como um parceiro importante no caminho chinês para a modernização.

Observando que a China mantém um alto grau de estabilidade e continuidade na sua política em relação à Europa, Wang disse que se espera que o lado europeu siga uma política racional e pragmática em relação à China, mantenha uma postura aberta e trabalhe com a China para garantir o desenvolvimento sólido e estável das relações China-Europa.

Acredita-se que a Hungria desempenhará um papel positivo e construtivo na interação sólida entre a China e a Europa, acrescentou, citado pela Xinhua.

Szijjarto disse que a visita de Xi à Hungria foi um sucesso completo com resultados frutíferos. Os resultados positivos nas relações amistosas Hungria-China demonstraram que o aprofundamento da cooperação com a China está alinhado com os interesses fundamentais da Europa.

26 Jun 2024

Shenzhen | Presidente do Peru inicia visita oficial

A líder do país sul-americano vai estar na China até amanhã, com passagens por Xangai e Pequim, onde deve reunir com o Presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro, Li Qiang

 

A Presidente do Peru, Dina Boluarte, chegou ontem à cidade de Shenzhen, no sudeste da China, onde vai reunir com representantes de empresas chinesas, após assistir à inauguração de uma exposição de arte pré-colombiana.

Durante a estadia em Shenzhen, a Presidente peruana visitará os escritórios de empresas chinesas, incluindo a gigante tecnológica Huawei e a fabricante de veículos eléctricos BYD.

A primeira paragem de Boluarte na cidade foi o Museu Nanshan, onde participou na inauguração da exposição “Os Incas e o Tawantinsuyo”, uma mostra de mais de 150 peças pré-colombianas peruanas que o público chinês poderá visitar até Março de 2025.

Durante a viagem oficial à China, que se prolongará até amanhã, Boluarte vai visitar também Xangai e Pequim, onde deve reunir-se na sexta-feira com o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Qiang.

Laços reforçados

Em Xangai, a Presidente terá um encontro hoje com o presidente da empresa chinesa Cosco Shipping, principal accionista do porto de Chancay, no centro do Peru, que será inaugurado em Novembro.

Em Março, a Cosco exigiu estabilidade jurídica no Peru, depois do Ministério Público dos Transportes e Comunicações peruano ter apresentado uma acção judicial para anular uma cláusula do contrato que dá à empresa chinesa direitos exclusivos sobre os serviços portuários em Chancay, uma questão que ainda está em debate no país andino.

Durante a reunião entre Boluarte e Xi, serão assinados acordos para fortalecer o diálogo político, os investimentos, a transferência de tecnologia, o turismo e um maior acesso dos produtos peruanos ao mercado chinês, de acordo com a presidência peruana.

Estas reuniões terão como objectivo “reforçar a confiança política mútua e aprofundar a cooperação prática em todas as áreas”, a fim de “impulsionar os resultados positivos da parceria estratégica abrangente para o bem-estar dos povos de ambas as nações”, disse na segunda-feira a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning.

Boluarte chefia uma delegação composta pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Javier González Olaechea; da Economia e Finanças, José Arista; da Habitação, Construção e Saneamento, Hania Pérez de Cuéllar; dos Transportes e Comunicações, Raúl Pérez Reyes, e da Saúde, César Vázquez.

26 Jun 2024

WikiLeaks | Pequim elogiou libertação de Julian Assange

Pequim considera que o trabalho realizado pelo fundador da WikiLeaks, Julian Assange, libertado em Londres após um acordo com a justiça norte-americana, permitiu ao mundo “conhecer melhor a verdade”.

“Quero dizer que as informações relevantes divulgadas pela (plataforma) WikiLeaks permitiram à comunidade internacional conhecer melhor os factos e a verdade”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Mesmo assim, a porta-voz afirmou que, apesar de ter conhecimento de “informações relevantes” sobre a libertação de Assange, a diplomacia chinesa não faz comentários sobre a “situação específica”.

Assange encontra-se a caminho das ilhas Marianas, território ultramarino norte-americano no Pacífico, onde o acordo vai ser formalizado.

No dia 27 de Março, a República Popular da China manifestou solidariedade para com o jornalista australiano e apelou à “equidade e justiça” no caso de Assange.

Segundo Pequim, Assange “expôs uma grande quantidade de informação secreta sobre as guerras dos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque e revelou também o facto de a CIA levar a cabo todo o tipo de ataques cibernéticos”.

O portal WikiLeaks anunciou segunda-feira, que Assange, 52 anos, de nacionalidade australiana, deixou a prisão de alta segurança de Belmarsh, Reino Unido, onde se encontrava detido, já tinha abandonado o país, com o objectivo de regressar à Austrália.

O anúncio ocorre depois de documentos judiciais terem revelado que Assange chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que vai permitir o regresso à Austrália.

Assange vai comparecer em tribunal, hoje, nas Ilhas Marianas onde se vai declarar culpado de uma das 18 acusações de que é alvo por ter divulgado informações secretas dos Estados Unidos na década de 2010.

Em troca, vai ser condenado a uma pena de 62 meses de prisão, equivalente ao tempo que já cumpriu na prisão britânica de alta segurança, para finalizar o acordo com o Departamento de Justiça.

A justiça norte-americana acusou Assange de 18 crimes por violar a Lei de Espionagem no quadro de uma das maiores fugas de informação classificada da história dos Estados Unidos, em 2010, que revelou segredos das guerras no Iraque e no Afeganistão, bem como dados sobre os detidos na base de Guantánamo, entre outros assuntos.

Segredos pesados

Em 2019, o jornalista foi detido depois de a embaixada do Equador em Londres, onde Assange se refugiou durante sete anos, ter retirado o asilo que lhe tinha sido concedido em 2012.

A imagem de Assange foi muitas vezes afectada ao longo dos anos, em especial quando a plataforma WikiLeaks divulgou milhares de e-mails pirateados do Partido Democrata dos Estados Unidos e da equipa de Hillary Clinton em 2016, durante a campanha presidencial norte-americana.

Na altura, estas revelações mereceram elogios do candidato republicano Donald Trump. Segundo a CIA, os documentos foram obtidos por agentes russos, mas a WikiLeaks negou.

Em 2011, os cinco jornais (entre os quais o New York Times, Guardian e Le Monde) associados à plataforma WikiLeaks condenaram o método da plataforma de tornar públicos telegramas do Departamento de Estado dos Estados Unidos não editados, argumentando que eram susceptíveis de “colocar em perigo certas fontes”.

Mas, no final de 2022, os mesmos jornais apelaram à Administração norte-americana para que retirasse as acusações contra Julian Assange.

25 Jun 2024

Espaço | Sonda lunar regressa com amostras inéditas do lado mais distante da Lua

A sonda chinesa Chang’e 6 regressou ontem à Terra com amostras de rocha e de solo do lado mais distante da Lua, pouco explorado, numa estreia mundial.

A sonda aterrou no norte da China, na região da Mongólia Interior. Os cientistas chineses prevêem que as amostras devolvidas incluirão rochas vulcânicas com 2,5 milhões de anos e outros materiais que responderão a questões sobre as diferenças geográficas entre os dois lados da Lua.

Embora missões anteriores dos Estados Unidos e da União Soviética tenham recolhido amostras do lado próximo da Lua, a missão chinesa foi a primeira a recolher amostras do lado distante, não visível a partir da Terra e virado para o espaço exterior.

Sabe-se também que o lado mais afastado tem montanhas e crateras de impacto, o que contrasta com as extensões relativamente planas visíveis no lado mais próximo. A sonda deixou a Terra a 3 de Maio e a sua viagem durou 53 dias. A sonda perfurou o núcleo e recolheu rochas da superfície.

Espera-se que as amostras “respondam a uma das questões científicas mais fundamentais na investigação científica lunar: que actividade geológica é responsável pelas diferenças entre os dois lados”, disse Zongyu Yue, geólogo da Academia Chinesa de Ciências, numa declaração publicada na Innovation Monday, uma revista publicada em parceria com a Academia Chinesa de Ciências.

Nos últimos anos, a China lançou várias missões bem-sucedidas à Lua, tendo recolhido amostras do lado próximo da Lua com a sonda Chang’e 5. A China espera também que a sonda regresse com material que contenha vestígios de impactos de meteoritos do passado da lua.

25 Jun 2024

Proteccionismo | Li Qiang adverte para “espiral destrutiva”

As políticas proteccionistas e que visam a dissociação económica entre a China e o Ocidente podem gerar um “círculo vicioso” e arrastar o mundo para uma “espiral destrutiva”, alertou ontem o primeiro-ministro chinês.

“Isto leva os países de todo o mundo a um círculo vicioso em que a luta por uma fatia maior do bolo acaba por encolher o bolo”, afirmou Li Qiang, num discurso proferido na abertura da reunião anual de Verão do Fórum Económico Mundial, que está a decorrer na cidade de Dalian, no nordeste da China.

Referindo-se à mentalidade do “pequeno quintal com uma vedação alta”, Li condenou os esforços de Washington para restringir o acesso da China a alta tecnologia e outras indústrias chave.

“A escolha certa é abordar as questões de desenvolvimento com uma visão de longo prazo e uma mente mais aberta, e juntarmo-nos a outros para expandir esse bolo. É assim que podemos sustentar o crescimento da economia mundial e abrir novos horizontes para o nosso próprio desenvolvimento”, insistiu.

O político chinês garantiu que a mentalidade proteccionista “não conseguirá travar o desenvolvimento dos outros”, em referência ao que Pequim considera serem as tentativas de Washington para conter a China: “No final, só acaba por prejudicar quem adopta essa postura”.

Li também dedicou parte do seu discurso àquilo a que a China chama “novos sectores energéticos”, como os painéis solares ou os veículos eléctricos, que estão a ser alvo dos EUA e da União Europeia (UE) devido aos subsídios industriais oferecidos por Pequim, vistos como potencialmente indutores de concorrência desleal.

“Não podemos abrandar a nossa velocidade na transição ‘verde’ em troca de crescimento a curto prazo, nem podemos praticar o proteccionismo em nome do desenvolvimento ‘verde’ ou da protecção ambiental”, afirmou.

O compromisso da China para com as energias renováveis – Li referiu que o país já representa mais de 50 por cento da capacidade instalada mundial – não se destina apenas a satisfazer as necessidades domésticas de energia limpa, mas também a alimentar o abastecimento internacional e a ajudar a aliviar a inflação mundial.

“Devemos abandonar o confronto entre blocos e ir contra a dissociação das cadeias de abastecimento”, afirmou, insistindo que “a história do desenvolvimento económico global mostra que a abertura traz progresso”.

Esforços comerciais

Referindo-se à economia chinesa e à recuperação da “dura doença” que sofreu durante os anos da política ‘covid zero’, Li reiterou a confiança na concretização dos objectivos de crescimento para este ano, de cerca de 5 por cento em termos anuais, e apelou às empresas estrangeiras para que aproveitem as oportunidades do “vasto mercado” chinês.

“Temos feito tudo o que está ao nosso alcance para criar um ambiente empresarial orientado para o mercado e de classe mundial, no âmbito de um quadro jurídico sólido. Para o efeito, revogámos regulamentos que limitavam o acesso ao mercado e a concorrência leal”, afirmou o primeiro-ministro chinês, que apelou a medidas específicas e a progressos graduais na recuperação da economia nacional.

Criado pelo FEM – uma instituição privada famosa pelo seu encontro anual de líderes mundiais no Inverno em Davos (Suíça) – em 2007, o “Davos de Verão” realiza-se todos os anos na China e, nesta ocasião, está a ter lugar na cidade costeira de Dalian, desde ontem até quinta–feira.

25 Jun 2024

UE | Adoptado 14.º pacote de sanções contra Rússia

O Conselho da União Europeia (UE) adoptou ontem o 14.º pacote de sanções contra a Rússia por causa da invasão ao território ucraniano, que inclui restrições à importação de gás natural liquefeito russo.

Em comunicado, o Conselho da UE anunciou a adopção deste pacote de sanções, que pela primeira vez vai incluir restrições à importação de gás natural liquefeito russo para os países da UE e também a sua passagem para países terceiros, prejudicando uma “fonte de receita significativa” que o Kremlin utiliza para fomentar o conflito.

Com a adopção destas restrições, mais 116 pessoas e organizações passam a estar sancionadas, o que significa que ficam impedidas de aceder a bens que tenham em países europeus e proibidas de viajar para qualquer Estado-membro.

A UE também colocou em prática medidas para impedir o contorno das sanções por parte de Moscovo, requerendo que empresas sediadas num dos 27 assegurem que as suas subsidiárias e empresas com as quais trabalham em regime de outsourcing não participem em actividades comerciais ou outras que acabem por facilitar o contorno das sanções.

Sobe e desce

A UE tem vindo a reduzir as importações de gás russo (que chega por gasoduto), passando de uma dependência de 40 por cento em 2021 para 8 por cento em 2023, mas as importações de gás natural liquefeito da Rússia têm vindo a aumentar, num importante sector para a economia do país que gera quase oito mil milhões de euros anuais.

O Conselho da UE também proibiu empresas europeias de transacionarem com instituições financeiras e de criptomoedas que continuem a trabalhar com a Rússia e a fomentar a indústria da defesa do país que invadiu a Ucrânia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de Fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

25 Jun 2024

Banco central do Japão pondera subida das taxas de juro

O banco central japonês admitiu que “deverá aumentar as taxas de juros não demasiado tarde”, face ao impacto que o recente aumento dos custos poderá ter nos preços ao consumidor, indica uma nota ontem divulgada.

“É necessário que o Banco [do Japão] considere se são necessários mais ajustamentos à política monetária do ponto de vista da gestão de risco”, de acordo com a ata da reunião mensal da instituição, terminada a 14 de Junho.

“Embora a evolução dos preços tenha correspondido às perspectivas do Banco, existe a possibilidade de os preços se desviarem para cima do cenário base se houver outra transmissão dos recentes aumentos de custos aos preços no consumidor”, alertou o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).

A inflação no país tem-se fixado num intervalo entre 2 por cento e 2,5 por cento nos últimos meses, perto da meta de 2 por cento fixada pelo banco central japonês.

A instituição disse que a inflação está a estabilizar, mas considerou ser ainda difícil determinar se os aumentos salariais da Primavera (os maiores em mais de 30 anos) “têm sido suficientemente reflectidos nas estatísticas”, numa altura em que o consumo continua fraco.

No dia 14, o BoJ anunciou um corte na compra de títulos de dívida pública, em mais um passo rumo à progressiva normalização monetária, mas optou por manter a taxa de juro de referência de curto prazo em 0,1 por cento.

Em baixo

Apesar de um aumento em Março, que pôs fim a mais de uma década de taxas negativas, o Japão continua com juros muito abaixo das outras principais economias mundiais, incluindo a Reserva Federal dos EUA (5,5 por cento) e o Banco Central Europeu (4,25 por cento).

Uma tendência que tem levado a moeda do Japão a desvalorizar-se. A moeda nipónica estava ontem a negociar numa faixa acima dos 159 ienes por dólar, depois de no final de abril ter caído para 160 ienes, pela primeira vez em 34 anos.

De acordo com a ata da reunião, os membros do comité do BoJ estão conscientes de que a evolução das taxas de câmbio tem um amplo impacto na actividade económica e, se continuar descontrolada, “afectará o bom desenvolvimento da economia”.

No entanto, o documento acrescentou que, dado não afectar apenas o mercado cambial, a política monetária deve ser implementada com base num cenário mais amplo.

O banco central mostrou-se ainda cauteloso relativamente às sucessivas suspensões de exportações por parte de importantes fabricantes automóveis japoneses devido a irregularidades nas fiscalizações.

O BoJ concluiu ser “apropriado continuar com a actual flexibilização monetária por enquanto”, até para avaliar os efeitos dessas suspensões na economia do Japão.

25 Jun 2024

Pelo menos 15 mortos em incêndio em fábrica na Coreia do Sul

O número de mortos num incêndio numa fábrica de baterias de lítio perto da capital da Coreia do Sul aumentou para 15, segundo o novo balanço provisório das autoridades.

Inicialmente, as equipas de salvamento retiraram oito corpos da fábrica, mas o número de vítimas aumentou nas seguintes horas, confirmando-se “sete feridos”, de acordo com Kim Jin-young, oficial dos bombeiros, em informações transmitidas pela televisão.

As equipas de salvamento que se encontram a operar na fábrica da cidade de Hwaseong, a sul de Seul, recuperaram os 15 corpos referindo que mais “seis pessoas estão desaparecidas”. Kim disse que a maioria das pessoas desaparecidas são cidadãos estrangeiros, incluindo trabalhadores oriundos da República Popular da China.

Segundo o mesmo responsável, o sinal dos telemóveis das pessoas desaparecidas foi localizado no segundo piso da fábrica.

Kim afirmou que uma testemunha disse às autoridades que o incêndio começou depois de as baterias terem explodido quando os trabalhadores as estavam a examinar antes do embalamento, mas frisou que “a causa exacta será investigada”.

O mesmo oficial dos bombeiros afirmou ainda que 102 pessoas estavam a trabalhar na fábrica antes do incêndio.

Areia salvadora

Cerca de 35 mil baterias de lítio – altamente inflamáveis – encontravam-se armazenadas no segundo andar da fábrica onde deflagrou o incêndio.

“Foi difícil entrar no edifício porque tínhamos medo de mais explosões”, disse Kim, acrescentando que os bombeiros conseguiram apagar as chamas com “areia seca”. O complexo industrial pertencente ao fabricante sul-coreano de baterias Aricell.

As baterias de lítio são utilizadas em várias circunstâncias e suportes desde computadores portáteis a veículos eléctricos. Imagens difundidas pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap mostram nuvens de fumo cinzento a elevarem-se sobre o edifício da fábrica devastado pelas chamas.

O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, pediu às autoridades locais que “mobilizassem todo o pessoal e equipamento disponível para se concentrarem na procura e no salvamento de pessoas”.

Yoon Suk Yeol pediu igualmente às autoridades no local para “garantirem a segurança dos bombeiros, dada a rápida propagação do incêndio”. Entretanto, os residentes da cidade de Hwaseong foram aconselhados a não abandonarem as residências devido à densidade do fumo.

25 Jun 2024

Coreia do Norte / Rússia | Seul, Tóquio e Washington condenam pacto

A troca de armas entre as duas ações foi energicamente criticada pela Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos

 

A Coreia do Sul, o Japão e os EUA condenaram ontem, “nos termos mais fortes possíveis”, o acordo entre a Coreia do Norte e a Rússia, que prevê a assistência mútua em caso de agressão. Os três países lamentaram as “contínuas transferências de armas” de Pyongyang para as forças russas, num comunicado conjunto publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul.

Estas armas “prolongam o sofrimento do povo ucraniano, violam múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ameaçam a estabilidade tanto no nordeste da Ásia como na Europa”, de acordo com o documento.

A parceria entre a Coreia do Norte e a Rússia “deve ser motivo de grave preocupação para todos os interessados em manter a paz e a estabilidade na península coreana, em defender o regime global de não proliferação e em apoiar o povo da Ucrânia na defesa da liberdade e independência contra a brutal agressão da Rússia”, acrescentou.

Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão prometeram “reforçar ainda mais a cooperação diplomática e de segurança para combater as ameaças representadas pela RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] à segurança regional e global e evitar uma escalada da situação”.

O compromisso dos EUA com a defesa dos dois aliados “permanece firme” e Seul, Washington e Tóquio “reafirmam que o caminho para o diálogo permanece aberto e instam a RPDC a cessar novas provocações e a regressar às negociações”, acrescentou o comunicado.

Nova era

Na quarta-feira passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse em Pyongyang que “o acordo de parceria global (…) prevê igualmente a prestação de assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes do acordo”.

De acordo com a agência de notícias russa TASS, Putin referiu declarações dos Estados Unidos e de outros países da NATO sobre o fornecimento à Ucrânia de armas de longo alcance, aviões F-16 e outro armamento para, segundo disse, atacar o território russo.

“Não se trata apenas de uma declaração, isto já está a acontecer e tudo isto é uma violação grosseira das restrições assumidas pelos países ocidentais no âmbito de vários tipos de obrigações internacionais”, afirmou.

Depois das conversações com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, Putin descreveu o acordo como um “documento verdadeiramente revolucionário” e disse que Moscovo “não exclui a possibilidade de cooperação técnico-militar” com Pyongyang.

Por seu lado, o líder norte-coreano afirmou que o acordo com a Rússia era puramente defensivo, de acordo com as agências de notícias russas. Kim descreveu Putin como “o melhor amigo” da Coreia do Norte e saudou o início de uma “nova era” nas relações com a Rússia.

Também expressou “total apoio e solidariedade para com o Governo, o exército e o povo russo na condução da operação militar especial na Ucrânia para proteger a soberania, os interesses de segurança e a integridade territorial” da Rússia.

25 Jun 2024

PCC | Preocupação europeia com comércio entre Pequim e Moscovo é “infundada”

O editorial do Global Times refuta as recentes declarações do o vice-chanceler e ministro da Economia alemão sugerindo que a deterioração das relações entre a China e a Alemanha se devem ao apoio de Pequim a Moscovo

 

Um jornal oficial do Partido Comunista Chinês considerou ontem infundada a preocupação da Europa com os laços comerciais com a Rússia, à medida que Pequim se afirma como o principal parceiro económico de Moscovo.

“A noção de que o envolvimento com a Rússia equivale a apoiar acções militares é fundamentalmente errada e distorcida”, afirmou, em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

“A China não é nem criadora nem parte na crise ucraniana, pelo que é totalmente insustentável e irrazoável encarar as questões comerciais entre China e União Europeia no contexto” da guerra, frisou.

O editorial do Global Times surge após o vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, ter afirmado, em Pequim, que o apoio da China à Rússia é a principal razão para a deterioração das relações económicas entre Berlim e Pequim.

“É também importante que a China, que apoia a Rússia nesta guerra, compreenda que os interesses de segurança alemães e europeus já são directamente afectados por este conflito”, disse Habeck, na abertura de um diálogo de alto nível China-Alemanha sobre alterações climáticas e transição verde.

Questões e argumentos

O Global Times frisou que as relações da China com a Rússia e com a Europa “são parcerias de cooperação normais que se desenvolvem independentemente uma da outra”.

“É absolutamente absurdo sugerir que as relações económicas entre a China e a Europa não podem ser estreitas se as relações entre a China e a Rússia forem fortes”, frisou o jornal.

“O desenvolvimento das relações económicas e comerciais entre a China e a Rússia é essencialmente um caso de cooperação normal entre dois Estados soberanos com base em interesses comuns e benefícios mútuos”, acrescentou o diário.

Argumentando que Pequim “não fornece armas às partes em conflito” e “controla rigorosamente as exportações de produtos de dupla utilização”, o jornal lembrou que a China “tem mantido a cooperação com a Ucrânia” e que continua a ser o maior parceiro comercial de Kiev.

“Se as parcerias económicas e comerciais de uma nação são indicativas da sua posição em relação a questões globais, por que razão o Ocidente examina os laços económicos da China com a Rússia e ignora as suas relações económicas com a Ucrânia”, questionou o Global Times.

25 Jun 2024

Bombeiros sul-coreanos confirmam oito mortos em incêndio de fábrica em Seul

Os bombeiros sul-coreanos indicaram ter descoberto oito cadáveres vítimas de um incêndio numa fábrica de baterias de lítio na região de Seul.

O comandante dos bombeiros Kim Jin-young disse que os corpos foram retirados e estão a ser transferidos para um hospital. A agência noticiosa sul coreana Yonhap, citada pela Associated Press, informou anteriormente que tinham sido descobertos 20 cadáveres, mas este número não foi confirmado pelas autoridades.

Kim disse anteriormente que a operação de resgate estava a decorrer na fábrica de Hwaseong, a sul da capital da Coreia do Sul. Na altura, Kim acrescentou que 23 pessoas tinham sido dadas como desaparecidas, incluindo cidadãos de origem chinesa.

Segundo os meios de comunicação social sul-coreanos, 67 pessoas estavam a trabalhar na fábrica antes do incêndio. Até ao momento desconhecem-se as causas do fogo.

24 Jun 2024

Japão | Okinawa pede redução de bases norte-americanas

Em dia de assinalar a batalha travada na II Guerra mundial entre o Japão e os EUA, as autoridades pedem a redução da presença norte-americana na da ilha

 

O arquipélago japonês de Okinawa pediu ontem a redução das bases militares norte-americanas na região, no dia em que assinala o 79.º aniversário da batalha que travou com os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.

“Para alcançar a ilha de paz que o povo de Okinawa deseja, as bases militares americanas devem ser reorganizadas e reduzidas”, disse o governador de Okinawa, Denny Tamaki, de acordo com a emissora estatal NHK.

Tamaki e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, participaram na cerimónia de aniversário, realizada em Itoman, cidade situada no sul da ilha principal de Okinawa e palco do fim da batalha.

“Durante a última guerra, Okinawa foi palco de uma batalha horrível. A eliminação das bombas não deflagradas e a recolha dos destroços ainda estão em curso. É nossa responsabilidade transmitir a trágica realidade da batalha de Okinawa e o valor da paz à próxima geração”, disse Kishida.

Em 2023, o gabinete de Kishida enviou mais elementos das Forças de Auto-Defesa japonesas na ilha de Ishigaki, face às crescentes tensões em Taiwan. A medida suscitou críticas e preocupações entre a população local, que receia que o arquipélago possa vir a ser palco de um novo confronto.

Fardo pesado

A Batalha de Okinawa foi a única invasão terrestre do Japão pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e teve lugar poucos meses antes da rendição nipónica, dias depois do lançamento das bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki.

O sangrento confronto durou três meses e custou a vida a um em cada quatro residentes do arquipélago, cerca de 94 mil no total.

As autoridades locais aproveitam frequentemente o aniversário para sublinhar o pesado fardo que carrega o pequeno arquipélago, onde estão localizadas cerca de 75 por cento das instalações militares dos EUA no Japão.

As bases militares, que ocupam um quinto da superfície da ilha principal, foram construídas em terrenos expropriados durante o período de ocupação norte-americana, que durou até 1972, duas décadas mais do que no resto do país asiático.

24 Jun 2024

UE acredita conseguir evitar guerra comercial com China sobre carros eléctricos

A União Europeia (UE) espera conseguir encontrar “um terreno comum” para evitar uma guerra comercial com a China no sector dos carros eléctricos, no qual ameaça impor tarifas à importação de veículos de fabricantes chinesas para contestar subvenções estatais.

“Quando vemos a situação em que se encontram os subsídios da China que distorcem o comércio, causando riscos para a indústria europeia, temos de actuar, mas nós actuamos de uma forma ponderada e compatível com a OMC [Organização Mundial do Comércio], por isso não vemos qualquer base para conflitos comerciais”, afirma em entrevista à agência Lusa em Bruxelas o vice-presidente executivo da Comissão Europeia responsável pela tutela do Comércio.

Poucos dias depois de o executivo comunitário ter ameaçado avançar com tarifas à importação, pela UE, de carros eléctricos de fabricantes chinesas (de marcas como a BYD, Geely e SAIC), Valdis Dombrovskis diz à Lusa que o bloco comunitário está “disponível para encontrar uma solução mutuamente disponível com a China”.

“A imposição de tarifas não é o único resultado possível desta investigação”, acrescenta, dizendo esperar que se alcance “um terreno comum ou mútuo”, que passaria por exemplo pela retirada das subvenções estatais às fabricantes chinesas de carros eléctricos ou pela garantia de que estas não se aplicam às empresas exportadoras para a UE.

“Esta é também uma forma de resolver a situação”, adianta Valdis Dombrovskis, acreditando ser “possível” alterar o comportamento chinês.

A posição surge numa altura em que a UE realiza várias investigações a alegadas subvenções chinesas ilegais a empresas que operam no bloco comunitário, nomeadamente de carros eléctricos, que já motivaram várias críticas de Pequim e a ameaça de uma queixa à OMC.

Taxas e ameaças

Em causa, está a investigação iniciada em Outubro passado às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis eléctricos que entraram rapidamente no mercado da UE e que são vendidos a um preço bastante menor que os dos concorrentes comunitários.

Na semana passada, a Comissão Europeia ameaçou aumentar, a partir do início de Julho, as tarifas das importações de veículos eléctricos da China pela UE, após ter concluído provisoriamente haver práticas desleais de Pequim em benefício de construtores chineses.

Em comunicado divulgado na altura, o executivo comunitário indicou que, provisoriamente, as importações de veículos elétricos da BYD poderão ser taxadas em 17,4 por cento, da Geely em 20 por cento e da SAIC em 38,1 por cento, sendo estas as marcas incluídas na amostra investigada, numa decisão que será então comunicada a 04 de Julho.

Para além dos três mencionados no comunicado, outros construtores chineses de carros eléctricos que cooperaram com a investigação, mas não foram incluídas na amostra serão taxadas em 21por cento e as que não cooperaram em 38,1por cento.

Esta data de 04 de Julho diz respeito à conclusão da investigação, quando se podem então aplicar direitos de compensação provisórios através de uma garantia decidida pelas alfândegas de cada Estado-membro, sendo que estes depois se podem tornar definitivos a partir de 02 de Novembro, segundo indicaram fontes comunitárias à Lusa.

As mesmas fontes indicaram esperar que o mercado europeu seja “suficientemente competitivo” para que tais tarifas não sejam repercutidas no consumidor.

Segundo a Comissão Europeia, os veículos chineses têm uma penetração de 8 por cento no mercado comunitário – que poderá duplicar para 15 por cento em 2025, se a mesma taxa se mantiver – e custam 20 por cento menos que os europeus.

23 Jun 2024

Rússia | China condena sanções impostas por Tóquio contra empresas chinesas

A China afirmou na sexta-feira que a imposição de sanções pelo Japão contra entidades chinesas por ajudarem a Rússia a contornar medidas punitivas impostas pela comunidade internacional é uma “interferência inaceitável nos laços comerciais legítimos” entre Moscovo e Pequim.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, declarou, em conferência de imprensa, a “firme oposição” do seu país à decisão das autoridades japonesas. Lin disse que as medidas “não têm qualquer base no direito internacional”.

“A China realiza operações comerciais e económicas com a Rússia com base na igualdade e no benefício mútuo, que é um direito legítimo que não deve ser perturbado por forças externas”, afirmou, acrescentando que a China tomará “as medidas necessárias para proteger firmemente” os seus “direitos e interesses legítimos”.

As sanções japonesas visam igualmente entidades da Índia, Bielorrússia, Emirados Árabes Unidos (EAU), Uzbequistão e Cazaquistão.

As sanções surgem depois de o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ter assinalado na cimeira dos líderes do G7, realizada em Itália em meados do mês, que o seu governo estava a preparar um novo pacote de medidas deste tipo destinadas a países terceiros que apoiam directa ou indirectamente a Rússia.

As medidas incluem o congelamento dos bens de indivíduos, empresas e outras entidades desses países e restrições aos pagamentos e outras transações de capitais, bem como a proibição de exportações japonesas para empresas sujeitas a essas medidas.

23 Jun 2024

Polónia | Presidente de visita à China quer abrir mercado à carne de aves

O Presidente polaco, Andrzej Duda, iniciou no sábado uma visita de cinco dias à China, tendo como um dos objectivos abrir o mercado chinês à carne de aves produzida na Polónia, segundo disse antes de partir à comunicação social polaca.

“Vamos assinar vários acordos, mas o mais importante são os esforços que estão em curso e que, espero, terão sucesso na abertura do mercado chinês à carne de aves polaca”, declarou Duda, citado pela agência polaca PAP.

O chefe de Estado polaco destacou que, durante o seu encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, abordará temas como o aumento dos investimentos chineses na Polónia e questões geopolíticas como a guerra na Ucrânia.

“Não é segredo que a influência chinesa, incluindo a sua influência sobre a Rússia, é enorme”, disse Duda, notando que é, portanto, “crucial” apresentar a Xi o seu ponto de vista sobre como a guerra na Ucrânia também prejudica Pequim.

O conflito afecta as rotas de transporte rodoviário de mercadorias chinesas para a Europa, uma das quais passa pela Ucrânia, como recordou Andrzej Duda, enquanto outra que atravessa a Bielorrússia sofre o impacto dos “ataques híbridos” que aquele país está a lançar contra a Polónia.

Durante a sua viagem à China, o Presidente polaco deverá reunir-se com o seu homólogo do gigante asiático e com o primeiro-ministro, Li Qiang, e proferir discursos em fóruns económicos nas cidades de Dalian e Xangai.

23 Jun 2024

Venezuela | Assinados acordos de cooperação económica com Pequim

A Venezuela e a China assinaram três acordos de cooperação bilateral nos domínios da economia, tecnologia e inovação, centrados no desenvolvimento económico dos dois países, anunciou no sábado o governo venezuelano.

Em comunicado de imprensa, as autoridades venezuelanas referem que os acordos, assinados em Caracas, também procuram promover o intercâmbio de conhecimentos com base nas suas respectivas experiências, para benefício mútuo.

A este respeito, a estatal Venezolana de Televisión (VTV) salientou que visam, entre outras coisas, “promover o intercâmbio de conhecimentos e a cooperação em políticas económicas para reforçar as capacidades”, bem como “promover a inovação tecnológica e o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento, impulsionando a criatividade e a colaboração em projectos de inovação”.

Nos últimos meses, a Venezuela anunciou vários acordos comerciais com a China, o mais recente dos quais para a promoção e protecção recíproca de investimentos, que inclui um quadro regulamentar para as empresas chinesas investirem no país das Caraíbas, bem como a participação de empresas venezuelanas no gigante asiático.

A 6 de Junho, os governos da Venezuela e da China celebraram 50 anos de relações bilaterais em Pequim com vários eventos comemorativos e com vista a mais oportunidades de cooperação, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano.

23 Jun 2024

PCC | Chefe-adjunto da propaganda suspeito de corrupção

As autoridades chinesas estão a investigar um chefe-adjunto da agência central de propaganda do Partido Comunista Chinês (PCC) por alegada corrupção, anunciou na sexta-feira a agência anticorrupção da República Popular da China (RPC).

Zhang Jianchun é suspeito de “graves violações da disciplina e da lei”, disse a agência, que faz parte da missão anticorrupção do PCC, no poder desde 1949. Zhang, 59 anos, é originário da província oriental de Shandong e tornou-se conhecido ao desempenhar um papel-chave no PCC na cidade de Pequim, de acordo com uma biografia oficial.

Em 2016, entrou para o Departamento de Organização, um órgão poderoso que tem o controlo sobre as nomeações dentro do PCC a nível nacional, e posteriormente tornou-se vice-chefe do departamento. Em 2020, assumiu o cargo actual na estrutura de propaganda do PCC.

23 Jun 2024