Dez pessoas multadas em 14 ME por irregularidades na bolsa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China (CRMV) vai punir dez pessoas com multas que ascendem a 100 milhões de yuan pelo uso de informação privilegiada e difusão de rumores falsos na bolsa, informou sábado a imprensa oficial chinesa.
O regulador não especifica, contudo, quando foram praticadas as referidas infracções – agora punidas –, embora a perseguição de más práticas se tenha intensificado sobretudo devido à crise que afectou as bolsas chinesas durante o Verão.
Essas actividades prejudicaram os interesses legais dos investidores, alteraram o normal funcionamento do mercado e confundiram quem nele opera, assinalou a Comissão Reguladora.
Segundo a imprensa oficial, o organismo regulador também vai proibir dois dos sancionados de voltarem a operar nos mercados bolsistas.
Essas duas pessoas, tal como outras sete, ter-se-ão aproveitado, segundo o regulador, de informação privilegiada para efectuar transacções vantajosas. Já uma outra foi punida por ter divulgado na Internet informação falsa sobre uma firma financeira que havia recomendado aos investidores que vendessem as suas acções, o que provocou o pânico no mercado, de acordo com a CRMV.
Mais de uma dezena de altos funcionários de firmas financeiras, bem como da CRMV, foram detidos desde a crise bolsista na China no Verão.
Esta semana, o Conselho de Estado chinês destituiu o presidente adjunto da CRMV, Zhang Yujun, recentemente alvo da abertura de uma investigação por suspeitas de corrupção.
Aquando do anúncio da investigação, em meados de Setembro, a Comissão Central de Controlo e Disciplina do Partido Comunista chinês referiu, em comunicado, que Zhang Yujun é suspeito de “graves violações da disciplina”, utilizando a terminologia que descreve habitualmente os casos de corrupção.

19 Out 2015

Hong Kong | Sete polícias e activista do Occupy agredido acusados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] polícia de Hong Kong acusou ontem sete agentes por agressão contra um activista durante os protestos de 2014, mas este vai ser também acusado de violência e obstrução às autoridades, informou a imprensa.
Os sete agentes foram acusados no âmbito do ataque ao activista e membro do Partido Cívico Ken Tsang, na madrugada de 15 Outubro de 2014, há exactamente um ano.
“Sete polícias foram acusados em conjunto por causarem lesão corporal grave com intenção”, disse ontem um porta-voz da polícia citado pela AFP. Um deles enfrenta ainda a acusação de agressão comum, refere o South China Morning Post.
Os sete agentes saíram ontem em liberdade sob caução e vão comparecer em tribunal na próxima segunda-feira.

Em directo

O caso da agressão veio a público na sequência da divulgação de imagens da agressão pela estação de televisão local TVB.
As imagens mostram um grupo de homens, que se acredita serem polícias à paisana, a levarem Ken Tsang, algemado, para um canto escuro do Complexo de Tamar – uma das zonas ocupadas por manifestantes em protesto pelo sufrágio universal durante 79 dias. Um dos homens está em cima do activista a dar-lhe socos, enquanto outros três o atacam repetidamente ao pontapé.
As forças de seguranças de Hong Kong foram bastante criticadas pela demora no tratamento do caso. A agressão aconteceu em meados de Outubro e os agentes foram detidos e suspensos de funções no final de Novembro do ano passado.
Ken Tsang disse aos jornalistas que foi convocado pela polícia para se apresentar ontem numa esquadra para ser formalmente acusado.
O activista afirmou que enfrenta uma acusação de agressão e quatro de obstrução ao trabalho da polícia. Não foram especificadas as situações na base das acusações.
Ken Tsang criticou as acusações como “infundadas, excessivas, ridículas e contrárias aos factos”.
Além disso, considerou poder tratar-se de uma “tácica de relações públicas” e de uma manobra para “minimizar” o processo contra a polícia.
“Nada disto deveria estar a acontecer um ano depois. Sinto que o governo está apenas a tentar marcar uma posição ao deter-me”, afirmou.
Ken Tsang e os apoiantes reuniram-se, na noite de quarta-feira, no local do ataque realizado há um ano, para uma vigília contra a violência policial.

16 Out 2015

Presidente do grupo Fosun é o 17.º chinês mais rico

[dropcap style=’circle’]G[/dropcap]uo Guangchang, o presidente do grupo Fosun, que comprou em Portugal a Fidelidade e a Luz Saúde, subiu 15 lugares na lista dos maiores multimilionários chineses e figura agora na 17.ª posição, segundo a imprensa oficial.
A fortuna pessoal de Guo Guangchang, 48 anos, aumentou 79%, em termos homólogos, para 6,88 mil milhões de euros, indica a Hurun Report Inc.
Presidente de um grupo de investimento internacional, Guo é também um dos 42 multimilionários com assento no principal órgão de consulta do Partido Comunista e do Governo da China.
Com sede em Xangai, o grupo Fosun vale em bolsa cerca de 20.000 milhões de dólares e só em Portugal já investiu quase 1.500 milhões de euros.
A Hurun Report Inc, uma unidade de investigação fundada em 1999 pelo contabilista britânico Rupert Hoogewerf, publica anualmente uma lista das personalidades mais ricas da China.

À frente dos EUA

A mesma pesquisa indica que o país asiático ultrapassou pela primeira vez os Estados Unidos da América (EUA) em número de bilionários, apesar do abrandamento da economia, que deve crescer este ano 7%, o valor mais baixo do último quarto de século.
A nação mais populosa do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes, tem agora 596 bilionários, mais do dobro do ano passado (242) e ligeiramente acima do registado nos EUA (537).
“Apesar do abrandamento económico, os mais ricos da China desafiaram a gravidade, ao conseguirem o melhor ano de sempre”, lê-se num comunicado emitido pela Hurun Report.
O magnata chinês especializado no mercado imobiliário e no sector do entretenimento, Wang Jianlin, destronou Jack Ma, o fundador do grupo de comércio eletrónico Alibaba, como o homem mais rico da China.
A fortuna do presidente e fundador do grupo Dalian Wanda aumentou mais de 50% para 34,4 mil milhões de, impulsionada por uma valorização na bolsa de Xangai de 150% no espaço de quase um ano inteiro.
A China representa 10% da riqueza mundial e desde o início do século o Produto Interno Bruto (PIB) chinês quintuplicou.
Apesar de a Constituição continuar a definir o país como “um Estado socialista liderado pela classe trabalhadora e assente na aliança operário camponesa”, o fosso social mantém-se acima do “nível alarmante” definido pela ONU.

16 Out 2015

Empresário intermediário entre Angola e China detido

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] empresário Sam Pa, um dos mais importantes intermediários nos negócios entre Angola e a China, foi esta semana detido em Pequim no âmbito da investigação contra a corrupção, noticia ontem o Financial Times.
No texto do FT, argumenta-se que “o futuro deste misterioso empresário que gere uma rede empresarial em Hong Kong está em perigo depois da notícia de que o seu principal responsável, um bilionário com sete nomes e ligações aos serviços de inteligência chineses, foi apanhado numa investigação do Partido Comunista contra a corrupção”.
O artigo, assinado pelo jornalista de investigação Tom Burgis e autor do livro ‘A Pilhagem de África’, explica que Sam Pa é o líder de um grupo empresarial com interesses no Médio Oriente e em África, mas também na Coreia do Norte e na Rússia, que tem a sede em Hong Kong, e a que os seguidores chamam o ‘Queensway Group’ devido à morada.
“Durante a última década, Sam Pa ergueu-se da obscuridade para conseguir negócios em cinco continentes no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, e ajudou a construir de raiz uma abrangente teia de empresas ligadas por donos e directores comuns na morada 88 Queensway, em Hong Kong”, escreveu o FT em 2014, quando publicou uma aprofundada investigação sobre Sam Pa, na qual o descreveu como “um homem mais discreto do que os asiáticos que normalmente visitam África para exibir a sua ligação ao país”.
O grupo, escreveu então o FT, “tem negócios com a BP, a Total e a Glencore, e tem interesses que vão desde o gás da Indonésia até uma refinaria no Dubai, passando por apartamentos de luxo em Singapura e uma frota de aviões Airbus; abarca uma rede de companhias privadas sediadas em paraísos fiscais para sustentar duas grandes empresas”. Uma delas é a “Sonangol China, que é principalmente uma companhia petrolífera, mas que também é dona do antigo edifício JP Morgan, em frente à bolsa de Nova Iorque, em Wall Street”.

16 Out 2015

Xi Jinping reúne com empresários norte-americanos

[dropcap style=’circle]O[/dropcap] presidente chinês, Xi Jinping, recebeu esta quinta-feira em Pequim os participantes norte-americanos da 7ª ronda de diálogo de empresários e ex-líderes governamentais entre a China e Estados Unidos, realizada nos dias 17 e 18 na capital chinesa.
Na reunião, Xi Jinping reforçou que a essência do relacionamento sino-norte-americano reside em benefícios mútuos. Neste momento, as cooperações nos âmbitos, tanto bilateral como internacional, não apenas trazem benefícios aos dois povos como também contribuem para a paz, desenvolvimento e prosperidade do mundo, disse. DV1695352
Olhando para o futuro, a China e os EUA gozam de espaços ainda mais amplos para promover a parceria, enfatizou o presidente chinês. Xi reconheceu a existência de divergências, mas apontou que as duas nações conseguem controlá-las desde que se respeitem uma à outra, nos interesse vitais, e evitem mal entendidos em relação às respectivas estratégias.
Xi Jinping assinalou que a China se dedica à construção de um novo modelo de relações entre grandes países com os EUA, acrescentando que a cristalização desta meta favorece dois povos e o povo de todo o mundo.

De partida

Xi Jinping avançou que é convidado do presidente norte-americano Barack Obama para visitar os EUA na próxima semana, afirmando que gostaria de discutir com Obama assuntos de interesse comum e manter um contacto com as personalidades de diversos sectores da comunidade norte-americana.
Os representantes norte-americanos disseram saudar a viagem de Xi Jinping aos EUA e esperar que esta visita possa impulsionar o relacionamento dos dois países. No actual cenário mundial, os EUA e a China enfrentaram mesmas oportunidades e os mesmos desafios, o que suscita sua interdependência. Prometeram dedicação no reforço das cooperações entre os EUA e a China nas áreas de comércio e investimento, sustentando a assinatura, o mais cedo possível, de um acordo de investimento bilateral. Salientaram ainda o apoio às iniciativas do Banco Asiático de Investimentos de Infra-estruturas.

18 Set 2015

Japão | Lei de segurança motiva luta entre deputados

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]eputados japoneses envolveram-se ontem em confrontos físicos durante um debate no parlamento sobre um projecto de lei de segurança que poderá autorizar, pela primeira vez em décadas, o envio de militares do Japão para conflitos no estrangeiro.
Membros da oposição e da coligação no poder protagonizaram cenas bastante incomuns no parlamento nipónico, ao começaram aos empurrões e socos uns aos outros, enquanto o presidente de uma comissão foi cercado.
O deputado da oposição Tetsuro Fukuyama fez de seguida um discurso emocionado para explicar porque é que o seu partido tinha apresentado uma moção para tentar impedir a adopção da reinterpretação da Constituição pacifista do Japão.
“Será que o partido no poder ouve a voz do povo? Vocês fazem tudo o que vos apetece porque são a maioria. Isto parece-vos bem?”, afirmou quase em lágrimas.
A tensão cresceu após o adiamento da votação de uma comissão esta noite, durante a qual os deputados bloquearam as portas e lotaram os corredores em protesto.

Eventos raros

Treze pessoas foram presas na noite de quarta-feira, de acordo com a imprensa japonesa, “por obstrução à polícia” durante uma manifestação que reuniu cerca de 13.000 pessoas no parlamento.
Milhares de pessoas têm saído à rua quase todos os dias nas últimas semanas, num país onde as manifestações são raras.
Segundo as alterações propostas, os militares – conhecidos como Forças de Autodefesa – teriam a opção de ir combater para proteger aliados como os Estados Unidos, mesmo nos casos em que não haja uma ameaça directa para o Japão ou o seu povo.
Embora a Constituição, que proíbe as tropas de participarem em combate, excepto em autodefesa, tenha sido imposta pelos ocupantes norte-americanos após a II Guerra Mundial, em 1945, muitos japoneses receiam que as alterações propostas na lei ponham em causa o carácter pacifista do país e o coloque ao lado dos norte-americanos nos conflitos mundiais.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, defende as alterações como necessárias para fazer face ao que descreve como ameaças oriundas da China e da Coreia do Norte.

18 Set 2015

Pequim investiga alegado sequestro de cidadão pelo EI

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo chinês disse ontem que está a investigar o alegado sequestro de um cidadão pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), anunciado ontem na revista ‘jihadista’ Dabiq, distribuída na rede social Twitter.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou em conferência de imprensa que as autoridades chinesas estão a investigar o caso, sem confirmar a veracidade do mesmo.Fan Jinghui
Na imagem publicada pelo Dabiq, surgem dois homens, um cidadão norueguês de 48 anos, identificado como Ola Johan Grimsgaard-Ofstaf, e um chinês, Fan Jinghui, identificado como sendo natural de Pequim.
Na fotografia, os homens vestem um traje amarelo e envergam um cartaz com a inscrição “à venda”.
A China vincula grupos como o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, que opera na região autónoma chinesa de Xinjiang, habitada pela minoria étnica muçulmana Uighur, com organizações extremistas como o EI.
Em Março, as autoridades chinesas anunciaram a detenção de vários grupos de alegados terroristas que lutaram com o EI e regressaram depois à China, sem avançar quantos.
A China não faz parte da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, e que integra mais de 60 países, entre árabes e ocidentais, contra as posições ocupadas pelo EI no Iraque e na Síria.
 

11 Set 2015

“Transformação da economia chinesa está repleta de dificuldades e incertezas”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ontem que a transformação da segunda maior economia do mundo está repleta de dificuldades e incertezas, mas assegurou que o país não é uma fonte de incerteza na economia mundial.
“Vai ser uma transição dolorosa e um processo sinuoso”, afirmou Li Keqiang, perante uma audiência internacional, no segundo dia do Fórum Económico Mundial ‘Summer Davos’, em Dalian, importante cidade portuária no nordeste da China.
A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo de crescimento do país, visando maior ênfase no consumo doméstico, em detrimento das exportações e investimento, que asseguraram três décadas de trepidante, mas “insustentável”, crescimento económico.
Neste contexto, “altos e baixos na performance da economia são difíceis de evitar”, disse Li, designando o actual momento como “natural”, perante as mudanças em curso.
Nas últimas semanas, os mercados financeiros internacionais caíram abruptamente, após dados negativos sobre o comércio externo chinês e o persistente abrandamento na segunda maior economia do mundo.

Fonte de crescimento

“A China não é uma fonte de risco para a economia mundial, mas uma fonte de crescimento”, considerou Li Keqiang, lembrando que o país contribuiu com 30% do total da expansão económica global na primeira metade do ano.
No primeiro semestre de 2015, o Produto Interno Bruto chinês subiu 7%, face a 2014 – o valor mais baixo desde 2009 -, exactamente dentro da meta fixada pelo Governo.
Esta semana, um relatório da câmara do comércio da delegação da União Europeia em Pequim refere que “as adversidades da economia chinesa só poderão ser superadas se as autoridades corrigirem os seus velhos métodos”.
“O Governo chinês deve evitar as suas tendências proteccionistas, que continuam a restringir o acesso legítimo ao mercado”, lê-se no relatório a que a Agência Lusa teve acesso.
Dois anos após a liderança chinesa ter reconhecido o “papel decisivo do mercado” na vida económica do país, o documento refere que existem “avanços, mas também recuos”, e aponta a ausência do primado da Lei e a excessiva intervenção governamental como os principais obstáculos à reforma económica no país.

11 Set 2015

UE e China investem 130ME em inovação

[dropcap style=’circle’]O comissário europeu, Carlos Moedas, anunciou ontem, em Pequim, um investimento conjunto anual, entre a União Europeia (UE) e a China, no valor de 130 milhões de euros, até 2020, na área da inovação.
“Queremos juntar a ciência fundamental com a capacidade de olhar para os clientes, e de compreender os novos modelos de negócio”, disse à agência Lusa Carlos Moedas, que detém a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.
O comissário considera que o acordo, feito no âmbito do programa da UE Horizonte 2020, une a inovação ligada ao cliente, “em que a China está muito mais avançada”, e o “pólo de saber e da ciência fundamental” que é a Europa. conferÍncia de imprensa realizada na sede do Partido Social Democrata
O mecanismo de co-financiamento será suportado maioritariamente pela UE, com 100 milhões de euros, enquanto a parte chinesa investirá o equivalente a 30 milhões de euros.
Concebido para seis anos (2014-2020), o “Horizonte 2020” é o maior programa público de apoio à investigação e à inovação do mundo e está dotado com um orçamento de praticamente 80 mil milhões de euros, o equivalente a 8% do orçamento comunitário.

Da cooperação

Questionado sobre se a China é actualmente encarada mais como concorrente ou como parceira da UE, o comissário diz que “hoje em dia o mercado funciona de uma maneira, em que quem não coopera, não consegue sequer ser concorrente”.
Carlos Moedas reuniu-se na segunda-feira com o ministro da Ciência e Tecnologia chinês, Wan Gang, e com o presidente da Academia Chinesa de Ciências, Bai Chunli.
No mesmo dia, visitou a zona de Zhongguancun, no nordeste de Pequim, conhecida como a “Silicon Valley” da China: “Fiquei com uma impressão excelente. Vi empreendedores com grande fibra, com uma grande vontade de vencer, de construir empresas”. 6755068762_6e8558ae43_b
Ontem, o comissário partiu para Dalian, importante cidade portuária do nordeste da China, para participar do Fórum Económico Mundial “Summer Davos”, que decorre até ao dia 11 de Setembro e conta com a participação do primeiro ministro chinês Li Keqiang.
A China é actualmente o segundo maior parceiro comercial da União Europeia a seguir aos Estados Unidos, enquanto o ‘grupo dos 28’ é o principal destino das exportações chinesas.
Carlos Moedas, que não falou sobre política nacional, foi secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro português Pedro Passos Coelhos e um dos protagonistas nas negociações com os representantes da ‘troika’ – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.
Em Agosto de 2014, foi anunciado como o nome escolhido por Pedro Passos Coelho para representar Portugal na Comissão Europeia, integrando a equipa de Jean Claude Juncker.

9 Set 2015

Bolsa interrompida caso se registem oscilações de 5% ou mais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China planeia interromper as negociações nas bolsas, em caso de oscilações de 5% ou mais, numa medida que visa reduzir a volatilidade do mercado, de acordo com um comunicado das duas praças financeiras chineses.
Caso o índice das 300 principais companhias cotadas cair ou subir 5%, as autoridades vão suspender as negociações em ambas as praças de Xangai e Shenzhen por um período de 30 minutos, lê-se no comunicado.
Mas se o mesmo índice – que inclui empresas como o gigante bancário ICBC e estatais do sector energético como a PetroChina e a Sinopec – oscilar em 7%, as negociações serão interrompidas durante o resto do dia, acrescenta.
O documento refere que o mecanismo – designado por “interruptor” – vai “prevenir riscos na bolsa” e promover o “desenvolvimento estável e saudável do mercado de acções”.
Trata-se da mais recente medida adoptada pelas autoridades chinesas com vista a controlar o ‘estouro’ da bolha que levou a uma queda de 40% no Índice Composite de Xangai, desde o pico de Maio, e depois de ter valorizado 150% no espaço de um ano.

Estímulos excepcionais

Antes da abrupta desvalorização, o Governo chinês lançou um pacote extraordinário de estímulos, incluindo financiar uma empresa estatal para compra de acções, com vista a dinamizar o mercado.
O banco norte-americano Goldman Sachs estima que as autoridades chinesas tenham gasto 1,5 biliões de yuan para ‘segurar’ as bolsas, nos últimos três meses, segundo avança a agência de informação financeira Bloomberg.
De acordo com as medidas vigentes até à data, as acções individuais não podem subir ou descer mais de 10%.
O ministro das Finanças chinês disse na segunda-feira que os investidores que retenham acções durante mais de um ano beneficiarão de um alívio de 20% no imposto sobre dividendos, enquanto os que o façam por um mês serão favorecidos em metade da carga fiscal.
 

9 Set 2015

Afeganistão | Envenenamento intencional de 600 afegãs

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s colégios femininos da cidade de Herat, a terceira mais populosa do Afeganistão estão em estado de alerta após o envenenamento premeditado de 600 alunas em oito dias e depois de esta segunda-feira outras 250 terem sido intoxicadas, informaram fontes oficiais.
As 250 estudantes envenenadas ontem, com idades entre os 8 e 17 anos, foram hospitalizadas depois de apresentaram um quadro de enjoo, vómitos e dores de cabeça após possivelmente inalar um tipo de gás quando entraram nas salas de aula, disse o porta-voz do Hospital Regional de Herat (HRH), Rafik Shirzai. veneno070915
«Agora, a situação está controlada. As meninas estão melhor após receber tratamento», explicou Shirzai.
Já o porta-voz do governo de Herat, Ehsanullah Hayat, afirmou que as autoridades já estão a trabalhar num novo plano de segurança para as escolas.
«Durante os últimos dias, enviamos forças de segurança para os colégios, principalmente os femininos», ressaltou, ao reconhecer que há falta de efectivos para proteger todos as escolas.

Investigação em curso

O governo local está a realizar várias reuniões de emergência, embora ainda não tenha esclarecido as causas das intoxicações e quem está por trás delas.
«Estamos a investigar seriamente o caso e continuamos à procura dos culpados», garantiu o porta-voz da polícia de Herat, Abdul Rauf Ahmadi.
A educação feminina tem aumentado consideravelmente em Herat. Somente no ano passado, do total de candidatos a uma vaga na universidade, 55% era do sexo feminino.
Os casos de intoxicações em escolas para meninas são bastante frequentes no Afeganistão e costumam estar rodeados de mistério. Os talibãs, tradicionalmente opostos à educação feminina, foram apontados por estas intoxicações no passado, mas porta-vozes dos insurgentes negaram envolvimento nestes factos e recentemente asseguraram que se governassem permitiriam que as mulheres estudassem.

9 Set 2015

Birmânia | Aung San Suu Kyi pede eleições livres e justas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu ontem eleições livres e justas, no início da campanha eleitoral para a votação de 8 de Novembro, a primeira em décadas organizada por um Governo civil.
Suu Kyi considerou a eleição “um momento crucial” para o país e para a sua transição para uma democracia, num vídeo publicado na página de Facebook do seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla inglesa).
“Pela primeira vez em décadas, o nosso povo terá a oportunidade real de trazer uma mudança, é uma oportunidade que não podemos perder”, disse. Aung
“Esperamos que o mundo compreenda quão importante é para nós ter eleições livres e justas e garantir que o resultado será respeitado por todas as partes” acrescentou.
A Nobel da Paz pediu ajuda à comunidade internacional, solicitando que observe o processo eleitoral antes, durante e, “de forma crucial”, depois das eleições, para assegurar que a vontade dos birmaneses é respeitada.

Factores únicos

As eleições de Novembro serão as primeiras que a Birmânia celebra com um Governo civil em meio século, depois de, em 2011, a última junta militar se ter dissolvido e o poder transferido para o Governo formado por ex-generais após as eleições de 2010.
Essa votação foi boicotada pela NLD, que não pode apresentar Suu Kyi como candidata, que na altura estava em prisão domiciliária, da qual foi libertada uma semana depois.
A líder da oposição conseguiu um assento no parlamento em eleições parciais realizadas um ano depois, em que a NLD venceu o partido no poder (USDP).
No entanto, Suu Kyi não pode candidatar-se à presidência do país devido a uma disposição na Constituição, aprovada pelos militares, que veta ao cargo pessoas com familiares estrangeiros, como é o seu caso, já que os filhos de Suu Kyi têm passaporte britânico.

9 Set 2015

Grupo Fosun quase duplica lucros

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] consórcio chinês Fosun, proprietário em Portugal da companhia de seguros Fidelidade, anunciou ontem um aumento de 97% dos lucros no primeiro semestre, face a 2014, impulsionado por um crescimento recorde do segmento das seguradoras.
A empresa com sede em Xangai lucrou 3.617 milhões de yuan nos primeiros seis meses deste ano.
Assumida como “estratégica para o crescimento” do grupo, a área dos seguros lucrou 1.789 milhões de yuan, um aumento de 89 milhões de euros, face a 2014, assinala o relatório semestral da empresa.
O documento revela que a compra da Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde) por 460 milhões de euros, permitiu à Fosun “expandir a sua presença no sector da saúde”.
O grupo, que é também um dos candidatos à compra do Novo Banco, nos últimos anos adquiriu participações em companhias de seguros na China continental, Estados Unidos e Hong Kong, e investiu igualmente nos sectores da saúde, imobiliário, turismo e indústria farmacêutica.

Activos seguros

No final do primeiro semestre deste ano, os seus activos no domínio dos seguros excediam 143.199 milhões de yuan, representando quase metade (44,8%) do total do grupo, aponta o relatório.
A maior parte dos activos da Fosun está denominada em euros (45,2%) e dólares norte-americanos (34.8%), enquanto a moeda chinesa, o yuan, representa apenas 10% do total.
“A diversificação dos investimentos em diferentes moedas permitiu ganhar resistência ao impacto da volatilidade do mercado de câmbios”, lê-se no documento.
Em 2014, as acções da Fosun na bolsa de Hong Kong valorizaram-se 41%, mas, desde Junho, já perderam um terço do valor, face ao pico atingido em Maio, acompanhando as acentuadas quedas nas praças financeiras chinesas. fosun
Este ano, o grupo acrescentou à sua carteira o Cirque du Soleil e concluiu a compra do emblemático Club Méditerranée, confirmando a aposta no sector lazer e estilo de vida, que corresponde já a 17% do total de activos.
Fundado em Xangai, no início da década de 1990, a Fosun é considerada um dos consórcios privados chineses mais activos além-fronteiras.
O seu presidente, Guo Guangchang – conhecido como “o Warren Buffet da China” – é licenciado em Filosofia e mestre em Gestão, e conta com uma fortuna estimada pela Forbes em 9.300 milhões de dólares.
 

1 Set 2015

Timor | Taur Matan Ruak inicia primeira visita oficial à China

[dropcap style=’circle]O[/dropcap] Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, inicia esta terça-feira a sua primeira visita oficial à China, durante a qual está previsto, segundo informou ontem o seu gabinete, uma ampla agenda de encontros e cerimónias.
Taur Matan Ruak, que estará na China até 5 de Setembro, é acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Hernâni Coelho, e de outros responsáveis timorenses.
Em comunicado, o seu gabinete explica que a visita visa “agradecer à República Popular da China por ter sido o primeiro país a reconhecer a declaração de independência de Timor-Leste a 28 de Novembro de 1975 e a estabelecer relações diplomáticas com Timor-Leste aquando da restauração da independência a 20 de Maio de 2002”. taur
Durante a visita, explica ainda, Taur Matan Ruak quer agradecer o “contributo da China para o desenvolvimento de Timor, e intensificar a cooperação entre os dois países, nomeadamente nas áreas de turismo, agricultura através da criação da Zona de Desenvolvimento Agrícola através de Tecnologia Avançada, desenvolvimento do capital humano, gás e petróleo”.
Uma cooperação, refere, que se pode intensificar “no âmbito da ‘Nova Rota da Seda’ dada a posição geográfica estratégica de Timor-Leste na região da Ásia e Pacífico.
Taur Matan Ruak aproveitará a visita para convidar os responsáveis chineses a participarem, a 28 de Novembro, nas comemorações do 40.º aniversário da Proclamação da Independência de Timor-Leste, marcadas para o enclave de Oecusse.

1 Set 2015

Dois em cada três pares de sapatos vêm da China

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] produção mundial de calçado aumentou 8% em 2014, para 24 mil milhões de pares, destacando-se a China como “líder indiscutível” ao fabricar quase dois em cada três pares de sapatos, segundo dados do último World Foowear Yearbook.
Elaborado e distribuído em todo o mundo pela Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), aquele que é descrito como “o mais complexo barómetro à industria de calçado a nível internacional” – e cuja edição relativa a 2014 foi apresentada em Julho na Alemanha – evidencia que a estrutura geográfica da indústria permanece “praticamente inalterada” relativamente ao passado recente. ténis
“A nível internacional a China é o líder indiscutível, produzindo quase dois em cada três pares de sapatos vendidos no mundo”, conclui o trabalho, segundo o qual a Ásia é responsável por 88% da produção mundial de calçado, sendo seis dos 10 principais produtores de calçado mundial países asiáticos.
Já a Europa assegurou, no ano passado, apenas 3% da produção mundial de calçado.

Mudança consistente

Analisando a evolução ao longo dos últimos cinco anos, assistiu-se a um aumento “significativo” da quota mundial da Ásia, que passou de 49% em 2010 para 52% em 2014, com a China a assumir aqui a liderança e a vir “consistentemente” consolidando a sua posição ao longo dos anos.
Os EUA e a Índia surgem no segundo e terceiro postos, respectivamente.
Os dados do World Foowear Yearbook para 2014 apontam também novos níveis recordes no comércio internacional de calçado, com as exportações a somarem 16 mil milhões de pares e 133 mil milhões de dólares.
Também aqui a China consolidou a liderança “de forma esmagadora”, segundo destaca a APICCAPS, sendo a origem de mais de sete em cada 10 pares de calçado exportados.
No ano passado, no ‘top 15’ dos principais exportadores mundiais apenas constam países asiáticos (como a China, Vietname, Hong Kong e Índia) e europeus (Itália, Bélgica, Alemanha, Países Baixos, Espanha, França, Portugal, Roménia, Eslováquia e Reino Unido).

1 Set 2015

Pequim quer modernizar fábricas químicas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades locais e provinciais de toda a China submeteram planos para transferir ou modernizar aproximadamente mil fábricas químicas, após a tragédia ocorrida no porto de Tianjin, que fez pelo menos 145 mortos.
O desastre levou governos locais e provinciais a “acelerar os planos para relocalizar ou modernizar” centrais químicas por todo o país, assinalou o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação chinês, Miao Wei, num documento publicado num portal oficial citado ontem pelo South China Morning Post.
O mesmo responsável indicou que o Governo começou a trabalhar durante 2014 neste processo, apesar de reconhecer que “o trabalho ao longo de mais de um ano acabou por resultar inadequado”.
Miao Wei referiu, este sábado, ao Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, órgão máximo legislativo chinês) que as mil fábricas e instalações químicas tiveram um custo global de cerca de 400.000 milhões de yuan e que a sua modernização ou transferência seria muito complexa apenas do ponto de vista económico, refere o jornal de Hong Kong.

Descontentamento popular

Outra questão chave prende-se com a oposição popular a este tipo de instalações, já que, nos últimos anos, tem havido um número crescente de protestos em diferentes pontos da China contra a construção de fábricas químicas ou contra a poluição que geram as existentes.
As explosões do passado dia 12 deixaram 145 mortos e mais de 700 feridos, segundo o mais recente balanço. Vinte e sete pessoas continuam dadas como desaparecidas.
As autoridades chinesas anunciaram, na quinta-feira passada, a detenção de 12 pessoas.
A tragédia ocorreu num terminal de contentores do porto, onde se encontravam armazenadas 3.000 toneladas de produtos perigosos, em particular 700 toneladas de cianeto de sódio altamente tóxico.
O acidente suscitou receios de uma contaminação por químicos tóxicos do ar e da água de Tiajin, cidade com cerca de 15 milhões de habitantes.
Amostras de água recolhidas na zona da explosão chegaram a apresentar um nível de cianeto de sódio 356 vezes superior ao permitido.

31 Ago 2015

Hong Kong | Líderes estudantis acusados por protesto

Orgulho juvenil

[dropcap style=’circle’]Três líderes estudantis que no ano passado estiveram envolvidos nas manifestações do ‘Occupy’ em Hong Kong foram ontem acusados por um protesto na Praça Cívica, junto à sede do governo.
Sobre o líder do movimento estudantil ‘Scholarim’, Joshua Wong, de 18 anos, e sobre o secretário-geral da Federação dos Estudantes, Nathan Law, e respectivo ex-presidente Alex Chow impedem acusações que incluem a reunião ilegal e incitação para participar em reunião ilegal, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).
Os três vão ser presentes a tribunal na próxima quarta-feira. joshua wong
As ofensas estão relacionadas com um protesto estudantil em que alguns manifestantes treparam as grades metálicas para o interior da designada Praça Cívica. A acção, a 26 de Setembro de 2014, acabaria por estar na origem da ocupação das ruas num protesto que durou 79 dias.
“Hoje… é perseguição política”, disse Wong, antes de entrar na sede da polícia. “Estar envolvido nesta acção na praça cívica foi o melhor que fiz nos quatro anos em que tenho estado envolvido nos movimentos sociais dos estudantes”, afirmou.
“Não me arrependo, ainda que tenha de pagar o preço”, acrescentou.

Falta de lógica

Menos de duas horas depois, Wong surgiu novamente em público e o seu advogado, Michael Vidler, disse que provavelmente iria apresentar um pedido ao tribunal para suspender o processo contra o seu cliente.
“Penso que toda a lógica de procedimentos nesta altura, um ano depois dos acontecimentos, é totalmente errada”, afirmou Vidler. “Na minha opinião é um claro abuso”, acrescentou.
Cerca de 40 apoiantes concentraram-se na entrada da polícia com guarda-chuvas amarelos – o símbolo da campanha do Occupy – e entoaram palavras de ordem a pedir a demissão do chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung.
Wong e Law, de 22 anos, foram a tribunal no mês passado por acusações de obstrução à polícia num protesto realizado em Junho.
Os estudantes estavam entre as dezenas que pessoas que se concentraram no exterior do Gabinete de Ligação do Governo Central Chinês em Hong Kong para se oporem a um “livro branco” da China, no qual Pequim afirmou o seu controlo sobre a região especial chinesa. Uma cópia do documento foi queimada nesse protesto. occupy
Ambos declararam-se “não culpados” das acusações e vão ser novamente ouvidos em tribunal no âmbito do mesmo processo, na sexta-feira.
O plano de reforma política proposto pelo governo de Hong Kong e apoiado pelas autoridades de Pequim foi chumbado pelo conselho legislativo da região em Junho.
A proposta que esteve na origem do movimento ‘Occupy Central’ dava, pela primeira vez, oportunidade a todos residentes de Hong Kong de em 2017 votarem nas eleições para o chefe do Executivo, mas sob a condição de que todos os candidatos – dois ou três no máximo – fossem pré-seleccionados por um comité conotado com Pequim.

28 Ago 2015

PM | Metas vão ser cumpridas apesar da crise bolsista

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou estar confiante de que a segunda economia mundial vai cumprir as metas que o Governo fixou para este ano, apesar de reconhecer o impacto da crise bolsista, informaram ontem os ‘media’.
“A China tem confiança para alcançar os seus principais objectivos de desenvolvimento para este ano sob adequadas medidas de reforma para estabilizar e reestruturar a economia”, afirmou Li Keqiang, em declarações reproduzidas hoje pelo jornal oficial China Daily.
As palavras do primeiro-ministro chinês chegam numa altura em que a crise bolsista obrigou o banco central a intervir, esta terça-feira, nomeadamente com um corte nas taxas de juro para acalmar os mercados.Li Keqiang
Li Keqiang reconheceu que a economia chinesa se tem visto afectada pela turbulência nos mercados globais, mas defendeu que os seus pilares se mantêm “estáveis” e que o gigante asiático vai manter um ritmo de crescimento “razoável”.
“Ainda temos margem para aplicar mais políticas macroeconómicas e a China tem um mercado interno enorme”, recordou.

Pelos ajustes

Li Keqiang também defendeu as recentes desvalorizações do yuan – adoptadas este mês pelo banco central chinês – que se fizeram acompanhar de uma reforma no sistema cambial, ao garantir que depois dessas “melhorias” a taxa de câmbio da moeda chinesa se ajusta mais em relação ao seu valor de mercado.
Após esta correcção, acrescentou, não há base para uma contínua depreciação do yuan.
“Esse ajustamento também foi realizado como parte dos esforços reformistas que a China está a levar a cabo”, assinalou, insistindo que as depreciações foram consequência do desenvolvimento dos mercados financeiros internacionais.
A segunda economia mundial manteve um crescimento de 7% no segundo trimestre de 2015, excedendo várias previsões internacionais, e confirmando a “nova normalidade” defendida pelo governo chinês.
Aquele valor (7%), que coincide com a meta apontada pelo governo chinês, excede também a previsão do Fundo Monetário Internacional acerca do crescimento económico da China em 2015 (6,8%).
Comparando com igual período do ano anterior, o crescimento da economia chinesa no primeiro semestre de 2015 abrandou 0,4 pontos percentuais.
Se aquele valor (7%) se mantiver ao longo do ano, será o mais baixo do último quarto de século.
Na última década, a economia chinesa cresceu em média 9,9% ao ano e em 2010 tornou-se a segunda maior do mundo, à frente do Japão e da Alemanha.

27 Ago 2015

Tailândia destrói mais de duas toneladas de marfim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Tailândia destruiu ontem mais de duas toneladas de marfim, uma vitória para os grupos de defesa dos animais que lutam contra o comércio ilegal de presas que tem vindo a empurrar os animais para a extinção.
O acto, em que um triturador industrial destruiu 2.155 quilogramas de marfim antes da incineração, foi presidido pelo líder da junta militar Prayu Chan-O-Cha. Foi a primeira vez que Banguecoque adoptou medidas para destruir parte do seu arsenal.
“Isto é para mostrar a forte determinação do governo tailandês na oposição ao tráfico de marfim e que a Tailândia vai cumprir com as regras internacionais”, afirmou, durante a cerimónia.
Os defensores dos direitos dos animais acusam há muito tempo os sucessivos governos da Tailândia – civis e militares – de fechar os olhos ao lucrativo negócio.
Os activistas têm vindo a pressionar Banguecoque para destruir o seu ‘stock’, como prova da sua determinação em eliminar o risco de o marfim que é apreendido pelas autoridades voltar a entrar no mercado negro por via de funcionários corruptos.
O aumento da procura de marfim na Ásia é apontado como estando na origem da subida do número de elefantes mortos em África, dado que as autoridades não conseguem desmantelar as redes de contrabando.

Presas apreendidas

A imprensa estatal do Vietname também noticiou ontem que, nos últimos dias, foram feitas duas grandes apreensões de presas de elefante importadas ilegalmente para o país.
Na mais recente foi apreendida uma “grande quantidade”, não especificada, de presas escondidas em sacos de feijão vermelho num contentor procedente da Malásia, isto depois de, na semana passada, terem sido apreendidas duas toneladas oriundas da Nigéria.
Em meados deste mês, as alfândegas do Vietname apreenderam 735 quilos de marfim e cornos de rinoceronte no porto de Tien Sa, na cidade de Da Nang, provenientes de Moçambique.
Segundo o diário vietnamita Tuoi Tre News, que citou um comunicado oficial, o marfim e os cornos de rinoceronte estavam escondidos dentro de blocos de mármore falso, depois de terem sido desembarcados em dois contentores transportados num navio.
Vários cidadãos do Vietname têm sido detidos nos últimos anos em Moçambique, na posse de dentes de marfim e cornos de rinoceronte, contrabandeados para aquele país asiático, onde se acredita que os mesmos têm propriedades terapêuticas.
O marfim e cornos de rinocerontes contrabandeados em Moçambique são extraídos de animais abatidos na caça furtiva no país, mas principalmente na África do Sul, onde as autoridades locais destacaram o exército para o combate ao abate ilegal de elefantes e rinocerontes.

27 Ago 2015

Japão pede investigação de espionagem

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediu ontem ao Presidente norte-americano, Barack Obama, para investigar a suposta espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) ao Governo de Tóquio e a várias entidades e empresas nipónicas.
Abe transmitiu o pedido a Obama durante uma conversa ao telefone mantida ontem, informou o ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga, em conferência de imprensa.
O primeiro-ministro também solicitou ao Presidente dos Estados Unidos que tome “acções apropriadas” sobre a suposta espionagem, enquanto Obama manifestou as suas desculpas relativamente ao caso, disse Suga.
“Se for verdade, a nossa relação de confiança pode sair danificada”, disse o ministro porta-voz em declarações reproduzidas pela agência Kyodo.
No final de julho, o portal WikiLeaks publicou uma série de documentos em que assegura que a NSA espiou o Governo e várias empresas do país asiático.
Além de relatórios, o portal fundado por Julian Assange compilou uma lista de 35 alvos japoneses de “alta prioridade” para interceptar telefonicamente, da qual figuram o Governo, o Banco do Japão, vários ministérios e grandes grupos como a Mitsubishi.
Segundo o Wikileaks, as escutas remontam até 2006, altura em que o actual primeiro-ministro, Shinzo Abe, governava pela primeira vez.
As informações obtidas “demonstram um conhecimento pormenorizado de decisões internas do Japão sobre questões como as importações de produtos agrícolas e os diferendos comerciais, as posições japonesas no ciclo de negociações multilaterais de Doha da Organização Mundial de Comércio, sobre energia nuclear e emissões de gases com efeito de estufa”, de acordo com o Wikileaks.

27 Ago 2015

Ex-vice-ministro das Finanças assume presidência do BAII

[dropcap style=’circle]O[/dropcap] ex-vice-ministro das Finanças chinês Jin Liqun foi nomeado para a presidência do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), a nova instituição financeira internacional proposta por Pequim, informou a entidade no seu portal na Internet. Jin Liqun, de 66 anos, já dirigiu o fundo soberano chinês (China Investment Corporation) e desde Outubro chefiava o secretariado interino do BAII. Proposto pelo presidente chinês em 2013 e visto inicialmente em Washington como um desafio à ordem financeira internacional, o BAII acabou por suscitar a adesão de mais de vinte países exteriores à Ásia, entre os quais a África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, França, Espanha, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suíça.

26 Ago 2015

Xangai cai 7,6%, mas bolsas europeias abrem em alta

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] bolsa chinesa continua em queda livre. No dia a seguir à desvalorização de 8,46%, Xangai, a principal praça chinesa fechou a perder 7,6%. Shenzen, o segundo maior mercado, também fechou a cair 7,1%.
Apesar disso, em Hong Kong, território sob administração chinesa, o Hang Seng registou um ligeiro ganho de 0,7%, interrompendo uma série de sete sessões a fechar em terreno negativo.
Depois de a sessão de segunda-feira ter feito recuar a bolsa para níveis do início do ano, esta terça-feira fez Xangai descer abaixo da barreira psicológica dos 3 mil pontos, caindo para 2964.97. Influenciada pelas preocupações sobre o desempenho da economia previsto para 2015, a principal bolsa chinesa está agora a níveis registados pela última vez a meio de Dezembro de 2014. 

Sem contágio

Apesar disso, as bolsas europeias, que tinham sido arrastadas pela “segunda-feira negra” chinesa, abriram em alta esta terça-feira. 
Pouco antes da 9h, Lisboa ganhava 2,45%, depois de uma sessão em todas as cotadas fecharam no vermelho. Na Europa, os principais mercados parecem igualmente recuperar. Em Frankfurt, o Dax subia 1,5% enquanto Londres valorizava 1,66%. No mesmo sentido, Paris  ganhava 2,05% e o Ibex, em Madrid, subia 1,12%.
Até Atenas, cujo principal índice da bolsa caiu 10,54% na segunda-feira, negociava em terreno positivo, a recuperar 3,36%.

Sentimento de pânico

O Wall Street Journal refere a “aparente falta de apoio governamental” chinês, que tinha vindo a intervir no mercado para amparar as quedas verificadas entre Junho e Julho. A última medida de Pequim para tentar inverter a tendência negativa foi anunciada no fim-de-semana. Pela primeira vez, o governo permitiu que os fundos de pensões adquirissem até 30% do seu portfólio em acções. Ainda assim, a medida foi vista como insuficiente pelos analistas, sucedendo-lhe a “segunda-feira negra”.
Um analista citado pelo jornal norte-americano diz que “a este ponto, não há fundo para o mercado. A venda [de acções] vai terminar assim que toda a gente que queira sair do mercado tenha uma hipótese de o fazer”.
No mesmo sentido, um analista chinês disse à Reuters que “chamar-lhe um desastre não é exagero”. “O sentimento de pânico está a dominar o mercado e não vejo quaisquer sinais de que haja intervenção governamental significativa”, avalia. 
No entanto, ainda ontem o governo chinês injectou 150 mil yuan para aumentar a liquidez e cortou as taxas juro.

26 Ago 2015

Foxconn quer contratar 100.000 pessoas para lançar novo iPhone

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] empresa de Taiwan Foxconn, principal fabricante da Apple, prepara-se para contratar mais de 100.000 trabalhadores face ao lançamento do novo modelo do iPhone, previsto para o próximo mês, escreve ontem o South China Morning Post (SCMP).
Segundo o jornal de Hong Kong, que cita informação de fontes do sector e a imprensa de Taiwan, espera-se que os mais recentes modelos do iPhone (o 6S, o 6S Plus e o 6C) sejam anunciados no próximo dia 9 de Setembro e lançados no mercado a 18.
Para que os novos dispositivos estejam prontos, a Foxconn tem aumentado as suas linhas de montagem para poder contratar milhares de novos trabalhadores para a sua fábrica de Zhengzhou, no centro da China, donde sai a maioria dos modelos actuais do iPhone.
Apesar de a empresa exigir, regra geral, que os trabalhadores tenham entre 23 e 40 anos decidiu, desta vez, flexibilizar os limites para entre 18 e 45 anos.
Prevê-se que os contratados trabalhem pelo menos mais três horas do que uma jornada laboral habitual por um salário mensal de cerca de 3.500 yuan (477,2 euros).

25 Ago 2015

Bolsa de valores de Xangai com nova derrocada

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap] a maior quebra de capitalização bolsista na China desde 2007, superando a derrocada de 27 de Julho. O índice composto de Xangai fechou esta segunda-feira com perdas de 8,49%, ligeiramente superiores às registadas a 27 de Julho, quando se verificou uma quebra de 8,48%. O índice CSI 300 fechou esta segunda feira com perdas superiores, de 8,8%. Esta derrocada bolsista em Xangai lidera as quedas na Ásia.
Na semana passada, o índice composto perdeu 11,5%. Desde a decisão de desvalorização do yuan, a moeda chinesa, pelo Banco Popular da China, a 11 de Agosto, as perdas bolsistas somam mais de 4,3 biliões de euros, o equivalente a metade do PIB anual da China (em valor nominal), a segunda maior economia do mundo.
A actual correcção a partir de 15 de Junho de 2015 ocorre depois de uma subida espectacular de mais de 150% desde Junho de 2014. De 19 de Junho de 2014 até 12 de Junho de 2015, o índice composto de Xangai subiu 155% durante este ciclo de “bolha” de quase um ano. Desde 12 de Junho passado, caiu 37,9%.

Todos no vermelho

As bolsas asiáticas estiveram esta segunda-feira mergulhadas no vermelho. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, fechou a perder 4,6%, o Kospi da Coreia do Sul registou perdas de quase 2,5% e o índice da bolsa de Taiwan caiu quase 5%. O índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, está a cair mais de 5% e o BSE Sensex de Mumbai perde mais de 3%.
As bolsas europeias e os futuros em Wall Street abriram no vermelho. O PSI 20, da Bolsa de Lisboa, abriu a perder mais de 4%.
Nesta segunda-feira a vaga vermelha atinge, também, em força os mercados de matérias-primas. Estão a registar quedas superiores a 2,5%, os preços do petróleo da variedade norte-americana WTI (o barril está a cotar abaixo dos 40 dólares), do óleo de soja, do cobre, do porco, do algodão e do Brent (o barril desceu para 44 dólares pelas 7h). O índice geral da Bloomberg para as commodities está a registar esta segunda-feira uma descida de mais de 1,7%. Desde o início do ano já caiu mais de 17%.

25 Ago 2015