Hoje Macau China / ÁsiaIsabel II | Residentes de Hong Kong fazem todos os dias fila durante horas para homenagear rainha Centenas de residentes de Hong Kong fazem fila em frente ao Consulado Geral Britânico durante horas, todos os dias, para prestar homenagem à rainha Isabel II, deixando pilhas de flores e notas manuscritas. Alguns habitantes de Hong Kong estão nostálgicos pelo que consideram ser uma “era dourada” passada sob o regime colonial britânico não inteiramente democrático, quando a cidade de cerca de sete milhões de pessoas ganhou o estatuto de centro turístico e financeiro mundial. A rainha é apelidada de “si tau por” em Hong Kong. No dialeto cantonês local traduz-se por “patroa”. “Costumávamos chamar-lhe ‘si tau por’ quando estávamos sob o seu domínio. É simplesmente uma forma de mostrar respeito por ela. Havia um sentimento de bondade da parte dela, não é o tipo de chefe que está acima de si”, disse CK Li, uma residente que fez fila durante mais de duas horas para prestar a homenagem a Isabel II. Outro residente, Eddie Wong, de 80 anos, disse que estava lá “por verdadeiros sentimentos” do seu coração. “As pessoas em Hong Kong amam-na”, disse Wong. “Porque quando estávamos sob o seu domínio, desfrutávamos de democracia e liberdade e estávamos muito gratos. Quero despedir-me de ‘si tau por’, que está no céu”. Ao recuperar a soberania do território a 01 de julho de 1997, a China prometeu deixar intactas as liberdades civis e instituições ao estilo ocidental de Hong Kong durante pelo menos 50 anos. Muitos criados no antigo território cresceram na esperança de liberdades ainda maiores. Mas após meses de protestos antigovernamentais em 2019, Pequim impôs à cidade uma dura lei de segurança nacional, procurando acabar com a dissidência pública. Jornais considerados demasiado críticos de Pequim foram forçados a fechar e dezenas de ativistas foram detidos. Os protestos em massa terminaram. Dezenas de milhares de residentes de Hong Kong escolheram emigrar para o Reino Unido e outros lugares, como Taiwan. Até ao momento, as autoridades permitiram que continuassem as demonstrações ordenadas e sombrias de respeito. “Imagino que algumas pessoas vão para lá não tanto por razões de nostalgia, mas como uma espécie de protesto, agora que a dissidência é suprimida”, disse John Burns, professor honorário de política e administração pública na Universidade de Hong Kong. “Algumas pessoas, por exemplo, que concordam com o tipo de valores universais que o Reino Unido representa, e que foram incorporados na nossa Declaração de Direitos no final do colonialismo, podem participar nisto como forma de protesto”, disse Burns. As emoções em Hong Kong estão em alta, disse Emily Lau, ex-presidente do Partido Democrático e ex-deputada, dada a situação política da cidade e de prevenção pandémica. “Há quem seja genuinamente nostálgico e tenha sentimentos sentimentais pela Rainha, mas também há pessoas que têm queixas sobre a situação atual em Hong Kong”, disse. “Não podemos excluir que alguns tenham aproveitado esta ocasião para expressar isso”, afirmou Lau. Ao mesmo tempo, figuras públicas em Hong Kong estão a ser escrutinadas sobre a sua resposta à morte da rainha, e a atrair críticas se forem vistas como demasiado admiradoras do seu reinado ou do domínio britânico em geral. Nas redes sociais chinesas choveram críticas ao veterano ator Law Kar-ying por este ter publicado uma fotografia no exterior do Consulado Britânico no Instagram com uma legenda que inclui a frase: “Hong Kong foi uma terra abençoada sob o seu reinado”. Criticado duramente por atribuir a prosperidade de Hong Kong ao domínio britânico, Law apagou a publicação e divulgou um vídeo de desculpas na rede social Weibo. “Eu sou chinês e amarei para sempre a minha pátria”. Sinto muito”, escreveu. Nem todos os habitantes de Hong Kong são sentimentais em relação ao domínio britânico. Alguns ressentem-se da decisão de Londres de não lhes conceder a cidadania britânica plena, aquando da entrega do território à China. “Os britânicos retiraram os direitos aos nascidos em Hong Kong antes de 1997. Eles não protegeram esses direitos”, disse Leslie Chan, que adiantou não ter planos para mostrar o seu respeito à rainha. “Quando o governo britânico discutiu com a China sobre o futuro de Hong Kong, os habitantes de Hong Kong foram afastados da discussão”, lamentou.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong apreende cocaína em contentores de algodão oriundos do Brasil A polícia de Hong Kong anunciou ontem a apreensão de 16,5 quilos de cocaína em contentores vindos do Brasil, com um valor de mercado de 14 milhões de dólares de Hong Kong. Segundo um comunicado, após “uma avaliação de risco”, funcionários da Alfândega da região administrativa especial chinesa decidiram inspecionar dois contentores que chegaram ao porto a 09 de setembro. No interior, os inspetores encontraram a droga, escondida em dois dos 230 fardos de fibras de algodão vindos do Brasil. No mesmo dia, a Alfândega de Hong Kong deteve três suspeitos, com idades entre os 37 e os 62 anos, que foram libertados sob fiança. No comunicado sublinha-se que a investigação está ainda a decorrer e que as forças de segurança não afastam a possibilidade de realizar novas detenções. O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até 5 milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Detida suspeita de matar filhos, corpos encontrados em malas Uma mulher de 42 anos, suspeita de assassinar duas crianças cujos restos mortais foram encontrados em malas na Nova Zelândia, foi detida na Coreia do Sul, informou ontem a polícia sul-coreana. A mulher, supostamente a mãe das duas crianças mortas, foi detida por homicídio na Coreia do Sul a pedido da Nova Zelândia, e vai enfrentar um processo de extradição, adiantaram as autoridades de ambos os países. “A suspeita é acusada pela polícia da Nova Zelândia de assassinar dois dos seus filhos, na altura com sete e dez anos, em 2018, na área de Auckland”, pode ler-se no comunicado da polícia sul-coreana. Na mesma nota acrescenta-se que a mulher “chegou à Coreia do Sul depois do crime, onde se tem mantido escondida desde então”. A agência de notícias Yonhap avançou que se trata de uma cidadã neozelandesa nascida na Coreia do Sul. A descoberta dos corpos aconteceu no mês passado. As malas faziam parte de um reboque carregado com artigos comprados por uma família num leilão de bens abandonados em Auckland, a maior cidade da Nova Zelândia.
Hoje Macau China / ÁsiaUzbequistão | Líderes da China, Rússia, Índia e países da Ásia Central em cimeira O encontro, dedicado a questões de segurança, é marcado pelo encontro entre Xi Jinping, que sai pela primeira vez da China desde o início da pandemia da covid-19, e Vladimir Putin Os líderes da China, Rússia, Índia e países da Ásia Central chegaram ontem ao Uzbequistão, para uma cimeira dedicada à segurança, que Pequim e Moscovo esperam servir de contrapeso às alianças militares dos Estados Unidos. A cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) é composta por oito membros, incluindo (a par de China, Rússia e Uzbequistão), Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão, e ocorre num período em que o líder russo, Vladimir Putin, está diplomaticamente isolado, após ter invadido a Ucrânia. As relações da China com os Estados Unidos, Europa, Japão e Índia estão também cada vez mais tensas, face a questões que abrangem o comércio, tecnologia, segurança, Taiwan, Hong Kong, Direitos Humanos e conflitos territoriais no Mar do Sul da China e nos Himalaias. Em comunicado, o Kremlin disse que o líder russo vai reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, para abordar a guerra na Ucrânia e outros “tópicos internacionais e regionais”. A cimeira vai mostrar uma “alternativa” ao mundo ocidental, descreveu um porta-voz do governo russo. Trata-se também da primeira deslocação de Xi Jinping ao estrangeiro desde o início da pandemia da covid-19, e ocorre a poucas semanas do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, o mais importante evento da agenda política chinesa, ressaltando o desejo de Pequim de se afirmar como uma potência regional. Xi foi recebido no aeroporto de Samarcanda pelo homólogo uzbeque, Shavkat Mirziyoyev. As relações entre China e Índia atravessam um período de renovada tensão, devido a confrontos entre soldados dos dois lados, numa área fronteiriça disputada nos Himalaias. Seguro de vida O líder chinês vai promover a “Iniciativa de Segurança Global”, anunciada em Abril passado após a formação do grupo Quad pelos Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia, numa resposta à política externa mais assertiva de Pequim. Xi disse que a iniciativa pretende “defender o princípio da indivisibilidade da segurança” e “opor-se à construção da segurança nacional em detrimento da segurança de outros países”. A região da Ásia Central ocupa uma posição importante na iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa abrir novas vias comerciais através da construção de porto, linhas ferroviárias e outras infraestruturas, ligando o leste da Ásia à Europa, Médio Oriente e África. Os planos chineses na Ásia Central alimentaram o mal-estar na Rússia, que vê a região como parte da sua esfera de influência. O Cazaquistão e países vizinhos estão a tentar atrair investimento chinês sem perturbar Moscovo. Xi fez uma visita de um dia na quarta-feira ao Cazaquistão, a caminho do Uzbequistão.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Lar contratou stripper “ardente” para militares reformados Um lar de idosos taiwanês teve de pedir desculpas após contratar uma ‘stripper’ para fazer um espectáculo para militares reformados em cadeiras de rodas, na quinta-feira passada, durante as comemorações do Festival da Lua. O Taoyuan Veterans Home, uma instituição estatal para militares reformados, proporcionou os seus residentes um momento erótico no Festival da Lua, um feriado importante na cultura chinesa, no qual são celebradas as colheitas de arroz e trigo do Outono. O vídeo da dança sensual foi filmado por um participante e publicado nas redes sociais, tornando-se rapidamente viral. Uma parte da gravação mostra uma mulher mascarada, de lingerie, a dançar no colo de um idoso. No entanto, a instituição sentiu-se atingida pelas reacções negativas e divulgou um comunicado, segundo o jornal norte-americano New York Post. “A intenção do evento era entreter os residentes e fazê-los felizes. Lamentamos muito a ofensa que foi causada”, lê-se. Um porta-voz do lar acrescentou que as festas do Festival da Lua foram canceladas nos últimos dois anos devido à covid-19, e, para levantar o ânimo dos residentes, organizaram um espetáculo com uma ‘stripper’. A fonte admitiu que as acções da dançarina foram “muito entusiasmadas e ardentes” e que o lar seria “mais cauteloso” no planeamento de eventos no futuro. O vídeo pode ser visualizado através do link: https://www.youtube.com/watch?v=dMDjuOrm8ak&ab_channel=UOL
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Países islâmicos não alinham com críticas do Ocidente Observadores ocidentais mostraram-se surpreendidos, na passada terça-feira, pelo facto de nenhum país de maioria muçulmana no Conselho de Direitos Humanos da ONU ter feito qualquer menção ao relatório sobre os uighures em Xinjiang. Reino Unido, EUA e União Europeia manifestaram a sua preocupação por este facto. Já a delegação chinesa – que é um dos actuais 47 membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas – reiterou as críticas ao relatório, alegando que foi baseado em “informações falsas e conclusões erradas”. “É mais um exemplo de como os instrumentos de Direitos Humanos são utilizados pelos países ocidentais”, afirmou a delegação chinesa, que qualificou de “inaceitável” que o Alto Comissariado liderado por Bachelet até 31 de Agosto tivesse procurado, por um lado, a cooperação com Pequim e, por outro lado, o “confronto deliberado”. Às críticas feitas pela China ao relatório juntaram-se outros membros actuais do Conselho, como a Venezuela, Bolívia ou Cuba, que consideraram o documento “tendencioso” e sem qualquer utilidade, por não ter sido validado pelo país envolvido. No lado dos países observadores, a Rússia – que este ano foi expulsa do Conselho por causa da invasão da Ucrânia – afirmou que o relatório sobre Xinjiang marca um “momento de politização sem precedentes” numa instituição que, ao denunciar a situação na China, ignora “os abusos na Europa, nos EUA e em outros países ocidentais”.
Hoje Macau China / ÁsiaMoçambique | China doa 13,9ME e perdoa sete milhões da dívida 20 milhões de euros, entre uma doação e um perdão da dívida, é o valor da ajuda de Pequim a Maputo, num dos “momentos difíceis” que o país africano atravessa A China vai doar o equivalente a 13,9 milhões de euros e cancelar sete milhões de euros de dívida de Moçambique no âmbito de acordos assinados terça-feira em Maputo entre os dois países. A doação resulta do Acordo sobre a Cooperação Económica e Técnica assinado pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, e pelo embaixador da China em Maputo, Wang Hejun. Macamo e Wang assinaram ainda o Acordo de Perdão Parcial da Dívida de Moçambique e um certificado de entrega de produtos alimentares de assistência humanitária por parte de Pequim. “Este gesto é mais um símbolo inequívoco da nossa profunda amizade, solidariedade e cooperação forjados desde os tempos da luta de libertação nacional, no qual a República Popular da China concedeu o seu precioso apoio multiforme à causa da autodeterminação do povo moçambicano”, afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. Referindo-se em concreto ao Acordo de Perdão Parcial da Dívida, Verónica Macamo assinalou que o entendimento vai contribuir para o alívio das contas públicas e para a disponibilização de recursos para projetos de desenvolvimento social e económico do país. “A República Popular da China é um país amigo que tem estado ao lado de Moçambique, dando a sua contribuição nos esforços rumo ao desenvolvimento sustentável do nosso país”, enfatizou. Por seu turno, o embaixador chinês observou que os dois países têm intensificado a cooperação em vários domínios, consolidando laços históricos. “A China continuará a expandir as formas e os campos de cooperação com Moçambique e a promover, de acordo com as necessidades de Moçambique, mais projectos pragmáticos e de benefício mútuo”, destacou. No final da cerimónia não houve oportunidade para perguntas dos jornalistas, mas em março de 2021 o ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, disse no parlamento que o país devia 1.700 milhões de euros à China, o equivalente a 16% do valor total da dívida pública (estimada em 10.420 milhões de euros). A quase totalidade (1.660 milhões de euros) era devida ao Exim Bank Chinês pela construção de estradas e pontes, incluindo a via circular de Maputo, a ponte suspensa sobre a baía de Maputo e as estradas a sul, afirmou Maleiane. Sempre ao lado de Moçambique A presidente do parlamento moçambicano enalteceu também a importância da cooperação com a China, lembrando que o país asiático “sempre esteve ao lado de Moçambique nos momentos mais difíceis”. “A China está sempre presente nos momentos mais difíceis de Moçambique”, declarou Esperança Bias, durante uma reunião virtual com Wang Yang, presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. A presidente do parlamento moçambicano lembrou o apoio que a China prestou a Moçambique face à pandemia, destacando que o país asiático foi o primeiro a disponibilizar vacinas contra a covid-19 para Maputo. “Apesar de a China ter sofrido fortemente com o impacto desta pandemia, ajudou Moçambique com vários lotes de vacinas”, frisou Esperança Bias. Segundo a responsável, os dois países vão continuar a envidar esforços para reforçar a cooperação bilateral, destacando as áreas política e económica como as prioritárias. “As relações entre os nossos dois países são bastante antigas e têm-se fortificado ao longo dos tempos”, acrescentou a presidente do parlamento moçambicano.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Seul alerta Pyongyang para “caminho de autodestruição” A Coreia do Sul avisou ontem Pyongyang de que o recurso a armas nucleares vai colocar o país num “caminho de autodestruição”, depois de a Coreia do Norte ter aprovado legislação sobre o uso de armas nucleares de modo preventivo. Habitualmente, Seul evita usar termos tão fortes para evitar o aumento da tensão na península coreana. O Ministério da Defesa sul-coreano considera que a legislação apenas vai aprofundar o isolamento da Coreia do Norte e incitar Seul e Washington a “reforçar ainda mais a capacidade de dissuasão e reacção”, disse aos jornalistas Moon Hong-sik, porta-voz da tutela. Para conseguir que a Coreia do Norte não use armas nucleares, o ministério disse que a Coreia do Sul vai impulsionar fortemente a capacidade de ataque preventivo, defesa antimísseis e de retaliação maciça, enquanto procura um maior compromisso de segurança dos Estados Unidos da América (EUA) para defender o país aliado, com todas as capacidades disponíveis, incluindo a nuclear. “Advertimos o Governo norte-coreano de que enfrentará a resposta esmagadora da aliança militar Coreia do Sul-EUA e seguirá o caminho da autodestruição, se tentar utilizar armas nucleares”, salientou o porta-voz. Na semana passada, o parlamento da Coreia do Norte aprovou a legislação sobre as regras relativas ao arsenal nuclear, permitindo a Pyongyang recorrer ao armamento atómico, se a liderança enfrentar um ataque iminente ou se pretender evitar uma “crise catastrófica” não especificada para o país. Num discurso, no parlamento, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o país nunca abandonará as armas nucleares de que necessita para responder às ameaças dos EUA, que acusou de pressionarem para enfraquecer as defesas do país e eventualmente derrubar o regime que lidera.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China e Rússia querem ordem internacional “mais justa” A China está a trabalhar com a Rússia para estabelecer uma ordem internacional “justa e razoável”, disse ontem o mais alto quadro da diplomacia chinesa, nas vésperas de uma reunião entre os líderes dos dois países. O Presidente chinês, Xi Jinping, deve reunir-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, esta semana, no Uzbequistão, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), de acordo com a diplomacia russa. “Sob a liderança estratégica do Presidente Xi Jinping e do Presidente Vladimir Putin, as nossas relações sempre progrediram no caminho certo”, defendeu Yang Jiechi, o principal diplomata do Partido Comunista Chinês, segundo uma nota emitida ontem pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. O comunicado citou Yang durante uma reunião com o embaixador russo na China, Andrey Denisov, que está de saída do cargo. “A China está disposta a trabalhar com a Rússia para implementar ininterruptamente o espírito de cooperação estratégica de alto nível entre os dois países, salvaguardar os interesses comuns e promover o desenvolvimento da ordem internacional numa direcção mais justa e razoável”, afirmou Yang. Face às sanções ocidentais e isolamento diplomático, em resultado da invasão da Ucrânia, a Rússia está a tentar reforçar laços com os países asiáticos, sobretudo com a China. Bons parceiros Semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, a 4 de Fevereiro, Xi recebeu Putin. Os dois líderes anunciaram então uma parceria “sem limites”. O país asiático recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. Pequim considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos. Na semana passada, o número três do regime chinês, o presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, Li Zhanshu, tornou-se o líder chinês mais importante a visitar a Rússia desde o início da intervenção militar. Li elogiou o “nível sem precedentes” de confiança e cooperação entre Pequim e Moscovo, observando em particular a cooperação na região Ásia – Pacífico, bem como no Extremo Oriente russo, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.
Hoje Macau China / ÁsiaCibernética | Relatórios chineses revelam detalhes de ataques dos EUA A China divulgou ontem relatórios de investigação com detalhes de ataques cibernéticos a uma universidade chinesa, lançados pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). De acordo com o Centro Nacional de Resposta Emergencial contra Vírus de Computador da China (CVERC), 41 tipos de armas cibernéticas foram usadas pelo Escritório de Operações de Acesso Adaptadas(TAO), afiliado à NSA, nos ataques recentemente expostos contra a Universidade Politécnica do Noroeste da China, informa a Xinhua. Entre elas, a arma cibernética “Suctionchar” para espionagem e roubo é uma das principais ferramentas usadas para o desvio de uma grande quantidade de dados confidenciais, disse o CVERC. Sendo altamente furtiva e adaptável ao ambiente, a “Suctionchar” pode roubar contas e senhas de uma variedade de serviços de gestão remota e transferência de arquivos em servidores-alvo, de acordo com o relatório divulgado pelo CVERC em colaboração com a empresa de cibersegurança Beijing Qi’an Pangu Laboratory Technology Co., Ltd. A análise técnica mostra que a “Suctionchar” pode efectivamente trabalhar com outras armas cibernéticas implantadas pela NSA, de acordo com especialistas em segurança citados pelo CVERC. Nos ataques cibernéticos do TAO contra a universidade chinesa, foi descoberto que a “Suctionchar” funcionou em conjunto com outros componentes do programa de troia Bvp47, uma arma de alto nível do Equation Group de Hackers da NSA.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Pequim intensifica medidas de prevenção face a novo surto Face à aproximação do Congresso do Partido Comunista Chinês, com início marcado para 16 de Outubro, e a um surto que atingiu vários ‘campus’ universitários, as restrições de circulação voltam a aumentar na capital chinesa Pequim intensificou ontem as medidas de prevenção epidémica, na sequência de um novo surto de covid-19, a poucas semanas da cidade receber o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, o mais importante evento da agenda política chinesa. O governo municipal de Pequim anunciou que funcionários e estudantes devem apresentar um teste negativo para o novo coronavírus realizado nas últimas 48 horas para regressarem ao trabalho e à escola, após o feriado do festival de meados do Outono. Este reforço das medidas acabou por suscitar ontem de manhã alguma confusão na capital chinesa, à medida que os passageiros eram impedidos de embarcar nos transportes públicos. Pequim está em alerta desde a semana passada, quando um novo surto da doença covid-19 atingiu vários ‘campus’ universitários. As autoridades encerraram a Universidade de Comunicação da China, no distrito de Chaoyang, e colocaram várias pessoas em isolamento. Esta situação acontece a poucas semanas da cidade acolher o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, que arranca a 16 de outubro. Trata-se do mais importante evento da agenda política da China, que é realizado a cada cinco anos. Pequim registou 16 casos, nas últimas 24 horas, entre os quais seis infecções assintomáticas. A China mantém uma estratégia de zero casos de covid-19. Isto inclui o bloqueio de distritos e cidades inteiras, sempre que é detectado um caso, o isolamento de todos os casos positivos e contactos directos em instalações designadas pelo Governo, e a testagem de toda a população. Várias cidades em redor da capital chinesa também estão em alerta. As autoridades de Sanhe, na província de Hebei, anunciaram um bloqueio de quatro dias, desde ontem, e quatro rondas de testes em massa, após terem diagnosticado um caso. Serviços de transporte público foram também suspensos. “Todos os blocos residenciais devem deixar apenas uma porta de acesso aberta, com funcionários a vigiar 24 horas por dia. Os residentes não devem sair a menos que tenham uma emergência médica”, lê-se num comunicado do governo local. Centenas de milhares de pessoas vivem nas cidades em redor de Pequim, incluindo Sanhe, onde as rendas são mais baratas. Mais testes Várias cidades do país intensificaram os bloqueios e impuseram restrições mais rígidas às viagens domésticas. As autoridades chinesas pediram às cidades – mesmo as que não têm surtos – que testem regularmente a população até ao final de Outubro. Na sexta-feira, a vice-primeira-ministra Sun Chunlan, que supervisiona as medidas de combate à covid-19, instruiu os funcionários do Conselho de Estado a tomarem “medidas resolutas” para controlar o vírus o mais rápido possível e minimizar os efeitos nas comunidades. As autoridades de saúde de Pequim também reiteraram que quem chegar à cidade deve fazer dois testes em três dias, incluindo um dentro de 24 horas após a chegada.
Hoje Macau China / ÁsiaUzbequistão | Líderes da China, Rússia e Índia, em cimeira presencial Xi, Putin e Modi deverão encontrar-se presencialmente no final desta semana, durante a reunião dos Estados membros da Organização de Cooperação de Xangai. Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Tajiquistão e Paquistão marcam também presença O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, participará numa cimeira regional esta semana no Uzebequistão que, segundo Moscovo, incluirá conversações presenciais entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente chinês, Xi Jinping. A reunião dos Estados membros da Organização de Cooperação de Xangai, que pretende ser um contrapeso à influência ocidental e que inclui, além da China, Rússia e Índia, quatro países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Tajiquistão) e Paquistão, está agendada para 15 e 16 de Setembro em Samarcanda, no sudeste do Uzbequistão. Na quarta-feira, o embaixador da Rússia em Pequim disse que Putin e Xi se reunirão na cimeira. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês não o confirmou imediatamente, e o porta-voz disse, na habitual conferência de imprensa, que não havia “qualquer informação a dar” sobre o assunto, de acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP). Há conversa? Xi Jinping não deixa o país desde uma visita de estado ao Myanmar, em Janeiro de 2020, logo no início da pandemia de covid-19. Na sua declaração, o governo indiano não disse se Modi iria manter conversações bilaterais com Putin, Xi ou com Shehbaz Sharif, no que seria o primeiro encontro entre ambos desde a tomada de posse do líder paquistanês, em Abril. A Índia, tal como a China, recusou-se a condenar a invasão da Ucrânia e aumentou as suas compras de petróleo à Rússia. As relações entre a Índia e a China têm estado tensas desde os combates de 2020 na disputada fronteira dos Himalaias. De acordo com a AFP, Modi e Xi Jinping não têm mantido conversações bilaterais desde 2019. A Índia também faz parte do “Quad”, com os EUA, Japão e Austrália, um agrupamento visto como um contrapeso à China.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Estratégia ‘zero casos’ é economicamente mais “racional” A estratégia ‘zero casos’ de covid-19 continua a ser economicamente “mais racional” para a China do que coexistir com o coronavírus, asseguraram ontem as autoridades de saúde do país asiático, citadas pela imprensa estatal. A política chinesa é a “forma mais científica de travar a covid-19, à medida que a pandemia continua a alastrar-se pelo mundo, criando novos riscos”, defendeu o vice-director do Centro Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças, Chang Jile. A abordagem chinesa consiste em “detectar rapidamente novos surtos e conter a propagação com o menor custo possível”, descreveu Chang. Isto inclui o isolamento de todos os casos positivos e contactos diretos em instalações designadas, o bloqueio de distritos e cidades inteiras e a realização de testes em massa. A China mantém também as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020, com as ligações áreas reduzidas a menos de 2%, em comparação com 2019. Quem viaja para o país tem que cumprir pelo menos sete dias de quarentena num hotel designado pelas autoridades. Chang argumentou que a estratégia chinesa garante a “normalização da produção e a segurança das pessoas em todo o país, e cadeias de fornecimento estáveis”. O responsável pediu “determinação” face à pandemia, que disse ainda se encontrar num “alto nível, com novas variantes e com o conhecimento sobre o vírus ainda em curso”. Chang anunciou também a “optimização das medidas de controlo”, com base na “situação actual”, e afirmou que as “políticas de contenção vão ser equilibradas com o desenvolvimento social e económico”. Chengdu Entretanto, as empresas em Chengdu, na província de Sichuan, no sudoeste da China, afirmaram que estão a funcionar normalmente e que retomaram a produção no meio de um novo surto de COVID-19 após a recente escassez de energia eléctrica ter sido atenuada. A fábrica de Foxconn em Chengdu está actualmente sob gestão de circuito fechado e está agora a funcionar normalmente, disse a empresa. Um gerente de apelido He, que trabalha para um negócio de fabrico de moldes na Zona Oeste de Chengdu, disse que a fábrica da empresa voltou à produção total e está sob gestão de ciclo fechado. “A nossa fábrica regressou à produção total após o fornecimento de energia ter sido restaurado. Os empregados chegaram à fábrica na segunda-feira e a produção começou”, disse He. O gerente observou que a empresa permanece em estrita conformidade com os requisitos de prevenção de epidemias, com detecção de ácido nucleico realizada para cada empregado a cada 24 horas. De acordo com as últimas estatísticas, um total de 766 casos locais foram relatados em Chengdu até quinta-feira, incluindo 570 casos confirmados. Antes desta última explosão da COVID-19, a província de Sichuan tinha sofrido uma escassez de fornecimento de energia devido à seca contínua, uma vez que a província está fortemente dependente da produção de energia hidroeléctrica. Os níveis de água em várias centrais hidroeléctricas em Sichuan desceram até 40 metros em Agosto. A energia hidroeléctrica representou 78 por cento de toda a energia produzida em Sichuan em 2021, enquanto a energia hidroeléctrica representou apenas 15 por cento da produção de energia na China no mesmo período, de acordo com estatísticas oficiais. Empresas sediadas em Sichuan anunciaram que retomaram a produção e que a escassez do fornecimento de energia teve pouco impacto nas suas operações globais. Tianqi Lithium, com sede em Suining, Sichuan, anunciou durante a sua apresentação de desempenho semestral que, desde meados de Agosto, a empresa tem cumprido rigorosamente os requisitos mandatados pelas autoridades locais, adoptado activamente medidas de salvaguarda, e organizado a produção de uma forma razoável e ordenada. Com a premissa de cumprir os requisitos das autoridades locais, as fábricas de Tianqi têm estado a funcionar normalmente. “O recente racionamento de energia não tem tido um impacto significativo na produção e operações da empresa”, disse Tianqi. Segundo as contas oficiais, 5226 morreram no país devido ao novo coronavírus, desde que os primeiros casos foram detectados na cidade de Wuhan, centro da China, no final de 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório diz que queda nos lucros agrava crise de liquidez no imobiliário chinês As principais construtoras da China não estão a conseguir gerar dinheiro suficiente para cumprir com as suas obrigações, segundo uma análise dos seus resultados, sugerindo um agravamento da crise de liquidez no setor imobiliário do país. Os lucros líquidos das construtoras caíram, em média, 188%, nos primeiros seis meses de 2022, em termos homólogos, de acordo com um relatório do United Overseas Bank (UOB), banco de investimento com sede em Singapura. O UOB analisou os resultados das 32 construtoras chinesas cotadas em bolsa. As construtoras estatais apresentaram melhores resultados, com uma queda homóloga dos lucros de 27%, em média, segundo o banco. Entre os 32 construtores privados, o total de dinheiro em caixa encolheu 13,8%, prejudicando a sua capacidade de pagar dívidas, apontou o UOB. A CR Land, subsidiária de um dos maiores conglomerados estatais da China, o China Resources Group, foi a única construtora a relatar um aumento do dinheiro em caixa. “É uma situação geral difícil. As construtoras têm muito menos dinheiro para pagar as dívidas e não conseguem obter financiamento”, escreveu Raymond Cheng, analista imobiliário da CGS-CIMB Securities. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. O colapso do grupo Evergrande, cujo passivo supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, é o caso mais emblemático. O UOB considerou que, sem mudanças nas políticas de apoio do governo central ou uma mudança repentina nos níveis de confiança no mercado, mais construtoras chinesas vão provavelmente entrar em incumprimento num futuro próximo. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Esta crise surge também num momento político sensível. O Presidente chinês, Xi Jinping, está prestes a assumir um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês, quebrando com a tradição política das últimas décadas. O mercado imobiliário está em contração desde julho de 2021. Entre as 27 construtoras chinesas cotadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, o lucro por ação do Agile Group Holdings foi o que mais caiu, com uma queda de 59%, em termos homólogos. As construtoras KWG Group Holdings e China Vanke viram os seus lucros por ação caírem mais de 40% em relação ao ano anterior.
João Luz China / ÁsiaVaríola dos macacos | Hong Kong regista primeira infecção As autoridades de saúde de Hong Kong anunciaram ontem a primeira infecção de varíola dos macacos. O paciente é um residente de 30 anos que está a ser tratado em isolamento no Queen Mary Hospital. Antes de chegar a Hong Kong na segunda-feira, o indivíduo visitou o Canadá, Estados Unidos e Filipinas Foi ontem anunciado a primeira infecção de varíola dos macacos em Hong Kong. Segundo as autoridades de saúde da RAEHK, o paciente é um residente de 30 anos de idade, que chegou a Hong Kong na segunda-feira directamente para quarentena no Ramada Harbour View Hotel, em Sai Ying Pun. No dia em que deu entrada no quarto para cumprir o isolamento obrigatório aparentava boa condição de saúde, apesar de já sentir dores de garganta. No entanto, segundo as autoridades de saúde, desde o dia 30 de Agosto sentia comichões e irritação na pele, e a partir do dia 2 de Setembro que evidenciava inchaço nos gânglios linfáticos. Finalmente, a sua condição piorou na terça-feira e foi admitido no Queen Mary Hospital, onde lhe foi diagnosticada varíola dos macacos, ficando isolado a receber tratamento. Foi ontem adiantado que antes de embarcar num voo nas Filipinas, com destino a Hong Kong, o homem esteve no Canadá e nos Estados Unidos. O médico do Centro de Protecção de Saúde (CHP na sigla em inglês) Chuang Shuk-kwan não teve dúvidas em afirmar que o paciente fora exposto ao vírus no estrangeiro. “Com base nas datas em que os sintomas se começaram a sentir, tendo em conta o período de incubação e actividades de alto risco, suspeitamos que o paciente tenha sido infectado durante a estadia nos Estados Unidos”, afirmou o médico, citado pela emissora RTHK. Identificação à chegada A Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou que, com base em surtos observados em múltiplos países, os pacientes identificados como infectados por varíola dos macacos são principalmente, mas não exclusivamente, homens que têm relações sexuais com outros homens. No entanto, a OMS realça que o vírus se propaga através do contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, tais como roupa de cama. No fundo, qualquer pessoa que tenha um contacto próximo com pessoas infectadas pode apanhar o vírus independentemente da sua orientação sexual. O dirigente do CHP, Edwin Tsui, disse que é difícil detectar casos de varíola dos macacos nas chegadas ao aeroporto. Não foram identificados contactos próximos do doente, mas as autoridades alertaram os passageiros que viajaram no mesmo voo para Hong Kong que o homem infectado para estarem atentos ao desenvolvimento de possíveis sintomas.
Hoje Macau China / ÁsiaVerão de 2022 foi o mais quente na China desde que há registo A China teve este ano o verão mais quente desde que começou a haver registos, em 1961, com a temperatura média no território chinês a ascender aos 22,3 graus, entre 1 de Junho e 31 de Agosto. A temperatura ficou “1,1 graus Celsius acima da média dos anos anteriores e foi a mais alta desde 1961”, segundo dados da Administração Meteorológica do país, citados ontem pela agência noticiosa oficial Xinhua. Um total de 17 regiões a nível provincial, incluindo a província de Hunan e o município de Chongqing, ambos no centro da China, registaram temperaturas recorde no Verão, acrescentou a mesma fonte. No total, 15 estações meteorológicas espalhadas por todo o país registaram temperaturas até ou acima dos 44 graus Celsius este Verão. O número médio de dias com temperaturas acima dos 35 graus este Verão chegou a 14,3, outro recorde desde 1961, e 6,3 dias a mais em relação à média dos anos anteriores. Reverso da medalha Também foram registados os níveis de chuva mais baixos desde 1961. A seca afectou gravemente a agricultura. Em províncias como Hubei, no centro do país, cerca de 220.000 pessoas tiveram dificuldades no acesso à água potável este Verão e pelo menos 690.000 hectares de terras agrícolas foram danificadas como resultado da seca, segundo dados oficiais. A seca também fez com que capitais provinciais como Nanjing (leste) e Nanchang (centro) não tivessem precipitação durante as primeiras três semanas de Agosto. Nos últimos dias, a seca no curso superior do rio Yangtsé fez com que o nível da água do lago Poyang, o maior lago de água doce da China, caísse para 8,15 metros, entrando oficialmente na categoria de “extremamente seco”. A seca deste ano causou também incêndios em áreas montanhosas de regiões como Chongqing, levando à retirada de milhares de pessoas. O meteorologista local Chen Lijuan explicou recentemente que os períodos de calor intenso, que começam “mais cedo e terminam mais tarde”, podem tornar-se o “novo normal” no país asiático, sob “o efeito das alterações climáticas”.
Hoje Macau China / ÁsiaNúmero de mortes em sismo no sudoeste da China sobe de 46 para 65 O número de vítimas mortais devido ao forte sismo que na segunda-feira atingiu a província de Sichuan, no sudoeste da China, subiu de 46 para 65, segundo um novo balanço avançado pela imprensa estatal. O terramoto, que provocou deslizamentos de terra e sacudiu edifícios, fez ainda centenas de feridos. Pelo menos 16 pessoas estão desaparecidas, um dia depois de o terramoto de 6,8 de magnitude na escala de Richter, segundo as autoridades chinesas, e de 6,6, segundo o Instituto de Estudos Geológicos dos Estados Unidos (USGS), ter sacudido a vila de Luding, às 12:52, na segunda-feira. A província de Sichuan, que faz fronteira com o planalto tibetano, onde as placas tectónicas se encontram, é regularmente atingida por terramotos. Dois sismos registados em junho passado causaram pelo menos quatro mortos. O sismo de segunda-feira foi sentido a 200 quilómetros de distância na capital da província, Chengdu, onde a maioria dos 21 milhões de habitantes está confinada em casa para travar um surto de covid-19. O fornecimento de energia foi interrompido e edifícios ficaram danificados, na cidade de Moxi, na prefeitura autónoma tibetana de Garze, onde 37 pessoas morreram. A televisão estatal chinesa CCTV mostrou equipas de resgate a retirar uma mulher dos escombros em Moxi, onde muitos edifícios são construídos com uma mistura de madeira e tijolo. Outras 28 pessoas morreram na vila vizinha de Shimian, nos arredores da cidade de Ya’an. As autoridades relataram ainda que pedras caíram das montanhas, causando danos às casas e interrupções no fornecimento de energia, segundo a CCTV. Um deslizamento de terra bloqueou uma estrada rural, deixando-a repleta de pedras, disse o Ministério de Gestão de Emergências. O terremoto segue-se a uma onda de calor e seca que levaram à escassez de água e cortes de energia, devido à dependência de Sichuan de energia hidroelétrica. Isto junta-se a medidas de confinamento altamente restritivas, no âmbito da estratégia de zero casos de covid-19, adotada pela China. O terramoto mais mortífero da China nos últimos anos, de magnitude 7,9, ocorreu em 2008, e matou quase 90 mil pessoas, em Sichuan. O abalo sísmico devastou cidades, escolas e comunidades rurais fora da capital provincial de Chengdu, levando a um esforço de reconstrução com materiais mais resistentes. O epicentro do sismo de segunda-feira situou-se numa área montanhosa a cerca de 200 quilómetros a sudoeste de Chengdu.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Funeral de Shinzo Abe vai custar 12 milhões de euros O funeral do antigo primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, assassinado a tiro em julho, vai custar cerca de 1,7 mil milhões de ienes (12,1 milhões de euros) ao Estado, foi hoje anunciado. O aumento do custo inicial, estimado em quase 250 milhões de ienes (1,7 milhões de euros), deveu-se às despesas com a segurança e o acolhimento dos representantes de mais de 190 países e territórios, incluindo cerca de 50 chefes de Estado, disse o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno. Os custos de segurança foram estimados em 800 milhões de ienes (5,6 milhões de euros) e os da receção de dignitários estrangeiros em 600 milhões de ienes (4,2 milhões de euros), acrescentou. Logo depois do assassínio de Shinzo Abe, em 08 de julho, durante um comício eleitoral, em Nara (oeste), o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou a intenção de organizar cerimónias fúnebres de Estado, marcadas para 27 deste mês, em Tóquio. Contudo, tal homenagem a um antigo primeiro-ministro é rara no Japão desde o período do pós-guerra. Apesar da longevidade recorde de Shinzo Abe no poder (2006-2007 e 2012-2020) e da intensa atividade internacional, o político é muito controverso no Japão, com mandatos manchados por numerosos escândalos políticos e financeiros. De acordo com uma sondagem publicada na segunda-feira pelo diário conservador Yomiuri, 56% dos inquiridos eram contra o funeral de Estado. Alguns cidadãos opõem-se ao financiamento público da cerimónia, enquanto outros são contra por acreditarem que levará a população a glorificar Shinzo Abe, uma figura controversa da direita nacionalista japonesa. O presumível assassino, Tetsuya Yamagami, afirmou depois de ter sido detido que tinha visado o antigo primeiro-ministro pelas alegadas ligações com a Igreja da Unificação, também conhecida como o culto da Lua. A popularidade do Governo de Kishida desceu, durante o verão, na sequência de revelações sobre alegadas ligações entre membros eleitos do Partido Liberal Democrático (LDP) e a Igreja da Unificação, além da atual controvérsia sobre o funeral de Shinzo Abe.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão assegura que pode garantir parte das necessidades energéticas europeias O Governo do Irão defendeu ontem que poderá garantir as necessidades energéticas da Europa caso exista o restabelecimento do acordo nuclear de 2015 e se os Estados Unidos puserem fim às sanções contra Teerão. “Se as negociações forem um êxito e se levantarem as sanções, o Irão pode satisfazer parte das necessidades da Europa, sobretudo no que diz respeito a recursos energéticos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani. O porta-voz lembrou que o Irão dispõe de grandes reservas de petróleo e de gás – terceiro e quarto maior produtor mundial, respetivamente –, pelo que está em condições de ajudar a resolver “os problemas energéticos europeus”, uma consequência, sustentou, “da crise na Ucrânia”. O Irão está a negociar há 16 meses com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, de forma indireta, com os Estados Unidos, a restruturação do acordo nuclear de 2015, que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções, pacto abandonado unilateralmente em 2018 pelos Estados Unidos, por decisão do então Presidente Donald Trump. A este propósito, Kanani salientou que o Irão não recebeu uma “resposta oficial” dos Estados Unidos à mais recente proposta de Teerão, apresentada na semana passada, para salvar o acordo de 2015. “O Irão aguarda uma resposta das outras partes e, sobretudo, do Governo norte-americano”, afirmou o porta-voz iraniano, apesar de Washington ter já afirmado, na semana passada, que a mais recente proposta iraniana “não é construtiva”. O Irão propôs mudanças, geralmente aceites pelos europeus, e às quais os Estados Unidos responderam através dos mediadores. Na quinta-feira passada, o Departamento de Estado norte-americano afirmou que a proposta de Teerão “não é construtiva”, acrescentando, no entanto, que responderia a Teerão através da União Europeia (UE). “[O Irão] nunca recebeu uma resposta [do Ocidente] a afirmar que a sua posição não é construtiva. Pelo contrário, é construtiva, clara e legal”, insistiu Kanani. “O Irão está a tentar suspender as sanções para o benefício económico da nação iraniana, e essa é uma das principais prioridades de Teerão”, disse Kanani. Antes de Washington ter reintroduzido as sanções à República Islâmica, a produção iraniana era de 3,8 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). Após as sanções, o Irão foi forçado a cortar significativamente a produção, mas, segundo o diretor-executivo da Companhia Nacional de Petróleo iraniana, Mohsen Joyaste Mehr, desde abril deste ano que o país já atingiu os níveis registados pré-sanções. Aliás, recentemente, Mohsen Joyaste Mehr afirmou que o Irão poderá aumentar a produção para 4,03 milhões de bpd até março de 2023. “Quando os mercados internacionais abrirem, estaremos prontos para aumentar as exportações e voltar com capacidade total”, garantiu Mehr. No entanto, outras fontes, como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), colocam a produção diária atual em 2,5 milhões de bpd e as exportações em 800.000 milhões de bpd, principalmente para a China. Citado pela agência noticiosa espanhola EFE, Esfandyar Batmanghelidj, o diretor-executivo da Bourse & Bazaar Foundation (um grupo de reflexão centrado na diplomacia e desenvolvimento económico no Médio Oriente e na Ásia Central), defendeu que, quando as sanções forem levantadas, o Irão poderá colocar um milhão de barris de petróleo por dia no mercado internacional. No entanto, prosseguiu Batmanghelidj, o Irão não conseguirá exportar gás para a Europa devido às dificuldades em transportá-lo.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina | 65 milhões sob confinamento total e desencorajados a viajar A China colocou 65 milhões de pessoas sob medidas de confinamento altamente restritivas, e está a desencorajar viagens domésticas, durante os próximos feriados nacionais, no âmbito da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. A maioria das 21 milhões de pessoas na cidade de Chengdu, sudoeste do país, está proibida de sair de casa, enquanto na cidade portuária de Tianjin, no leste, as aulas passaram a ser dadas ‘online’, depois de terem sido diagnosticados 14 novos casos, a maioria sem sintomas. A China registou ontem um total de 1.552 novos casos informou a Comissão Nacional de Saúde. O país asiático é o mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de habitantes. A altamente contagiosa variante Ómicron está a obrigar as autoridades chinesas a impor medidas de confinamento extremas. A estratégia obriga ao isolamento de todos os casos positivos, incluindo os assintomáticos, e respectivos contactos diretos, a realização de testes em massa e bloqueio de distritos e cidades inteiras. Estas medidas têm grandes custos económicos e sociais, mas o Partido Comunista Chinês diz que são necessárias para impedir a disseminação mais ampla do vírus, detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan, no final de 2019. Feriado condicionado O medo de ser apanhado num bloqueio ou enviado para um centro de quarentena, por ter tido contacto próximo com um caso positivo, restringe severamente a vida social e profissional. Em Chengdu, o início do novo período escolar foi adiado e a maioria dos moradores está sob confinamento. No total, 33 cidades estão sob confinamento, de acordo com a imprensa estatal. Várias cidades pediram aos residentes que não viajem durante os próximos feriados oficiais na China. Pequim anunciou que durante os feriados de meados de Outono, no dia 12 de Setembro, e do Dia Nacional, no início de Outubro, as autoridades vão ser “mais rigorosas” na gestão e controlo da pandemia, segundo o jornal oficial Global Times. Desde o início do surto, a China colocou dezenas de milhões de pessoas sob bloqueios implacáveis, restringindo por vezes o acesso a alimentos, cuidados de saúde e necessidades básicas. O bloqueio de quase dois meses de Xangai, a “capital” financeira da China e importante centro industrial, abalou a economia do país e causou um êxodo de residentes estrangeiros.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | NSA acusada de piratear computadores de universidade Uma agência de segurança da China acusou ontem os Estados Unidos de piratearem os computadores de uma universidade que, segundo as autoridades norte-americanas, desenvolve investigação na área militar, num novo episódio de acusações recíprocas de ciber-espionagem De acordo com o Centro de Resposta a Emergências de Vírus Informáticos da China, a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos infiltrou-se e acedeu, em Junho passado, ao sistema interno da Universidade Politécnica do Nordeste da China. A NSA alegadamente obteve informações sobre a gestão de rede da universidade e outras “tecnologias essenciais”, lê-se no comunicado da entidade chinesa. Os analistas chineses encontraram 41 ferramentas de “ataque de rede” que foram rastreadas até à agência norte-americana. China, Estados Unidos e Rússia são considerados líderes globais na chamada guerra cibernética. Washington acusa Pequim de usar indevidamente as suas capacidades para usurpar segredos comerciais e apresentou acusações criminais contra oficiais do Exército chinês. Já a China acusa as autoridades norte-americanas de espionarem universidades, empresas de energia e tecnológicas, entre outros alvos. Especialistas em segurança dizem que o Exército de Libertação Popular, e o Ministério da Segurança do Estado também patrocinam piratas cibernéticos que operam fora de agências governamentais. A fazer scan A Universidade Politécnica do Nordeste, na cidade de Xi’an, faz parte de uma “lista de entidades” designada pelo Governo dos Estados Unidos. Washington diz que a universidade ajuda o Exército chinês a desenvolver ‘drones’ (aeronaves não tripuladas), submarinos e tecnologia de mísseis. No ano passado, um cidadão chinês, identificado como Shuren Qin, foi condenado a dois anos de prisão por um tribunal federal na cidade norte-americana de Boston, depois de se ter declarado culpado de exportar tecnologia submarina e marinha para aquela instituição de ensino, sem ter as licenças necessárias. O Centro de Resposta a Emergências de Vírus Informáticos foi criado em 1996, pelo departamento da polícia da cidade chinesa de Tianjin, e descreve-se como uma agência chinesa responsável pela inspecção e teste de produtos anti-vírus para computadores. O comunicado emitido ontem acusou a agência norte-americana de realizar outros “ataques de rede maliciosos” na China, mas não deu detalhes ou qualquer indicação se algum dano foi causado. A mesma nota não explica como os analistas chineses concluíram que a agência norte-americana foi responsável pelos ataques, que foram realizados a partir de servidores localizados em 17 países, incluindo Japão, Coreia do Sul, Suécia, Polónia, Ucrânia e Colômbia.
Hoje Macau China / ÁsiaSistema chinês ‘hukou’ torna investir num imóvel assegurar futuro dos filhos Por João Pimenta, da agência Lusa Emaranhados de fios elétricos, paredes descascadas e rabiscadas com anúncios, tralha amontoada nas escadas: estes são os “atributos” de um dos mais caros bairros de Pequim, cujo preço por metro quadrado ronda os 15.000 euros. Construído nos anos 1980, o bairro número 42 da Dongzhongjie é uma herança do passado operário da capital chinesa, com as paredes de tijolo nu e as escadas em betão a dar-lhe um aspeto inacabado. O pátio resume-se a um espaço estreito, sem verde, quase todo ocupado por automóveis. Um detalhe, contudo, torna este lugar apetecível: a propriedade aqui confere, à criança do comprador, vaga numa das melhores escolas básicas de Pequim, a Shijia Shiyan. Os alunos daquele estabelecimento de ensino “têm maiores probabilidades de acesso direto à prestigiada Beijing Erzhong (Escola Secundária Número Dois de Pequim)”, explica Xing, um agente imobiliário local, à agência Lusa. A Beijing Erzhong aceita todos os anos cerca de 800 alunos. É assim que, naquele quarteirão degradado, um T2 de 75 metros quadrados custa 8,5 milhões de yuan (1.234.700 euros). “E vende-se muito bem!”, garante Xing. O fenómeno explica, em parte, a origem da bolha imobiliária na China, que começa agora a desinsuflar, após o Governo chinês ter exigido maiores rácios de liquidez ao sector. O colapso do Evergrande Group, o segundo maior construtor da China, é o caso mais emblemático, mas dezenas de outros grupos imobiliários chineses faliram nos últimos meses, ou entraram em incumprimento. O rácio entre o preço dos imóveis e o valor das rendas no país asiático está entre os mais altos do mundo, sugerindo um retorno negativo sobre o capital investido. Em Pequim ou Xangai, o valor médio dos imóveis ascende a cerca de 23 vezes o vencimento médio anual dos residentes. Isto deve-se, em parte, ao mercado de capitais exíguo da China: o setor imobiliário concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Mas é também resultado do restrito sistema de residência do país, conhecido como ‘hukou’, que limita o acesso a serviços públicos ao local onde o cidadão tem propriedade, tornando o valor do imóvel em algo menos tangível do que a métrica do retorno sobre o activo. Ter propriedade em Pequim ou Xangai garante assim acesso ao sistema de ensino, saúde e segurança social locais, com padrões superiores aos de outras cidades, num país onde as discrepâncias regionais permanecem acentuadas. Em contraste, um ‘hukou’ rural fornece apenas acesso a terras agrícolas e a estruturas débeis de educação ou saúde. “O sistema de ‘hukou’ constitui um ‘muro invisível’ nas cidades chinesas: de um lado os trabalhadores migrantes e do outro os residentes locais”, resume o académico chinês Chen Zheng. A educação dos filhos é particularmente valorizada pelas famílias chinesas. O chinês Zhang Jian, por exemplo, vendeu o apartamento de 110 metros quadrados onde vivia há 10 anos, no norte do município de Pequim, por 230 mil euros, e comprou por 340 mil euros um T1 de 56 metros quadrados, no centro da capital. “Não quero que a minha filha seja inculta como eu”, explica à Lusa. De um total de quase dez milhões de adolescentes que este ano se submeteram ao ‘Gaokao’ – o exame de acesso ao ensino superior na China – 3,25 milhões conseguiram entrar na universidade. E, entre aqueles, só alguns milhares obtiveram vaga numa universidade chinesa de topo, garantia de um bom futuro profissional ou académico. Perante estes números, Zhang Jian faz prontamente as contas. “Gastei um pouco de dinheiro”, reconhece. “Mas se a minha filha não frequentasse uma boa escola, as perdas seriam para toda a vida”, nota.
Hoje Macau China / ÁsiaEstados Unidos vendem mais de 8 mil milhões em armas a Taipé Os Estados Unidos anunciaram esta sexta-feira um pacote de ajuda militar a Taiwan, no valor de 1.100 milhões de dólares (mais de 8 mil milhões de patacas), para reforçar o sistema de mísseis e radares da ilha, cuja soberania é chinesa, divulgou o governo norte-americano. Assim, o governo dos EUA aprovou a venda para Taipé de 60 mísseis Harpoon, por 355 milhões de dólares, 100 mísseis tácticos Sidewinder (85,6 milhões de dólares) e um contrato de manutenção do sistema de radar de Taiwan, avaliado em 665 milhões de dólares, detalhou o Departamento de Estado norte-americano em comunicado. O anúncio da nova ajuda ocorre num momento de tensão entre Washington e Pequim, acentuada pela recente visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi. Estas transacções “servem os interesses económicos e de segurança nacional dos Estados Unidos, apoiando os esforços [de Taiwan] para modernizar as suas Forças Armadas”, sublinhou a diplomacia norte-americana. Taiwan tem sido historicamente uma das maiores fontes de atrito entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque os norte-americanos são o principal fornecedor de armas de Taiwan e seriam seu maior aliado militar no caso de uma possível guerra. Desde 2010, os Estados Unidos comunicaram ao Congresso mais de 35.000 milhões de dólares em vendas de armas para Taiwan, salientou um porta-voz do Departamento de Estado, que aprovou os acordos. Para se materializar, estas vendas devem receber a aprovação do Congresso, o que é quase certo, pois o apoio militar a Taiwan tem gozado de amplo apoio entre congressistas dos dois partidos. Para o Departamento de Estado, esta venda de armas são “essenciais para a segurança de Taiwan”. Apesar de venderem as armas, os EUA afirmam querer paz. “Os Estados Unidos continuam a apoiar uma resolução pacífica do assunto, de acordo com os desejos e interesses do povo de Taiwan”, acrescentou. Na semana passada, Taiwan anunciou planos para aumentar o orçamento militar para 19,2 mil milhões de euros, um valor sem precedentes. Resposta a caminho Face a esta atitude americana, a China ameaçou os Estados Unidos com “contramedidas” caso não cancele a nova venda de armas a Taiwan anunciada pelo governo norte-americano, adiantou o porta-voz da embaixada chinesa em Washington. “A China tomará resolutamente contramedidas legítimas e necessárias tendo em vista esta situação”, realçou Liu Pengyu, porta-voz da embaixada da China nos EUA, em comunicado. Numa declaração “firmemente contra”, Pequim exigiu imediatamente o fim do negócio após o anúncio por Washington. A China pede aos EUA para que “revoguem imediatamente” as vendas de armas, “para que não afecte ainda mais as relações com os EUA, bem como a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan”, acrescentou o porta-voz.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia inicia exercícios militares com aliados, incluindo China e Bielorrússia A Rússia iniciou ontem exercícios militares conjuntos em larga escala com a China, Índia, Bielorrússia e outros países asiáticos com o objetivo de “garantir a segurança militar” na região e “fortalecer” a relação com os seus aliados. As manobras, designadas como ‘Vostok 2022’, decorrerão até 07 de setembro com mais de 50.000 soldados, mais de 5.000 armas e outros equipamentos militares, bem como 140 aviões e 60 navios de guerra, botes e embarcações. Durante estes exercícios, as tropas vão realizar tarefas conjuntas para o “desenvolvimento prático de ações defensivas e ofensivas”, simulando ações “de manutenção de paz” e de proteção de “interesses comuns”, segundo referiu um comunicado do Ministério da Defesa russo. Garantir a “segurança” na região oriental será outra vertente das ações desenvolvidas no decorrer dos exercícios, de acordo com a mesma fonte. A par das Forças Armadas da Rússia, China, Índia e Bielorrússia, estes exercícios militares estão a envolver operacionais militares do Azerbaijão, Argélia, Arménia, Quirguistão, Mongólia e Tajiquistão. A Nicarágua, a Síria, o Cazaquistão e o Laos também participam. O vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, disse, na segunda-feira, que estes exercícios militares conjuntos têm uma “natureza puramente defensiva” e não são dirigidos contra uma aliança militar ou qualquer outro país em particular, de acordo com a agência de notícias Interfax.