João Santos Filipe Manchete SociedadeCriptomoeda | Filho de Rita Santos detido por suspeita de fraude [dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]rederico dos Santos Rosário foi detido pela Polícia Judiciária. O filho de Rita Santos enfrenta uma acusação de fraude devido ao caso do alegado investimento em moedas digitais, que fez 71 vítimas. A detenção foi anunciada pela PJ, esta tarde, e o caso já seguiu para o Ministério Público. De acordo com as informações disponíveis, as primeiras queixas entraram na PJ no dia 1 de Agosto, depois de algumas da vítimas terem deixado de receber os retornos que lhes tinham sido prometidos. Frederico Rosário sempre afirmouser uma vítima de todo o caso, apontando o dedo para o empresário de Hong Kong, Dennis Lau. Por sua vez, Lau sempre responsabilizou Frederico Rosário pelo caso. Alguns dos seminários para captar investimento para o esquema da moeda digital decorreram na sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, presidida pelo deputado José Pereira Coutinho. No entanto, fonte da ATFPM disse ao HM que não vai tomar uma posição, por agora, sobre esta detenção.
João Santos Filipe PolíticaGCS | Governo chama “Irmão On” a Chefe do Executivo [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m comunicado do Gabinete de Comunicação Social (GCS), partilhado no Facebook, apelida o Chede do Governo de “Irmão On”. Em causa está a carta aberta publicada por Chui Sai On em que este agradece à população e aos funcionários públicos pelas atitudes de prevenção durante a passagem do Tufão Mangkhut. “O Irmão On agradece a todos”, pode ler-se na partilha em que o GCS divulga a carta do Chefe do Executivo. Contudo, nem todos os internautas se mostraram satisfeitos com o tratamento informal. Um dos internautas perguntou mesmo se o Governo estava a agir como uma tríade, uma vez que nas organizações criminosas os membros tratavam-se frequentemente por irmãos. Também entre alguns promotores de jogo o título “irmão” é utilizada com frequência. “Irmão On? O que é isto?”, pergunta um internauta. “Agora são uma tríade? Realmente há uns quantos…” escreveu outro utilizador da rede social. Também há quem conteste a utilização desta expressão por considerar que é demasiado informal para ser usada por um Governo. Apesar dos vários comentários negativos, a publicação do GCS acabou por atrair a atenção dos internautas locais, obtendo vários comentários e partilhas numa escala que ultrapassou partilhas anteriores deste departamento do Governo.
João Santos Filipe DesportoAutomobilismo | Alex Fung aponta ao pódio do Grande Prémio de Macau O piloto de Hong Kong foi o vencedor Campeonato de Carros de Turismo de Macau na categoria 1,6 Turbo e aponta ao pódio no Grande Prémio de Macau, para igualar, pelo menos, o resultado na época de estreia no circuito da Guia [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]lex Fung, piloto que tripula um dos Peugeot RCZ da Teamwork Motorsport, ambiciona conseguir um lugar no pódio na prova da Taça de Carros de Turismo de Macau, do Grande Prémio. O objectivo do piloto que se estreou na prova em 2016 foi traçado em entrevista ao portal da própria equipa. “Pessoalmente, espero conseguir regressar ao pódio, como fiz no meu ano de estreia, na 63.ª edição do Grande Prémio. Contudo, Macau é sempre uma prova muito dura, com um circuito muito difícil e cheio de incertezas, por isso temos de esperar que a sorte esteja do nosso lado, como tem estado este ano”, disse Alex Fung, que é filho do outro piloto da equipa Samson Fung. “No ano passado o meu desempenho e resultados ficaram aquém das expectativas e espero conseguir corrigir essa prestação com um pódio este ano. Também espero que este ano consiga realizar um sonho de infância e estar no pódio ao mesmo tempo que o meu pai. Acredito que este ano temos uma boa hipótese de realizar este sonho”, acrescentou. Em Macau, Alex Fung correu sempre com os Peugeot RCZ da Teamwork Motorsport. No ano de estreia ficou no 3.º lugar, já no ano passado desistiu durante a sexta volta. Com vista a melhorar a classificação, Fung promete assim trabalhar no duro até à prova, que se realiza entre 15 e 18 de Novembro. “Vou continuar a fazer voltas e mais voltas no simulador e manter-me em forma”, frisou. Vitória motivante Alex Fung vai chegar ao Grande Prémio de Macau motivado devido à vitória no Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS). Nas quatro provas em que participou com a formação, conseguiu duas vitórias e dois segundos lugares. De resto os carros da Teamwork Motorsport ocuparam os três primeiros postos do campeonato, no que diz respeito à categoria 1.6 Turbo. “Este ano a nossa equipa teve um desempenho muito bom no Campeonato de Carros de Turismo de Macau. O trabalho árduo de todos os membros da equipa durante a pré-época mostrou-se um sucesso e permitiu-nos vencer todas as corridas”, considerou face à participação no MTCS. Face aos resultados obtidos na pista de Zhuhai, no MTCS, não é por isso uma surpresa que Alex considere que o Peugeot RCZ seja um dos carros mais aptos dos que vão competir em Macau. “O nosso RCZ provou que é um dos carros mais bem preparados de todo o plantel”, indicou. Ainda em relação ao futuro, Alex Fung deixou um desejo, voltar a competir nos GT3. “Se tivesse uma oportunidade era mesmo com os GT3 que gostava de voltar a competir”, confessou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTrânsito | Governo prepara obras na Coronel Mesquita e na Rua Bacia Norte do Patane A DSAT quer criar uma terceira via na Avenida do Coronel Mesquita e existe a possibilidade de haver um corredor só para autocarros. Também a Rua Bacia Norte do Patane deve sofrer alterações profundas, com ambas as artérias a perderem lugares de estacionamento para motociclos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) está a elaborar um plano para criar três vias de trânsito na Avenida do Coronel Mesquita, que actualmente só tem duas. O plano preliminar foi revelado, ontem, pelo director da DSAT, Lam Hin San, à saída de uma reunião do Conselho Consultivo do Trânsito. “Na Avenida do Coronel Mesquita, ouvimos as opiniões de autoridades e pessoas ligadas ao sector da construção, e queremos alargar a faixa de rodagem de duas vias para três. Isto implica remover alguns dos lugares de estacionamento para motociclos”, disse Lam Hin San, em declarações aos jornalistas. “Naquela zona há cerca de 10 lugares para estacionamento de veículos mas num raio de 300 a 500 metros, temos três a quatro parques de estacionamento como alternativa. Mas antes de tomarmos qualquer decisão queremos ouvir as pessoas”, acrescentou. No passado, os planos para eliminar lugares de estacionamento das ruas causaram grande polémica, chegando a acontecer inclusive uma manifestação por parte dos residentes, que contou com uma participação de 2.500 a 3.500 pessoas, em Junho deste ano. De acordo com Lam Hin San, actualmente circulam por dia na Avenida do Coronel Mesquita 14 autocarros diferentes e cerca de 130 mil pessoas. Por esta razão, a DSAT está ainda a equacionar criar um corredor de autocarros na avenida, à semelhança do que já acontece na Zona do Porto Interior. Ganhar espaço O director da DSAT defendeu ainda que é necessário aproveitar melhor os terrenos e ruas e que os estacionamentos para motos, no que diz respeito aos parques públicos, “têm uma baixa taxa de utilização”. Lam Hin San deu o exemplo do Parque Central da Taipa, em que a utilização dos estacionamentos para motas é apenas de seis por cento. Outra zona que poderá sofrer alterações significativas é a Rua Bacia Norte do Patane, que é vista como um dos problemas mais complicados para o trânsito de Macau. “Já temos um plano preliminar, se for para a frente poderá melhorar a situação”, afirmou Lam Hin San. “Vai aumentar a segurança para os peões e a circulação nas estradas”, defendeu. Ainda em relação à Rua Bacia Norte do Patane, o director da DSAT defende que existem auto-silos públicos num raio de 500 metros, com vagas frequentes, que podem substituir os estacionamentos nas ruas que irão ser eliminados. Acidentes | Seis mortos até 9 de Setembro Entre o início do ano e o dia 9 de Setembro foram registados seis mortos devido a acidentes de trânsito o que, comparando com os números da PSP do ano passado, representa um aumento de uma morte. Entre o início do ano passado e Setembro, tinham sido registadas cinco mortes. “Durante três anos consecutivos conseguimos manter esse registo num único dígito. Apelamos para que as pessoas prestem mais atenção à segurança rodoviária”, comentou Lam Hin San Portas do Cerco |Terminal ainda este ano Até ao final do ano, o Terminal das Portas do Cerco vai reabrir com alguns autocarros, entre eles o 3X. “Esperamos que até ao final deste ano já haja condições para incluir certas carreiras neste terminal. E até ao Ano Novo Chinês esperamos que tenham melhores condições para levar para lá mais carreiras”, informou, ontem, o director da DSAT. Contudo, além do 3X, não foi explicado que outros autocarros vão passar pelo terminal. Autocarros | Espera média de 6,6 minutos Segundo a DSAT, a espera média por um autocarro está actualmente nos 6,6 minutos. Este é um registo que bate o registo em cerca de 20 cidades no Interior da China e nas regiões vizinhas. “Entre Janeiro e Junho, nas horas de pico, o tempo de espera pelos autocarros foi de 6,6 minutos em média. Há três ou quatro anos, a espera, em média, era superior a 7 minutos, e, em alguns casos, até de 11 minutos. Agora temos uma grande redução, em média 6,6 minutos”, apontou o director da DSAT.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | PJ confirma investigação a empresa ligada a irmã de Agnes Lam Oito residentes apresentaram queixa contra a empresa TH Group e Onida Lam devido a investimentos num projecto de imobiliário na Indonésia. Em causa estão 5,36 milhões de patacas [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) está investigar a empresa TH Group, que tem como CEO Onida Lam, irmã da deputada Agnes Lam, devido à venda de vivendas num projecto imobiliário na Indonésia. Oito residentes apresentaram queixa junto das autoridades, devido ao facto de não terem recebido as vivendas que alegadamente compraram na Ilha de Bintão, cuja data de conclusão seria 2015, nem terem visto o seu dinheiro devolvido. “Há um conjunto de oito residentes de Macau que apresentaram queixa, alegando que foram vítimas de uma burla e que as suas perdas totalizam 5,36 milhões de patacas. O caso ainda está a ser investigado”, afirmou a PJ, ontem, numa resposta ao HM. O assunto foi primeiramente relatado pela MASTV, no início deste mês, com base nos depoimentos de alegadas vítimas. Apesar de apenas oito residentes terem apresentado queixa, haverá cerca de 56 locais envolvidos, que terão feitos investimentos na ordem dos 600 mil e 800 mil dólares de Hong Kong, cada, o que poderá fazer com que o esquema envolva entre 33,6 milhões e 44,8 milhões. Segundo as condições propostas, os investidores comprariam vivendas, em construção, no projecto “Indonesia Street City”, na ilha de Bintão, a troco de uma quantia entre 600 mil e 800 mil dólares de Hong Kong. Além disso, havia a possibilidade de arrendar a propriedade à empresa após a conclusão das obras, prevista para 2015, pelo que a TH Group Limited prometia um retorno que poderia chegar a 200 por cento do valor investido. No entanto, desde 2015 que os investidores esperam pelas vivendas e agora o Consulado da Indonésia em Hong Kong, que alegadamente verificou os contratos na altura do investimento, considerou os documentos ilegais. Num primeiro momento, devido à dificuldade em entrar em contacto com Onida Lam, os residentes chegaram mesmo a reunir-se com a deputada Agnes Lam, que os colocou em contacto com o advogado da empresa. Burla negada Por sua vez, após a divulgação das notícias sobre o caso, a empresa TH Group e Onida Lam divulgaram um comunicado a negar a existência de uma burla e a ameaçaram processar as pessoas que denunciaram o caso. “Os entrevistados e a MASTV devem fornecer a carta oficial do Consulado Geral da Indonésia em Hong Kong com as alegações dos contratos mencionados, assim como prova de que os contratos são ilegais”, foi referido, na altura. “Caso contrário, a empresa reserva o direito de agir legalmente contra as pessoas e o órgão de comunicação social”, foi acrescentado. Também no mesmo documento, a empresa TH Group e Onida Lam negaram qualquer envolvimento no projecto da deputada Agnes Lam, e prometeram agir, face a eventuais danos causados para a família da deputada e da CEO da empresa, Onida.
João Santos Filipe PolíticaRaimundo do Rosário faz balanço positivo da passagem do tufão Mangkhut [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]ão causou mortos nem feridos graves e também ao nível dos danos para as obras sob a tutela da secretaria dos Transportes e Obras Públicas não houve um grande impacto. É por estas razões que Raimundo do Rosário considerou, ontem, que a resposta e a preparação face ao tufão Mangkhut, que assolou o território durante o fim-de-semana, foi positiva. “Desta vez, felizmente, não houve nenhuma morte e nem feridos graves. Há alguns feridos, mas parece que são poucos e todos de forma ligeira”, começou por dizer, ontem, Raimundo do Rosário. “Na nossa área houve alguns problemas de electricidade, mas o balanço geral que faço é francamente positivo, sobretudo comparado com o ano passado, tendo em conta o tufão e a intensidade”, acrescentou. O secretário para os Transportes e Obras Públicas fez ainda a comparação com o tufão Hato: “no passado, com o Hato, tivemos que reparar 220 postos de transformação. Este ano só tivemos de reparar 90”, explicou. Deloitte reuniu com CRU Também ontem, o Conselho da Renovação Urbana, presidido por Raimundo do Rosário, esteve reunido com a Deloitte, empresa que venceu o concurso público para fornecer os serviços de consultadoria para a renovação do território. Em troca vai receber um pagamento de 14,5 milhões de patacas. “Os trabalhos vão ser desenvolvido por fases. Na primeira fase, a empresa tem de entregar um relatório, em Novembro. Também vão ter de fazer um documento de consulta, porque vamos fazer uma consulta pública neste domínio. Após o relatório da consulta pública, terão de fazer um outro relatório, que será o final”, revelou. Zona D arranca no final do ano Até ao final do ano, os trabalhos para a criação do aterro para a Zona D, que fica situada entre a Ponte Governador Nobre de Carvalho e a Ponte da Amizade, vão começar. “A zona D está em fase de avaliação de propostas. Até ao final do ano devem começar os trabalhos”, disse, ontem, Raimundo do Rosário. Já em relação à Zona C, situada entre a Ponte Governador Nobre de Carvalho e a Ponte de Sai Van, está em fase de projecto.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSMG | Raymond Tam substituído por chefe de Divisão de Meteorologia O facto da acumulação de nomeações não poder exceder o período de um ano justifica a troca nos SMG. Raymond Tam vai ser substituído por Tang Iu Man, mas mantém “a melhor das impressões” junto do secretário Raimundo do Rosário [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] director interino dos Serviços de Meteorologia e Geofísicos (SMG), Raymond Tam, cumpriu ontem o último dia no cargo. A notícia foi avançada pelo Governo, que revelou também que o chefe de Divisão de Meteorologia, Tang Iu Man, vai ser o novo director, em regime de substituição. Raymond Tam teve de deixar o cargo, uma vez que como director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) não pode acumular outras funções por um período superior a um ano. A explicação foi dada, ontem, por Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas. “A nomeação dele [Raymond Tam] era por um ano e é aquele tipo de nomeação que não é prorrogável, por isso, acabou hoje [ontem]”, explicou Raimundo do Rosário. Contudo, o secretário defende que o director da DSPA teve uma excelente prestação nos Serviços de Meteorologia e Geofísicos. “Tenho a melhor das impressões sobre o desempenho do engenheiro Raymond Tam. Mas a realidade é esta: ele é o director do Serviços de Protecção Ambiental. Estava como director dos SMG em regime de acumulação, o que só permite que seja feito por um ano”, clarificou. Em relação à escolha de Tang Iu Man para o cargo de director substituto e à de Leong Weng Kun, para a posição de subdirector, que até agora estava desocupada, o secretário explicou que foram procuradas soluções internas nos SMG. A solução é temporária. “Ainda não há novo director. O que há a partir de amanhã são dois senhores da Direcção de Serviços de Meteorologia e Geofísicos que farão o favor de assegurar, em regime de substituição, o cargo de director e de subdirector”, disse Raimundo do Rosário. “Esta substituição, por agora, é por seis meses”, acrescentou. O secretário escusou-se ainda a fazer comentários sobre a futura nomeação: “O futuro dirá”, frisou. Advogado do diabo Raymond Tam assumiu funções na DSPA, após a controversa saída Fong Soi Kun. O ex-director dos SMG pediu para se aposentar, depois da passagem do tufão Hato, que vitimou 10 pessoas. Fong ainda mantém um diferendo jurídico contra o Governo, uma vez que contesta a pena que lhe foi aplicada no âmbito do processo instaurada na sequência do tufão. Por sua vez, Tang Iu Man tem um mestrado e licenciatura em Ciência Atmosférica pela Universidade de Taiwan, além de um outro mestrado em Gestão Pública, pela Universidade de Pequim. Está nos SMG desde 2005, altura em que entrou para a posição de meteorologia operacional.
João Santos Filipe DesportoRegresso emotivo | Paulo Sousa recorda passagem pelo território [dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]oi em 2002 que Paulo Sousa tinha estado pela última vez em Macau, na altura no estágio da selecção portuguesa, antes do Mundial desse ano. Passados 16 anos, o agora técnico regressou ao território e sublinhou a parte emotiva do regresso ao local onde fez o último jogo da carreira. “Há uma parte muito emotiva neste regresso a Macau. Fiz o meu último jogo aqui contra a selecção chinesa (vitória de Portugal por 2-0). Foi aqui que me lesionei no último minuto da primeira parte e que me impediu poder ajudar a selecção no Mundial. Depois como todo esse tempo [durante o Mundial], acabei por decidir acabar a minha carreira no futebol”, recordou Paulo Sousa, ontem no final do encontro. “Tomei essa decisão porque já estava há vários anos sem poder fazer aquilo que eu mais gostava com uma certa performance e uma certa continuidade”, acrescentou. “Mas este tipo de memórias não é uma coisa que viva sempre comigo. Olhei para o futuro e encarei este desafio de treinador de uma forma muito positiva, como encaro a minha vida. Sinto-me grato ao universo e a Deus por me darem a oportunidade de fazer o que gosto e ser pago”, frisou. “Sou um privilegiado porque há muita gente que trabalha para sobreviver e eu posso fazer o que gosto e sou pago”, realçou. Em relação ao resultado, Paulo Sousa elogiou a equipa face à superioridade da formação japonesa e recordou que o Kashima Antlers há dois anos estava a medir forças com o Real Madrid, no Mundial de Clubes. Projecto que desilude Por outro lado, reconheceu as limitações da sua formação que em Agosto viu sair o meio-campista Axel Witsel e que tem o avançado Anthony Modeste suspenso, depois do francês ter tentado forçar a saída no mercado do Verão. “Não esperávamos sair nesta fase, mas temos de avaliar o que fizemos, com uma Liga dos Campeões muito acima das expectativas de todos, mas com dois jogadores muito importantes, o Witsel e o Modeste, que já não estão disponíveis”, disse sobre a derrota por 2-0. “Mesmo assim no início estivemos muito bem, tivemos quatro oportunidades de golo, duas por Alexandre Pato, e se tivéssemos marcado poderíamos ter trazido uma dinâmica diferente à equipa”, considerou. O treinador português revelou ainda alguma frustração face ao projecto, devido ao facto de Witsel e Modeste não terem sido substituídos por atletas com igual qualidade: “As minhas ambições e expectativas, e segundo o que inicialmente foi falado e prometido [com o clube], eram completamente diferentes. Era para haver um investimento elevado para competir quer na Liga dos Campeões Asiáticos quer no campeonato”, confessou. “Mas perdemos dois jogadores fundamentais e não houve investimento. Estou desiludido e triste porque aquilo que me foi oferecido era completamente diferente disto”, explicou.
João Santos Filipe DesportoFutebol | Tianjin perde por 3-0 e está fora da Liga dos Campeões [dropcap style≠‘circle’]P[/dropcap]assaram dezasseis anos desde que Paulo Sousa tinha estado em Macau. Em 2002, foi com as cores de Portugal e diante da selecção da China, que teve a lesão que o levou a decidir terminar a carreira. Ontem, novamente no Estádio de Macau, terminou o sonho de se apurar para as meias finais da Liga dos Campeões Asiáticos. Um sonho que começou a ruir ao minuto 13 Treze minutos. Foi este o tempo que duraram as esperanças da equipa de Paulo Sousa, no Estádio de Macau, na derrota de ontem diante do Kashima por 3-0. No encontro da segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões Asiáticos, a formação chinesa esperava alcançar a reviravolta que lhe permitisse um apuramento histórico para as ‘meias’, mas acabou derrotada com um resultado acumulado de 5-0, após a derrota na primeira mão por 2-0, no Japão. Ao contrário do que é habitual, houve ambiente de festa do futebol no Estádio de Macau. Os adeptos chineses estavam em maior número, vestidos de branco, mas foi do Japão que veio o maior apoio. No total marcaram presença no estádio 8.718 espectadores. A necessitar de uma vitória, o treinador português Paulo Sousa apostou numa equipa com um cariz mais ofensivo, adoptando o esquema táctico de 3-5-2. Na frente, e recuperado de uma intoxicação alimentar, o criativo Alexandre Pato era estrela da formação. No lado do Kashima Antlers, o técnico Oiwa Go fez a equipa actuar num 4-4-2, com os médios brasileiros Serginho e Leo Silva como os jogadores mais perigosos, não tendo problemas em pedir aos jogadores que queimassem tempo para proteger a vantagem de 2-0. Com a reviravolta em mente, o Tianjin Quanjian entrou totalmente balanceado para o ataque à procura do golo. Por sua vez, o Antlers entregava o jogo ao adversário, apostando no erro contrário. Ainda as equipas se estavam a estudar e surgiu o primeiro lance de perigo. Aos três minutos, ataque conduzido na direita pelo Tianjin com a bola a ser bombeada para o lado contrário, onde surge outro cruzamento para a área. Pato tenta fazer o remate acrobático, mas a bola segue em direcção ao guardião Kwoun Suntae. Com o esférico a sair à figura, o guarda-redes limitou-se a defender. Foi aos 13 minutos, que surgiu o primeiro golo, numa jogada de contra-ataque. Após um passe longo, Zhang Xiuwei tenta dominar a bola na linha. Contudo, mais não fez do que dominar para o adversário, que na jogada de contra-ataque conseguiu ganhar o canto. Na marcação, Serginho surge ao primeiro poste e cabeceia para o 1-0. A partir desse momento, a formação chinesa pareceu perder a esperança. Apesar de continuar a ser a equipa com mais posse de bola, o futebol praticado deixava muito a desejar. Em vários ocasiões por incapacidade ofensiva, a estratégia parecia limitar-se a bombear a bola para onde estivesse Alexandre Pato, e o brasileiro que resolvesse. Uchida decisivo Foi numa destas bolas bombeadas que o TIanjin ia chegando ao golo. Aos 24 minutos, após a cobrança de um livre à entrada da área por Pato, que optou por cruzar, a bola acaba enrolada na defesa e volta a pingar para o brasileiro. Com Suntae fora da baliza, o atacante rematou em direcção à baliza, mas Atsuto Uchida cortou em cima da linha de golo. Se o Tianjin tinha dificuldades ofensivas, o mesmo não se passou com o Kashima. Bem organizados defensivamente, os japoneses saíam sempre em lances perigosos no contra-ataque. Foi aos 27 minutos chegou o 2-0. Após um contra-ataque na esquerda de Uchida, que momentos antes tinha sido o salvador japonês, cruza para o bico da pequena da área, onde surgiu Hiroki Abe. O avançado rematou e ainda contou com um desvio num defesa contrário, que não deu qualquer hipótese a Zhang Lu. Após o segundo tempo o encontro não teve grandes alterações e aos 66 minutos, Shima Doi ainda fez o 3-0. Aos 89, o Tianjin ainda poderia ter feito o tento de honra, mas o remate na área de Zheng Dalun acabou por bateu na barra. Número: 8718 espectadores
João Santos Filipe Manchete SociedadeCultura | Residentes vão menos a museus e a monumentos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]lém dos museus e dos monumentos, também o cinema registou quebras de afluência de público no segundo trimestre do ano. As salas locais perderam quase oito mil espectadores. O número de residentes que visitaram museus ou locais considerados património mundial ou local registou uma quebra de 12,8 por cento, durante o segundo trimestre deste ano. Entre Abril e Junho deste ano, cerca de 100,6 mil residentes visitaram este tipo de locais culturais, enquanto há um ano o número tinha sido de 115,4 mil, de acordo com dados publicados, ontem, pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Segundo os dados revelados, cada residente terá feito, em média, 3,1 visitas a museus ou monumentos. Assim, 69,7 mil residentes visitaram museus e 66,6 mil foram aos locais de património mundial, o que corresponde a uma quebra de 10,2 por cento e 24,2 por cento face ao período homólogo. A tendência de quebra foi igualmente registada ao nível do cinema. A sétima arte continua a ser a actividade cultural mais popular do território. No entanto, no espaço de uma ano, as salas de cinema perderam 7,9 mil espectadores. No segundo trimestre tinham ido ao cinema 173,4 mil residentes, o número caiu para 165,5 mil este ano. Uma das principais causas para esta quebra é o cinema local. Este ano foram 30 mil os residentes que assistiram a filmes produzidos em Macau. Uma quebra de 17,2 por cento face a 2017, altura em que 36,2 mil residentes tinham assistido a cinema local. Esta tendência também pode estar relacionada com o filme Sisterhood, da realizadora Tracy Choi, que foi estreou no ano passado e atraiu muitas pessoas às salas. Biblioteca com tendência positiva No que diz respeito às bibliotecas, houve um aumento da participação dos residentes em cerca de 1,6 por cento. Entre Abril e Junho deste ano , 131,6 mil pessoas frequentaram os espaços de leitura, enquanto no ano passado o número fixou-se nas 129,5 mil. Mais uma vez, tal como nos anos anteriores, destaque para uma maior participação da população estudante, que representou a proporção de 76,8 por cento dos residentes que foram à biblioteca. Já os não-estudantes constituíram 25,1 por cento. Este número poderá voltar a sofrer um novo aumento na próxima contagem, uma vez que a Biblioteca Central, a mais popular do território, alargou o horário de funcionamento até à meia noite. Finalmente, as exposições também tiveram um crescimento, de 3,2 por cento face ao período homólogo, com um total de 36 mil residentes. Cada participante assistiu em média a duas exposições.
João Santos Filipe PolíticaTransportes | Leong Sun Iok quer que casinos paguem Metro Ligeiro [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]deputado Leong Sun Iok acha que os custos do Metro Ligeiro vão ser um fardo para toda a sociedade. Como tal, quer que as concessionárias sejam chamadas a assumir parte da responsabilidade. As derrapagens orçamentais e as dúvidas sobre a sustentabilidade do projecto do Metro Ligeiro levaram o deputado Leong Sun Iok a sugerir que as concessionárias do jogo assumam uma parte das despesas de funcionamento do transporte público. A interpelação do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), que foi revelada no fim-de-semana passado, é uma das reacções ao relatório do Comissariado de Auditoria sobre o projecto. “Quando o Metro Ligeiro entrar em funcionamento, existe a expectativa que se torne numa das principais fontes de turistas e numa forma essencial para a promoção do turismo. Por isso, será que o Governo vai considerar obrigar as concessionárias a contribuir com uma percentagem das receitas do jogo para ajudar a cobrir as despesas de funcionamento do metro ou de outros transportes públicos que necessitem?”, pergunta Leong Sun Iok. Esta proposta tem como base a legislação do sector do jogo local, que exige às concessionárias a entrega de cerca de três por cento das receitas brutas para o desenvolvimento da sociedade e promoção do turismo. O deputado questiona também o custo que vai ter cada uma das linhas, dizendo que a ligação ao Interior da China para o Metro Ligeiro vai ficar pronta “nos próximos anos”. “Numa altura em que a ligação entre Zhuhai e Macau vai ficar pronta dentro de breves anos, será que o Governo já fez um estudo global para apurar os detalhes de cada linha, como o custo anual de operações, as receitas dos bilhetes e outros dados com interesse público?”, interroga. Quando entrar em funcionamento, o que se espera que aconteça ao longo do próximo ano, o Metro Ligeiro vai ter um custo de cerca de 900 milhões de patacas, de acordo com o relatório do Comissariado de Auditoria. Benefícios questionados No entanto, e aproveitando as dúvidas e críticas que já tinham sido levantadas pelo CA, Leong Sun Iok mostra preocupações quanto aos reais benefícios do meio de transporte. “Segundo os cálculos dos especialistas, o tráfego diário entre a Linha da Taipa e a extensão para a Estação da Barra vai ser de 60 mil a 174 mil passageiros. Contudo, se a transferência para a Barra não estiver incluída, o fluxo diário vai ser de entre 30 mil e 69 mil pessoas por dia. Porém, só o custo de operação deste segmento vai ser superior a 900 milhões de patacas.”, realça. “Não só este projecto falhou no objectivo de resolver os problemas do trânsito dentro de um prazo razoável, como, ainda por cima, tem derrapado de forma contínua e tornou-se num peso para toda a sociedade”, acusa. A primeira fase do Metro Ligeiro deverá entrar em funcionamento em 2019, com a Linha da Taipa. Segundo a última estimativa do CA, quando toda as linhas entrarem em funcionamento, a obra irá acumular um custo de 51,2 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Impacto do encerramento dos casinos pode atingir 1,5 mil milhões Pela primeira vez desde que foi criada a RAEM, os casinos fecharam, devido à passagem de um tufão. A presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo elogiou a medida que coloca em primeiro lugar a segurança dos trabalhadores [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] encerramento das áreas de jogo dos casinos devido à passagem do Tufão Mangkhut, entre as 23h de sábado e as 8h de segunda-feira, poderá ter causados perdas às operadoras na ordem dos 1,5 mil milhões de patacas. As previsões foram feitas pelo banco de investimento Union Gaming. “Uma vez que o encerramento dos casinos aconteceu durante os importantes dias do fim-de-semana, em que, normalmente, as receitas brutas são superiores às receitas do dias úteis, antevemos que o encerramento tenha um impacto entre 1,1 mil milhões e 1,5 mil milhões nas receitas brutas do jogo”, pode ler-se num nota de imprensa, divulgada no domingo. Em relação às receitas brutas para todo o mês de Setembro, ou seja o montante que entra nas caixas dos casinos, antes do pagamento de impostos e outras despesas, a Union Gaming espera agora um crescimento em ritmo mais lento. “A nossa previsão inicial apontava para um montante de 24,5 mil milhões de patacas, o que implicava um crescimento de 14,7 por cento face ao período homólogo. Mas o montante deverá agora ficar entre 23 mil milhões e 23,3 mil milhões de patacas em Setembro, ou seja entre um crescimento de 7,7 por cento e 9,3 por cento”. Esta foi a primeira vez, após a criação da RAEM, que as zonas de jogo dos casinos encerraram devido à passagem de um tufão. Nem durante o Hato, que vitimou 10 pessoas em Macau, os casinos tinham sido encerrados. A decisão partiu da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), com a aprovação do Chefe do Executivo, e foi justificada com a necessidade de garantir a segurança dos trabalhadores. Medida aplaudida Por sua vez, Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, deixou elogios à decisão por considerar que coloca em primeiro lugar a segurança dos trabalhadores do sector. “É uma medida muito boa e é eficaz para garantir que os funcionário dos casinos não ficam feridos quando se estão a deslocar, em altura de tufões. É a primeira vez que foi tomada desde a liberalização”, disse Cloee Chao, em declarações ao HM. “Durante muito tempo houve a discussão sobre se as perdas dos casinos iriam ser muito grandes, caso fossem encerrados nas alturas de tufão. Desta vez, ficou provado que não se podem falar em grandes prejuízos”, defendeu. A presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo revelou ainda que vai tentar agendar uma reunião com a DICJ para que “esta grande melhoria” continue a ser aplicada no futuro.
João Santos Filipe PolíticaMangkhut | Deputados divulgaram acções de voluntariado nas redes sociais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós a passagem do tufão Mangkhut foram vários os deputados eleitos pela via directa que realizaram acções de voluntariado, nomeadamente na limpeza das ruas. Desde os campos tradicionais aos mais pró-democratas, todos acabaram por partilhar os trabalhos nas redes sociais. “Depois da passagem do tufão Mangkhut ficaram milhares de toneladas de lixo em Macau. Honestamente, apenas um máximo de uma centena de sacos com lixo podem ser removida ao longo de horas de trabalho, mas como as pessoas estão unidas neste esforço, as operações correm muito melhor”, escreveu o pró-democrata Sulu Sou, numa rede social. “Esta tarde senti o poder da comunidade, com o trabalho de todos foi possível reabrir rapidamente o mercado”, acrescentou o legislador da Novo Macau. Também a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) não perdeu a oportunidade de mostrar o trabalho dos seus deputado. Vestidos com as cores da FAOM, Ella Lei, Leong Sun Iok, acompanhado dos outros membros da associação eleitos pela via indirecta, Lei Chan U e Lam Lon Wai, estiveram na Rua Cinco de Outubro, na zona do Porto Interior. “Foi uma acção desenvolvida com o objectivo de mostrar solidariedade com os residentes mais afectados e ajudar as pessoas nas limpezas, no remover da água estagnada e do entulho causado pelo tufão”, foi explicado em comunicado da associação. Os voluntários da FAOM contaram ainda com o agradecimento de Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça, que passou pelo local. Ainda no campo tradicional, Mak Soi Kun levou a Associação de Conterrâneos de Jiangmen para a rua. Acompanhado pelo colega Zheng Anting, os dois surgem em várias fotos no Porto Interior. Já a legisladora Agnes Lam passou o dia em Coloane, em operações de limpeza, inclusive com o guarda prisionais. “Os bloqueios à estrada foram removidos muito cedo e a estrada ficou totalmente desimpedida pelas oito da manhã. No entanto, a limpeza dos esgotos e das lojas foi muito mais complicada”, relatou Agnes.
João Santos Filipe PolíticaPós-tufão | Chefe do Executivo visita zonas afectadas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, visitou ontem de manhã as zonas baixas da cidade, incluindo o Mercado de S. Lourenço, a zona do Pagode do Bazar, o bairro de Fai Chi Kei e o Mercado Vermelho, para se inteirar do ponto de situação e das inundações após a passagem do Mangkhut. Em comunicado, o gabinete de Fernando Chui Sai On, indicou que o Chefe do Executivo deu instruções nomeadamente no âmbito da execução dos trabalhos de limpeza para que a vida dos residentes regresse à normalidade o mais breve possível. Vítor Sereno enviou abraço de solidariedade Apesar de desempenhar actualmente funções no Senegal, o ex-Cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong não se esqueceu dos territórios, que foram assolados pelo tufão Mangkhut. “Do Senegal, onde agora me encontro, envio a todos os amigos em Macau e Hong-Kong – em particular à nossa querida Comunidade Portuguesa – que passam neste momento por dificuldades devido à passagem do “Mangkhut”, um enorme abraço de solidariedade”, escreveu Vítor Sereno, nas redes sociais. “Estaremos sempre juntos!”, acrescentou.
João Santos Filipe DesportoLCA | Paulo Sousa encara encontro como se estivesse em casa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tianjin Quanjian vai utilizar hoje o Estádio de Macau para a segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões Asiáticos e Paulo Sousa quer surpreender o adversário, depois de ter perdido na primeira mão por 2-0. Em Macau, mas a jogar em casa. É desta forma que Paulo Sousa, treinador do Tianjin Quanjian, encara a partida desta noite, às 19h30, no Estádio de Macau diante do Kashima Antlers. Na primeira-mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões Asiáticos, a formação chinesa perdeu por 2-0, pelo que terá de conseguir um resultado de, pelo menos, 3-0 para se apurar para as meias-finais. “Estamos a jogar fora, mas sentimos que estamos em casa. Por isso, vamos procurar pressionar o adversário desde o início, mantendo a concentração para não sofrer golos. Mas queremos ter a posse da bola e criar as oportunidades para virar a eliminatória”, disse, ontem, o técnico português, no lançamento da partida. Uma das condicionantes da partida passa pelo facto dos trabalhos das equipas terem sido afectados pela passagem do tufão Mangkhut, que impediu que subissem ao relvado. Paulo Sousa considera que esta é uma realidade que encara pela primeira vez, mas que não será justificação para um resultado menos conseguido. “A equipa está recuperada [após a derrota por 1-0 do fim-de-semana diante do Dalian Yifang]. Não fomos autorizados a sair do hotel, mas tivemos duas excelentes sessões de recuperação. Para nós há muitas coisas novas que temos de enfrentar e esta é só mais uma. Mesmo assim, estamos confiantes que podemos ter o resultado que procuramos”, explicou. Ainda em relação ao adversário, o treinador frisou que o futebol japonês está muito mais desenvolvido do que o chinês. “Em termos técnicos, físicos e tácticos o futebol japonês está mais desenvolvido. O jogador japonês tem uma outra forma de ler os jogos. Mas a nível mental somos superiores e podemos ser competitivos. Já mostrámos nos encontros do grupo que podemos vencer equipas japonesas e é isso que temos de repetir”, considerou. Solidariedade nipónica Por sua vez, o treinador dos Kashima Antlers, Go Oiwa, começou a conferência de imprensa por recordar os afectados pelo tufão Mangkhut. “Queremos mostrar a nossa solidariedade por todos os afectados pelo tufão, quer em Macau, quer nas jurisdições vizinhas. Nesta altura difícil, os nossos pensamentos estão com eles”, afirmou o técnico japonês. Apesar de nem Macau nem Hong Kong não terem registado vítimas mortais, nas Filipinas e no Interior da China houve quem não resistisse à passagem tufão. Já sobre a partida, Go Oiwa vincou a vontade da equipa não sofrer qualquer golo e de impor o seu jogo. O técnico japonês alertou também para os perigos da equipa jogar demasiado à defesa e deixar-se surpreender. O encontro está agendado para esta noite. A Associação de Futebol de Macau distribui, no sábado, cinco mil bilhetes para o encontro, que foram todos levantados por residentes em cerca de duas horas.
João Santos Filipe DesportoAFM | Distribuídos 5 mil bilhetes para jogo da Liga dos Campeões Asiáticos Macau vai receber uma partida dos quartos-de-final da Liga dos Campeões Asiáticos, e a AFM tem ingressos grátis para os residentes que desejem ver o técnico Paulo Sousa em acção. Os bilhetes são distribuídos no sábado ou, em caso de tufão, na segunda-feira [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Estádio de Macau vai ser o palco, na terça-feira, do encontro entre o Tianjin Quanjian, de Paulo Sousa, e o Kashima Antlers, a contar para a Liga dos Campeões Asiáticos, e os ingressos começam a ser distribuídos este sábado. No total, quem tiver o estatuto de residente vai ter acesso a 5 mil ingressos grátis, que têm de ser levantados no Estádio entre as 09h e as 18h de sábado. É exigida a apresentação do BIR e cada pessoa poderá levantar até quatro bilhetes. Os pormenores sobre a distribuição dos ingressos para a principal competição de clubes da Ásia foram anunciados ontem, numa conferencia de imprensa promovida pela Associação de Futebol de Macau (AFM). Contudo, segundo a explicação do secretário-geral da AFM, Chan Keng Hou, existe um plano de contingência. Caso o sinal de tufão n.º 8, ou superior, seja içado no sábado, a distribuição dos bilhetes é adiada para dia 17, segunda-feira, e vai realizar-se entre as 18h e as 22h. Na conferência de imprensa, Chan Keng Hou abordou o acordo feito com o Tianjin Quanjian para que o encontro se realize em Macau. “Não vai haver qualquer pagamento extra pelo facto do Estádio de Macau ser utilizado para o jogo. O espaço é colocado à disposição do clube, que assume as despesas relacionadas com a organização do evento”, afirmou Chan Keng Hou. “Como é do conhecimento público, o Tianjin Quanjian teve uma situação que impediu que o encontro fosse disputado no seu estádio e esta foi a solução encontrada”, acrescentou. Entre 18 e 20 de Setembro, a cidade de Tianjin vai receber o Fórum Económico Mundial de Davos. Chan Keng Hou fez ainda questão de deixar agradecimentos à Associação de Futebol da China por permitir que o encontro se realize em Macau. Por último, o secretário-geral da AFM pediu ainda às pessoas que queiram ir ao estádio que se desloquem atempadamente, para evitar congestionamentos e confusões na área. O encontro está agendado para as 19h30 de quarta-feira. Tianjin em desvantagem Quando entrar em campo, o Tianjin Quanjian, de Paulo Sousa, vai ter uma desvantagem de dois golos para anular. Na primeira-mão dos quartos-de-final, a equipa orientada pelo técnico português foi derrotada por 2-0 no Japão, com golos dos brasileiros Serginho e Léo Silva. Além de Paulo Sousa, o Tianjin Quanjian conta ainda no plantel com o brasileiro Alexandre Pato, antiga promessa do futebol mundial, por quem o AC Milan pagou ao Internacional 24 milhões de euros, em Agosto de 2007. Contudo, uma série de lesões fizeram com que o atleta entrasse numa fase de declínio, que o levou a regressar ao Brasil antes de rumar à China. Mesmo assim, conta no currículo com passagens por equipas como Corinthians, Chelsea, São Paulo e Villareal. A equipa chinesa está actualmente na 10.ª posição da Liga Chinesa, a 18 pontos do líder Beijing Guoan. Já o Kashima Antlers ocupa o 8.º lugar da J-League, a 19 pontos da liderança, ocupada pelo Sanfrecce Hiroshima.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMP | Ex-funcionária próxima de Ho Chio Meng vê confirmada demissão Lam I Na, ex-chefe do Departamento de Apoio Judiciário do Gabinete de Ho Chio Meng, foi demitida em Outubro de 2016, como resultado de um processo interno. O caso foi para tribunal que deu razão ao Ministério Público [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]am I Na, ex-chefe do Departamento de Apoio Judiciário do Gabinete do Procurador do Ministério Público durante o tempo Ho Chio Meng, viu ontem o Tribunal de Segunda Instância (TSI) negar-lhe razão no recurso em que contestava a sua demissão do Ministério Público da RAEM. Na altura em que Lam I Na foi despedida, 26 de Outubro de 2016, já Ho Chio Meng tinha sido detido e Ip Son Sang era o Procurador da RAEM. A justificação para a recusa da contestação da ex-funcionária do MP face à pena de demissão ainda não é conhecida, mas Lam pode ainda recorrer para o Tribunal de Última Instância (TUI). Isto porque os recursos dos actos administrativos do Procurador da RAEM, como os despachos em que ordena a demissão de funcionários, são julgados directamente pelo TSI, à semelhança do que acontece com os actos administrativos do Chefe do Executivo e dos secretários. Assim, a ex-funcionária do MP tem mais uma hipótese de ver a sua causa reavaliada pelos tribunais. Lam I Na, que ocupava o posto de adjunta-técnica especialista principal de 1.º escalão, foi demitida no âmbito de um processo interno. Na altura, as causas para o processo não foram tornadas públicas, mas Lam I Na foi punida ao abrigo 300.º artigo do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau (ETAPM). Este artigo define as punições para os funcionários públicos e a ex-funcionária, próxima de Ho Chio Meng, acabou por ser castigada com a pena mais elevada aplicável: a demissão. Lam I Na chegou a assumir as funções de chefe do Departamento de Apoio Judiciário do Gabinete do Procurador, durante o mandato de Ho Chio Meng, em regime de comissão de serviço, até 2015. Contudo, dois meses depois de Ip Son Sang ter assumido a liderança da Procuradoria, em Dezembro de 2014, Lam I Na cessou as funções à frente do departamento. De acordo com a declaração publicada em Boletim Oficial, a 26 de Fevereiro de Fevereiro de 2015, Lam I Na cessou as funções de chefe de departamento “a seu pedido”. Sem acusação Apesar de ser próxima de Ho Chio Meng, Lam I Na nunca foi constituída arguida no caso conexo ao do ex-Procurador. Mesmo depois de ter sido provado que a ex-chefe de departamento tinha conhecimento e acesso ao 16.º andar do edifício Hotline, que Ho Chio Meng tinha arrendado para colocar as empresas fachada criadas a mando do ex-Procurador e que lucravam com os contratos feitos com o Ministério Público. A família de Lam foi mencionada várias vezes neste caso, também os nomes dos dois filhos apareceram em voos pagos pelo Ministério Público, e o irmão da funcionária, Alex Lam, foi um dos arguidos do processo conexo. Contudo, Alex foi absolvido em primeira instância. O caso conexo ao de Ho Chio Meng aguarda agora a decisão do TSI, depois do MP ter interposto recurso da primeira decisão do Tribunal Judicial de Base.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | John Mo perde recurso para sair de prisão preventiva O ex-director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, acusado da prática de um crime de violação, vai aguardar o desfecho do julgamento no Estabelecimento Prisional de Coloane. A decisão do Tribunal de Segunda Instância confirmou a prisão preventiva do académico [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Tribunal de Segunda Instância (TSI) recusou, ontem, o pedido de John Mo, antigo director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, que requereu o fim da prisão preventiva. John Mo está actualmente detido na Prisão de Coloane, desde Junho, altura em que foi acusado da prática de um crime de violação. Os fundamentos da recusa do pedido do académico ainda não são conhecidos, mas a decisão da Juízo de Instrução Criminal de aplicar a prisão preventiva como medida de coacção foi validada pelo TSI. A conferência deste tribunal, que aconteceu ontem, teve como juiz relator José Maria Dias Azedo e Chan Kuong Seng e Tam Hio Wa como adjuntos. Com esta decisão, John Mo vai continuar detido enquanto aguarda pelo julgamento em que é acusado da prática do crime de violação. John Mo foi detido após uma aluna proveniente do Interior da China, que alegadamente frequenta a Universidade Cidade de Macau, ter apresentado queixas por violação. O caso terá, alegadamente, acontecido depois de um jantar com alguns académicos e alunas, que terá ocorrido no dia 24 de Junho. “Recentemente, um indivíduo de sexo masculino de apelido Mo, por suspeita de ter abusado sexualmente de um indivíduo de sexo feminino, foi detido pela Polícia Judiciária e encaminhado para o Ministério Público no sentido de se proceder às diligências de investigação criminal”, informou a PJ na altura, em comunicado. “Realizado o primeiro interrogatório judicial, tendo em consideração a gravidade dos factos participados sobre o arguido e as circunstâncias concretas do respectivo inquérito, o juiz de instrução criminal, aceitando a promoção da Delegada do Procurador, ordenou a aplicação ao arguido da medida de coacção de prisão preventiva, aguardando-se o julgamento”, foi acrescentado. Após o caso ter sido tornado público, John Mo foi demitido com efeitos imediatos pela Universidade de Macau. Pena pode ultrapassar 12 anos Em caso de condenação por um crime de violação, o arguido é punido com uma pena que vai dos 3 a 12 anos de prisão. Contudo, a pena pode ser agravada em um terço nos casos em que há uma relação de dependência hierárquica, económica ou de trabalho do violador e o crime aconteça nesse contexto. Também se agrava em um terço quando o agressor é portador de doença sexualmente transmissível. Nas situações em que a violação resulta em gravidez, ofensa grave à integridade física, transmissão de doença sexualmente transmissível que crie perigo para a vida, suicídio ou morte da vítima, a pena é agravada em metade da moldura penal.
João Santos Filipe PolíticaDireito do Jogo| Deputado e ex-chefe da PJ criam associação Zheng Anting e Kwok Chi Chung criaram a Associação de Estudos de Política e Direito do Jogo de Macau. Larry So considera que a nova “irmandade” pode aproveitar o momento do sector, que caminha a passos largos para os novos processos de atribuição de licenças de jogo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Zheng Anting e o ex-Chefe da Divisão de Prevenção e Combate aos Crimes Relacionados com o Jogo da Polícia Judiciária, Kwok Chi Chung, criaram uma nova associação com o objectivo de estudar as políticas do sector do jogo e as leis que o regem. O aviso da criação da denominada Associação de Estudos de Política e Direito do Jogo de Macau foi publicado ontem, no Boletim Oficial da RAEM. Segundo os objectivos referidos na publicação, a entidade recém-criada vai focar-se nos objectivos de “contribuir para o desenvolvimento das leis do jogos e políticas no sector” no território, promover intercâmbios entre entidades académicas e profissionais do sector em Macau com congéneres estrangeiras, organizar e realizar pesquisas na área, além de prover a RAEM e o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’. Zheng Anting tem defendido, em diversas intervenções na Assembleia Legislativa, o sector do promotores do jogo, conhecidos como junkets. Ainda recentemente, o deputado alertou o Executivo para a falta de talentos e mão-de-obra, no sector. Além disso, o legislador, que foi eleito em segundo lugar na lista de Mak Soi Kun, é Vice-Presidente da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau. Já Kwok Chi Chung foi Chefe da Divisão de Prevenção e Combate aos Crimes Relacionados com o Jogo da Polícia Judiciária e está ligado ao sector do jogo através da presidência Associação de Mediadores de Jogos e Entretenimento. Novas licenças de jogo A criação da associação surge numa altura em que se discute a possibilidade de prolongamento das actuais licenças de jogo das seis operadoras e o futuro concurso público para novas concessões. As actuais licenças expiram entre 2020 e 2022 e o Governo pode optar por fazer renovações anuais até um limite de cinco anos, mas depois terá de lançar novos concursos públicos. Esta associação pode assim candidatar-se a eventuais concursos públicos para a atribuição de estudos sobre o sector, encomendados pelo Executivo. Este é um cenário que o comentador político Larry So não afasta, e diz tratar-se de uma prática comum. “Não vejo na criação desta associação qualquer prática que se afaste do que normalmente acontece em Macau. Está tudo dentro da legalidade. Mas claro que este tipo de associações [devido aos membros envolvidos] tem uma certa vantagem quando há concursos públicos para fazer estudos para o Governo”, opinou Larry So, que considerou ainda que a questão não levanta grandes problemas no território, desde que haja declaração de interesses. “A altura em que esta associação surge talvez lhe permita tirar alguma vantagem devido à aproximação das decisões sobre o sector do jogo. Assim como também pode tirar vantagem do estatuto na comunidade e das posições ocupadas pelos membros”, acrescentou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Declarações de Ho Iat Seng sobre dispensa de juristas levantam polémica O presidente da Assembleia Legislativa afirmou que a não renovação dos contratos dos juristas Paulo Cardinal e Paulo Taipa vai beneficiá-los e permitir que cresçam a nível profissional, com a abertura de um escritório de advogados. Ho Iat Seng ofereceu-se ainda para escrever cartas de recomendações. Contudo, as declarações estão a ser vistas como ofensivas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s declarações de Ho Iat Seng sobre a decisão de não renovar os contratos com os juristas Paulo Cardinal e Paulo Taipa criaram uma nova polémica. Numa conferência de imprensa para fazer o balanço da sessão legislativa 2017/2018, na segunda-feira, aquele que é apontado como uma forte possibilidade para suceder a Chui Sai On disse que a dispensa dos serviços dos dois profissionais só os vai beneficiar e permitir a entrada numa nova fase de desenvolvimento pessoal. Aliás, o presidente da Assembleia Legislativa (AL) destaca a qualidade do trabalho desempenhado pelos juristas no hemiciclo como o garante de um futuro profissional risonho. Ao mesmo tempo, Ho, que se fez acompanhar pelo vice-presidente Chui Sai Cheong, afirmou que gostaria de marcar presença na cerimónia de abertura de um eventual escritório de advogados dos dois juristas e que também estava disponível para escrever cartas de recomendação, no caso de Paulo Cardinal e Paulo Taipa precisarem de se candidatar a empregos. Para o deputado José Pereira Coutinho não restam dúvidas que o presidente da AL ofendeu os dois juristas com as palavras proferidas. O deputado diz mesmo que a integridade profissional de Paulo Cardinal e Paulo Taipa foi colocada em causa. “As declarações ferem a dignidade e denigrem a integridade das duas pessoas. Quando ele diz que vão abrir um escritório de advogados, deixa a entender, sub-repticiamente, que os juristas no passado tiveram condutas que colocam em causa a isenção e integridade no desempenhar das tarefas como assessores da Assembleia Legislativa”, aponta José Pereira Coutinho. “Mais do que uma postura de gozo, houve uma ofensa à dignidade profissional das duas pessoas. Tanto Ho Iat Seng como Chui Sai Cheong não têm nada a ver com o futuro profissional dos juristas. Portanto, não foram simplesmente declarações em tom de gozo, foram mesmo ofensivas”, justificou. José Pereira Coutinho apontou ainda que se estivesse na pele dos dois visados se sentiria ofendido e que Ho Iat Seng “excedeu todas as estribeiras do respeito”. “Isto só pode vir de uma pessoa que vem de uma fábrica, onde sempre foi patrão, e que gere a Assembleia Legislativa como uma mercearia”, acusou. Ho devia reformar-se Também o advogado Sérgio de Almeida Correia, no blog Visto de Macau, criticou o discurso do presidente da Assembleia Legislativa e acusou Ho Iat Seng de ter tentado fazer humor com uma situação que exigia um outro tipo de abordagem. “Quando ao referir-se à absurda, e maldosa, decisão de dispensa dos assessores jurídicos da AL, Paulo Cardinal e Paulo Cabral Taipa, quis fazer humor, assumindo o tom paternalista de que um ‘despedimento’ é uma nova oportunidade para quem já passou os cinquenta anos, fez toda a sua carreira naquela casa, com apreciável sucesso e manifesta competência, e assim se vê obrigado a procurar uma nova vida noutro lado para continuar a sustentar a família”, começou por apontar Sérgio de Almeida Correia. “Como se fosse razoável pedir a juristas consagrados, especializados e de mérito reconhecido, dentro e fora de portas, que fossem agora iniciar uma carreira na advocacia”, acrescentou. O advogado defendeu, depois, que Ho Iat Seng deveria ponderar a sua contribuição para a vida pública e a possibilidade de se reformar: “Tal acto [declarações sobre a saída dos juristas] foi a última evidência de que se há alguém que deva ser reformado, por manifesta desadequação ao lugar e à vida pública, é o actual presidente da AL. Ele e a clique que o protege, aproveitando-se para isso o final de mandato de Chui Sai On”, escreveu. “A machadada final foi dada quando Ho Iat Seng referiu que a não renovação dos contratos daqueles dois juristas não se deveu a razões políticas, nem pelo facto de serem portugueses, o que só confirmou o arbítrio e torna ainda mais incompreensível a razão para a emissão de ‘cartas de recomendação’”, acrescentou. “Aquele ar de gozo fala por si”, atirou, ainda. Sérgio de Almeida Correia defendeu também que o Governo Central deveria pedir a Ho para se afastar da vida pública. “Pequim devia mandar descansar o Dr. Ho Iat Seng. Por patriotismo, para protecção da sua imagem e das instituições da RAEM. Ao contrário dos dispensados, com a obra que ele deixa ninguém dará pela sua falta. Na AL ou no Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional. A sua irrelevância política é total”, considerou. Lógica pouco clara Quem também não se deixou convencer com a argumentação do presidente da Assembleia Legislativa foi Sulu Sou. O primeiro deputado a enfrentar a suspensão do mandato durante a existência da RAEM, considerou que Ho Iat Seng não forneceu uma explicação objectiva pelo que há uma grande hipótese da decisão ter sido mesmo política. “Nas suas explicações sobre a demissão dos juristas, o presidente da Assembleia Legislativa andou a enrolar, sem deixar uma explicação clara. Isto faz com que até agora não se saiba a razão dos contratos não terem sido renovados”, afirmou Sulu Sou. “Eu acho que a decisão tem justificações políticas, e quando o presidente da AL não consegue dar uma razão clara para a saída, mais tendo a acreditar nessa possibilidade. Sinceramente, esperava que Ho Iat Seng tivesse tido outra atitude, mais transparente, em relação às razões da dispensa”, confessou. Por outro lado, o legislador recorda as palavras do presidente da AL quando referiu que os assessores estão numa fase criativa da vida, em que podem começar o seu negócio e que a Assembleia Legislativa não poderia permitir que desperdiçassem esta fase. “Esta ideia não faz sentido porque como o próprio Paulo Cardinal, numa entrevista momentos mais tarde clarificou, nunca teve qualquer intenção ou passou qualquer sinal que desse a entender que poderia estar de saída”, indicou Sulu Sou. Ainda de acordo com deputado pró-democrata, Ho apresentou uma lógica distorcida, uma vez que os trabalhadores mais experientes e que apresentam resultados positivos acabam por ser demitidos para “perseguirem outros voos”. Sem intenção negativa Apesar da polémica, Jorge Fão, antigo deputado da Assembleia Legislativa e membro fundador da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), considera que não houve uma intenção negativa nas palavras de Ho Iat Seng. Fão acha mesmo que o objectivo foi o contrário, o de tentar elogiar os juristas. “No meu ponto de vista, Ho Iat Seng não quis prestar declarações negativas sobre os dois. Considero que ele não pretendeu mostrar qualquer animosidade contra qualquer um dos dois assessores”, disse Jorge Fão, ao HM. “Creio que o objectivo foi mesmo evitar mostrar qualquer animosidade e por isso ele disse aquilo que disse” frisou. Jorge Fão mostrou-se ainda cauteloso nas afirmações, mas não poupou elogios a Paulo Cardinal e Paulo Taipa. “Não sei o que esteve por trás do despedimento dos dois juristas. Mas eles são válidos e Macau sai prejudicado. Isto é um facto que todos reconhecemos. O que esteve por trás não foi revelado”, indicou. “Mas creio que os dois juristas são bons, trabalhei de perto com os dois e gostei muito de acompanhar e trabalhar com eles”, revelou.
João Santos Filipe SociedadeCentro Católico esteve ontem em chamas. Autoridades suspeitam de fogo posto [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]edifício do Centro Católico, na Avenida da Praia Grande, esteve ontem à tarde em chamas durante vários minutos, tendo sido extinguido por civis. A Polícia Judiciária (PJ) suspeita que se tratou de um caso de fogo posto, devido à existência de beatas de cigarros no local. “Às 14h50, um cidadão viu fumo a sair do local e ligou às autoridades a alertar para a situação. Esse cidadão ligou às autoridade, mas quando os bombeiros chegaram ao local, o fogo já tinha sido apagado pelas pessoas”, de acordo com informação divulgada pela PJ, através de comunicado. “As autoridades consideram que a causa do incêndio não é normal”, foi vincado no comunicado. A PJ vai assim abrir uma investigação ao episódio, também pelo facto de terem sido encontradas beatas no local e não haver objectos eléctricos ligados à corrente na área onde deflagraram as chamas. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a área ardida foi de 30 centímetros quadrados. Apesar do aparato no local, não se registaram vítimas. Contudo, o edifício sofreu danos de pequena dimensão. Em vias de demolição O Centro Católico está há vários anos para ser renovado. Este propósito levou mesmo o Bispo de Macau, D. Stephen Lee, a criar um gabinete para o efeito, no final do ano passado. As obras de demolição do edifício deverão acontecer em Julho de 2019, de acordo com um artigo do jornal O’Clarim, tendo a Planta de Condições Urbanísticas (PCU) para a nova obra sido aprovada pelo Conselho do Planeamento Urbanístico, a 9 de Maio deste ano. A reconstrução do Centro Diocesano prevê mesmo a criação de um hotel de duas estrelas, para acomodar peregrinos e visitantes, de acordo com o plano traçado por Stephen Lee. Além disso, as futuras salas multiusos serão reservadas para formação de fé, ao mesmo tempo que a sala de exposições irá mostrar ao público a história da Igreja Católica em Macau.
João Santos Filipe DesportoInscrições para a Maratona, Meia e Mini realizam-se nos dias 15 e 16 de Setembro [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão 12 mil as inscrições abertas pelo Instituto do Desporto para a 37.ª edição da Maratona Internacional de Macau, cujo percurso não regista alterações significativas face à edição transacta. A prova está agendada para 2 de Dezembro e os atletas voltam a passar pela Ponte do Governador Nobre de Carvalho, o Templo da Deusa Á-Má e a Ponte da Sai Van. A corrida foi apresentada, ontem, em conferência de imprensa e foi igualmente revelado que as inscrições vão começar a 15 de Setembro (sábado), nos casos da Maratona e Meia Maratona, e no Domingo, 16 de Setembro, para a Mini Maratona. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, sublinhou que ao longo das 36 edições anteriores que o evento se tornou numa das provas mais antecipadas do calendário. Pun destacou ainda que são vários os atletas de gabarito internacional que pretendem participar na prova, facto que tem feito com que a qualidade tenha vindo a aumentar de ano para ano. Por sua vez, o presidente da Associação de Atletismo de Macau (AGAM), Ma Iao Hang, recordou que nos últimos anos as inscrições têm esgotado nos dias em que abrem, pelo que apelou para que os interessados não se deixem antecipar. Já em relação ao atletas profissionais locais, Ma pediu que se inscrevam tão depressa quanto possível e que comecem a participação para a prova com cerca de 42.195km. Em relação ao preço de participação, os atletas residentes filiados na AGAM tem de pagar 100 patacas para participar na Maratona e Meia Maratona. Os residente não federados, pagam 150 patacas pela prova principal e Meia, e 50 patacas pelo mini maratona. Finalmente, os não-locais pagam 400 patacas pela participação na Meia e Maratona e 70 patacas pela Mini. No que diz respeito à Maratona e à Meia Maratona, as provas vão começar pelas 06h e vão ter 1.600 e 4.600 participantes, respectivamente. Já a Mini Maratona, prova a pensar nas famílias, tem início marcado para as 06h15 e vai contar com um total de 5.800 corredores.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | Sentença do caso do Hotel Estoril lida a 4 de Outubro Decidiu e está decidido. Apesar dos pedidos dos jornalistas, a juíza Leong Fong Meng não autorizou que o julgamento de Scott Chiang e Alin Lam tivesse tradução simultânea para português. O caso reporta-se à afixação de uma faixa com uma mensagem política no Hotel Estoril [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]caso do Hotel Estoril, que remonta a Agosto de 2016, quando Scott Chiang e Alin Lam alegadamente entraram no antigo hotel e afixaram uma faixa onde se lia “Alexis Tam: Assassínio do Património”, teve ontem lugar no Tribunal Judicial de Base. Na sessão que decorreu, ontem de manhã, foram ouvidas todas as cinco testemunhas, três de acusação e duas de defesa, com a leitura da sentença a ficar marcada para 4 de Outubro. Os activistas ligados à Novo Macau, Scott Chiang e Alin Lam, enfrentam acusações da prática de um crime de “introdução em lugar vendado ao público”, que é punido com pena de prisão até três meses ou pena de multa até 60 dias, e uma acusação de “dano”, prática punida com três anos de prisão ou pena de multa. No entanto, a sessão ficou marcada pelo facto da juíza que preside ao colectivo, Leong Fong Meng, ter recusado que fosse disponibilizada a interpretação simultânea de cantonense para português, apesar dos pedidos dos jornalistas, devido ao facto de nenhuma das partes envolvidas utilizar a idioma de Camões para se expressar. “O público tem de saber o que está a acontecer nos tribunais. Se uma parte relevante da sociedade só lê em inglês ou português e eles têm aqui pessoas que são pagas para desempenhar essas funções, qual é a razão que justifica que não haja tradução?”, questionou Scott Chiang, à saída do tribunal. “É uma questão que também sublinha a importância da educação chinesa”, ironizou. Para o deputado José Pereira Coutinho esta questão mostra a indiferença com que as línguas têm sido tratadas desde a criação da RAEM, em 1999. “É uma pena que passados quase 20 anos ainda estejamos a falar destas questões. O mínimo que se esperaria era que todos os serviços públicos, Governo, Assembleia Legislativa e Tribunais, pudessem sempre utilizar as duas línguas em simultâneo”, afirmou Coutinho, ao HM. “É uma realidade que dá para perceber que nos serviços relacionados com interesses empresariais e a plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa falta uma maior atenção ao uso das duas línguas. A língua portuguesa está de facto a ser maltratada”, acrescentou. Data de danos incertos Em relação ao julgamento, foram ouvidas três testemunhas de acusação. Uma das Serviços de Finanças, que gerem os edifícios e bens da RAEM, e dois polícias. O funcionário das finanças reconheceu que o Governo não sabe quando foram feitos os danos, apesar de gerir o espaço, e que só no dia dos acontecimentos foram chamados para reparar o buraco na rede. Por sua vez, os polícias explicaram que quando chegaram às traseiras do local que encontraram Scott Chiang a sair do edifício pelo buraco da rede. Já Alin Lam foi detido mais tarde, quando estava no segundo andar. Foi ainda dito em tribunal que não foram encontrados no local, nem nas imediações, quaisquer materiais que permitissem cortar a rede. As duas testemunhas de defesa ouvidas em tribunal afirmaram ter entrado no antigo Hotel Estoril, antes da data dos acontecimentos e que nessa altura já existia o buraco que alegadamente terá sido utilizado pelos activistas para entrar no edifício. As duas testemunhas pediram ainda desculpa à sociedade pelos eventuais “problemas” causadas pelo acesso não autorizado nas instalações do antigo Hotel Estoril. No final, em declaração aos jornalistas, Scott Chiang negou ter cometido qualquer danos e pediu desculpas por ter entrado num local, sem ter obtido autorização previamente. Acusação falsa “Honestamente, não sabíamos que era necessário um pedido para entrar. Não fomos lá dentro para cometer qualquer acto vândalo, ou para invadir a privacidade de alguém. Só queríamos transmitir uma mensagem. Mas honestamente pedimos desculpa por todos os problemas que causámos. Se soubéssemos que era necessário um pedido do Governo teríamos feito isso”, vincou. “A acusação de dano é falsa porque o buraco na rede está lá desde sempre. Na verdade, é um caso muito simples porque sabemos que desde sempre houve pessoas que entraram e saíram do edifício”, defendeu. O julgamento decorreu ontem de manhã e a juíza Leong Fong Meng anunciou que a sentença vai ser lida na tarde de 4 de Outubro.
João Santos Filipe Manchete SociedadeGalgos | Alegados agentes da PJ “infiltram-se” em conferência da Novo Macau A Novo Macau organizou uma conferência de imprensa após uma visita ao Canídromo que contou com a participação de dois homens, alegadamente agentes da PJ à paisana, que se fizeram passar por jornalistas. As autoridades não confirmam a presença dos agentes [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos dois homens, alegadamente agentes da Polícia Judiciária (PJ) à paisana, acompanharam, ontem, a conferência da Associação Novo Macau. O caso aconteceu à entrada do Canídromo, após uma visita de uma comitiva da Novo Macau ao espaço, que serviu para inspeccionar as condições de habitabilidade dos galgos que costumavam correr no recinto. Actuando como se fossem jornalistas, mas sem nunca interromper ou causar qualquer distúrbio ao trabalho dos profissionais da comunicação social, os homens acompanharam de perto a conferência de imprensa. Enquanto um se resguardou mais para trás, o outro, vestido com uma camisola da selecção de futebol do Japão, tirou notas sobre o conteúdo da conferência, ao mesmo tempo que Sulu Sou discursava e respondia às perguntas dos jornalistas. No final, abandonaram juntos o local. Segundo o que o HM conseguiu apurar, os dois indivíduos terão, alegadamente, informado os membros da associação que eram agentes da PJ. “Acho que não é necessário termos agentes a seguirem as nossas actividades, mas já é algo que consideramos normal. Não concordamos com a postura, mas acontece há muitos anos”, disse Sulu Sou, deputado e membro da associação, quando questionado sobre este aspecto. “Quando fazemos actividades mandamos os convites para os órgãos de comunicação social e eles normalmente têm sempre forma de saber quando acontecem as nossas actividades. Pessoalmente, considero que deveriam estar num outro local, onde pudessem ser mais úteis às pessoas”, acrescentou o legislador. PJ não confirma presença Após o evento, o HM entrou em contacto com uma porta-voz da PJ para confirmar a presença dos agentes e as razões para acompanharem a conferência de imprensa da Novo Macau. Porém, até ao fecho da edição, não foi recebida qualquer resposta das autoridades. A presença de polícias à paisana em manifestações é a norma, embora o número de agentes nas operações nunca seja revelado. No que diz respeito à presença em conferências de imprensa e actividades públicas, a presença de agentes à paisana é praticamente nula. No entanto, as autoridades tendem a acompanhar a acções da Novo Macau mais de perto. Já em Dezembro do ano passado, estalou a polémica, quando dois polícias à paisana se infiltraram entre os residentes que assistiam aos trabalhos da Assembleia Legislativa, sem qualquer tipo de identificação, a gravar as palavras de Sulu Sou, que respondia às questões dos jornalistas, após ter sido suspenso. O caso foi fechado com o presidente da AL, Ho Iat Seng, a vir a público assumir a responsabilidade da presença dos agentes. Adopções mais rápidas Em relação à visita ao Canídromo, Sulu Sou explicou que a ideia surgiu depois de ter tido recebido queixas quanto ao tratamento dos galgos. “Recebemos fotos e informações de grupos de protecção de galgos que achavam que as condições não era muito boas. Havia uma grande preocupação. Por isso, a Associação Novo Macau enviou uma carta ao IACM para saber mais informações”, disse o deputado. “Cerca de um mês após as cartas, o IACM enviou-nos um convite para vermos as condições do Canídromo. De uma forma geral, o ambiente está melhor que no passado”, acrescentou. Contudo, Sulu Sou mostrou-se preocupado com o facto dos procedimentos de adopção estarem parados e com o futuro dos cães, que vão ser mudados para Coloane. A Novo Macau recebeu queixas de moradores da zona, que se mostram preocupados com o inevitável barulho que a transferência dos animais irá acarretar.