“Quero Ser uma Cadeira de Plástico” em exibição no Cinema Emperor

O novo filme do realizador de Macau Mike Ao Ieong “Quero Ser uma Cadeira de Plástico” vai estar em exibição no Cinema Emperor de hoje a domingo. A sessão de hoje já está esgotada, mas para as sessões de amanhã e domingo ainda há bilhetes. As exibições de sábado e domingo estão marcadas para 15h30 e 17h40 e os bilhetes custam 115 patacas e têm legendas em inglês e chinês.

“Quero Ser uma Cadeira de Plástico” tem como tema central o problema da habitação em Macau, o carácter transitório de andar constantemente com a casa às costas em busca de um novo poiso, quase sempre exíguo.

A narrativa tem como epicentro a vida conturbada de Ming, que não consegue ultrapassar o facto de ter de partilhar espaço com o novo e sinistro namorado da sua irmã e a testemunhar as relações sexuais do casal. Confrontado com a necessidade de encontrar uma nova casa, e com um segredo inesperado a vir à tona, Ming conhece uma agente imobiliária que o ajuda a encontrar um novo lar. Ainda assim, a perseguição do namorado da irmã continua.

A sinopse explica melhor o título do filme de Mike Ao Ieong. “As pessoas costumam dizer que querem muito reencarnar num ser humano numa nova vida. Mas Ming gostaria de voltar como uma cadeira vermelha de plástico”, uma existência preferível à vida de infortúnios que leva.

 

Produção acidentada

“Quero Ser uma Cadeira de Plástico” estreou no Festival de Cinema Taipei Golden Horse, depois de anos de pára-arranca da produção, afectada pela pandemia.

Em entrevista ao semanário Plataforma, Mike Ao Ieong conta o processo, desde a candidatura ao Programa de Apoio à Produção Cinematográfica de Longas Metragens de 2018, que foi anunciado no final de 2019, pouco antes da estreia da pandemia, até chegar à fase de edição e pós-produção.

“A pandemia começou no início de 2020, e naquela época, temíamos nunca conseguir produzir o filme. Em 2021, a pandemia estabilizou e então pensei que se não fizéssemos o filme naquela altura, não saberia quando o poderíamos fazer. Naquela época, o actor de Hong Kong, Wong Hin Yan, que interpreta o protagonista “Meng”, veio a Macau e ainda teve de ficar 14 dias em quarentena, mas pelo menos conseguimos reunir-nos e filmar”, conta. A produção durou 19 dias.

Mike Ao Ieong, que conjuga o amor pela fotografia ao cinema, licenciou-se na Escola de Comunicação Visual da Universidade de Ciência e Tecnologia de Yunlin, em Taiwan. Com o filme produzido na China continental “Blue Amber”, ganhou o prémio de melhor cinematografia para Novos Talentos da Ásia, na edição de 2018 do Festival de Cinema de Xangai. É também um dos realizadores de ‘Estórias de Macau 2 – Amor na Cidade’, que foi a primeira longa-metragem de produção inteiramente local.

No currículo conta também com experiências a leccionar produção de vídeo no Departamento de Comunicação da Universidade de Macau.

3 Mar 2024

Concerto | Cigarettes After Sex regressam a Hong Kong em Janeiro

A relação amorosa entre a banda Cigarettes After Sex e Hong Kong vai conhecer um novo episódio no início do próximo ano. A banda de El Paso, Texas, anunciou ontem uma tour mundial que depois de Lisboa passará por Hong Kong a 9 de Janeiro. Um dia antes divulgar as datas dos concertos vindouros, a banda anunciou o lançamento do seu terceiro álbum “X’s”

 

Um ano e meio depois do último concerto em Hong Kong, os Cigarettes After Sex vão regressar à região vizinha na tour que irá mostrar ao mundo o novo disco da banda texana. O concerto está marcado para o dia 9 de Janeiro no Hall 5 do Asia World-Expo mas os bilhetes ainda não estão à venda. Mas se o passado servir de referência, os ingressos vão desaparecer rapidamente depois de serem colocados à venda.

A boa nova para os muitos fãs da banda surgiu nas redes sociais. “Estamos absolutamente entusiasmados em anunciar que a tour do disco “X’s” arranca a 31 de Agosto. Podem inscrever-se para aceder antecipadamente aos ingressos, com o período de pré-venda a começar a 5 de Março e a venda normal a começar a 8 de Março. Os bilhetes para os concertos na Ásia vão ser postos à venda brevemente. Serão anunciados mais concertos na América do Sul, Médio Oriente e Ásia. Como muito amor e carinho, mal podemos esperar por ver-vos brevemente”, refere a banda na publicação que anuncia as datas da tour.

A última data antes de Hong Kong, para já, é Lisboa com um concerto marcado para o dia 21 de Novembro no Altice Arena. Depois de Hong Kong, a banda segue para Kuala Lumpur para actuar no dia 11 de Janeiro, seguindo-se Manila, Jacarta e Banguecoque nos dias 14, 17 e 21 de Janeiro, respectivamente.

A última vez que a banda de Greg Gonzalez, Jacob Tomsky e Randall Miller actuou na RAEHK foi no dia 10 de Julho do ano passado, num concerto com lotação esgotada no Star Hall do Kowloon Bay International Exhibition and Trade Center, e antes disso em 2018 no alinhamento do Clockenflap Festival.

 

À terceira é de vez

Os dias que correm são excitantes para os fãs dos Cigarettes After Sex. Não só a banda voltará à estrada, como trará na bagagem um novo disco. “X’s”, o terceiro álbum da discografia de Gonzalez e companhia, será lançado no dia 12 de Julho.

Para antecipar o novo disco, os Cigarettes After Sex adiantaram o single “Tejano Blue”, que indica que a sonoridade da banda mantém-se firme em territórios de melodias suaves, guitarras oníricas depositadas em cima de uma batida leve. Minimalismo à moda dos Cigarettes After Sex, carregado de reverb.

Mais uma vez, o Greg Gonzalez revela a influência dos seminais Cocteau Twins no estilo musical que transpira do novo single, e de toda a discografia da banda (assim como as óbvias influências de Mazzystar). Mas também foi buscar inspiração nas influências latinas que absorveu ao crescer em El Paso, principalmente a Selena a rainha da cumbia texana, uma mistura de música tradicional colombiana com laivos de “old americana”.

3 Mar 2024

Macao Water | Prevista subida de 5,5 por cento do consumo

A empresa de abastecimento de água de Macau prevê que ao longo deste ano o consumo de água aumente 5,5 por cento em termos anuais. A directora da empresa, Nacky Kuan Sio Peng, indicou que vão começar as obras de assentamento de condutas de água na Zona A dos Novos Aterros Urbanos e no lote P da Areia Preta

A directora executiva da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (Macao Water), Nacky Kuan Sio Peng, afirmou ontem que espera um aumento de consumo de água este ano na ordem dos 5,5 por cento. Em declarações à margem de um Almoço de Ano Novo Lunar com órgãos de comunicação social, a dirigente justificou a estimativa com crescimento da actividade comercial e do turismo.

Em parte, o aumento da água consumida terá relação com a retoma económica e com o facto de no ano passado o restabelecimento da normalidade nas fronteiras foi sentido em Macau com a retoma do turismo de forma faseada.

“Após a reabertura total das fronteiras no início do ano, Macau registou um aumento contínuo das chegadas de visitantes e um aumento de 7 por cento no bombeamento anual de água, o qual atingiu os 97 milhões de metros cúbicos. A empresa acredita que, com o crescimento económico de Macau, o bombeamento anual a nível local deverá, este ano, atingir mais de 100 milhões de metros cúbicos, equiparando-se a 2019”, acrescentou a empresa em comunicado.

A inauguração da Estação de Tratamento de Água de Seac Pai Van foi também mencionada por Nacky Kuan Sio Peng, que afirmou que a nova estrutura “activou uma rede de abastecimento de água com dois centros na Península de Macau e nas Ilhas”. Isto abriu a possibilidade à empresa para remodelar completamente a Estação de Tratamento de Água da Ilha Verde, trabalho que ficou concluído no ano passado.

Água vem, água vai

Nacky Kuan Sio Peng indicou que o “Plano de Apoio Financeiro para Reparação das Instalações de Abastecimento de Água de Edifícios Baixos”, que arrancou em 2021, irá estender-se até Março de 2025. O plano destina-se a ajudar proprietários de edifícios antigos a remodelar as instalações de abastecimento de água, incluindo canalizações e contadores. Com a atribuição de 100 milhões de patacas, a dirigente está satisfeita com os resultados alcançados ao longo de três anos do plano, que, “até à data, já beneficiou mais de 6.000 unidades habitacionais”.

Para este ano, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau irá proceder aos trabalhos de substituição de filtros na estação de tratamento II do reservatório do porto exterior e de contadores. Além disso, a empresa vai começar este ano as obras de assentamento de condutas de abastecimento de água na Zona A dos Novos Aterros Urbanos e no lote P da Areia Preta.

 

3 Mar 2024

Ensino | Coutinho pede alívio da carga horária de professores

Horários de trabalho que não terminam e se estendem para o fim-de-semana, tarefas que vão muito além do ensino e a necessidade de estar permanentemente contactável, são factores de sobrecarga dos professores. Pereira Coutinho pediu ao Governo medidas concretas para dignificar a profissão e melhorar a qualidade do ensino

 

Um dia depois de ter trazido o tema da sobrecarga de trabalho dos docentes das escolas particulares do ensino não superior no hemiciclo, o deputado Pereira Coutinho divulgou ontem uma interpelação escrita a pedir ao Governo que intervenha com medidas que dignifiquem e valorizem o papel dos professores.

“A dignificação, respeito e valorização do trabalho dos docentes das escolas particulares do ensino não superior é o primeiro passo para garantir uma educação de qualidade aos alunos”, começa por vincar o deputado, revelando ter recebido no gabinete de atendimento um grupo de docentes. Segundo Pereira Coutinho, os professores queixam-se de ser “obrigados a executar trabalhos puramente administrativos, recreativos ou trabalhos de contabilidade cujas funções não constam dos conteúdos funcionais e dos seus deveres profissionais”. Além de desempenharem funções muito além das tarefas pedagógicas, estes trabalhos extra não se materializam no “pagamento das respectivas horas extraordinárias”.

Acrescentando à carga horária que afasta os docentes, por exemplo, de actividades de formação, estes acabam por levar os trabalhos escolares para casa. Situação que acrescenta entre duas a cinco horas diárias à “mais de uma dezena de horas por dia nas respectivas escolas”.

 

Telemóvel em chamas

O somatório de problemas não se esgota aqui. Com um horário sobrecarregado e trabalho “exportado” para casa, “pouco tempo resta para poderem descansar e estarem com a família”, aponta o deputado, acrescentando que é exigido aos professores que se mantenham contactáveis com o telemóvel ligado o dia inteiro.

Segundo Coutinho, os professores queixam-se de que o trabalho também sofre com o “elevado número de horas diárias e semanais dedicadas a interagir e responder às mensagens nos telemóveis provenientes dos alunos e encarregados de educação”.

A formação também sofre, transformando a necessidade de “concluir as 90 horas em actividades de desenvolvimento profissional” numa missão impossível.

“Não podemos esquecer que estes professores do ensino básico desempenham um papel fundamental quer nos ensinamentos quer no desenvolvimento pessoal, emocional e social dos alunos destinados à construção uma base sólida de conhecimentos e de autoconfiança”, recorda o deputado.

Face a este cenário, Pereira Coutinho reitera o pedido para que o Governo atente ao excesso de trabalho extra-curricular dos docentes e à necessidade de terem tempo suficiente para descansar e ter uma vida além do trabalho.

3 Mar 2024

Casa Garden acolhe Rota das Letras entre os dias 8 e 17 de Março

O Festival Literário de Macau Rota das Letras vai regressar à programação cultural da região durante Primavera, depois da mudança forcada para o Outono durante os anos da pandemia. Entre os dias 8 e 17 de Março, a Casa Garden vai acolher a 13.ª edição do festival que irá celebrar a obra poética de Li Bai e de Luís de Camões.
Entre os convidados, o chinês Dong Xi, vencedor do 11.º Prémio Mao Dun de Literatura, e o norte-americano Chang-era Lee, finalista do Prémio Pulitzer, são os nomes mais marcantes. Num evento com espaço também para a evocação dos 50 Anos do 25 de Abril, o escritor e jornalista João Céu e Silva, o artista Fido Nesti e a guitarrista Marta Pereira da Costa estão entre os representantes do mundo lusófono.
“Sempre entendemos que é em Março que faz mais sentido a realização do Festival Literário de Macau, por ser uma época do ano com menor sobrecarga de eventos. Daí que, à primeira oportunidade, e depois de várias edições realizadas nos meses de Outubro e Novembro, por força da pandemia, tenhamos decidido fazê-lo regressar à sua data original”, diz Ricardo Pinto, director do Rota das Letras.
Cinco meses após a última edição, o festival volta a celebrar os 500 anos do nascimento de Luís de Camões. Desta feita, a Casa Garden, com a gruta do poeta bem próxima, vai receber a visita de Kenneth David Jackson, professor da Universidade de Yale e autor de vários estudos camonianos.
O ilustrador brasileiro Fido Nesti evocará também a obra de Camões, através da sua adaptação d’ Os Lusíadas para crianças.

Lugar à poesia
Além do épico poeta português, a 13.ª edição do Rota das Letras terá como destaque outro nome grande da poesia universal na abertura do evento. A vida e a obra de Li Bai são o tema de uma exposição de fotografia de Xu Peiwu, artista chinês que ao longo da última década percorreu os mesmos caminhos por onde andou o poeta há́ mais de mil anos, registando as paisagens que o inspiraram na sua errância por vastas e dispersas regiões da China.
São imagens “de uma enorme beleza e densidade, que nos permitem contemplar uma China despida e cativante”, afirma João Miguel Barros, curador da exposição. Na sessão inaugural, a editora Livros do Meio, de Carlos Morais José, fará nova apresentação do livro ‘Li Bai – A Via do Imortal’, de António Izidro.
A evocação do 50.º aniversário da Revolução do 25 de Abril será também evocada nos primeiros dias do festival. João Céu e Silva apresenta ao público de Macau a sua obra ‘O General que começou o 25 de Abril dois meses antes dos Capitães’ – a história nunca contada de como o General António Spínola fez cair o regime.

3 Mar 2024

CURB | Passeios nocturnos de bicicleta vão dar documentário

A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo vai organizar nos dias 8 e 9 de Março passeios nocturnos de bicicleta, uma rota citadina e outra costeira. Durante os passeios, acompanhados por comentários do arquitecto Nuno Soares, serão recolhidas imagens e sons para um documentário

 

A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo irá organizar nos dias 8 e 9 de Março, sexta-feira e sábado, a “On the move V: by night”, a quinta edição de passeios nocturnos de bicicleta, com dois passeios sobre rodas por noite.

Na primeira edição deste ano da iniciativa sobre rodas, serão exploradas a zona do Porto Interior e o Centro Histórico de Macau.

Além de proporcionar aos participantes uma perspectiva diferente e a oportunidade para explorar a cidade de noite, os passeios serão complementados com comentários, em inglês, do arquitecto e presidente da CURB Nuno Soares, que irá partilhar “tesouros escondidos, estórias esquecidas e locais secretos de Macau”.

Durante os passeios, serão recolhidas imagens e sons que serão depois transformadas em vídeo-arte e documentário. O resultado será apresentado na Ponte 9 – Plataforma Criativa, na Rua das Lorchas, no dia 23 de Março às 18h30, perto da Praça de Ponte e Horta.

O primeiro roteiro citadino arranca da Ponte 9 às 19h do dia 8 de Março e segue na direcção norte, passando pelo Patane rumo ao bairro San Kio, antes de regressar à Ponte 9 num passeio que deverá demorar cerca de uma hora. Depois da romaria a norte, o segundo passeio, designado como “Roteiro da Água”, começa onde a primeira rota terminou, ou seja, na Ponte 9. Por volta das 20h30 o pelotão segue para sul passando pela Praia do Manduco, Barra e Lago Sai Van, antes de regressar à Ponte 9. Mais uma vez, o passeio deverá ter a duração de uma hora.

No dia seguinte, repetem-se os percursos, horários e duração. Os passeios estão limitados a 10 participantes.

 

Dentro da razoabilidade

A CURB refere que os participantes devem ter mais de 18 anos de idade e, naturalmente, saber andar de bicicleta, o resto estará a cargo da CURB.

A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo é uma instituição sem fins lucrativos estabelecida em Macau para promover a investigação, educação, produção e disseminação do conhecimento em arquitectura, urbanismo e cultura urbana.

O Centro funciona como plataforma de intercâmbio entre o meio académico, sociedade civil, prática profissional e instituições governamentais, servindo os interesses da comunidade em geral através de estudos de investigação, workshops, conferências, exposições, concursos e outras iniciativas.

A CURB é a organizadora da Open House Macau, a primeira na Ásia, e parceira associada da World Urban Campaign.

O CURB trabalha também a nível regional – Macau, Grande Baía e China – e a nível internacional – particularmente na Ásia e nos países de língua portuguesa – levando as questões locais a uma audiência global como um think-tank para o futuro das cidades e da sua arquitectura.

29 Fev 2024

Galaxy | Dividendos voltam a ser distribuídos a accionistas

A Galaxy anunciou ontem lucros ajustados de 2,8 mil milhões HKD no último trimestre de 2023, com resultados líquidos mais de três vezes superiores em termos anuais. A performance do grupo permitiu a retoma da distribuição de dividendos aos accionistas, sendo a primeira concessionária a fazê-lo desde que terminaram as restrições fronteiriças

 

 

O Galaxy Entertainment Group apresentou ontem os resultados do quarto trimestre de 2023 indicando numa nota à bolsa de valores de Hong Kong. A concessionária conseguiu ao longo do ano passado lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) ao longo do ano passado de 9,96 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD), valor que contrasta com as perdas de 553 milhões de HKD de 2022.

O presidente e fundador do grupo, Lui Che Woo, enalteceu os resultados “apesar da concorrência tanto em Macau como a nível regional e das questões geopolíticas e económicas que afectaram a confiança dos consumidores”.

O homem forte da Galaxy destacou também a oportunidade de voltar a distribuir dividendos. “Somos a primeira concessionária de Macau a retomar os dividendos e a devolver capital aos accionistas após a reabertura da fronteira. Estes dividendos demonstram a nossa confiança contínua nas perspectivas a longo prazo de Macau e da empresa. O nosso sólido balanço e o fluxo de caixa das operações permitem-nos financiar o plano de desenvolvimento e prosseguir as nossas ambições de expansão internacional”, indicou Lui Che Woo.

O grupo refere ter distribuído no final de Outubro um dividendo especial de 20 cêntimos de HKD por acção, e irá pagar 30 cêntimos por acção no dia 26 de Abril.

 

A natureza dos números

Nos últimos três meses do ano passado, as receitas líquidas do grupo Galaxy aumentaram 6,9 por cento em relação ao trimestre anterior, para 10,3 mil milhões de HKD, resultado que em termos anuais representa uma subida anual de 253,9 por cento.

O quarto trimestre de 2023 foi também sinónimo de lucros EBITDA de cerca de 2,8 mil milhões de HKD, que se reflectiu numa subida trimestral de 1,4 por cento, e performance que dá a volta às perdas de cerca de 163 milhões de HKD no quarto trimestre de 2022.

Em termos de receitas brutas, a Galaxy apurou nos últimos três meses de 2023 cerca de 9,24 mil milhões de HKD, uma subida de 5,7 por cento face ao trimestre anterior e um aumento de mais de 400 por cento face aos últimos três meses de 2022.

29 Fev 2024

Crime | Burlas pela Internet e telefone disparam 75,8%

Os casos de burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet subiram 75,8 por cento em 2023, levando a perdas de 311 milhões de patacas. A criminalidade global aumentou mais de um terço no ano passado, violações quase que duplicaram, abusos sexuais de menores aumentaram 33 por cento e o número de sequestros foi quase sete vezes maior face a 2022

 

Confirmando a tendência que se vem acentuando desde a pandemia, quando a criminalidade passou para o online e para o telemóvel, o ano passado fechou com um aumento anual dos casos de burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet de 75,8 por cento face ao registo de 2022.

De acordo com dados oficiais divulgados ontem pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, Macau registou 1.306 burlas cometidas através do telefone ou ‘online’ no ano passado, mais 735 casos do que em 2022. A maioria das burlas (894, mais 43,7 por cento) aconteceram com recurso à Internet, embora o maior aumento tenha ocorrido nas burlas através do telemóvel (412), que quase quadruplicaram.

Num relatório que apresenta as estatísticas da criminalidade, a tutela da Segurança revelou que em 329 casos as vítimas revelaram a burlões os dados de cartões de crédito quando tentavam comprar bens ou serviços ‘online’, mais do dobro do registado em 2022. Wong Sio Chak sublinhou ainda que no ano passado 148 pessoas foram alvo de extorsão após terem partilhado fotos nuas em plataformas de mensagens na Internet, um aumento de 60,9 por cento.

Nas estatísticas apresentadas ontem, destaque para a criminalidade violenta que cresceu 76,5 por cento. Neste capítulo, os sequestros tiveram um aumento significativo de 583,3 por cento, de seis casos em 2022 para 41 no ano passado, enquanto as violações quase duplicaram no espaço de um ano, de 21 em 2022 para 41 no ano passado. Em relação às violações, as autoridades acrescentaram que quase 80 por cento das vítimas não eram residentes de Macau e que a maioria dos casos aconteceu em quartos de hotel. Wong Sio Chak afirmou que não exclui a hipótese de estes crimes estarem relacionados com a prostituição.

Também os casos de abusos sexuais de crianças aumentaram, 33,3 por cento em termos anuais, assim como os homicídios que passaram de um caso em 2022 para quatro em 2023.

 

Aplicação segura

As autoridades de Macau registaram um aumento de 37,6 por cento da criminalidade global em 2023, algo justificado com o aumento dos turistas, após o fim das restrições impostas no âmbito da política ‘zero covid’.

Na conferência de imprensa de ontem, Wong Sio Chak revelou que a Polícia Judiciária (PJ) está a testar uma aplicação de combate à burla, que deverá ser lançada em Abril na rede social WeChat. A aplicação vai permitir às pessoas consultarem números de telefone, contas bancárias e endereços de correio electrónico suspeitos, assim como obter informações sobre os métodos de burla mais usados.

O secretário disse que a PJ detectou 90 casos praticados por redes criminosas transfronteiriças, cujo valor envolvia mais de 100 milhões de patacas e deteve 134 pessoas. Além disso, acrescentou que, graças a um mecanismo de alerta para suspensão de transacções suspeitas e cessação de pagamento, a polícia de Macau conseguiu recuperar mais de 113 milhões de patacas em 531 casos.

Ainda assim, o responsável sublinhou que o crime de burla com recurso às telecomunicações “já se tornou um fenómeno criminoso enfrentado por muitos países regiões do mundo”.

Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos divulgado em Agosto. Cerca de 100 mil pessoas foram traficadas para o Camboja e pelo menos 120 mil para Myanmar, apontou o relatório.

A incapacidade da junta militar no poder em Myanmar em acabar com estes centros tem levado a tensões com a China, um dos principais aliados e fornecedores de armas do país.

 

Com Lusa

29 Fev 2024

Fernando Pessoa | Tradução para chinês de “Livro do Desassossego” à venda

O Instituto Cultural publicou a tradução para chinês tradicional do clássico de Fernando Pessoa “Livro do Desassossego”, que esteve a cargo do veterano Zhang Weimin, que há 35 anos traduzira “Antologia de Fernando Pessoa”. A obra encontra-se à venda na livraria online do Instituto Cultural

 

O Instituto Cultural (IC) juntou-se à Jiangsu Phoenix Literature and Art Publishing, para publicar a tradução em chinês tradicional do “Livro do Desassossego”, a colecção de manuscritos escritos pelo poeta português Fernando Pessoa sob o heterónimo Bernardo Soares.

A publicação do enigmático e fragmentado livro de Pessoa é integrado na “Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa” e encontra-se à venda na livraria online do Instituto Cultural por 100 patacas.

O IC salienta que a publicação tem como objectivo “promover o intercâmbio literário chinês e português e apresentar obras portuguesas célebres aos leitores chineses”.

A versão chinesa publicada pelo IC é da responsabilidade do veterano tradutor Zhang Weimin, premiado pela Sociedade de Língua Portuguesa, que em 1988 foi o autor da edição bilingue de uma “Antologia de Fernando Pessoa”, também lançada pelo IC.

A tradução para chinês da obra pessoana está intimamente ligada a Macau, com a primeira versão, incompleta, de “A Mensagem” da autoria do macaense Luís Gonzaga Gomes. A publicação da obra em chinês foi uma forma de assinalar o 24.º aniversário da morte do poeta e divulgar aos alunos do liceu onde Gonzaga Gomes era professor. A tiragem foi de quinhentos exemplares, dos quais trinta em edição de luxo.

Posteriormente, por altura do quinquagésimo aniversário da morte de Fernando Pessoa, e com o patrocínio do IC, foi publicada a “Antologia Poética de Fernando Pessoa”, resultado da colaboração de Jin Guo Ping e do macaense Gonçalo Xavier (na altura estudante na Universidade de Pequim), e a versão integral de “A Mensagem” em chinês, de autoria de Jin Guo Ping.

 

Só no mundo

O “Livro do Desassossego” é uma obra fragmentada apresentada pelo autor como uma autobiografia pouco factual, e que foi deixada inacabada e sem edição. O próprio arranjo e organização do livro tem sido motivo de debate desde a primeira publicação em português, corria o ano de 1982.

A componente heterodoxa de “Livro do Desassossego” permite estabelecer uma relação de intimidade com o leitor, a quem é concedida a entrada na vida do autor ao longo dos mais de quatrocentos fragmentos de prosa escritos entre 1913 e 1934, um ano antes da morte do poeta.

A propósito da nova publicação em chinês tradicional, o IC descreve Fernando Pessoa como “um escritor e poeta famoso português” e sublinha o carácter multifacetado da obra. “O ‘Livro do Desassossego’ inclui uma nova apresentação dos extensos manuscritos do escritor numa rica variedade de formas e estilos, abrangendo diários, ensaios e artigos. Explorando temas que incluem filosofia, estética, psicologia e sociedade, estas obras retratam os costumes de Portugal e, particularmente, de Lisboa, em que cada secção constitui um capítulo independente transmitindo visões instigantes”, descreve o organismo liderado por Deland Leong Wai Man.

 

A alma nas letras

A tradução em chinês tradicional deste livro constitui o oitavo volume da Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa. “Dedicada a reunir uma série de livros sobre literatura de Macau ou relacionada com o tema, de escritores chineses e portugueses, a Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa pretende que tanto autores como leitores ultrapassem as barreiras linguísticas, reconhecendo a essência e os diversos estilos da criação literária chinesa e portuguesa nas obras traduzidas para a língua chinesa ou qualquer outra língua”, refere o IC.

A colecção inclui obras como “100 Sonetos de Luís Vaz de Camões”, a versão em português de “Almas Transviadas”, da autoria do escritor local Tang Hio Kueng, a versão bilingue em chinês e português de “Amores do Céu e da Terra, Contos de Macau” da escritora de Macau Ling Leng, “Poemas de Du Fu” e “Contos Selecionados de Eça de Queiroz” numa edição bilingue, em português e chinês.

O IC indica ainda que tem descontos especiais para grandes volumes de compras do livro. Os leitores locais podem levantar as encomendas pessoalmente em qualquer uma das 13 bibliotecas públicas do IC (na Península de Macau, na Taipa ou em Coloane), e os leitores não locais poderão solicitar a entrega das encomendas através do Serviço EMS dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau.

28 Fev 2024

Lei sindical | TNR impossibilitados de criar sindicatos

A versão actual da proposta de lei sindical estabelece como critérios para a criação de sindicatos que estes sejam formados por, pelo menos, sete trabalhadores maiores de idade com estatuto de residente da RAEM, revelou ontem o presidente da segunda comissão permanente da Assembleia Legislativa, Chan Chak Mo.

Chan Chak Mo indicou que os seus colegas de comissão concordaram com as alterações feitas pelo Governe e que a participação de trabalhadores não-residentes em sindicatos pode envolver questões de política internacional, colocando em perigo a segurança regional e nacional. Como tal, defendem a proibição rigorosa de TNR em organizações sindicais.

A nova versão do diploma coloca também várias restrições à adesão de sindicatos de Macau a organizações internacionais. Para tal, precisam primeiro passar uma deliberação em assembleia-geral e avisar a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais 30 dias antes do ingresso oficial. Se a organização internacional não tiver cariz laboral, a adesão fica a depender de aprovação do Chefe do Executivo.

28 Fev 2024

Cooperação | Ho Iat Seng reuniu com administrador da Sinopharm

O Chefe do Executivo reuniu com o presidente da administração do Grupo Sinopharm e convidou a empresa a investir em Hengqin, proposta que será “estudada”. Ho Iat Seng agradeceu o apoio do grupo durante a pandemia, apesar de 150 mil doses da vacina da Sinopharm terem sido incineradas depois de terem passado a validade

Ho Iat Seng reuniu na segunda-feira, na sede do Governo, com o secretário do Comité do Partido Comunista e presidente do Conselho de Administração da China National Pharmaceutical Group (Sinopharm), Liu Jingzhen.

O Chefe do Executivo agradeceu o apoio do Grupo da Sinopharm à RAEM durante a pandemia, refere um comunicado divulgado ontem de madrugada pelo Gabinete de Comunicação Social.

Recorde-se que, como o HM noticiou, foi destruído cerca de 10 por cento dos lotes de vacinas contra a covid-19 compradas ao grupo nacional.

“Os Serviços de Saúde têm em stock um total de 150 mil doses das vacinas inactivadas da Sinopharm, cujo prazo de validade expirou no dia 2 de Janeiro de 2024”, indicaram os Serviços de Saúde. O HM tentou apurar quanto custaram aos cofres públicos as vacinas desactivadas, porém, as autoridades sublinharam que, “dado que o montante está abrangido pelo segredo comercial, não é possível divulgá-lo ao público”. Isto apesar do preço do mesmo fármaco a nível internacional ter sido divulgado.

Durante o encontro, os dois responsáveis trocaram impressões sobre o desenvolvimento da indústria big health e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

Ho Iat Seng vincou que o seu Executivo está dedicado à promoção da diversificação adequada da economia ‘1+4’, incluindo o impulsionamento da indústria big health que tem como ponto de entrada a investigação, desenvolvimento e fabrico da medicina tradicional chinesa.

 

Investir na montanha

A entrada em funcionamento da zona aduaneira em Hengqin, a partir de 1 de Março, foi outro dos pontos no topo da agenda da reunião. Ho Iat Seng sublinhou que “a iniciativa irá contribuir para acelerar o desenvolvimento integrado de Macau e Hengqin, bem como facilitar ainda mais a circulação transfronteiriça”.

Além disso, o governante afirmou “que o Grupo da Sinopharm é bem-vindo para investir e desenvolver na Zona de Cooperação Aprofundada, pois com a sua capacidade de liderança irá certamente ajudar o desenvolvimento desta Zona”.

Por sua vez, Liu Jingzhen agradeceu a atenção e o apoio que o Governo da RAEM tem prestado ao Grupo da Sinopharm, bem como a alta importância que tem dado e a forte promoção do desenvolvimento da indústria da medicina tradicional chinesa. Além disso, garantiu que a sua equipa “irá estudar, seriamente, a directriz para a cooperação e desenvolvimento no futuro”, para que grupo empresarial possa “continuar a usufruir as suas vantagens e aumentar as relações de cooperação, em prol do desenvolvimento de Macau e Hengqin”.

O presidente da administração indicou que “a actividade principal do grupo baseia-se na vida e saúde, sendo as quatro orientações estratégicas: biomedicina, equipamentos médicos, vida e saúde, cuidados médicos e de saúde.

28 Fev 2024

Porto Interior | Idoso apanhado a abusar de mulher na rua

Um idoso de 70 anos foi apanhado a abusar sexualmente de uma empregada doméstica filipina em plena via pública, na rua do Almirante Sérgio, nas imediações da Barra, na noite de sexta-feira por volta das 03h. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, uma pessoa que ia a passar na zona ouviu os gritos de pedido de ajuda da vítima e contactou a polícia.

A pessoa que alertou as autoridades terá visto que a vítima estava no chão com o alegado atacante por cima, a pressioná-la e prender-lhes os movimentos, enquanto lhe tocava no peito e na zona genital. A testemunha conseguiu parar a agressão e de seguida a polícia chegou ao local e deteve o suspeito. A vítima foi encaminhada para o hospital com ferimentos na cabeça, mãos e pés.

O suspeito tem cadastro criminal e já foi condenado pelos crimes de crimes de importunação sexual e agressão em dois incidentes separados em 2013 e 2018, respectivamente. O caso foi encaminhado para o Ministério Público e o idoso é suspeito do crime de coacção sexual, cuja moldura penal vai de dois a oito anos de prisão.

 

27 Fev 2024

FRC | Palestra sobre a Companhia das Índias Orientais hoje à tarde

A Fundação Rui Cunha acolhe hoje, a partir das 19h, a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, apresentada por Joshua Ehrlich, professor de História da Universidade de Macau. O académico irá discutir a forma como o conhecimento foi central nos contactos entre indianos e europeus

 

Hoje, a partir das 19h, a Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, inserida no Ciclo de Palestras Públicas de História e Património. O evento resulta da parceria regular entre a FRC e o Departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ).

O orador convidado da palestra é Joshua Ehrlich, professor auxiliar de História da Universidade de Macau. O académico tem dedicado grande parte da sua carreira ao estudo do “orientalismo, do conhecimento colonial e da informação com uma nova abordagem: a história das ideias do conhecimento”, descreve a organização da conferência.

“A Companhia das Índias Orientais é lembrada como a corporação mais poderosa, para não dizer notória, do mundo. Mas para muitos dos seus defensores, entre as décadas de 1770 e 1850 foi também a mais esclarecida do mundo”, informa a USJ.

O académico defende que para a saúde das relações que mantinham a Companhia das Índias Orientais a partilha do conhecimento desempenhou um papel fundamental. “Ele recupera a existência de contactos entre os dirigentes e interlocutores da Companhia das Índias, indianos e europeus, sobre os usos políticos do conhecimento” e “revela que o compromisso com o conhecimento era parte integrante da ideologia da Companhia. Demonstra ainda como a Companhia invocou este compromisso em defesa da sua união cada vez mais tensa de poder comercial e político”, refere em comunicado a USJ.

Não só estes agentes históricos eram “altamente articulados sobre o assunto, mas as suas ideias continuam a repercutir-se no presente. O conhecimento era uma presença constante na política da Companhia – tal como parece estar a tornar-se uma presença constante na política de hoje”.

O estudo do Oriente

Joshua Ehrlich é um premiado historiador do Conhecimento e do Pensamento Político, com foco na Companhia das Índias Orientais e no Império Britânico no Sul e Sudeste Asiático. Actualmente professor auxiliar na Universidade de Macau, obteve o seu Doutoramento e Mestrado pela Universidade de Harvard e bacharelato pela Universidade de Chicago.

No ano passado, lançou o seu primeiro livro “The East India Company and the Politics of Knowledge”, obra com o mesmo nome que a palestra que dirige hoje na FRC, com a chancela editorial da Cambridge University Press.

O académico publicou vários artigos sobre tópicos que incluem as características únicas das fronteiras e demarcações das cidades portuárias, sobre a criação, pilhagem e destruição de bibliotecas, assim como sobre a crise da reforma liberal na Índia e as origens da cultura da tipografia indiana.

Joshua Ehrlich contribuiu também para publicações como “Past & Present, The Historical Journal, Modern Asian Studies” e a “Modern Intellectual History”.

A palestra será apresentada em inglês, tem duração de 1 hora e a entrada é livre. A moderação estará a cargo da professora Priscilla Roberts

27 Fev 2024

Bolsas de estudo | Candidaturas ao exterior abrem a 4 de Março

As candidaturas para as 20 “bolsas de estudo para estudos no exterior”, atribuídas pela Fundação Macau, podem ser entregues entre 4 e 22 de Março, indicou ontem a Fundação Macau.

Anualmente, cada bolseiro recebe entre 60 mil e 80 mil patacas, dependendo do local onde se realizam os estudos.

A medida integra a política de formação de quadros qualificados, incluída na série de bolsas de estudo “Uma Faixa, Uma Rota”, para o ano 2024.

As bolsas destinam-se a residentes permanentes da RAEM que se encontrem a frequentar o último ano do ensino secundário em Macau, “e cidadãos de Guangdong e Fujian finalistas de curso conferente do grau de licenciatura, ministrado por instituição de ensino superior de Macau”.

Para aceder ao financiamento, os candidatos devem ter a intenção de frequentar licenciaturas ou mestrados em Portugal, Brasil, Malásia, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Camboja, Vietname, Bangladesh, Hungria ou Mongólia.

A Fundação Macau salienta que o objectivo da atribuição destas bolsas de estudo é “estimular o intercâmbio com estudantes dos países e regiões que integram a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, realçando o importante papel de Macau, nesta iniciativa, através da formação de quadros altamente qualificados”.

Os interessados devem apresentar fotocópias do documento de identificação, “da notificação de admissão ou outro documento comprovativo da candidatura à frequência do curso”, certificado comprovativo das notas obtidas nos últimos três anos lectivos, carta de recomendação e uma breve apresentação do curso a frequentar”.

27 Fev 2024

Ensino Superior | Número de estudantes cresceu 60% em cinco anos

Entre o ano lectivo de 2018/2019 e o presente, o número de estudantes do ensino superior em Macau cresceu de 34 mil para 55 mil, indicou o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude. O responsável destaca o aumento da proporção alunos em de cursos pós-graduação

 

“Relativamente ao número de estudantes inscritos no ensino superior, registou-se um aumento de mais de 60 por cento, correspondente a cerca de 34 mil no ano lectivo de 2018/2019, para cerca de 55 mil no ano lectivo de 2023/2024”, revelou o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chi Meng, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U.

O dirigente da área da governação para o ensino acrescentou que durante o mesmo período de cinco anos, “a proporção dos estudantes dos cursos de pós-graduação aumentou de 25,5 por cento para 39 por cento”.

O aumento do número de estudantes inscritos nas instituições de ensino superior do território ficou a dever-se a um conjunto factores, na óptica de Kong Chi Meng. Em primeiro lugar, Kong Chi Meng destacou os esforços do Governo para aumentar a qualidade educativa e o nível da investigação científica, de forma a “elevar o reconhecimento a nível internacional e a competitividade”. Para o director da DSEDJ, estes são os caminhos para que “que o ensino superior se possa desenvolver no sentido da mercantilização”.

Além disso, o responsável destaca que, em paralelo com o alargamento do número de estudantes, a investigação científica e a qualidade do ensino superior de Macau são gradualmente reconhecidas a nível regional e internacional. Outro trunfo elencado por Kong Chi Meng, foi a entrada de instituições locais nos rankings universitários mundiais e a contínua subida nas classificações.

 

Captar talentos

O responsável da DSEDJ sublinhou também a aposta do Governo na atracção de estudantes internacionais para as instituições locais. Para cumprir este objectivo, foram organizadas no ano passado visitas de “elementos das instituições de ensino superior de Macau a Portugal e a países do Sudeste Asiático” para estabelecer acordos de cooperação e intercâmbio e inscrever estudantes internacionais nas universidades de Macau.

Kong Chi Meng garantiu ainda que a DSEDJ vai continuar a promover este tipo de visitas e participar em exposições educativas internacionais para aumentar a reputação das instituições de ensino locais no estrangeiro.

27 Fev 2024

Sands | Exposição de arte contemporânea japonesa patente até ao fim de Março

Está em exibição na Sands Gallery a “Exposição de Arte Contemporânea Japonesa”, que reúne mais de 90 obras de seis artistas nipónicos. A mostra, que está patente ao público até 30 de Março, é composta por trabalhos de criadores da prestigiada galeria japonesa UG

 

Até 30 de Março, a Sands Gallery apresenta a “Exposição de Arte Contemporânea Japonesa”, composta por mais de 90 trabalhos de seis artistas japoneses.

A Sands China salienta que é a primeira vez que a sua galeria organiza uma mostra que capta “a essência da arte e cultura japonesas contemporâneas com algumas obras de arte de vanguarda em diversos suportes, oferecendo uma experiência artística enriquecedora e gratificante”.

A exposição patente na Sands Gallery tem por base trabalhos de Kunihiko Nohara, Takaoki Tajima, Hiroya Yoshikawa, Nami Okada, Keitoku Toizumi e Ryosuke Kawahira, seis artistas representados prestigiada galeria japonesa UG.

A galeria japonesa UG é uma das maiores casas de arte contemporânea do país, com mais de 25 anos de história, construída com base numa filosofia de descoberta e promoção de jovens artistas. Actualmente, a UG tem salas de exposição em Nova Iorque e Osaka, e duas galerias em Tóquio.

O proprietário da galeria japonesa, Eiichiro Sasaki, enalteceu o espaço da concessionária e destacou o carácter lúdico que encontrou no território.

“A Galeria Sands dá-me uma sensação de museu. Por isso, desta vez, a nossa missão curatorial foi conseguir distribuir estes espaços adequadamente por cabinas, permitindo que artistas com características diferentes tenham áreas de exposição independentes e exibam as suas obras de forma clara”, referiu o responsável, citado pelo comunicado da Sands China.

“Macau deixou-me com a impressão de um ‘parque infantil para adultos’ no passado, e esta exposição também tem como tema ‘Aura Feliz, Sabor Feliz’, seleccionando cuidadosamente seis artistas cujas obras podem trazer uma sensação de felicidade a todos”, acrescentou Eiichiro Sasaki.

 

Obras e criadores

Os seis artistas escolhidos para esta mostra formam um leque ecléctico de estética e abordagem criativa.

Kunihiko Nohara, um escultor de Hokkaido, traçou o seu percurso no mundo das artes através dos seus trabalhos esculpidos em madeira. As suas criações misturam imagens abstractas com cores vibrantes, infundindo uma essência vanguardista nas obras. “Cada escultura é um mundo próprio, com personagens emblemáticas que usam óculos subaquáticos, simbolizando os rostos enigmáticos e as imagens dos indivíduos na nossa moderna sociedade da informação”, aponta a curadoria sobre o trabalho de Kunihiko Nohara.

Quanto às criações de Takaoki Tajima, a organização da mostra sublinha que as suas obras resultam do seu virtuosismo técnica e da ousadia em explorar relações entre cores. Com composições simples, mas hipnóticas, tanto em escultura como pintura, as obras de Takaoki Tajima convidam o público a mergulhar nas misteriosas expressões e movimentos dos personagens que cria.

Já Hiroya Yoshikawa, um artesão que seguiu a tradição familiar, ganhou espaço no movimento artístico contemporâneo japonês misturando técnicas ancestrais com expressão criativa vanguardista. Exemplo disso mesmo são os seus requintados quimonos e obras de arte que ganham nova vida depois de serem meticulosamente pintados.

Viagens nostálgicas a lugares marcados por paisagens estarrecedoras é o tipo de estética que o público poderá encontrar nas pinturas de Nami Okada. A artista usa as suas experiências, memórias e impressões para interpretar na tela paisagens com um certo encanto vintage.

As obras de Keitoku Toizumi vão noutras direcção, rumo a conceitos mais surrealistas. As suas cenas elaboradas com particular atenção ao detalhe, muitas vezes com brinquedos, transportam os espectadores para um mundo onde realidade e ficção se entrelaçam. A aclamada série “Pink Army” representa o intrigante fosso entre o real e o imaginário.

Para Ryosuke Kawahira a criação artística é uma forma de canalizar experiências infantis e memórias enquanto meio de expressão. Através de trabalhos em tela vibrantes, o artista transforma memórias, incluindo incidentes de infância como urinar na cama, em obras de arte cativantes. Ryosuke Kawahira ficou também conhecido por pintar retratos coloridos de roupa interior.

 

Temporada nipónica

Esta exposição faz parte de uma programação apresentada pela Sands China no “Festival Japonês da Primavera”, um evento que conta com o apoio da Prefeitura e do Governo de Quioto, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

O festival terá uma programação onde não vão faltar concertos de “ídolos da pop japonesa, experiências culinárias e exposições de arte até ao final de Março.

26 Fev 2024

Hong Kong | Slowdive ao vivo no dia 14 de Março

Tão depressa surgiram e também tão depressa evaporaram-se no éter da música alternativa dos anos 1990. Os Slowdive foram uma espécie de aparição que voltou a materializar-se a partir de um festival de música (o Primavera Sound de Barcelona e Porto de 2014). Uma década depois da surpreendente reunião, a banda britânica que ajudou a construir a sonoridade shoegaze chega a Hong Kong para um concerto na Runway 11 da Asia World-Expo no próximo dia 14 de Março, a partir das 19h30.
O conjunto de Rachel Goswell e Neil Halstead lançou no passado mês de Setembro o seu quinto disco, “Everything Is Alive”, que mereceu aclamação crítica.
Pioneiros do lado onírico do rock alternativo, que misturou dream pop de bandas como Cocteau Twins às guitarras distorcidas de ondas mais psicadélicas, os Slowdive foram companheiros de trincheiras sónicas de bandas como My Bloody Valentine, Ride, Mojave 3 (que trocou elementos com os Slowdive) e Spacemen 3.
A banda formou-se em 1989, com Rachel Goswell na voz, guitarra e sintetizador, Neil Halstead voz e guitarra, Christian Savill também na guitarra, Nick Chaplin no baixo e Simon Scott na bateria. A formação inicial acabaria por lançar o primeiro disco da banda “Just for a day”, em 1991. O segundo registo, “Souvlaki”, acabaria por os catapultar para um estatuto de culto, em grande parte depois de a banda acabar.
Fortemente influenciados por Joy Division e a fase de final da década de 1970 de David Bowie, em especial com o álbum “Low”, “Souvlaki” ficaria para a história da música alternativa com faixas intemporais como “Alison”, “Sing”, “Souvlaki Space Station” e a versão fantasmagórica de “Some Velvet Morning”.
Dois anos depois de “Souvlaki”, e com o lançamento de mais um disco pelo caminho, os Slowdive punham termo à carreira, depois de terem ficado sem editora e de as divergências criativas sobre a sonoridades da banda terem chegado ao limite. Apenas quatro anos depois do lançamento do primeiro disco, a banda de Reading desaparecia num vapor de feedback de guitarras e vocalizações paisagísticas.
Quase duas décadas depois, aceitavam o convite da organização do festival Primavera Sound para dois concertos especiais de reunião. Estas duas datas, em Barcelona e Porto, transformaram-se numa tour mundial. A partir daí, o regresso a estúdio era uma questão de tempo, que culminou no lançamento do single “Star Roving” e o quarto disco “Slowdive”.
Décadas de música, concertos, avanços e recuos culminaram na mensagem deixada na página da banda: “Estamos muito felizes em anunciar que temos um concerto em Hong Kong no dia 14 de Março”.

Sonhar não custa
A primeira parte do espectáculo, que a organização caracteriza como um “concerto inteiro”, estará a cargo da jovem japonesa Ichiko Aoba, uma multiinstrumentista que achou a sua vocação estéctica numa interpretação do que é a folk. As suas composições acústicas, na maior parte das vezes só com voz e guitarra, são destilações dos seus sonhos.
Em 2010, quando tinha apenas 19 anos, lançou o disco de estreia “Razor Girl” e desde então nunca mais parou, e já conta com nove registos na discografia.
Como não poderia deixar de ser Ichiko Aoba, não esconde as suas influências e predilecção por animação e banda desenhada, importantes fontes de inspiração que culminaram com a participação na banda sonora do jogo “The Legend of Zelda: Link’s Awakening”, para a Nintendo Switch.
Apesar da tenra idade, Ichiko Aoba conta com uma lista longa de colaborações artísticas, como Ryuichi Sakamoto, Cornelius e Mac DeMarco.
Os bilhetes para os concertos estão à venda e custam 750 dólares de Hong Kong.

25 Fev 2024

Caminho das pedras Fitch indica que concessionárias vão levar tempo a reduzir dívida

A agência de notação financeira Fitch Ratings espera que o sector do jogo em Macau apresente melhorias este ano, apoiadas pela recuperação turística, embora a redução da dívida de operadoras de casino “leve tempo”.

“O aumento do número de visitantes e das receitas do jogo deverá contribuir para que as operadoras de casinos com presença em Macau, classificadas pela Fitch, reduzam os níveis de endividamento”, prevê a agência em comunicado.

A Fitch deixa a ressalva que o potencial de subida das classificações destas empresas é limitado pela elevada dívida, cuja redução “vai levar algum tempo para algumas das operadoras, apesar das melhorias registadas”.

O fluxo de turistas do interior em Macau aumentou durante os oito dias do feriado do Ano Novo Lunar, que este ano foi um dia mais longo do que o habitual, entre 10 e 17 de Fevereiro.

Dados da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau revelam que o número de visitantes nos primeiros sete dias do período de férias aumentou 2,6 por cento em comparação com o mesmo período de 2019, antes da pandemia e de Macau adoptar rigorosas restrições fronteiriças.

Já durante os oito dias de férias, as chegadas de visitantes totalizaram 1,4 milhões, face aos 1,2 milhões de visitantes registados em 2019.

“Este fluxo reforça a nossa expectativa de uma recuperação do sector do jogo de Macau para o resto do ano, apesar dos ventos contrários económicos que a China enfrenta”, escreve a Fitch Ratings.

“Esta resiliência deve-se, em parte, a uma mudança nas preferências dos consumidores chineses para sectores orientados para os serviços, como o turismo doméstico e o entretenimento”, acrescenta.

Impulsos turísticos

Por outro lado, afirmam ainda os especialistas da Fitch, o fluxo turístico “é susceptível de impulsionar a receita bruta do jogo dos casinos”, com o segmento do mercado de massas “a registar receitas no quarto trimestre de 2023 que excederam os níveis de 2019 em 4 por cento”.

O segmento VIP (grandes apostas) encontra-se num percurso mais lento de recuperação, constatam no comunicado, avaliando que é improvável que volte aos níveis de receita pré-pandemia num futuro próximo.

“Essa recuperação mais lenta no segmento VIP pode ser atribuída ao endurecimento regulatório dos últimos anos no tratamento do turismo de jogos na China e aos desafios económicos mais amplos enfrentados pela China”, afirma-se na nota.

Macau fechou 2023 com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que no ano anterior, mas apenas 62,6 por cento da receita acumulada registada em 2019.

25 Fev 2024

FAOM | Conselheira diz há demasiadas celebrações ocidentais

Macau está demasiado focada em celebrações ocidentais, como o Natal e Noite das Bruxas, e o Governo deveria incentivar a participação da população em festividades chinesas, como o Festival das Lanternas, considera, Wu Hang San, conselheira política dos Operários

 

Menos foco no Natal e Noite das Bruxas e maior promoção dos festivais tradicionais chineses. Esta é a aposta de Wu Hang San, conselheira política da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e coordenadora-adjunta do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, para atrair turistas estrangeiros e divulgar a cultura tradicional chinesa.

Em declarações ao jornal Cidadão, a responsável lembrou que amanhã se celebra o Festival das Lanternas, lamentando que “os residentes não valorizam as festividades tradicionais chinesas devido à influência ocidental”. Aliás, Wu Hang San gostaria de ver mais promoção de festividades chinesas enquanto trunfo para explorar mercados turísticos externos.

A celebração que se avizinha é caracterizada por elementos que convidam à interacção e é também conhecido como o “Dia dos Namorados Chinês”, factores que podem ser atractivos para locais e estrangeiros.

Assim sendo, a conselheira sugeriu ao Governo de Ho Iat Seng a organização de eventos de grande envergadura que integrem mais elementos alusivos ao Festival das Lanternas. Wu Hang San indicou que poderiam ser explorados elementos como os produtos gastronómicos alusivos à celebração, como os bolinhos de arroz glutinoso, vestuário, e produtos acessórios com imagens de lanternas. Além disso, o Festival das Lanternas é também uma altura propícia para a promoção de artesanato e actividades culturais como corte de papel, caligrafia, pintura, canto e dança.

Recorde-se que o Albergue SCM vai amanhã celebrar o Festival das Lanternas, como é hábito todos os anos. Este ano, a instituição irá contar com uma exposição de arte e caligrafia chinesa, a escrita no local de fai-chuns e as tradicionais lanternas dos coelhinhos para os mais novos. Além disso, haverá lugar para uma performance de dança, música e comidas e bebidas.

Romance e luz

A responsável da FAOM gostaria também de ver campanhas de promoção de conhecimento sobre as festividades tradicionais chinesas nas redes sociais, para reforçar o sentido de identidade da população.

Outra forma de divulgar mais as celebrações chinesas, passaria pela adesão do sector do comércio, como acontece, por exemplo, com o Natal e o Dia das Bruxas.

A conselheira da FAOM deixou ainda outra sugestão para promover a cultura chinesa, aconselhando que se firmem mais intercâmbios com associações do Interior da China para organizar conjuntamente exposições artísticas e actividades valorizem o património cultural.

25 Fev 2024

Portugal | Coutinho diz que Santos Silva pediu o apoio da ATFPM

Depois de a Secção de Macau do PS se ter queixado de que a ATFPM terá instruído associados a votar na Aliança Democrática, Pereira Coutinho afirma que Augusto Santos Silva pediu ajuda à associação na divulgação da sua mensagem política aos associados. O PSD acusa os socialistas de usarem associações de Macau na campanha eleitoral

 

Depois da acusação de que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) enviou mensagens aos seus associados dando indicações em como votar na Aliança Democrática, Pereira Coutinho revela ter recebido contactos do Partido Socialista (PS) para a campanha eleitoral das eleições legislativas. “Por altura deste Ano Novo Lunar, o candidato fora da Europa Augusto Santos Silva ligou à Rita Santos. Eu estava ao lado dela e falámos em conjunto. Augusto Santos Silva explicou que estava a concorrer às eleições da Assembleia da República no círculo fora da Europa e gostaria de contar com o apoio da ATFPM”, revelou ao HM o deputado e dirigente da ATFPM.

De seguida, Santos Silva terá indicado que “gostaria de enviar os panfletos do PS à ATFPM” e solicitado o apoio de direcção da ATFPM para divulgar junto dos associados. “Respondemos que sim que teríamos todo o prazer em divulgar”, remata Pereira Coutinho.

Segundo o deputado da Assembleia Legislativa da RAEM, esta não é a primeira vez que a associação é solicitada para apoiar uma força política nacional. “Nas eleições de Janeiro de 2022, como o José Cesário não concorreu, a Rita Santos foi contactada pelo candidato do PS pelo círculo eleitoral fora de Europa Paulo Porto Fernandes”, apontou. Além disso, Coutinho indica que, como Paulo Porto Fernandes tinha conhecimento das boas relações entre Rita Santos e António Costa, “pediu apoio à ATFPM para movimentar os associados para votar no PS”.

Coutinho menciona também o secretário-coordenador da Secção de Macau do PS, Vítor Moutinho, referindo que este também pediu a colaboração da associação que dirige. “Durante a campanha eleitoral de 2022, o Vítor Moutinho manteve contacto com a Rita Santos não só por contacto telefónico como por troca de mensagens de Whatsapp”, concluindo que “com o apoio da ATFPM, nas últimas eleições, o PS ganhou em Macau”.

Em relação à alegação de que a associação terá apelado ao voto na Aliança Democrática (formada por PSD, PP e PPM), Coutinho não quebrou o silêncio, declarando que “a ATFPM não quer fazer mais comentários sobre o assunto”.

 

Usar e abusar

Um dia depois das queixas da Secção de Macau dos socialistas, a Secção do PPD/PSD em Macau e Hong Kong entrou na troca de galhardetes, acusando o PS de usar associações e instituições de matriz portuguesa em Macau para fins políticos. “O Partido Socialista em Macau, ao longo dos anos até à actualidade, tem-se servido de certas associações e imprensa locais financiadas pelo Governo da RAEM para fins de campanha, propaganda ou processos eleitorais internos da Secção do PS e para combate e jogo político na maioria das vezes visando o PPD/PSD, imiscuindo-se assim na política interna portuguesa”, afirma em comunicado o director de campanha da Secção do PPD/PSD em Macau e em Hong Kong, António de Bessa Almeida.

O representante dos sociais democratas vai mais longe, acusando os rivais políticos de “um verdadeiro assalto dos militantes e de boys socialistas a praticamente todas as instituições directa ou indirectamente sob alçada do Estado português na China, com ainda maior gravidade, a título de um par de exemplos, junto do Consulado- Geral de Portugal em Macau e Hong Kong ou do universo da Fundação e Escola Portuguesa de Macau.

25 Fev 2024

IC organiza Festival de Curtas-Metragens no fim de Março

O Instituto Cultural anunciou ontem que irá organizar, em conjunto com o Grupo Galaxy Entertainment, o 1.º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que terá lugar entre 23 e 30 de Março. O evento tem um nome muito semelhante ao festival organizado pela Creative Macau, que já vai na 14.ª edição, a última realizada no passado mês de Dezembro no Teatro Capitol.

O festival organizado pelo IC e a Galaxy irá incluir quatro categorias: “Curtas de Macau”, “Novas Vozes do Horizonte”, “Director em Foco” e “Exibições Especiais”.

A partir de 23 de Março, várias curtas-metragens de diferentes géneros estarão em exibição na Cinemateca Paixão e nos Cinemas Galaxy. A cerimónia de encerramento e entrega de prémios terá lugar a 29 de Março, no auditório do Centro de Convenções Internacional Galaxy. Na ocasião, será entregue o Prémio Macau no âmbito da secção “Curtas de Macau” e os prémios Melhor Curta-Metragem, de Melhor Contribuição Técnica, de Melhor Realizador e de Narrativa Inovadora no âmbito da secção “Novas Vozes do Horizonte”. Os vencedores receberão uma estatueta, assim como um prémio monetário.

Chamada ao mundo

A primeira edição do evento será organizada por uma comissão presidida por Gaia Furrer, directora artística da secção independente “Giornate degli Autori (Venice Days)” do Festival de Cinema de Veneza. A comissão inclui ainda o curador de curtas-metragens do Festival Internacional de Cinema de Toronto Jason Anderson, a curadora e produtora de cinema do Interior da China Shen Yang, e a actriz tailandesa Aokbab Chutimon, enquanto o júri é composto por profissionais da indústria cinematográfica provenientes do Interior da China, Sudoeste Asiático, Portugal e Ocidente, indicou ontem o IC.

Foram escolhidas dez obras para a categoria “Curtas de Macau”: “Before the Flight”, de Kiwi Chan; “Bubble”, de Wong Mei Ling; “Mar”, de Johnson Chan; “Walk the Same Path”, de Cheang Kun Ieong; “Till the End of the World”, de Emily Chan; “The Best Gift Ever”, de Hao Chit, “The Melancholy of Gods”, de Lei Cheok Mei; “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon; “Unsettled”, de Niko Ho, e “A Beautiful Journey: Documentary of Na Tcha Customs and Beliefs”, de Steven U.

O festival irá também exibir uma selecção de curtas e longas-metragens do realizador japonês Shunji Iwai.

22 Fev 2024

Creative Macau | Fotografias de Alex Chao para ver a partir de sábado

A Creative Macau acolhe a partir do próximo sábado a exposição de fotografia “Unique Vision”, de autoria de Alex Chao Io Chong. A inauguração está marcada para as 17h e tem entrada livre.

A exposição, que estará patente ao público até 23 de Março, tem como tema central a capacidade e característica da fotografia de conseguir captar formas e atribuir-lhes uma alma, destaca a organização da mostra.

“Sê um caçador na vida, capta o que encontras na vida em qualquer altura e em qualquer lugar, combina-o com os teus pensamentos, aceita o que recebes, dá-lhe uma alma, transforma-o numa obra de carne e osso e de pensamento, e coloca-o no mundo”, escreve a Creative Macau

Alex Chao tem marcado presença assídua na agenda cultural da Creative Macau e de outras associações de divulgação artística.

Nascido em Macau em 1965, Alex Chao tirou um bacharelato em artes visuais (vertente educativa) pela Universidade Politécnica de Macau. Cedo descobriu a paixão pela fotografia, devotando intensos estudos sobre a arte de fotografar durante a juventude. Até hoje, acumula mais de três décadas de pesquisa e experiência em fotografia, percurso que o levou ao profissionalismo como fotógrafo e educador em artes visuais, assim como director do estúdio de fotografia da Escola de Belas-Artes da Universidade Politécnica de Macau.

A sua experiência profissional engloba também trabalhos de edição de livros, tipografia, design, multimédia e curadoria e produção de exposições.

22 Fev 2024

Art Garden | “Human Laboratory” de Karen Yung a partir de sábado

A AFA Macau apresenta “Human Laboratory”, uma exposição de pintura de Karen Yung que será inaugurada no próximo sábado, às 18h30, na galeria da Macau Art Garden. Destilando influências de cultura popular e cartoons com que cresceu, a artista radicada em Macau procurou colocar na tela diversas facetas do que significa ser humano

 

A galeria da Macau Art Garden vai exibir a partir do próximo sábado a exposição individual de Karen Yung “Human Laboratory”, um evento incluído no programa “Objectos – Não-Objectos”, que apresenta mostras temáticas sobre a arte de pintar.

A exposição, que será inaugurada no sábado às 18h30, vai estar patente ao público no espaço da Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues até 17 de Março, de segunda a sábado entre as 11h e as 19h (excepto em feriados) e tem entrada livre.

A organização do evento revela que “durante o processo de criação das obras desta exposição, a artista desempenhou um papel duplo, como observadora, mas também como participante”, procurando pistas sobre o que nos torna humanos, “observando conscientemente os padrões de comportamento humano, os estados psicológicos e as expressões da humanidade”.

Os conceitos que Karen Yung procurou colocar na tela resultam de questões nascidas de observação e registos objectivos, aponta a curadoria da mostra, a cargo de Pauline Choi. Os frutos desta análise foram convertidos em quadros em que figura uma aparente ingenuidade em tons neutros, quase infantis.

 

Tranquilo surrealismo

Este projecto de procura de humanidade é um tema transversal à criação de Karen Yung, que se tem destacado ultimamente pelas obras multimédia fortemente influenciadas pela estética e componentes culturais que marcaram a sua infância. A arte digital tornou-se, assim, numa forma de expressão de eleição para Karen Yung, como ficou patente, por exemplo, em “Fragile Résilience – A Metaverse Heart”, uma animação tridimensional com que participou na mostra colectiva “NFT Against Poverty”, exibida em Novembro de 2022 também na galeria do espaço Art Garden.

Desenhos animados, banda desenhada e referências da cultura popular são traços comuns da narrativa visual kawaii, um termo japonês aplicado também à criação artística que se distingue por uma vaga ingenuidade que desperta sentimentos de ternura.

Como tal, os seus trabalhos normalmente “transmitem um sentimento de transparência, convidando o público a entrar serenamente no universo paralelo e surreal da artista”.

Karen Yung, que é oriunda de Hong Kong, mas reside em Macau, recebeu em 2015 o Prémio de Arte, da Fundação Oriente e um ano depois expôs em Lisboa “Atlantis – Karen Yung Oil Painting Exhibition”. Entre as mostras que protagonizou, a AFA – Art For All Macau destaca ainda “Microexpressions – Karen Yung Solo Exhibition” que esteve patente em Taipei em 2013.

A artista conta também no currículo com um mestrado focado em pintura ocidental pela National Taiwan Normal University e um bacharelato em inglês pela Universidade de Macau.

22 Fev 2024

Covid-19 | Dois doentes ligados ao ventilador em estado grave

Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem que dois doentes estão internados no Centro Hospitalar Conde de São Januário com infecções graves de covid-19. Os casos foram notificados aos SS na terça-feira dizem respeito a uma residente de 70 anos que sofre de doença crónica e um residente de 58 anos, também doente crónico, ambos não vacinados contra a covid-19.

A paciente de 70 anos recorreu às urgências do Hospital São Januário no passado domingo com sintomas de febre alta e falta de ar, ficando internada. Após testar positivo ao novo tipo de coronavírus, a mulher foi submetida a exame imagiológico que revelou pneumonia pulmonar dupla, que obrigou à necessidade de usar ventilador devido à falta de ar.

Quanto ao doente de 58 anos, recorreu às Urgências do Hospital São Januário devido a falta de ar e tosse, ficando internado no centro hospitalar no dia 11 de Fevereiro.

O exame imagiológico também acusou pneumonia pulmonar dupla e o doente foi ventilado devido ao agravamento da falta de ar. Os dois doentes continuam internados.

Os SS revelaram ontem que foi também detectado um caso de infecção colectiva de covid-19 no Asilo de Betânia, na Avenida do Conselheiro Borja, onde 11 utentes, todos do sexo masculino, acusaram positivo ao novo tipo de coronavírus. O estado clínico dos doentes é considerado estável e não houve registo de casos graves.

22 Fev 2024